E se Fosse Real? escrita por Ina sama


Capítulo 34
Capítulo 33: O Embrulho misterioso


Notas iniciais do capítulo

Meus bebês... EU VOLTAY!!!

Sentiram saudades?

Caramba, faz tempo, né? Eu fiquei muito ocupada na minha vida, e até perdi a inspiração total pras fics (eu meio que desisti, maaaas..). Mas resolvi terminar pelo menos essa daqui, que já ta na retinha final, néah? Também quero explorar novas histórias, e essa daqui tá rendendo. Eu já tinha o final bolado, era só escrever. E vamos lá para mais um capítulo dessa historinha que vocês conhecem e amam.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/111405/chapter/34

Corpos cansados de jovens ofegantes e cheios de hematomas se espalhavam pelo chão do dojo da família Uzumaki. A ruiva estava sentada em um banquinho, dando um tempo para os doze se recuperarem, apreciando uma boa xícara de chá verde. A miniatura da Kyuubi estava deitada ao lado dela, balançando as caudas distraidamente enquanto um sorrisinho zombeteiro lhe decorava o rosto.

–E-e-essses p-pesos... S-são m-mais difíceis do que eu pensava. –Resmungou Sakura, levantando somente a cabeça para olhar para a taichou. Kushina deu de ombros e disse em um tom indiferente:

–Vocês já estão há um mês nisso, ttebane. Se continuarem nesse ritmo, nunca vão conseguir dominar a técnica com os pesos de chakra até o Jounin Shiken. –Naruto fez uma carranca. Ele não conseguia entender. Aqueles pesos eram algumas das relíquias que eles haviam resgatado de Uzu. Segundo Kushina, eles eram feitos do chakra do próprio Juubi, usado para condensar o material resistente. Mas tinham um adicional: eles sugavam chakra e stamina, e para parar a sucção eles deveriam adquirir um controle perfeito de crakra, atingindo um ponto máximo de controle que lhes permitisse aproveitar 100% do crakra que convertiam em seus corpos.

Um ponto que nenhum deles havia atingido ainda.

Naruto virou a cabeça para encarar Sakura, que era, entre todos ali, a pessoa que tinha o controle de chakra mais acurado. Se nem ela havia conseguido, como ele, cujo controle de chakra nunca fora uma beleza, iria conseguir? O mero pensamento deixou-o tão frustrado ao ponto de agarrar os cabelos e soltar um urro de frustração. Kushina piscou, desviando o olhar de seu chá para o filho, que se tornara o centro das atenções na sala cheia de jovens.

–O que foi, Naruto?

–Essa droga desses pesos, isso é o que foi, -ttebayo! Isso é impossível! –Ele resmungou. Kushina deu uma risadinha.

–Nossa, nunca pensei que ouviria você dizer essa palavra. Mas sabe, eles não são tão impossíveis. Só difíceis. Vocês só não acharam o ponto de equilíbrio ainda, ttebane. Mas tenho fé que vão conseguir.

–Como você tem tanta certeza? –Perguntou Ino, erguendo uma das sobrancelhas loiras.

–Porque vocês são os meus pimpolhos, ttebane! –Kushina exclamou feliz ao fazer o L com os braços que ela costumava fazer quando estava animada, criando uma gota na cabeça de todos os presentes.

...

Naruto tinha as mãos aos bolsos, mirando o céu nublado que cobria a vila. Hinata caminhava ao seu lado silenciosa, abraçada ao seu braço esquerdo. O rosto da azulada fitava o loiro fixamente, como se ela estivesse tentando ler seus pensamentos. Naruto estivera calado desde o treino. Hinata era a única que sabia sobre o incidente do cometa, e estava feliz por Naruto confiar nela tanto assim. Mas quanto mais o tempo passava, mais silencioso Naruto ficava. E isso era assustador para alguém que estava acostumada a ter o loiro gritando e esbravejando ao seu lado. Era quase como se o Naruto-kun barulhento que ela conhecia estivesse preso em algum lugar dentro dele.

