[pov. Naruto]

Eu vou morreeeeer!!!

Pra que me meti nessa merda?!!

-O Hiashi-sama já está vindo. –Anunciou um dos Hyuuga. Ao ver minha cara, ele perguntou. –Minha nossa, ele está bem?

-*gota*Está sim. É só que ontem ele foi dormir um pouco tarde. –Disse okaa-chan sorrindo sem graça e fazendo um gesto vago com a mão. O Hyuuga me olhou de relance e desapareceu pela porta, deixando eu e minha velha na sala de visitas do senhor Hyuuga Hiashi. Mas para mim, aquilo parecia mais o Corredor Da Morte. E seria, assim que aquele velhote mal-encarado chegasse e ouvisse meu pedido. Estou contando os segundos. Nããããão, eu vou morrer virgem, buáááááááááááááá!!!

Sogrão, me mate rápido por favor, não quero ter uma morte sofrida...

-Terra chamando Naruto! –Quando percebi, minha mãe tava fazendo toc toc na minha cabeça de novo. –Voltou ao normal? Credo, sua cara parece a de quem vai a um funeral, ttebane.

-Irei daqui a pouquinho mãe. Ao MEU funeral. –Ela pareceu entender.

-Olha, o Hiashi não é tão mau assim. Tá certo que ele está sempre com cara de bunda, não ri nunca, é sempre severo... –Pareceu medir suas palavras assim que eu a olhei com incredulidade. –Quer saber? Você tem completa razão. Ele é um cuzão mesmo, ttebane.

-*gota 20 litros*Valeu mãe, ajudou pacas. –Respondi sadicamente. Ela não gostou do meu deboche.

-Pelo menos estou tentando te animar, seu ingrato! Que isso, Naruto? Não foi assim que eu te criei, ttebane! Onde está a educação que eu te dei? –Tecnicamente, você e meu pai não me deram educação nenhuma.

-Gomen. –Isso pareceu animá-la um pouco. –Onde fui amarrar meu burro? –Suspirei e coloquei as mãos nos meus cabelos arrepiados, alisando-os nervosamente.

Não estou arrependido de namorar a Hina-chan, não mesmo. Do que tenho medo é do pai dela, -ttebayo. Aquele véio zoiudo com mó cara de cu mal lavado me dá arrepios desde pequeno. Ele estava nos meus pesadelos de infância. Sempre achei que ele parecia um zumbi, com aqueles olhos brancos, aqueles cabelos longos jogados pra trás e a fuça feia cheia de rugas [nem sei como ele tem rugas, já que a expressão é sempre a mesma, -ttebayo. Tá sempre com cara de bunda]. E agora, o zumbi dos meus pesadelos vai comer meu cérebro. AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!!

FUJAM PARA AS MONTANHAS!!!! SALVE-SE QUEM PUDER!! ADOLESCENTES AFLITOS E MULHERES PRIMEIRO!!

Para aumentar meu desespero, okaa-chan veio com essa:

-É mesmo. Você devia ter pensado nisso antes. Eu acho que estou começando a concordar com a Haruno quando ela te chama de impulsivo, ttebane.

-QUAL É, -TTEBAYO?! VOCÊS FICARAM ME ENCHENDO O SACO PRA NAMORAR COM A HINATA, AGORA TÁ RECLAMANDO?! O QUE TU QUER DA VIDA, MULÉ?! AIIII!! MERDA, DOEU, MÃE!! –Gritei quando ela me deu um cascudo.

-Mulé? Olha como fala comigo moleque! Sou tua mãe, tu me respeita, ttebane! –Esfreguei minha cabeça. –E não ficamos enchendo o saco, tá?

-Não? E o que é isso aqui? –Aponto pro flashback.

-------------------------------[flashback]---------------------------------------

Estávamos sozinhos perto do acampamento da ANBU. É agora, Naruto!

-Hinata, eu... –Nisso, okaa-chan, otou-chan e Touya pulam da moita e gritam:

-AHÁ!!! TÁ NAMORANDO! TÁ NAMORANDO! –AAAAAARRRREEEEEE!!!

Nossa, eu dei um pulo tão alto que acho que se estivesse perto do morro das estátuas naquela hora teria subido na cabeça do meu pai. E Hinata desmaiou de susto.

