(Des)Amores - Capítulo Dezesseis.

James Potter

– Passa a bola! - James gritou para Frank, um dos jogadores do time, que passasse a bola para ele. Frank deu uma pequena olhada para onde ele estava e mandou a bola que chegou perfeitamente nos pés de James. Ele por sua vez, passou a bola para Sirius que estava mais à frente e que driblou alguns garotos.

– Vai Six! - James ouviu Lene gritar da arquibancada.

Lene e Dorcas, que era líderes de torcida, estavam treinando um pouco antes de eles começarem a jogar e ficaram para ver o treino dos namorados.

Sirius driblou mais um e passou a bola para James novamente, James se esquivou de um jogador que vinha em sua direção e correu com a bola para a pequena àrea do time adversário. Fez um gol.

Sirius foi até onde ele estava e cumprimentou-o com a mão.

– Hey, Jay, você já viu quem está nas arquibancadas? - Frank apontou para os bancos onde Marlene e Dorcas estavam.

James olhou na direção que o amigo estava apontando e sorriu ao vê-la. Era Lily. Seus cabelos ruivos dançando com o vento e brilhando com o sol. Blargh! Esse negócio de estar apaixonado era meloso demais. James sacudiu a cabeça para tirar os pensamentos sobre os cabelos de Lily e abanou para ela. Lily não retribuiu. Talvez não tivesse visto.

Eles recomeçaram o jogo, e ficaram trocando passes por mais alguns dez minutos antes de o treinador dar uma pausa para eles descansarem. Remus, Sirius e ele se encaminharam para onde as garotas estavam. Mas no caminho, James viu algo que o chocou: Lily estava chorando.

Ele apressou o passo e chegou até ela; estava prestes a estender a mão para tocar seu rosto e perguntar o que tinha acontecido quando ela lhe deu um tapa. PLAFT!

James pode sentir todos os dentes em sua boca amolecerem tamanha a força do tapa da garota. Levou a mão até o rosto e a encarou confuso.

– O que...? - começou a perguntar, mas antes de terminar a frase ela enfiou algo em sua boca: um papel.

Os garotos pareciam em estado de choque demais para dizer qualquer coisa, e encaravam Lily com certo receio. Merlene e Dorcas, porém, pareciam apreciar a cena de um modo bem malvado.

Lily... Bom, James poderia dizer que jamais alguém havia encarado-o com tanta raiva assim.

Ele cuspiu o papel.

– QUÊ? VOCÊ ENLOUQUECEU, É ISSO? - James se descontrolou.

– Eu devo ter enlouquecido mesmo, para acreditar em um crápula como você - Lily falou friamente.

Do que ela estava falando?

– Do que, exatamente, você está falando Lily? - Remus, a calma em pessoa, aproximou-se.

– Como se você não soubesse Lupin - disse ela se virando para encarar ele. - Vocês três devem ter se divertido bastante não é? Rindo de mim?

– Lily, do que você tá falando? - perguntou James, sem entender nem uma gota do que estava acontecendo. Lá embaixo os garotos do time olhavam atentamente a cena.

– Vai fingir que não sabe, Potter? - riu, sarcástica. - Porque você não lê o papel? Refrescar a mente, sabe?

James sentiu frio espalhar-se por suas costas e lançou um olhar apreensivo para os amigos antes de desamassar o papel e lê-lo.

Evans para Potter...

Não precisou ler mais nada.

–Lily eu... - começou, mas novamente foi interrompido por outro tapa dela.

Sinceramente? Lily batia mais forte que muitos caras por ai. Mas James não queria experimentar o tapa por uma terceira vez, portanto chegou alguns passos para trás, para manter um pouco de distância entre seu rosto e a mão de Lily.

– Não minta, James. Não vai adiantar de nada - Lily falou, um sorriso frio curvando seus lábios.

James ficou quieto. Sabia que nada do que dissesse iria fazê-la mudar de opinião sobre o papel. Era realmente uma ironia do destino que, quando James desistiu de vez daquele plano idiota, Lily achasse o papel.

– Eu espero, Potter, que nunca ninguém te use como você me usou - Lily disse, perdendo miserávelmente o controle sobre suas lágrimas que começaram a rolar por seu rosto. Tudo que James mais queria era poder reconfortá-la, no entanto como poderia ajudá-la, sendo que ele era o culpado pela suas lágrimas? - Dói muito sabia? - Lily sussurrou, apenas James ouvindo a última parte.