–Você está preocupado. –Aquilo não fora uma pergunta. Naruto piscou confuso, olhando para baixo para encarar a Hyuuga. Ele corou um pouco e desviou os orbes azuis dos perolados penetrantes da azulada.

–Desculpe. –Ele disse baixinho, olhando para o chão. –É que esse treino está sendo meio massante. Eu to cansado. Por que a gente tem que dominar isso, -ttebayo?

–Sinceramente, Naruto-kun, acho que aquilo é o jeito da Kushina-san treinar você.

–Ein?

–Controle acurado de chakra. Quase nenhum ninja tem um controle de crakra perfeito. Ao invés de treinar o controle, as pessoas tendem a tentar aumentar suas reservas naturais de chakra através de treino. Porém, ela sabe que você tem mais dificuldade de controlar o chakra da Kyuubi agora que ela está fora do seu corpo, não é? –Hinata explicou, um pouco pensativa. Naruto entortou o lábio, pensando no que ela dissera. Quando ele finalmente vira a lógica em suas palavras, exclamou, estacando abruptamente.

–Tem razão, Hina-chan! Aquela doida ta usando isso tudo pra me treinar, -ttebayo! –Naruto bateu o punho em sua palma, em um sinal de compreensão. Ele olhou de volta para a baixinha, fazendo seu sorriso colgate iluminar seu rosto e um rubor costumeiro preencher as faces de Hinata. Ele agarrou a garota pela cintura e a levantou, rindo e rodopiando-a no ar. –Você é um gênio, Hina-chan! –Hinata exclamou de surpresa ao ser pega, ruborizando ainda mais quando ele a colocara no chão. Ela timidamente colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha, desviando o olhar daquele sorriso lindo.

–Não é nenhum mistério. Sua mãe se importa com você, e ela faria qualquer coisa para te ajudar. Ela está fazendo isso conosco também porque ela acha que pode ser produtivo. –Ela explicou novamente. Agora parecia tão obvio que ate assustava que eles não tivessem percebido isso antes. É claro, menos o Naruto. Pois ele era marcha lenta para entender as coisas. Naruto riu levemente, cruzando os braços ao mudar de assunto:

–Então, já que estamos falando de treinamento... Como a Touya-chan está indo, -ttebayo?

A terceira fase do Chuunin Shiken seria em poucos dias, e Naruto sabia mais do que ninguém o quanto a baixinha estava nervosa com aquilo. Tão nervosa que ela constantemente pedia para ajudá-la. E sempre que ele aceitava, ele se metia em encrenca. Nenhuma que se seguiu fora tão arriscada quanto seu encontro com Zabuza e Haku, mas isso não significava que não eram problemáticas. Touya tinha o imã dos Uzumaki para confusões.

–Ela está indo bem. Ela está ficando bem forte depois de tudo aquilo. Na verdade, as habilidades dela melhoraram muito desde o encontro com a Akatsuki. O ninjutsu médico está ficando meio enferrujado, porque ultimamente ela tem focado mais em jutsus ofensivos. Ela está determinada a virar chuunin esse ano porque aparentemente recebeu um convite de Morino Ibiki para ser da sua equipe. –Hinata suspirou. Naruto franziu o cenho, enfiando uma das mãos no bolso e coçando o nariz com o polegar da outra.

–Não sei se a Touya tem sangue frio o suficiente para torturadora. –Hinata assentiu. A jovem Uzumaki poderia ser brincalhona, mas ainda tinha um coração muito puro para fazer esse tipo de coisa. Naruto encarou as nuvens de chuva. Só de imaginar Touya vendo os horrores da guerra, tendo que participar de missões de assassinato... O coração do loiro apertava. Ele não queria que a inocência da sua imouto fosse destruída. –Se bem que a baixinha é forte, -ttebayo. –E realmente era. Era necessária uma determinação de ferro para resistir aos horrores da guerra e não sucumbir ao ódio. Muitas pessoas viravam monstros quando expostas à dor. Ou simplesmente eram guiadas para um caminho ruim.