---------------------------[flashback off]-----------------------------------

PQP! Agora entendi porque a Hinata me deu um gelo durante um mês. Pra não ficar perto da minha FAMÍLIA QUE PRECISA SER URGENTEMENTE TRANCADA EM UM HOSPÍCIO, -TTEBAYO!!!

-Prova suficiente pra você? –Perguntei encarando-a. Ela tinha o dedo sobre a boca, e estava com uma cara de “uh! Fudeu. Fui pega!”. Nisso, dá um sorriso colgate e sem vergonha, mas não disse nada. Ponto “pra eu”, dattebayo!

-Vem cá, pra que tu veio, afinal? –Perguntei de má vontade. Ela fez aquele L estranho que geralmente faz com os braços quando está animada e disse:

-É claro que eu vim pra PROTEGER MEU BEBÊ, TTEBANE!

-AAAAARGH!!! QUE BEBÊ?! NÃO TEM NENHUM BEBÊ AQUI, –TTEBAYO!!! –Ela apertou minha cabeça contra os seios, me esmagando.

-Tem sim. Você é o bebê lindinho da mamãe, então, eu estou aqui pra me certificar de que Hiashi não vai fazer nada contigo, meu amor. S2 –Apoiei as mãos em sua cintura e com isso usei-as para me afastar dela. Demorou, mas finalmente largou minha cabeça. Minhas orelhas doíam.

-Porcaria mãe, por que você faz isso? Dói pacas, -ttebayo! –Nisso ela deu um sorriso muito maligno que me lembrou a Kyuubi e disse com um forte tom de falsete na voz:

-Juuura? Eu não sabia, meu amor. Desculpa mamãe? –Meeeeedo. Ela sabia o tempo todo, -ttebayo...

Ela é do mal.

-*gota* Eu tenho medo de você, -ttebayo...

-Por quê? –Perguntou com cara de sonsa. E ELA AINDA PERGUNTA!

Eu apontei o dedo pra ela pra dar uma resposta à altura, mas ela disse de cara emburrada:

-Apontar o dedo pra mãe faz ele cair, sabia?

Iria responder, já estava até abrindo a boca quando ouvi a porta abrindo às minhas costas. Meu sangue gelou. Me virei bem devagarzinho, sem fazer movimentos bruscos para que aquela fera zoiuda não me atacasse. Quando me virei, me deparei com a cara feia do sogrão me encarando com a mesma expressão fechada de sempre, e ao seu lado Neji também não estava com cara de quem está pra brincadeiras não. Aliás, ele tava me encarando assim desde ontem, quando pedi a Hinata em namoro na frente de todo mundo. Campo minado, agora eu tenho que tomar muuuuito cuidado, -ttebayo.

Rimei de novo! Que meeeerda, -ttebayo!

-O que você quer comigo? –Perguntou ele asperamente. Eu abri a boca, mas não saía som nenhum. Porcaria, tava suando feito um porco. Hiashi correu os olhos pela sala e assim que bateram na minha mãe, eles se arregalaram de pavor instantaneamente. –O que você está fazendo aqui? –Grifou o “você”. Ela o encarou com sua típica cara que mais parecia a de uma criança que foi pega por um adulto fazendo merda e sorria porque ele não poderia provar e disse afavelmente:

-Vim evitar um acidente e dar apoio moral pro meu filho, ttebane. –A encarei incrédulo, mas ela simplesmente piscou os olhos e sorriu inocentemente de orelha a orelha com a boca fechada. Aquele sorriso também poderia ser interpretado como zombeteiro. Hiashi a encarou assustado por alguns segundos. Pode ser só impressão minha, mas acho que ele se pela de medo da okaa-chan, -ttebayo. Posso usar isso ao meu favor, muahahahahahahahah!

Gaaaah! Maldita rimaaaa!!

Ele se voltou para mim e perguntou:

-Bem, Uzumaki Naruto, o que você quer comigo?

PQP, é agora, Naruto!

-E-eu v-vim p-p-ped-d-dir a-a m-ã-ão d-da H-Hinat-ta e-em na-na-namoro. –Ttebayo! –Nossa, eu tava suando muito. Ele me encarou incrédulo e perguntou:

-Como é que é? Não entendi nada.