Lily virou-se e estava prestes a ir embora quando apreceu mudar de ideia. Encarou James novamente e chegou mais perto.

– Espero que doa muito - ela disse, e James ficou sem entender por apenas alguns segundos, antes de o terceiro tapa - temido terceiro tapa - enfeitar o seu rosto, doendo três vezes mais que os anteriores.

E Lily virou-se e foi embora, deixando-o com uma dor no rosto insuportável e o sentimento de ser o pior homem da face da Terra.

Lily Evans

Lily estava em seu quarto, tomando o único remédio para dor de cotovelo: brigadeiro. Bom, na realidade ela estava comendo, mas isso realmente não vem ao caso. Harry estava dormindo aos pés da sua cama. Parecia que nem mesmo seu próprio cão a queria por perto.

Pare já com isso Lily! Sem ficar se remoendo por dentro! Aquele era o Potter, não era nada demais! Você não precisa entrar em depressão por causa disso! Vamos! Levante já essa bunda gorda dessa cama e vá sair com as suas amigas!

– AHHH! Maldita consciência! Cale já a boca! - Lily exclamou, pondo as mãos nos ouvidos. - Deixe-me curtir minha fossa em paz! E bunda gorda é você! - Harry abriu minimamente os olhos e encarou-a como se ela fosse louca. O que deveria estar parecendo já que estava falando sozinha.

Dorcas e Lene já haviam ido na sua casa, mas ela havia mandado-as embora sutilmente. Lily estava a fim de ficar sozinha. Sozinha com o seu lindo e gostoso brigadeiro.

– Uh, merda - Lily xingou quando, ao meter a colher dentro da panela, percebeu que o brigadeiro havia acabado.

Saiu de cima da cama, vestida com seu pijama de bolinhas, e saiu do quarto, descendo as escadas para ir até a cozinha fazer mais brigadeiro. Ao chegar na cozinha e abrir o armário à procura do chocolate descobriu que havia acabado.

– Petúnia! - Ela chamou.

– QUE É? - ouviu a irmã gritar de seu quarto.

– VOCÊ COMEU O CHOCOLATE?

– COMI, PORQUE? VOCÊ IA COMER? - a outra perguntou. - Sinceramente, Lily, se você comer mais um pouquinho vai estourar - Petúnia apareceu na cozinha e sorriu malvadamente para ela. - Diga para a mamãe que vou sair com a Kelly - e saiu.

– Vaca! Vadia! Ridícula! Idiota! - Lily exclamou para a porta por onde Petúnia havia saido. - E porque as pessoas insistem em me chamar de gorda? - Lily levantou a blusa do pijama e encarou sua barriga. Não havia nada de anormal ali. Ela possuia um metro e sessenta e cinco e pesava cinquenta quilos. O que de gorda pode haver nisso? Lily sacudiu a cabeça. - Quer saber? Vou ir comprar mais chocolate. Não é justo que quando EU quero morrer de diabetes o açúcar acabe!

Subiu até seu quarto e vestiu qualquer roupa que viu pela frente. Harry pareceu sentir o movimento e acordou.

– Vamos lá garotão! - Lily chamou.

Harry foi até ela saltitante.

Assim que sairam de casa, Harry foi um pouco mais na frente, aproveitando o ar limpo da noite. Se é que há ar limpo em Londres, mas isso também não vem ao caso. O problemas é que Harry começou a ir rápido demais, e quando Lily deu por si, o cachorro já estava a quase um quarteirão de distância. Porque ele saia correndo deste jeito?

– HARRY! - Lily chamou, correndo atrás do cachorro, a cinta que prendia seu cabelo perdida, deixando os cachos caírem soltos por seu rosto enquanto corria.

Estava quase alcançando Harry quando este atravessou a rua. Lily estava prestes a ir atrás, mas mãos fortes a impediram de continuar no mesmo momento em que um carro passava à toda pelo lugar onde ela estaria.

Lily olhou para trás, a fim de ver seu salvador, e afastou os cabelos do rosto para poder enxergar.

Huh.

Seriamente? Lily estava chegando à conclusão de que Harry era meio profético. Segunda vez que ele fazia com que ela e Jam... Potter, maldito Potter, se esbarrassem na rua.

Lily soltou seu braço da mão dele e fez menção de ir atrás do cachorro mas Potter a impediu.

– Sabe, eu gosto do seu cachorro - ele disse, sério. - Já é a segunda vez que ele faz a gente se encontrar, acho que está querendo dizer alguma coisa.