Como Madara. Como Nagato.

Nagato...

A batalha contra Pain aflorou na mente do loiro. A visão do sangue de Hinata quando a kunai lhe perfurou a pele reviveu um dos horrores que mantinha Naruto acordado à noite. Ele agarrou a mão da azulada e deu-lhe um ligeiro apertão, trazendo-a mais para perto de si. O olhar confuso de Hinata o fez desviar o seu.

–Naruto-kun?

–Desculpe... É que eu lembrei de uma coisa ruim. –Naruto gemeu entre dentes. A expressão de Hinata suavizou-se, e ela enlaçou a cintura do loiro com os frágeis bracinhos. Naruto piscou, mas não protestou quando ela gentilmente puxou sua cabeça ao encontro do ombro dela. Ele a abraçou de volta, encostando o queixo no vão entre o pescoço e o ombro da azulada. Aquele toque o fazia se sentir tão confortável. Hinata acariciava seus cabelos, falando gentilmente “está tudo bem” em seu ouvido. O loiro inalou seu perfume e fechou os olhos, sentindo seu calor e o poder que aquele simples gesto de afeto tinha de eliminar qualquer sombra que tentasse se instalar em seu coração.

...

Naruto encarava as estrelas que resplandeciam sobre Konoha do teto de sua casa. Minato teve uma emergência importante na mansão Hokage e Touya e Kushina haviam saído para fazer compras. Tudo estava silencioso, somente o sussurro doce do vento e os sons da vila chegavam aos seus ouvidos. A brisa trazia o cheiro das árvores que cercavam a vila, acariciando gentilmente a pele bronzeada do loiro. Naruto fechou os olhos, aproveitando aquele momento de paz sob o firmamento estrelado.

–É uma linda noite, não é? –Uma voz desconhecida o fez se sobressaltar, girando para encarar seu interlocutor misterioso. Era uma mulher de pele pálida e longos cabelos brancos, quase prateados a luz da lua. Os olhos de um azul fechado encaravam o loiro com ternura. Naruto franziu o cenho, ficando em posição de defesa, mas abaixou a guarda quando notou que a figura não tinha nenhuma intenção ofensiva aparente. Ainda assim, o semblante do loiro estava carregado de desconfiança, enquanto ele olhava para a figura de branco, mantendo uma certa distância entre os dois. –Você parece em paz, Naruto.

–Como você sabe meu nome? Quem é você, -ttebayo?

...

–Hokage-sama, Yoshiro e Kenji retornaram do País do Barro. Parece que eles têm algo importante para mostrar-lhe. –Shikaku anunciara mais cedo em tom solene, o que causara o loiro a ficar andando nervoso de um lado para o outro em sua sala, com as mãos às costas, enquanto os dois homens se recuperavam de sua viajem, se alimentavam, vestiam e recuperavam as forças. Shikaku retornaria à sala quando Yoshiro e Kenji estivessem prontos para receber o Hokage. Pelo que seu conselheiro lhe contara do breve relato que os homens tinham lhe dado, eles viajaram incessantemente, esgotando todos os recursos que tinham para maximizar sua velocidade de chegada. Como Minato houvera deduzido há um mês, eles haviam se deparado com algum tipo de deslizamento no meio do caminho, e parece que o embrulho que carregavam os impediu de fazer uma viagem mais acurada. Quando Shikaku retornou à sala, seu rosto estava pálido de choque. Minato se alarmou ao ver a expressão no rosto do velho amigo.

–Que cara é essa, Shikaku? Aconteceu alguma coisa?