Fudeu.

-Eu...

-Ele quer a mão da sua filha em namoro, ttebane! –Respondeu okaa-chan antes de mim. Hiashi a encarou estupefato e depois seu olhar furioso se voltou pra mim, com um tom de fúria controlada na voz, disse:

-Você quer namorar a Hinata?

Assenti com a cabeça. Ele parecia que ia negar, mas okaa-chan o lançou um olhar tão assustador que ele começou a suar.

-Saiba, Uzumaki Naruto, que não quero que minha filha namore qualquer um... –Começou ele, mas foi cortado por okaa-chan.

-Ele é um membro do esquadrão ANBU, herói da vila condecorado, discípulo do Jiraya e é o filho mais velho do Hokage, Hiashi. Meu Naruto não é qualquer um, ttebane! Ele é um ótimo garoto e gosta muito de Hinata-kun, e ela dele, então, por que raios você não quer que ela o namore? –Seu olhar se tornou frio por um instante. –Ou será que o problema sou eu? –Ela o encarou de um jeito assustador. Hiashi parecia muito nervoso. Eu também ficaria se uma jinchuuriki assassina estivesse me encarando daquele jeito.

-I-impressão sua, Kushina. E-eu... –Me encarou e fez uma cara de nojo, que por sua sorte okaa-chan não percebeu. –Deixo que Naruto namore Hinata. Mas ai dele se fizer minha menina sofrer. –Seus olhos adquiriram um brilho assassino. Engoli em seco.

-Pode deixar, ttebane! Eu vou ficar olhando esse moço bem de perto. –Me fuzilou com o olhar. Se olhar matasse, eu teria sido morto umas 15 vezes só nessa “visitinha casual” ao sogrão, a maioria delas pela minha própria mãe. Hiashi assentiu com a cabeça, mais relaxado. Nos levantamos, o cumprimentamos e ele nos acompanhou até a saída. Já no lado de fora, ela parecia estar muito mais relaxada. Sorriu e batendo as mãos uma na outra, disse:

-Até que foi fácil. Missão cumprida, ttebane!

-Como você conseguiu que ele deixasse? Aquilo foi assustador. Incrível, mas assustador, dattebayo.

Ela sorriu e colocando a mão na cintura, bagunçou meus cabelos com a outra.

-Eu sou o trauma de infância do Hiashi. Eu enfiava a porrada nele e no irmão quando eles caçoavam de mim e me chamavam de Tomate. Não só neles, mas no Fugaku, no Shikaku, no Inoichi, no Chouza e no teu pai também, ttebane. –Disse ela contando nos dedos e riu ao ver minha cara de horror.

Assustadora, isso que ela é, dattebayo. Simplesmente assustadora.

Nisso, Neji saiu correndo pela gente. Gritei seu nome, e assim que ele parou eu perguntei:

-Você viu a Hinata? Eu não a vi pela casa...

-Sim. Ela saiu hoje cedo porque o Hokage a chamou. Aliás, ele chamou a mim também e eu estou atrasado, por sinal. Com licença. –E saiu. Estranho. O que o velho ia querer tão urgente com os Hyuuga?

-Ah, tá. –Ouvi okaa-chan resmungando às minhas costas. –Deve ser aquele assunto...

-Hã? Qual assunto, dattebayo? –Perguntei. Ela sorriu e disse:

-Nada não, filhote. Só estava pensando alto, ttebane. –Ela acha mesmo que eu caí nessa?

Saiu andando devagar, com as mãos para trás, chutando o chão distraidamente e olhando para as nuvens sonhadora.

Estranha. Ela é assustadora e estranha, dattebayo.

                                      [pov. Touya]

Obrigada, otou-chan. Muito obrigada mesmo por causa daquele treinamento. Foi uma mão na roda.

Eu corria que nem uma desesperada pra chegar a tempo à Academia, onde Hoshi e Satoshi me esperavam. É, hoje eu darei meu primeiro passo em direção ao cargo de chuunin. Se eu passar no exame chuunin, serei reconhecida como uma ninja de verdade, e não como somente a filha do Yondaime. Há!

Aumentei a velocidade para chegar ainda mais rápido. Você vai ver, pai. Você vai ver, onii-chan. Vocês todos vão se orgulhar de mim.

