Eles olham espantados para a senhora de olhos castanhos.

-Sou. Meu nome é Uzumaki Yuuki, sou a única sobrevivente do clã Uzumaki e guardiã dos segredos do clã.

Kushina leva uma mão à boca. Minato olha para ela, preocupado.

-U-Uzumaki... Yuuki???

-Isso mesmo. Você. –Yuuki se aproxima da ruiva. Os outros ficam a postos, para evitar qualquer ataque. Minato chega mais perto da esposa. –Você me lembra alguém. Essas correntes, esse cabelo, esses olhos... –A mulher arregala os orbes castanhos. Os Uchiha, Kakashi e Sakura, vendo que a velha não oferecia perigo, resolveram fazer uma ronda no local, para sondar possíveis esconderijos dos Akatsuki. Lágrimas caem dos olhos da velha.

-Kushina??? É você??

-Hai...Kh... –Diz a ruiva, sufocando o choro e abraçando a velha.

-Ah, Kushina!! Eu fiquei tão preocupada com você, musume! Senti muito a sua falta. –Diz a velha Uzumaki, chorando.

-MUSUME??? –Exclamam Minato e Naruto juntos. Elas param de se abraçar e Yuuki acaricia o rosto molhado da jinchuuriki.

-Como escapou??

-O corpo médico era muito eficaz. –Sorri.

-Mas, me disseram que a senhora tinha morrido na explosão.

-Foi quase. Mas não. Koji morreu na explosão. Eu sobrevivi graças a minha resistência. Você me conhece.

-A ninja mais turrona da vila do redemoinho, Uzumaki Yuuki. –Lembra Kushina, sorrindo. Ela não podia acreditar. Yuuki olha para Minato e Naruto.

-Quem são esses?

-Ah, ... Oka-san... –Diz Kushina, chegando perto e indicando Minato. Evidentemente estava vermelha. Que situação embaraçosa. –Este é Namikaze Minato, o Yondaime Hokage de Konoha. E meu... Marido.

Minato a cumprimenta.

-Yondaime Hokage??? Seu marido??? Kushina, o que... E vai me dizer que esse rapaz, quase homem, é seu filho?? –Apontando para Naruto.

-Esse é Uzumaki Naruto, nosso filho. –Diz o Hokage loiro.

-Yo, baa-chan!

A velha olha para o garoto. Chega perto dele e começa a apertar seu rosto.

-Ai!! Isso dói!!!

-Você tem o rosto da sua mãe. –Diz ela se afastando. Ela sorri.–Eu tenho um neto! Naruto, que nome engraçado.

-É coisa do sensei de Minato. Jiraya, aquele garoto de cabelos brancos, do time de Tsunade, lembra-se?

-Jiraya... Sim me lembro. Era um garoto engraçado, muito assanhado. –Diz Yuuki, colocando um dedo no queixo e olhando para cima. Depois ela olha para Minato, com um olhar assassino igual ao de Kushina. –Só espero que seu discípulo não tenha saído ao mestre. NÃO É, NAMIKAZE MINATO???

-*gota*N-não, senhora.

-Acho bom.

-Agora eu entendo por que você é assim, Kushina... –Minato sussurra para a mulher.

-Assim como??

-Nada não.

A velha vai andando. Chama-os para acompanhá-la. Ela os leva até sua casa, uma das poucas inteiras dos destroços. Era uma casinha aconchegante até. Kushina se lembra do lugar onde passou quase toda a infância. A velha pede para que os convidados sentem e serve a comida. Enquanto estão todos comendo, Yuuki puxa assunto com a filha, que se sentara a seu lado.

-Quando eu saí do hospital, os ninjas me disseram que eu tinha sido dada como morta. Também disseram que sua guarda foi passada para minha irmã, Mito.

-Foi o que me disseram também. Mas não se preocupe, oka-san, Mito-sama cuidou muito bem de mim. Antes de selar a raposa em mim...

-Então, ela selou mesmo? Transformou-te na portadora daquele demônio??

A ruiva assente.

-Kyuubi é amigável depois que se aprende a lidar com ele. É muito mal-humorado e chato, mas nada que um pouco de carinho não resolva. Eu me desentendo com ele muitas vezes, mas no geral, nos damos bem. Não o chame assim, oka-san. Ele não gosta.

