Malfeito Feito escrita por Miller


Capítulo 5
Bronquite Asmática - Capítulo Cinco.


Notas iniciais do capítulo

~continuação da música de suspense do fim do capítulo anterior~
HEEEEEEY, mais um cap! E aqui está, para os curiosos de plantão, a continuação para o sufoco das garotas.
Boa leitura!



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Bronquite Asmática - Capítulo Cinco.

James Potter

– O treinador hoje estava, definitivamente, querendo nosso couro – Remus resmungou assim que eles saíram (suados e extremamente cansados) do campo de futebol de Hogwarts.

James, Sirius e Remus, integrantes do time oficial da escola – sendo, respectivamente: atacante, atacante e goleiro – saiam de mais um treino estupidamente puxado. James sentia suas pernas tremerem, embora a sensação fosse bastante reconfortante depois de anos de prática.

Sendo capitão do time, sabia que o treinador estava agindo certo ao fazê-los trabalharem o dobro com proximidade do campeonato. Mas aquilo não impedia que Sirius e Remus reclamassem como duas velhotas.

– Minhas panturrilhas foram espatifadas pelo Mulciber, e você acha que o treinador falou alguma coisa? “Pare de ser mulherzinha Black”. Ah, tenho certeza de que, se por causa de meu ataque de mulherzinha acabasse sem poder jogar no próximo jogo, ele não diria aquilo – Sirius reclamava enquanto dobravam a esquina para a casa de Remus.

Como a casa do garoto era a mais próxima da escola e também porque a mãe dele trabalhava o dia inteiro, o que significava que poderiam ficar um tempo conversando amenidades (ou sobre mulheres, futebol, mulheres, filmes, mulheres e etc.), sem ter que ficar se preocupando que alguém pudesse ouvir.

Ainda estavam discutindo sobre o treino quando Remus abriu a porta de sua casa e James pode ouvir um estrondo vindo do que parecia o segundo andar, como se alguém tivesse derrubado um móvel pesado.

Os três paralisaram no hall, encarando-se de olhos arregalados.

– Cara eu acho tem alguém lá dentro. – James comentou um pouco alto demais.

– Se houver alguém aqui, com certeza já fugiu com o seu grito – Sirius disse em um murmúrio irritado enquanto encarava James. Revirou os olhos e adentrou a sala de estar, observando as escadas que levariam para o andar superior de forma pensativa.

– Quem pode ser? – Remus perguntou em um sussurro.

– Sua mãe? – sugeriu James com a voz baixa diante do olhar de Sirius.

– Não, ela está trabalhando – Remus respondeu em um tom nervoso.

– Então quem?

Mais uma vez os três ficaram em silêncio, prestando atenção em qualquer som diferente que pudesse indicar que havia alguém ali além dos três.

– Eu sinceramente ainda não sou a tia da loja de fantasias para prever esse tipo de coisa – Sirius respondeu com seu tom de voz ríspido enquanto se aproximava de um armário de casacos próximo às escadas (cuja única função, dizia Remus, era acumular sujeiras e coisas que seu pai não queria que sua mãe jogasse fora em suas faxinas), abrindo a porta com cautela e puxando um taco de baseball corroído.

Sob o olhar dos outros dois, o garoto deu de ombros dizendo:

– Só por precaução. Agora vê se parem de agir como dois veadinhos e ajam como homens!

James bufou.

Remus pegou o taco da mão de Sirius, subindo os degraus de forma lenta e calculada, tentando não fazer barulho. James e Sirius o seguiram de forma alerta.

Assim que chegaram ao topo da escada, James pode perceber que a porta do quaro de Remus estava entreaberta e, por ela, podia ver alguns livros espalhados pelo chão.

– Foi você? – perguntou silenciosamente, movendo somente os lábios.

Remus negou com a cabeça, fazendo com que James sentisse um frio percorrer sua espinha. Até então não estava muito preocupado, mas e se fosse alguém realmente perigoso?

Estava prestes a comentar isto com os outros dois, mas antes que pudesse falar, Sirius estava com a mão na maçaneta da porta enquanto Remus levantava o taco em expectativa.

James suspirou enquanto fazia sinal para os dois indicando que no três Sirius deveria abrir a porta.

Remus e Sirius assentiram em concordância, enquanto James sentia o coração acelerar de expectativa.

Um... Dois... Três... BAM.

Entraram quarto à dentro em um átimo, Remus com o taco de baseball a postos, pronto para atacar qualquer um que estivesse por ali; Sirius havia aterrissado sobre os pés em uma posição engraçadíssima que deveria ser de alguma técnica de Karatê e James possuía os punhos cerrados, pronto para bater em qualquer criatura infeliz que cruzasse seu caminho.