Avistando meus colegas mal-humorados à porta da Academia, dei um salto e parei atrás deles. Como são idiotas, não me notaram. Me aproximei sorrateiramente e dei-lhes um susto, fazendo-os pular dois metros.

-BUUU!

-GAAAAAHH!!

-HAHAHAHAHAHAHAHAHAH!!!

-TOUYA-CHAN! Isso é coisa que se faça?! –Disse o Uchiha com a mão no peito, tentando se recuperar do susto.

-Uzumaki! Além de chegar atrasada, ainda quase nos mata, sua peste! Vamos logo! Estamos no horário. –Enxuguei uma lágrima que caía dos meus olhos e concordei. Uchiha, Inoue e eu ultrapassamos a porta e atravessamos o corredor. Subimos as escadas até a sala onde ia ser feita a prova, e assim que chegamos lá, nos deparamos com três brutamontes com bandanas da Aldeia da Grama um de cada lado da porta. Hoshi e Satoshi se encolheram atrás de mim.

-Q-quem são eles? –Perguntou Satoshi tremendo.

-São enormes, nossa! Eles dão três de cada um de nós. –Revirei os olhos. Meus heróis.

Como meus parceiros podem ser tão moles?

-Ai, vocês são muito frouxos. Deixa que eu falo com eles. –Me adiantei até que parei defronte aos grandalhões. Eles me olharam com desdém e eu disse com a maior cara de cachorrinho que caiu da mudança possível e uma vozinha muito macia. –Com licença, senhores, mas vocês poderiam nos deixar passar? Por favor? Queremos fazer o teste.

-Cai fora, cabeça de fósforo. Se vocês não entrarem, menos concorrência pra gente. Se bem que, vocês seriam esmagados por nós como insetos. –Riu com desdém, me olhando de cima. Meu rosto ficou quente e eu cerrei o punho.

-Não tenha tanta certeza, bobalhão. Eu acabo com vocês em três segundos. –Sorri malignamente. –Ou menos.

-Olha! A pirralha cabeça de fósforo é atrevida. –Disse o da direita. –Shouzen, deixa eu acabar com a marra ela. –Referiu-se ao do meio, que era o mais gordo e feioso. Ele me encarou com os olhinhos de porco brilhando como duas esferas negras cheias de maldade e sorriu deixando à mostra seus dentes tortos e amarelados.   

-Não demore muito tempo, Roku. Vamos nos atrasar.

-Falou. –Ele sacou a espada que carregava nas costas. Meus parceiros tentaram me ajudar, mas barrei-os com a mão.

-Deixem comigo! –Gritei e pulei bem a tempo de evitar o ataque. Sorri. Hora de me exibir um pouquinho. Afinal, meu pai não treinou minha velocidade pra nada.

-Ora, sua... –Ele deu um ataque que desviei com maestria, jogando minha cabeça para o lado. Tentou atacar de novo, mas dei uma cambalhota e saltei. Meu Kami, como é lerdo! Sorrio. Isso é muito divertido!

-*gota* Ela tá brincando com o grandalhão... –Disse Hoshi atrás de mim.

-*gota* Touya-chan dá medo. –Concordou Satoshi.

-Puta que pariu, o que deram pra essa menina?! –Exclamou o grandalhão que até agora esteve quieto. Meus parceiros estavam boquiabertos, até que Hoshi gritou:

-Hey, Touya-chan, quando foi que ficou tão rá... –Olhei pra ele que estava simplesmente horrorizado. O meu atacante aumentara a velocidade dos golpes, e eu a minha de tal maneira que sabia que meus movimentos aos olhos dos outros não passavam de meros borrões. Eu sei muito bem porque o otou-chan fazia isso comigo toda hora.

Ele deu uma porrada tão forte com a espada que destruiu o chão, fazendo um buraco na madeira e as pessoas no andar de baixo gritarem quando os escombros caíram. Dei uma cambalhota no ar de novo e acertei em cheio seu nariz com meu pé direito, caindo de pé graciosamente como um gato. Ele colocou a mão no nariz que sangrava, hahahahah. Eu sou foda ou não sou? Eita! To ficando desbocada que nem o onii-chan.

-Oh, desculpe. –Disse zombando da cara dele. –Eu quebrei essa batata que você chama de nariz? Desculpa.