Minato e os outros se engasgam com o lámen. Kushina olha em desagrado a eles. Kushina estava defendendo a Kyuubi???

-Certo. Se o seu bichinho não está feliz, não vou insultá-lo. Mas não pense que vou perdoá-lo assim, Kushina, eu vi o que ele fez com a Mito e não era boa coisa. Ela tinha uma saúde de ferro, mas ao portar essa coisa...

Kushina a repreende com o olhar. Naruto não podia acreditar no que sua mãe estava fazendo. Ela estava falando da mesma Kyuubi que ele carregou durante 17 anos???

-...Ela encurtou sua vida. –Conclui Yuuki.

Yuuki tinha razão. A vida de um jinchuuriki tende a ser mais curta que a de um humano normal.

No fim, as mulheres foram lavar a louça e os homens começaram a plantar armadilhas. Yuuki virou-se a Kushina.

-Eu lhes mostrarei onde Mito guardou os pergaminhos. Mas, com uma única condição.

-Qual? –Pergunta Sakura.

-Que me levem junto para Konoha. Estou isolada aqui há anos, quero ver gente!

Kushina ri.

-Claro, oka-san, assim poderá conhecer Touya, ttebane.

-Touya?? Quem é Touya??

-Minha outra filha. Tem 9 anos.

Yuuki sorri. Um neto e uma neta. Ela tinha dois netos.

-Kushina...

-Hum?

-Você é feliz, mesmo sendo uma jinchuuriki?

A ruiva se surpreende com a pergunta. Sakura sabia a resposta.

-Sim. Eu sou muito feliz. Eu tenho um marido maravilhoso, eu tenho dois filhos lindos e saudáveis, tenho meus amigos, tenho a senhora, tenho um lar, uma casa confortável, um emprego que eu adoro, e Kyuubi pode ser um mala... –Ela o ouve resmungar em sua cabeça. Sorri -...Mas sempre me ajuda quando preciso. O que mais eu poderia querer, ttebane?

Yuuki não contava com essa resposta. Sorri.

-Parece que minha menina está crescendo.

Kushina sorri. Sakura termina de enxugar os pratos e vai se sentar na varanda. Sasuke senta ao lado dela e põe o braço em volta de seu ombro.

-No que está pensando?

-Em Kushina-san... Naruto, nessa missão, um monte de coisas.

Sasuke encosta o rosto no dela, alisando sua bochecha. Sakura sorri.

-Kushina-san disse que tinha Hokage-sama, que ele a deixava feliz. Então, me veio à cabeça uma coisa...

-Hum??

-Será que nós seremos felizes assim também?

Sasuke pega o rosto de Sakura nas mãos. Olha para ela, serio.

-Eu aposto que sim. Sempre estarei a seu lado, sempre que precisar, Sakura. Eu só quero que saiba uma coisa... Aishiteru, Sakura-chan. E isso nunca vai mudar.

Ele beija o lábio inferior dela. Ela pede mais. Sasuke pede passagem com a língua, que invade a boca da jovem cerejeira. Eles se separam, sem fôlego, as cabeças coladas.

-Aishiterumo, Sasuke-kun.

Em Konoha...

Touya está voltando do treino. As perguntas de Hoshi sobre o que houve ontem eram irritantes. Ela só queria paz. Nisso, passando pela floresta, houve alguém chamando seu nome.

-Touya, Touya-chaan...

-Quem está aí?

Nisso, surgem dois homens. Um era ruivo, de cabelos espetados, o outro, loiro de rabo-de-cavalo. Usavam a mesma roupa: uma capa preta com nuvens vermelhas. O loiro falou:

-Então, você é a Uzumaki Touya, hmm??

-Sou. Quem são vocês?? –pergunta ela, assustada.

-Permita-me... –Diz o ruivo. –Eu sou Akasuna no Sasori e este é meu parceiro Deidara. Viemos para capturá-la, filhote de raposa.

Os olhos muito verdes da menina estavam arregalados de pavor diante de seus captores.

À noite, Kushina está deitada no peito de Minato, este que dormia profundamente. Como estaria Touya? Queria noticias de sua filhinha... E Kyuubi. Ele ficou péssimo desde o xingamento de sua mãe.

-“Até que você não é tão mau assim.”