Mas nem mesmo todas as artes marciais do mundo os teria preparado para a cena que encontraram ao entrar no quarto:

Marlene McKinnon segurava um livro em sua mão, o qual balançava furiosamente enquanto Lily Evans, que estava com um pano cinza em suas mãos, passava-o na testa de Dorcas Meadowes que estava meio deitada, meio atirada no que parecia um mar de livros no qual a cama de Remus havia se transformado.

– Q-que é que está acontecendo? – perguntou um Remus totalmente pasmo, o que era bastante entendível naquela situação.

– Bronquite asmática – Marlene respondeu, encarando-os como se os visse pela primeira vez, seu rosto tomado por uma expressão de desespero.

– Bronquite asmática? – Sirius repetiu lentamente como se não conseguisse entender. Porque é claro que era SUPERNORMAL encontrar no quarto de seu melhor amigo três garotas falando sobre bronquite asmática.

Tudo bem que se fosse no quarto de Sirius, até que James poderia achar alguma explicação, mas no de Remus? Especialmente aquelas garotas? Aquilo tudo era só muitíssimo estranho.

– Bronquite asmática, ou também conhecida como asma brônquica, é uma doença caracterizada pela inflamação crônica das vias aéreas, causando seu estreitamento, dificultando a passagem de oxigênio – Lily respondeu em seu dom absurdamente surreal de parecer uma nerd até nas horas mais impróprias.

James não lembrava nem o que eram vias aéreas, embora tenha certeza de que havia ouvido falar sobre em alguma aula qualquer de biologia.

– É o quê? – perguntou para Marlene enquanto Evans revirava os olhos em sua direção, claramente irritada pela sua falta de inteligência aparente.

– Falta de ar – McKinnon respondeu, resumindo muito bem em três palavras o que Evans não havia conseguido explicar em uma frase.

McKinnon então voltou a balançar o livro, abanando-o na direção de Dorcas que, James percebeu tardiamente, parecia estar tendo mesmo uma crise de falta de ar.

Remus pareceu perceber aquilo também.

– DORCAS! – o garoto praticamente berrou, deslocando-se rapidamente na direção da cama, encarando a garota que estava em um tom agravante de vermelho sem saber o que fazer.

– Re-e-mus – Dorcas disse com a voz fraca.

– Façam alguma coisa! Ela está sem ar! – Sirius falou olhando para os lados como se buscasse ajuda.

– Obrigada por indicar o óbvio Black – Evans disse com o tom jocoso, revirando os olhos e fazendo com que James a encarasse. Aquilo tudo estava muito além do entendível. E do plausível.

– O que estão fazendo aqui afinal? – ele perguntou, encarando-a de forma perscrutadora.

Evans corou fortemente e abriu a boca para responder, porém, antes que pudesse falar qualquer coisa, McKinnon a interrompeu:

– Saiam de perto meninos, se não vão acabar sufocando-a ainda mais! – falou enquanto empurrava Remus e Sirius para a parede.

– Ga-a-ro-t-tas – Dorcas gemeu, parecendo precisar de todo o esforço do mundo para fazer com que as palavras saíssem, atraindo a atenção de todos.

– Que foi D’? – Marlene se aproximou da outra parecendo receosa com o que ela iria falar.

Dorcas lutava com as palavras ficando a cada segundo mais vermelha. Evans se aproximou também.

James começou a sentir-se nervoso, afinal de contas a garota parecia estar mesmo com sérios problemas. Sentiu suas mãos suarem e olhou para Sirius que parecia sentir o mesmo que ele.

– Talvez devêssemos chamar a ambulância – ele sugeriu e James concordou, procurando nos bolsos seu celular, mas lembrando-se que havia deixado em casa porque o treinador “odiava aqueles aparelhos tecnológicos que transformavam os alunos em zumbis escravos daquelas máquinas. E eles estavam ali para jogar futebol, caramba”.

– Foi bom... Conhecer... Vocês – Meadowes falou e então desmaiou. Ou era o que James rezava para estivesse acontecendo, porque ela havia parado de se mexer.

Remus então, num movimento desesperado, começou a sacudi-la.

– Dorcas? – Evans falou em um sussurro, de seus olhos escorriam lágrimas e ela parecia não acreditar no que estava vendo. – Ela está...?

– Ainda tem pulso – Remus disse, colocando o dedo sob o pulso de Meadowes para senti-lo.

Sirius estava paralisado, encarando tudo com horror.

– Graças a Deus! – disse e suspirou olhando para James com os olhos arregalados.

– Faça alguma coisa Lupin! – McKinnon disse de repente, fazendo com que Remus a encarasse com o cenho franzido.

– Meu celular está na mochila, podemos ligar para a ambulância e...