-Ora, sua pirralha! Agora você vai... –Ele atacou, mas assim que veio pra cima dei-lhe um soco no estomago que o fez cuspir um pouco de saliva, e girando em meus calcanhares, dei-lhe uma pancada na nuca que o fez cair. Levantou-se e correu até mim, tentou acertar um soco no meu rosto, mas desviei, dei um giro e acertei um ponto em seu pescoço com meus dedos indicador e médio. Ele caiu, desmaiado. Ia cair em cima de mim, se eu não tivesse dando um passinho pro lado, desabando-o no chão. Meus parceiros e os dele me olhavam assustados. Coloquei a mão na cintura e com a outra que eu usei para atacá-lo, peguei meus dedos e soprei-os como se fossem armas de fogo.

-Seu demônio! O que você fez com ele?! –Gritaram os parceiros.

-Ninjutsu: Juuyouna tsubo. Técnica nível B que a okaa-chan me ensinou. Consiste em pressionar os pontos vitais da vítima, mas é preciso uma dosagem certa, exatidão no golpe e conhecer muito bem o corpo humano. –Sim, pode falar, eu sou sinistra. –Geralmente usada pelo pelotão médico de Konoha pra imobilizar ou matar o inimigo. –Grifei o matar e me diverti muito com a cara de horror deles. –Bu! –Eles correram de terror, levando o parceiro nas costas e quase atropelando meus parceiros, que por sinal, me olhavam com umas caras muito idiotas. –Por que vocês tão me olhando desse jeito? –Perguntei.

-Touya-chan, é nessas horas que eu agradeço por estar na sua equipe. –Disse Satoshi.

-Hã? Por quê?

-Porque você não vai ter que lutar contra a gente. –Completou o Uchiha.

-Talvez lute. Onii-chan me falou que a terceira prova é um torneio mano a mano. Talvez eu tenha o azar de cair contra um de vocês. –E saltitando, entrei sala adentro, mas ouvi Inoue resmungar:

-O que o Hokage-sama e a Uzumaki-sama dão pros filhos? Supervitamina? Poxa, o Naruto-senpai já é sinistro, e agora a Touya-chan também. To achando que o Hokage-sama e a esposa fazem experiências com os filhos pra deixá-los mais fortes.

-Bizarro. –Comentou Hoshi. É, esses são meus parceiros viciados em teorias da conspiração.

                                      [pov. Touya ends]

...

A sala do Hokage estava cheia de gente. Muitos olhavam apreensivos para o loiro sentado atrás da mesa, que só esperava que os que restavam chegassem. Neji estava inquieto ao lado da prima, que também estava nervosa. Rock Lee perguntou:

-Hokage-sama, quem exatamente estamos esperando? O que você quer conosco?

-Espere e verá. –Disse Minato simplesmente. Lee estranhou e os outros dez já achavam que o chamado do Hokage fora pura perda de tempo. Afinal, chamar os times Kurenai, Asuma, Kakashi e Guy ali todos juntos sem os sensei sugeria missão. Tenten indagou:

-É uma missão, Hokage-sama?

-Mais ou menos. Eu vou... –Ele parou assim que Kushina e Naruto irromperam pela porta. Ele sorriu para a esposa, enquanto o filho estranhava tanta gente junta no mesmo cômodo, mas sorriu quando Hinata se adiantou para abraçá-lo. –Está atrasada. Como sempre. –Disse o Hokage para a jinchuuriki. A ruiva sorriu sem graça e colocando a mão atrás da cabeça, disse:

-Desculpe. É que demoramos mais tempo do que deveríamos na casa dos Hyuuga. Yo, pessoal. –Eles cumprimentaram a jinchuuriki com um coro. Minato suspirou e disse:

-Bem, já que finalmente estamos todos aqui, resolvi falar para vocês do Jounin Shiken, que...

-Jounin Shiken? Não era chuunin? –Cortou Kiba.