-“Ahã. Continue pensando assim!” Fala o youma, debochado.

-“Kyuubi!”

-“Nunca gostei dessa velha. Ela vive me xingando. Você é igualzinha a ela. Tal mãe, tal filha.”

-“Ora, você azucrina também. Que foi, Kyuubi? Você está triste... Ta magoado pelo que oka-san disse de você? Quer carinho no focinho?”

-“Sai pra lá!”

Kushina entra em sua mente e vai até a sala onde a Kyuubi se encontra. Ela abre a gaiola e o bijuu sai. Este, porém, não a ataca. Ele simplesmente deita sobre suas caudas, Kushina chega perto dele, que levanta a cabeça e encara sua jinchuuriki.

-O que você quer??? –Rosna o bijuu, mostrando os dentes.

-Desculpe se fui rude com você e culpá-lo por tudo. Eu, simplesmente acho fácil só sentir raiva de você. E chego a esquecer que tem sentimentos também. Eu estava errada ao tratá-lo dessa maneira. Gomen.

-Está perdoada. Esse clima está péssimo, até para mim. Eu vou parar de atormentá-la. Unidos somos mais fortes, separados, o inimigo vence.

-Sábias palavras, Kyuu-chan. –Ela sorri. Ele ergue uma sobrancelha.

-Kyuu-chan?? –Ele torce o focinho, em reprovação.

-Não posso botar apelido não?

-Só por que estamos de bem, não precisa abusar, Kushina.

-Gomen. Só achei que ficaria fofinho.

Kyuubi revira os olhos. Fofinho, ele, Kyuubi no Youko, vê se pode. Suspira e começa a dizer o que nunca disse nem mesmo para Mito.

-Obrigado, Kushina. Você é especial.

-Anh?? Pelo que?? –Pergunta ela, surpresa.

-Você é especial por que não guarda rancor. Mesmo quando está irritada, é passageiro. Você não guarda rancor nem de mim.

-Isso não é...

-É sim. Eu estou dentro de você, como disse antes, você não pode mentir para mim, ruiva. –Ele sorri entre dentes. -Em toda a minha maldade, estar dentro de você, com esse amor tão grande e incondicional que você sente por sua família, por Konoha... Isso me dá um pouquinho de paz, me faz ver que esse mundo ainda vale à pena. E também obrigado por ter me defendido da velha.

-De nada. Quem quer um abraço??

Kushina se aproxima do youma com os braços estendidos.

-Já disse pra não abusar.

-Ora, vamos, por que estragar esse momento tão lindo com seu mau-humor?

-Já disse que não. –Ela faz careta e senta ao lado dele, irritada e fazendo bico.

-Kyuubi estraga-prazeres.

Ele ri da cara dela.

-Ora, Kushina, eu tenho que te encher o saco mesmo estando de bem. Princípios de bijuu, sabe como é.

-Sei. Aff. –Revira os olhos.

-Sem falar que gosto de ver você zangada. Fica tão vermelha quanto seus cabelos. Está parecendo uma criancinha aí sentada de birra desse jeito. hahahahahahahahahahahahaha.

Uma veia salta da testa dela. Ela grita.

-KYUUBI!! VOCÊ É INSUPORTÁVEL!! –Mais vermelha ainda. (atenção é o retorno do tomate. muahahahahaahaahahahah)

Kyuubi ri mais ainda. Uma cauda se movimenta e puxa sua jinchuuriki para mais perto dele. Esta, percebe o gesto e esquece a raiva rapidamente. Ela levanta e caminha até a cara do bijuu. Começa a acariciar seu focinho. Este rosna no inicio, mas depois que percebe que a sensação é boa, deixa que ela continue.

-Você se lembra do dia que eu disse que torcia pra que a Akatsuki te achasse só pra poder me livrar de você? –Pergunta ele, com os olhos fechados, aproveitando o carinho.

-Sim. Aquilo me magoou de verdade. –Diz ela, continuando a acariciar o focinho de Kyuubi, mas dessa vez olhando em seus olhos.

-É. Eu senti. Bom, só pra sua informação, eu falei da boca pra fora.

Kushina abre um sorriso enorme.

-Não sabe como fico feliz em ouvir isso de você, Kyuubi.

O youma sorri. Kushina também. Bijuu e jinchuuriki vão dormir em paz.