–O embrulho... –Shikaku balbuciou. Poucas coisas deixavam o homem chocado, e o fato de ele estar naquele estado deixara Minato mais nervoso ainda. –Eles estão te esperando. –Shikaku pfalou calma e pausadamente. Minato franziu o cenho. Ele odiava aquele mistério todo. Sem cerimônia, o Hokage avançou em direção à porta, sua capa branca com chamas vermelhas esvoaçando-se às suas costas. Na sala seguinte havia uma mesa onde o largo embrulho sujo que eles haviam carregado todo o caminho de volta para Konoha estava. Os dois estavam lá ao lado da mesa, entreolhando-se nervosamente.

–Kenji, Yoshiro. –Minato os cumprimentou, e eles retribuíram com uma profunda mesura. –O que vocês têm de tão urgente para me mostrar do País do Barro? –Os homens se entreolharam. Yoshiro engoliu em seco.

–Hokage-sama... –Começou Yoshiro. – Como você já deve ter lido nos relatórios, nós perdemos muitos companheiros naquele dia no País do Barro. Os inimigos nos emboscaram e usaram seu conhecimento do terreno para nos flanquear e aniquilar o máximo possível de nossos números. Foi uma batalha horrível. –Minato franziu o cenho em um sinal para ele cortar a introdução. Yoshiro suspirou. –Como bem você sabe, só fomos bem sucedidos porque Naruto-taichou usou a si mesmo de isca para detonar a bomba de dentro da base inimiga.

–Quando retornamos à Konoha, ficamos surpresos por ver que Naruto-taichou já estava aqui, e estava bem. –Kenji começou a falar para ajudar o amigo.

–Ficamos felizes com isso. Afinal, nenhum humano comum sobreviveria àquela explosão, e Naruto-taichou conseguiu escapar ileso. Ficamos muito felizes. Intrigados, mas felizes. –Yoshiro continuou, com cuidado. Minato aprofundou a carranca.

–Então, podem ir direto ao ponto. O que há nesse embrulho? –O Hokage cruzou os braços. Kenji suspirou e retirou o pano, revelando o conteúdo do grande embrulho que eles haviam carregado com tanto zelo. Os olhos de Minato se arregalaram no mesmo instante. Ele sentiu o sangue deixar seu rosto, e teve que se apoiar contra a mesinha que estava atrás dele para não cair quando suas pernas bambearam. Aquilo era... Impossível. –Isso é... Algum tipo de piada? –Minato perguntou fracamente, ainda encarando o conteúdo do embrulho. Os dois abaixaram as cabeças, negando tristemente.

–Receio que não, Hokage-sama.

–Então quem...? –Minato apontou por trás do ombro, seu olhar perdido e confuso tentando ver se aquilo era algum tipo de piada sem graça. Ele olhou para Shikaku, tentando ver se ele lhe daria alguma informação de que aquilo era uma mentira. –Vocês examinaram...? –A voz do loiro estava tão baixa que parecia um mero sussurro. Shikaku encarou o amigo com um olhar triste. Ele podia ver a compaixão nos olhos negros do Nara.

–Examinamos. Não há dúvida. É isso mesmo o que parece, Minato. –O olhar de Minato ao ouvir aquelas palavras fora indescritível. O loiro fechou os olhos com força, tentando reunir força o suficiente para pelo menos falar.

–Chame... Naruto e Kushina aqui... Imediatamente. –Shikaku concordou, virando-se e saindo correndo daquela sala. Yoshiro e Kenji se entreolharam enquanto o Hokage sorvia a informação. Dava para ver que ele se recusava a acreditar. Kenji olhou por cima do ombro para o conteúdo do embrulho. Entre os panos que o haviam envolvido, a metade do rosto queimado e pálido de Naruto jazia sem vida naquela mesa. Aquela sala de repente se tornara mais fria e sombria.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E agoooora? O que vai acontecer? Tan tan TAN

Não se esqueçam de comentar nos reviews se vocês querem que o Naruto fique ou vá.

Amo vocês

E agora vamos à saudação final que vocês não vem faz um booooooom tempo:

Ja ne

Kissus, Ina-sama