-Não, não é não. O Jounin Shiken é um evento parecido com o chuunin shiken, mas disputado por jounins e ANBU, realizados por causa de um acordo de paz e comercio entre as 5 nações shinobi. Serão 4 provas, e cada vila oculta deve levar 15 representantes, sendo um time com 12 membros, jounin ou ANBU, dois onnin de segurança e um taichou, que servirá como um sensei para o time de 12 integrantes. Acontecerá em dois meses em campo neutro, e vocês doze foram escolhidos para participar como representantes do País do Fogo. Perguntas? –Shino levantou a mão. –Sim, Aburame?

-Por que a gente?

-Por que não vocês? –Perguntou com um sorriso debochado no rosto. –Estão livres pra escolher se querem ou não. Não estou apontando uma kunai pras suas gargantas nem nada. A decisão é sua. –Minato os encarou por alguns minutos enquanto se decidiam. Tenten sorriu e disse:

-Por que não? Vai ser legal, não é Neji, Lee?

-Siiim! –Gritou Lee entusiasmado e fazendo pose de “Nice Guy”. –Vamos mostrar o fogo da juventude!

-Aff, ninguém merece. –Neji revirou os olhos. Naruto sorriu, também estava louco para entrar em ação. Todos se juntaram em um montinho e começaram a cochichar discutindo sobre o que fariam. Kushina parou ao lado do esposo e colocou a mão em seu ombro enquanto os garotos confabulavam. Depois de uns 5 minutos assim, Sasuke se adiantou e disse:

-Todo mundo topou.

-Excelente! –Exclamou o Hokage alegre. –Bem, então, o time de Konoha já está certo. Bem, explicando o regulamento, vocês terão treinos acompanhados coordenados com seu taichou para treinar estratégia em batalha e acostumá-los a trabalhar todos juntos. Os treinos serão...

-Legal, tudo bem, mas, Hokage-sama, quem será nosso taichou? O Kakashi-sensei? Ou o Yamato, talvez? Itachi-nii-sama? –Perguntou Haruno timidamente, saindo de trás de Sasuke para que o loiro pudesse vê-la. Minato suspirou.

-O taichou de vocês foi escolhido pelo conselho. É um bom ninja, ex-líder da Ninjutsu no Kousen-tekina no Konoha kaihatsu-ka (Divisão de Desenvolvimento de Ninjutsu Bélico de Konoha) e um ex-sensor do chuunin shiken. Espero que sobrevivam na mão de seu taichou. –Suspirou e olhou para os papéis que estavam em sua mão, documentos que tinha que assinar. Os garotos sentiram um arrepio correr-lhes as espinhas. –Iam escolher Mitarashi Anko, mas queriam alguém mais assustador.

-O que? Pior do que a Anko?! –Exclamou Ino, chocada. –Ela é horrível, lembro bem, pobre Naruto... -Olhou para o loiro Uzumaki, que engoliu em seco. –Morino Ibiki, então. Aquele cara era bizarro. –Arriscou. Minato não os encarou, mas disse, correndo os olhos nos papéis e depois olhando feio para Kushina quando ela espichou a cabeça pra olhar o que ele lia:

-Pior. Mais louco que o Ibiki e a Anko.

Eles tremiam na base. Não conseguiriam pensar em alguém mais maluco que a sua sensora da segunda prova no chuunin shiken ou tão aterrorizante quanto o sensor da primeira prova. Enquanto quebravam a cabeça para pensar em quem poderia ser, Minato ainda lia os papéis, com a ruiva lendo por cima de seu ombro. Parando os olhos em uma parte do papel, resmungou algo como “que complicação”, e assim que Kushina levantou o dedo e abriu a boca para dar sua opinião, ele levantou a mão direita, calando-a. Ela cruzou os braços e bufou.

-Tá bom, desistimos, -ttebayo. Diz aí, velho, quem é o taichou?

-Em primeiro lugar moço, mais respeito quando falar comigo. Sou teu pai, moleque! Segundo... –Sem tirar os olhos do pergaminho, apontou para a esposa. Eles demoraram um tempo para entender, até que Shikamaru exclamou:

-Ela?! Tá brincando?! Ela é a taichou?!

-Naniiii?! –Gritaram os outros.

-Tá brincando, né, otou-chan? A okaa-chan era chefe de um departamento e sensora do chuunin shiken!?! –Perguntou Naruto, já com os cabelos em pé. Kushina respondeu, bufando e cruzando os braços.