– Concordo - Potter ergueu uma sobrancelha quando ela concordou. - E essa coisa é: que eu não devo sair com ele se eu não quiser te encontrar.

O rosto de James ficou triste, e Lily quase acreditou que talvez ele não tivesse feito nada daquilo. Quase...

– Lily, olha, eu sei que você não vai acreditar em mim, mas... - ele começou, mas Lily o impediu de terminar.

– Tem razão, eu não vou acreditar, portanto não perca o seu tempo! - ela disse, afastando-se novamente e indo em direção ao outro lado da rua. Olhando para os dois lados antes de atravessar.

Ela já estava do outro lado da rua quando ouviu-o gritar.

– EU TE AMO LILY!

Seu coração - idiota, traíra - deu saltinhos e piruetas dentro dela quando ouviu isso, fazendo-a ter vontade de ir até ele e beijá-lo até não restar mais oxigênio em seus pulmões. Sua cabeça, também queria que ela fosse até ele, mas para enxê-lo de porrada até que não sobrasse nada além de pó de James Potter.

Como Lily não estava com vontade nem de ser idiota, nem de ser assassina, ela foi até seu cachorro e ralhou com ele.

– Que feio Harry! Você foi muito, muito, muito, mal! Por causa disso você vai ficar sem... - sabe aquelas carinhas de bebê pidão que os labradores fazem? Pois é, Harry estava fazendo uma daquelas e Lily simplesmente não conseguiu ficar brava com ele.

Chegou em uma loja de conveniências qualquer e comprou o chocolate. Aquele brigadeiro estava dando mais dor de cabeça do que ajudando.

Assim que chegou em casa, Harry subiu para o quarto e Lily foi para a cozinha. Fez o brigadeiro e subiu para o quarto também.

Harry encarou a panela de brigadeiro.

– Nem pensar mocinho! Você foi malvado com a mamãe Lily, nem pense que vou te convidar - Lily fez que não com a colher e Harry chorou um pouquinho antes de deitar-se aos pés da cama novamente.

Lily ligou o rádio e ficou ouvindo músicas enquanto comia.

Breathe - Paramore

I Climb, I Slip, I Fall (Eu subo, eu tropeço, eu caio.)

Reaching for your hands (Procurando as suas mãos)

But I lay here all alone (Mas eu deito aqui sozinha)

Sweating all your blood (Suando todo o seu sangue.)

If I could find out how (Se eu pudesse descobrir como)

To make you listen now (Fazer com que você ouça agora)

Because I'm starving for you here (Porque eu estou desesperada por ter você aqui)

With my undying love and I (Com meu amor eterno e eu)

I wil (Eu vou...)

Breathe for love tomorrow (Respirar por amor amanhã)

Cause there's no hope for today (Porque não há nenhuma esperança para hoje)

Breathe for love tomorrow (Respirar por amor amanhã)

Cause maybe theres another way (Porque talvez haja outra maneira)

I Climb, I Slip, I Fall (Eu subo, eu tropeço, eu caio.)

Reaching for your hands (Procurando as suas mãos)

But I lay here all alone (Mas eu deito aqui sozinha)

Sweating all your blood (Suando todo o seu sangue.)

If I could find out how (Se eu pudesse descobrir como)

To make you listen now (Fazer com que você ouça agora)

Because I'm starving for you here (Porque eu estou desesperada por ter você aqui)

With my undying love and I (Com meu amor eterno e eu)

I wil (Eu vou...)

Breathe for love tomorrow (Respirar por amor amanhã)

Cause there's no hope for today (Porque não há nenhuma esperança para hoje)

Breathe for love tomorrow (Respirar por amor amanhã)

Cause maybe theres another way (Porque talvez haja outra maneira)

I Climb, I Slip, I Fall (Eu subo, eu tropeço, eu caio.)

Into your empty hands (Nas suas mãos vazias)

But I lay here all alone (Mas eu deito aqui sozinha)

Sweating all your blood (Suando todo o seu sangue.)

Mãããããee! Virei emo! Com licença que eu vou cortar os meus pulsos e fazer James Potter sentir-se culpado pela minha morte por toda a sua vida!

– Minha Nossa Senhora da Bicicletinha, eu estou ficando maluca! - Lily falou consigo mesma e desligou o rádio. - Daqui a pouco vou precisar de tratamento. - Desligou a luz do abajur e deixou a panela de brigadeiro vazia em cima da mesa de cabiceira. - Boa noite Harry.

O cachorro apenas olhou para ela como se dissesse que ela realmente precisava de tratamento e fechou os olhos.