– NÃO! – Evans interrompeu-o de forma assustadora, fazendo com que James pulasse de susto. – Não! Até que eles venham ela poderia estar morta!

– É! – McKinnon concordou e então disse: - Acho que devia fazer uma respiração boca a boca nela.

Remus corou fortemente.

– Mas...

– É, Lupin, a garota está morrendo. Não é nada demais! – Evans disse de forma incisiva. – Eu vou chamar a droga da ambulância agora, mas dê um jeito!

– Mas porque vocês não fazem isso? – Remus perguntou com seu rosto atingindo a tonalidade de um pimentão enquanto encarava as garotas em indagação.

– Porque você... Ah... Cale a boca e faça de uma vez – Evans praticamente empurrou o garoto em cima da amiga moribunda.

O garoto, provavelmente assustado com o olhar de Evans, aproximou o rosto de Meadowes, respirou fundo e então encostou seus lábios nos dela.

Dorcas Meadowes

É claro que aquela encenação toda era ideia de Lily. E, muito embora Dorcas não pudesse acreditar que estivesse dando certo, não conseguia se concentrar em continuar atuando quando os lábios de Lupin estavam encostados aos seus.

Ele a estava beijando! Quer dizer, no momento ele estava empurrando oxigênio para dentro de seus pulmões, nada muito parecido com um beijo realmente, mas os lábios dele estavam nos dela!

Se ela soubesse que aquela loucura toda iria acabar daquele jeito, quereria ter uma crise de bronquite asmática todos os dias de sua vida.

Os lábios dele eram tão macios e tudo o que Dorcas quisera por muitos anos, afinal não era segredo o quanto ela era totalmente a fim de Remus.

Então foi apenas questão de tempo – mais precisamente segundos – para que ela não mais conseguisse se conter e suas mãos passeassem até encontrar os cabelos estupendamente sedosos de Remus, puxando-o para perto e transformando o que antes era apenas fluxo de ar em um beijo.

Remus, após menos de um segundo de hesitação, retribuiu.

Lene e Lily poderiam falar o que bem entendessem sobre simpatias, mas não podiam negar que aquela, definitivamente, dera MUITO certo.

Dorcas podia sentir o clima esquentar de forma drástica – aquela mão subindo por sua cintura não era um indicativo o suficiente disto? - quando o cachorro mais desgraçado de todos os tempos interrompeu.

– É bom ver que está melhor Dorcas – Sirius comentou com a voz debochada fazendo com que Dorcas praticamente arrancasse Lupin de cima de si com o susto. Tinha esquecido completamente de onde estava e quem estava olhando. – Fico muito feliz ao ver sua recuperação milagrosa, mas, preciso perguntar o que é que estão fazendo aqui?

Sirius Black

– Bem... É... Huh... – McKinnon começou a falar, parecendo estar com grandes dificuldades em formular uma frase.

– Nós estávamos fugindo de um mendigo – Evans completou com convicção.

– Um o quê? – Remus se manifestou, erguendo-se da cama parecendo um grande tomate vivo (provavelmente morrendo de vergonha após toda aquela pegação com a Meadowes), encarando Evans com incompreensão estampada em seu rosto.

– Um mendigo - repetiu a ruiva de forma séria - ele estava nos seguindo. E então, enquanto fugíamos, Dorcas acabou entrando em crise asmática devido ao susto – ela completou com exatidão.

Sirius franziu a testa, tentando entender como é que o mendigo se encaixava no fato de elas estarem dentro do quarto de Remus com uma Dorcas asmática. Afinal, o quarto estava no segundo andar!

– Ei, mas espera uma coisa. – James encarou a ruiva, um sorrisinho cínico nos lábios que a fez corar. – Como é que entraram aqui? E por quê?

Sirius arqueou uma sobrancelha, virando-se para encarar as garotas que pareciam completamente sem reação com a pergunta.

– Estávamos aqui perto e então lembrei que sua casa era por aqui Remus e quando estávamos quase chegando, precisamos pular o muro para poder fugir do mendigo... – Evans começou.

– Não tinha ninguém em casa e a Dorcas estava começando a ficar roxa. Precisávamos de algum lugar para coloca-la. Fizemos a volta e acabamos por encontrar a janela de seu quarto aberta – McKinnon continuou.

– Mas meu quarto é no segundo andar – Remus adicionou de forma sugestiva.

Evans encarou-o.

– Era um mendigo muito perigoso – disse de forma a encerrar a conversa.

– E então vocês chegaram – McKinnon acrescentou.

– E o Remus salvou minha vida – Dorcas completou, lançando um olhar bastante intrigante na direção de Remus. Levando em conta que ela tinha acabado de quase morrer, Sirius sabia que aquele não era um comportamento adequado. Remus corou ainda mais, se é que era possível, afastando-se de onde Dorcas estava até que estivesse ao lado de James.