-No meio da guerra, como eu era a jinchuuriki não podia fazer muitas missões de campo porque corria o risco de ser capturada pelo inimigo. Embora eu ainda fosse em algumas...

-... E por onde passava deixava um rastro de sangue. –Comentou Minato, apoiando o rosto na mão, um tanto emburrado. A ruiva lhe deu um pedala. –Ai! Doeu! –Reclamou esfregando a cabeça. Todos os presentes tinham gotas na cabeça. Uzumaki pigarreou e continuou falando.

-Bem, como eu dizia, eu não ia na maioria das missões de campo, só nas de eliminação e nessas eu geralmente ia acompanhada desse aqui. –Apontou o marido. –Então, como eu era boa em desenvolver selos e ninjutsu, resolveram me colocar pra trabalhar na divisão. Acabei ficando muito boa nisso e quando vi já era líder. Ttebane! Bem, e quanto ao chuunin shiken, fui sim sensora da segunda prova durante 3 anos. Depois, fui pra Ninjutsu no Kousen-tekina no Konoha kaihatsu-ka, onde me destaquei. E quando vocês tocaram em Mitarashi Anko, achei realmente engraçado, pois na época em que eles fizeram a prova e passaram, eu fui a sensora. –Medo em todos. Naruto se arriscou e perguntou:

-N-não foi você que f-fez aquilo na c-cab-beça d-dele não, n-não é?

-Não. –Eles respiraram mais aliviados. –Porque se eu quisesse machucar de verdade, eu faria pior, ttebane! –Ok, agora foi a hora do desespero. Eles teriam mesmo que treinar SOZINHOS com ela? Sem proteção, sem guardas pra refrear o instinto assassino sua jinchuuriki-taichou louca, nem nada?

Kushina não gostou das caras de horror deles. Colocou as mãos na cintura, irritada.

-Qual é o problema, posso saber? Ttebane!

-N-nenhum, K-Kushina-san. –Disse Ino, gaguejando. –Mas, uma dúvida. Se você era uma líder tão boa, por que não é mais a líder da divisão?

Kushina suspirou, e disse com um certo tom de amargura e irritação na voz:

-Porque, Yamanaka, eu me casei com esse inútil. –Deu uma olhada seca para Minato. –A esposa do Hokage não pode se meter em coisas perigosas e blábláblá. –Revirou os olhos, fazendo voz de falsete.

-Qual é, Kushina? Você reclama de mim pra caramba, mas bem que gosta, senão não estaria casada comigo até hoje!

-Sempre disseram que não tenho nenhum parafuso na cabeça. Estou começando a concordar, ttebane. –Bufou a ruiva, cruzando os braços.

-KUSHINA!! –Aquela cena era muito estranha, mas era engraçado saber dos podres do Hokage com a esposa. E começaram a discutir.

-*gota* Naruto, eles são assim sempre ou é só impressão minha? –Perguntou Shikamaru baixinho.

-*gota* É assim quase todo dia. Liga não. Não dou nem 20 minutos para estarem se lambendo de novo, -ttebayo.

-*gota* Seus pais são malucos, cara. –Comentou Kiba ao lado.

-*gota* Não precisa ficar me lembrando disso, -ttebayo. Eu já sei que eles são pirados.

-Também, sua mãe teria que ser muito louca mesmo para parir você. –Começou Sasuke debochado.

-SASUKEEE TEEEEME!!!! –Naruto tentou partir pra cima do colega, mas foi segurado por Kiba e Shikamaru.

-Vocês são um bando de problemáticos, isso sim. –Comentou Nara, e ao dar uma olhada para o casal discutindo, suspirou. –Espero que quando eu me casar, minha esposa não seja assim. –Colocou a mão nos bolsos assim que Naruto se desvencilhou dele e segurou Sasuke pelo colarinho da camisa.

-ALGUM PROBLEMA AÍ, TTEBANE!? –Gritou a ruiva vendo a confusão. O grito fez os moleques pularem e se colocarem à postos, sacudindo as cabeças negativamente. Ino, que observava a cena, vira que Namikaze e Uzumaki já tinham parado de brigar. Então, disparou mais uma pergunta:

-Uzumaki-sama...

-Hm?

-Você foi afastada do cargo por causa do casamento, certo?

-Certo. E...?

-Então por que a senhora foi escolhida como taichou se não está mais na ativa?

