So Hot! - Capítulo Catorze.

Marlene McKinnon

Lene encarava a cena que ocorria no jardim da frenta da casa dos Evans pela janela do quarto de Lily. Talvez fosse egoismo de sua parte, mas se sentiu extremamente incomodada com o ato de James para com Lily. Uma serenata era a coisa mais romântica que alguém poderia fazer, e ninguém nunca havia feito uma coisa dessas para ela. Era estúpidez de sua parte sentir ciúmes de sua melhor amiga, mas não podia deixar de sentir uma pequena inveja.

O que mais doía em Lene, não era o fato de James fazer a serenata para Lily, mas sim, ver Black ali, completamente indiferente à sua presença.

Fazia alguns dias que eles estavam se ignorando completamente. O motivo? Lene nem fazia ideia.

Depois de tê-la deixado na casa de Lily, logo após a festa da Clair, Sirius parecia nem saber que ela existia. Lene não pôde fazer nada além de ignorá-lo também, afinal não queria fazer parte da longa lista de garotas que corriam atrás de Sirius Black.

Há apenas alguns dias atrás, Lene chamaria de trouxa qualquer garota que dissesse que amasse Black. Como alguém poderia se apaixonar por um garoto que todos sabem ser um galinha estúpido?

Mas, por ironia do destino, ela havia caído em seu próprio conceito. Marlene McKinnon se apaixonou por Sirius Black. Blargh!

Ela ainda estava da janela quando Black ergueu os olhos e encarou-a. Por alguns segundos ela ficou completamente sem reação, mas depois respirou fundo, desviou o olhar e saiu da janela.

Sentou na cama de Lily e nem precisou esperar muito tempo até que as garotas voltaram, sorridentes, para o quarto.

– E então, o que aconteceu? - ela perguntou, fingindo interesse para Lily.

– Eu acho... Bom, sei lá. Acho que eu estou com o Potter - Lily falou, arregalando os olhos. - Nossa, isso é tão estranho.

– Que legal! - Lene exclamou, sorrindo amarelo.

– Pois é - Lily deu de ombros e corou. - Nós vamos sair hoje - ela disse. Lene não aguentou muito mais e levantou-se de onde estava sentada. - Hey, onde vai? - Lily perguntou quando viu Lene ir até a porta.

– Aah, bom... Enquanto vocês estavam lá embaixo, minha mãe ligou pedindo para mim ajudá-la com algumas coisas - ela falou.

– Que coisas? - perguntou Dorcas desconfiada.

– Não faço a menor ideia - ela respondeu e saiu pela porta. - Por isso estou indo lá ver! Vou nessa, tchau!

Assim que ela saiu da casa de Lily pegou seu MP3 e o ligou, acalmando-se ao escutar suas músicas favoritas.

Ela já estava à uma boa distância da casa da amiga quando começou a tocar Hot da Avril Lavigne. Era sua música favorita. As ruas estavam vazias, ninguém por perto, ela soltou a voz e começou a cantar no ritmo da música. Até que chegou a parte de que ela mais gostava.

Kiss me gently (Beije-me gentilmente)

Always I know (Eu sempre sei)

Hold me, love me (Abrace-me, Ame-me)

Don't ever go (Nunca se vá)

Ela estava tão empolgada ouvindo a música que nem viu quando alguém se aproximou por trás dela; só foi perceber que havia alguém ali quando essa pessoa a agarrou pela cintura e a beijou. E soube de quem era o beijo, afinal esse beijo já não saia mais de sua cabeça há uns quantos dias.

Sirius Black

Após pagar o maior mico de todos os tempos ao cantar aquela serenata ridícula para a ruiva do James, Sirius decidiu sair dali e ir à algum lugar que não fosse sua casa. Sua família era extremamente complicada e Sirius já tinha coisas demais em que pensar para ficar se preocupando com as besteiras de sua mãe. O bom era que dali há alguns dias seus pais iriam viajar com seu irmão e ele teria a casa somente para ele.

Teria de arranjar alguma coisa para fazer sozinho já que Remus iria estudar para alguma prova qualquer e James... bom, James tinha muitas coisas em que pensar. Sirius tinha certeza de que o maroto iria se dar muito mal com esse plano - que ele havia ajudado a criar, mas isso não vem ao caso -, mas não havia jeito de mostrar isso à James. Então desistiu. Seu amigo era muito orgulhoso. Cabeça-dura.

E falando em cabeça-dura, Sirius era outro que estava agindo como um idiota. Ele passou as mão pelos cabelos e suspirou. Ele não queria ter sido um estúpido com a McKinnon, mas ele não conseguiu se controlar com os sentimentos confusos que encheram sua cabeça depois da festa de Clair.

[ Flashback ]

– DROOOGAAAA! - gritou Lene fazendo-o se preocupar.

– Que foi Lene? - perguntou ele para a garota que parecia nervosa.

– Rasgou o meu vestido - respondeu ela olhando para as costas.

– Sério? Deixa eu ver - disse ele tentando ver as pernas de Lene que eram a oitava maravilha do mundo.

– Sai daqui Black - disse ela olhando para ele com cara de assassina.

[ Fim do flashback ]

E foi simplesmente isso que o fez ignorá-la por todo esse tempo. Ele estava acostumado a ter todas as garotas em suas mãos, fazendo o que quer que fosse para ter sua atenção, mas Lene foi diferente. Qualquer outra teria deixado-o ver o 'estrago' no vestido, mas Lene não deixou e isso, por mais idiota que fosse, o abalou.