Sirius então percebeu a expressão no rosto do amigo. James olhava para Evans completamente espantado.

– Ei ruiva, isso na sua mãe é uma... Cueca? – perguntou fazendo com que Sirius voltasse sua atenção para as mãos da garota.

O pano cinza que ela tinha em mãos e que outrora passara no rosto de Dorcas, era nada menos do que uma cueca de Remus.

A ruiva ficou vermelho-tomate.

– Ah... Bem.. Sabe... – começou a falar soltando longe a cueca. McKinnon e Meadowes tinham suas bocas escancaradas de espanto. – Não achamos nada que pudesse limpar o suor de Dorcas..

– Ah, pelo amor de Deus, que nojo! – James exclamou, começando a rir logo em seguida.

– Pelo menos a Dorcas está viva agora, e tudo graças a Remus e, bem... – McKinnon não concluiu a frase.

Evans parecia prestes a entrar em ebulição enquanto Sirius e James caiam na gargalhada. Remus, por outro lado, parecia completamente congelado.

UHG! Sério. Sirius preferia milhares de vezes morrer por falta de ar do que ter a cueca de Remus perto de seu rosto.

– Se você acha isso... - disse James comentou sua voz ofegante.

Meadowes, parecendo horrorizada, estava prestes a responder, mas o som de celulares soando a interrompeu.

Lily Evans

Lily ainda não conseguia acreditar na sorte que tinham. Sem falar naquela desculpa idiota de mendigo/bronquite asmática que os garotos pareceram aceitar bem demais. Que idiotas.

Não que estivesse reclamando, claro. Deveria receber algum tipo de Oscar por ter inventado a história tão rapidamente.

“E este ano, como Melhor Atriz nós temos Lily Evans! Com sua interpretação de ‘Um Mendigo nos Seguiu! ’”.

O som de vários celulares, incluindo o barulho distante vindo do andar inferior, fez com que Lily puxasse o seu do bolso traseiro da calça, olhando sua nova notificação de mensagem:

Festa de Máscaras de Clair de La Veja

Hoje às oito horas no Don’t Stop The Party.

Esperamos por você!

Lily voltou seus olhos para a parte superior do visor que indicava cinco e trinta e cinco da tarde.

Faltavam apenas duas horas para a festa e elas ainda nem tinham começado a se arrumar! Lene e Dorcas tinham a mesma expressão de preocupação.

– Que houve? – Potter perguntou, chegando perto de onde ela estava e pegando o celular de sua mão.

– Potter! Dê-me o celular – ela disse com irritação, mas o garoto a ignorou.

– Ei, garotos, festa da Clair hoje as oito – ele disse e sorriu para ela, devolvendo o aparelho em suas mãos com uma expressão marota no rosto.

Dorcas levantou-se de um pulo da cama – parecendo nenhum pouco com alguém que havia acabado de quase morrer, aliás – e Lene largou o livro em cima da estante caída.

– Bom, foi um prazer dividir este momento com vocês, mas nós temos que ir. – falou e logo dirigiu-se para a porta, saindo do quarto como se nada houvesse acontecido.

– É... Hmm... Tchau – Dorcas também apressou-se em direção à porta, mas parou em meio caminho, virando-se para Remus: - Obrigada – disse.

Remus ficou, se era possível, mais vermelho que os cabelos de Lily – o que, ela precisava admitir, era MUITO vermelho.

Lily estava prestes a acompanhar as amigas quando Potter meteu-se em sua frente, impedindo-a de continuar. O sorrisinho maroto ainda estava ali.

– Boa sorte Evans – disse ele lentamente na intenção mais do que óbvia de irritá-la.

Ah, por Deus. Lily se era possível, havia esquecido completamente da maldita aposta com Potter com todas as loucuras de Dorcas na cabeça.

Bufou para o garoto, desviando-se – não sem empurrá-lo com o ombro – e saindo do quarto com a sensação de obstinação crescendo dentro de si.

Não poderia e nem iria perder aquela aposta para Potter. Não mesmo.


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Notas finais do capítulo

E o Oscar de melhor atriz vai para LILY EVAAAAAAAAAAANS! Siiiiim, senhoras e senhores, a ruivinha deixou todo mundo no chinelo!
Afinal de contas entrar na casa de uma pessoa, fingir bronquite asmática e depois inventar uma história de mendigos é uma coisa que pode acontecer com todo mundo, né gente?
É bem coisa de fanfic sem noção, né não? IUAUAHAUHAHUA
Enfim, espero que tenham gostado amores e que não deixem de comentar o que estão achando, sim?
Beijoookas