-Bem, a situação dela é a seguinte: –Começou Minato. –Nesse torneio, todas as vilas vão levar seus jinchuurikis para participar, e Konoha também seria obrigada a levar a sua, já que a bijuu em nosso poder é a mais poderosa de todas. Mas, como Kushina não está na ativa, para participar poderia somente ir como taichou da equipe, e o cargo lhe cai bem porque mesmo sendo um tanto cabeça de vento, -Recebeu uma olhada mortal da esposa por trás da nuca. –É uma ninja excelente. Como ela está assim, na sua equipe o cargo do jinchuuriki caberia ao Naruto desempenhar, já que ele tem uma fração do poder da Kyuubi dentro dele. –Todos, menos Sasuke, Sakura e Hinata olharam surpresos para o Uzumaki, que corou ao ver tantos pares de olhos assustados sobre ele. Namikaze pigarreou e os jovens voltaram a focar sua atenção nele. –O que deixaria sua participação um tanto mais necessária, pois ela o está ajudando com técnicas à base do poder da Kyuubi. E também, porque quase ninguém aqui utiliza genjutsu, somente taijutsu e ninjutsu, que são os fortes dela. Fora esses, vários outros fatores. Não gostei da história também, mas foi o conselho que decidiu, não eu. Entenderam?

Fizeram que sim com a cabeça. Kushina sorriu vitoriosa.

-Bem, então, os treinos vão começar ao final das eliminatórias da terceira prova no chuunin shiken. Estejam preparados, ttebane.

-Dispensados. –E a maioria saiu assim que o Hokage deu a ordem, ficando somente Naruto. Ele encarou os dois por um tempo, depois abriu a boca para falar alguma coisa, mas arrependeu-se, sacudiu a cabeça e saiu. O Hokage trocou um olhar silencioso com a jinchuuriki. –Pega leve, tá?

-Até parece, ttebane! –Sorriu. –Eu, pegando leve? Há! –Riu sádica. Minato revirou os olhos.

-Tá legal. –Voltou sua atenção para os papéis. –Só não exagere dessa vez, Ok? O Naruto já está acostumado com sua rotina de treino, mas os outros não. Dê uma colher de chá pra eles. –Ela tirou os papéis da mão dele e se sentou em seu colo. Encarando zombeteiramente aqueles olhos azuis, disse:

-Vou pensar no seu caso. –Minato sorriu e deu-lhe um beijinho.

...

Assim que os três adentraram a sala de aula amarrotada de gennins, um homem de sobretudo preto, cicatrizes no rosto e cara de poucos amigos apareceu em frente à lousa. Sua voz era grave, alta e arrastada, parecia mais um rosnado.

-Boa tarde. Eu sou Morino Ibiki, sensor da primeira prova e daqui pra frente, seu pior pesadelo. –Engoliram em seco. Algo lhes dizia que ele não estava brincando. Ele indicou os chuunins nos cantos, com pranchetas na mão. –Eles vão lhes dar seus números, e quando receberem, irão para seus respectivos lugares. -Deram papeizinhos aos garotos que se sentaram nos lugares que lhes foram indicados, e as provas lhes foram entregues. Touya, que sentara na terceira fileira do lado direito, lançou um olhar preocupado aos colegas. Satoshi encarou a ruiva e assentiu com a cabeça, como se estivesse lhe dizendo que sabia muito bem o plano que eles haviam ensaiado no caminho para a sala da prova, antes de serem interceptados pelos grandalhões. Ibiki continuou. –Vocês irão fazer esta prova escrita com dez perguntas, e sua nota é baseada na da equipe. Se um membro zerar, todo mundo leva zero. Se forem pegos colando 5 vezes você e sua equipe são eliminados e tirarão zero também. E... –Porém, Ibiki foi interrompido por Udon, da equipe de Konohamaru. –O que foi?

-Aqui só tem nove perguntas. –Ibiki sorriu.

-Sabia que notariam isso. Bem, a décima pergunta será à parte. Ela será dada faltando 15 minutos para o término da prova. Vocês têm uma hora. Boa sorte. Vão precisar. –E deu uma risadinha sádica. Touya engoliu em seco. Parece que era isso mesmo. O chuunin shiken havia realmente começado.