Porque Lene não poderia ser mais uma daquelas com as quais ele ficava e no outro dia nem lembrava o nome. Lene nunca mais olharia em sua cara se fizesse isso. E ele disse a si mesmo que não importava que ela não olhasse mais em sua cara, que ele iria ignorá-la também, agiria como o galinha que era. E foi exatamente o que ela fez: não olhou mais para ele. Ignorou-o da mesma forma que ele fazia. E Sirius não gostou nem um pouco disso.

Percebeu que era terrível ser ignorado.

Especialmente se ele era ignorado por Lene.

Sirius parou de andar e olhou para os lados. Havia uma escadaria em frente à uma casa, sentou-se ali e pôs a cabeça nas mãos.

Exatamente o que ele mais NÃO queria no Universo, havia acontecido. Ele havia se apaixonado. Sirius Black se apaixonou por Marlene McKinnon. Que ridículo!

Sirius sabia que agora, por mais que tentasse - e ele havia tentado - não conseguiria gostar de beijar outra garota. Porque ele queria os beijos de Lene. Cara, isso era tãão gay!

Ele não fazia a menor ideia do que fazer agora, porque provavelmente Lene deveria estar odiando-o por completo depois de tê-la ignorado todos esses dias. E se ela estava com raiva dele, ele não saberia como desfazer isso, pois nunca havia feito isso! Esse negócio de descobrir que gostava de alguém era realmente complicado.

Doía sua cabeça.

Ele estava pensando em diversas formas de pedir desculpas para Lene quando a voz dela preencheu seus ouvidos.

Que maravilha! Só o que falatava era ter alucinações também!

Kiss me gently (Beije-me gentilmente)

Always I know (Eu sempre sei)

Hold me, love me (Abrace-me, Ame-me)

Don't ever go (Nunca se vá)

Ele ergueu a cabeça das mãos lentamente e olhou para o local de onde vinha a voz. Se beliscou algumas vezes, antes de ter certeza de que não estava tendo qualquer tipo de alucinação, e percebeu que era Lene realmente.

E parecia que ela estava cantando para ele, pois a letra da música era o que ele queria ouvir.

Levantou-se de um salto e Lene nem notou que ele estava atrás dela. Puxou-a pela cintura e a beijou.

Realmente, era dos beijos dela que ele precisava.

James Potter

Ele saiu da casa de Lily depois de ter feito uma coisa que ele jamais pensou que fosse fazer, para qualquer pessoa que fosse, ainda sentindo um peso na consciência por causa do plano.

Pelo menos a parte quatro do plano estava cumprida.

Evans ganhou mais uma aposta dele. O engraçado era que ele não se importava com isso, na realidade James nem se importava de ter cantado uma serenata ridícula na frenta da casa dela atraindo um monte de estranhos que riram de sua cara. E isso o preocupava. Porque ele não deveria gostar de fazer uma coisa dessas apenas porque quando Lily ria ele se sentia feliz, não é mesmo?

Ele não sabia ao certo o porque de querer se vingar da ruiva, já que ela não havia feito nada demais, mas adimitir que gostava dela, o mínimo que fosse, era impossível. James era orgulhoso demais para isso.

James decidiu passar em alguma lanchonete e comer alguma coisa antes de ir para casa. Sentou em uma mesa vazia, a cabeça cheia de pensamentos confusos, quando Melissa, aquela que mandou um bilhete à ele no começo das aulas, sentou à sua frente.

– Oi Jay! - disse ela fazendo sua voz parecer sexy, o que antes ele gostava bastante mas agora... bem, James estava achando ridículo.

– Oi Lisa. Como você tá? - perguntou ele educadamente enquanto o garçom trazia-lhe o hambúrguer que havia peço.

– Eu estou triste, Jay - ela falou, fazendo um beicinho. - Magoada com você.

– Porque? - ele perguntou, desentendido.

– Porque você nunca mais me procurou, e olha que eu sou sua colega! - ela exclamou. - Mas se você quiser, nós podemos fazer alguma coisa agora - ela se aproximou e tentou beijá-lo.

Ele ficou paralizado por alguns instantes até que viu que ela estava próxima demais. Ele se afastou e encarou a garota, estranhamente irritado.

– Lisa, pára! - ele exclamou. - Eu não posso te beijar - e mordeu o hambúrguer.

– Porque não Jayzinho? - ela se aproximou novamente.

O porque ele realmente não fazia ideia, mas sabia que não queria beijá-la.

Ele a afastou.

– Sério Lisa. Eu tenho namorada - ele quase se afogou com o que falou. Parecia que sua boca havia ganhado vida própria e não estava mais respeitando o sinal de PARE que seu cérebro enviava.

– Namorada? Quem? - perguntou a outra, incrédula.

– Lily Evans - respondeu ele querendo bater na própria cabeça.

– Evans? - ela perguntou e riu, fazendo com que ele sentisse raiva. - Aquela CDF chatinha e sem sal? Você só pode estar brincando amor. Eu sou muito melhor que ela - respondeu ela.

Por um momento ele esqueceu que estava bravo consigo mesmo pelo que estava saindo de sua boca e irritou-se com Melissa.

– Lily não é uma CDF chatinha e sem sal - disse ele levantando-se e fazendo as pessoas olharem - E você não seria melhor do que ela nem que nascesse de novo e não fosse tão passada como você é!

E saiu dali.

James queria que alguém explicasse à ele o que havia ocorrido ali. Por tudo que era mais Sagrado, porque diabos ele havia dito aquilo?

Ele preferia nem responder à essa pergunta.

Era melhor James acabar de uma vez com esse plano, antes que não conseguisse mais se controlar e acabasse perdendo todas as suas pretendentes.