Diário de Um Cupido Revoltado escrita por Brasi Blue


Capítulo 5
Dia 2 - Parte 3: Cleph e Kaito


Notas iniciais do capítulo

Agora é que a históra vai se complicar um pouquinho, e com uma pequena luta.



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  Já era quase final da tarde... Não tive tempo de passar na loja de jogos... Mas nada é melhor do que brincar com os mortais. Olhei para com quem eu iria brincar... Bem... Eu já sabia que eu poderia acertar em quem eu quisesse e lançar uma flecha... Segundo o meu manual, não importa em quem acerte, se a pessoa se tornasse gay, ou lésbica, ou bi... Não importaria. Eu lancei a flecha e um garoto de casaco branco que estava andando pela rua... Segundo a ficha que eu tinha daquela pessoa, ele se apaixonaria por uma garota da sala dele. Bem... Adivinhe o que aconteceu... Eu sem querer deixei o meu caderno cair depois que eu acertei a flecha nele!! ERA A PIOR HORA! SE ELE ME OLHASSE ESTARIA APAIXONADO POR MIM!! Eu peguei a tempo dele não me olhar... Mas mesmo assim não deu certo. Ao invés de escrever o nome de uma garota, escrevi o nome de um garoto...


  "Agora ele é gay!"


  Acho que ele iria me xingar de tudo o quanto era nome... Mas... Se desse certo! Eu adoraria ajudar o casal! *risos* Depois eu me dirigi a uma garota loira com uniforme de marinheira. Aquela seria a garota perfeita para um cara que eu vi deitado sobre uma rede. Lancei as flechas nos dois e escrevi o que aconteceria e como eles se conheceriam. Foi o mais engraçado. Eles se conheceram depois de escorregarem no piso escorregadio da loja de chapéus. Eles realmente eram feitos um pro outro... Ou não! Eu lanço flecha pra tudo o que é lado mesmo! Um dos casos mais engraçados foi o caso da velha que se apaixonou por um dono de barraquinha de cachorro quente da esquina perto da minha casa. Eu comecei rir. Voltei pra casa e comecei a chorar de rir na minha cama. Eu anotei todos os casos na minha agenda (os 10 melhores casos):


  "Garoto do casaco branco que se apaixona por um amigo da mesma sala."


  "Menina do uniforme de marinheira conhece rapaz da rede após escorregar na loja de chapéus."


  "Velha apaixona-se por dono de barraca de cachorro quente da esquina."


  "Dançarina de bar conhece um homem da loja de roupas masculinas que era um gay casado com um sueco."


  "Adolescente skatista se apaixona pela garota do rival..." - essa foi dolorida. Eu preferi fugir na hora em que o cara queria me bater.


  "DJ se apaixona por duas garotas da pista de dança..." - eu me arrependi depois de descobrir que a Vicky na verdade era Victor.


  "A vizinha da Calypso se apaixona pelo vizinho do Greg. E o vizinho do Greg tava apaixonado pela tia do 'Meph'." - lol! que rolo deve ter dado!


  "A minha colega de sala, a Nina, se apaixona pelo 'Rod'. Mas aí eu lembrei que o 'Rod' adora desenhar o Mack... Porque não fazer o Mack se apaixonar pela Nina e o 'Rod' pelo Mack?"


  "Sarinha, a metida... ¬¬... Só de raiva (eu odeio ela mesmo!) se apaixona pelo namorado da amiga dela." - iiiiiháaaaaa!!


  "O meu professor de língua inglesa... Pela minha professora de química..." - que meigo...


  Eu chorava e chorava de rir lembrando dos casos. Não estava me agüentando de tanto rir que eu sem querer... "A bolsa de água do meu colchão estourou"... (se você rir, senhor/senhora leitora... VOCÊ MORRE!!) Eu tive que tirar tudo e colocar pra lavar. Minha mãe ficou até estranhando... Quando se é adolescente, qualquer besteirinha de criança... Se torna um mico... Não um KING KONG!! Ai ai... Que m#$%... Tive vontade de me matar na hora. Quando eu estava arrumando as minhas coisas, a campainha atende.


  "Filho! Atende a porta!" - meu pai gritou


  Desci as escadas, escondi as minhas coisas, porque ninguém deve saber que eu sou um cupído. Abri a porta era... Era... O garoto de casaco branco que virou gay!


  "Oi! Eu passei aqui por... A sua carteira caiu e eu... Decidi devolvê-la."


  "Ah! Valeu... Eu... Eu... Estou muito feliz e um pouco surpreso por você ter me devolvido..."


  "Não foi nada... Hey! Você não é o Eros, colega da Calypso?"


  "Sim, sou eu... De onde você conhece a Calypso?"


  "Ela já foi a minha namorada. Bem... Só sei que ela só 'gostava' de mim por interesse... Ela é uma chata beberrona." - realmente, eu não tenho nada confirmando que a Calypso se apaixonasse por ele... Já que ele agora é GAY!! - "Ouvi dizer que você gosta de ir na loja de jogos né? É um dos meus lugares favoritos."


  "Eu também gosto! Qual é o seu favorito?"


  "Aquele tipo hockey e o de dança."


  "EU AMO AQUELE DE DANÇA!! Foi o primeiro que eu joguei quando eu... Eu... Eu me mudei pra cá." - mentira pra tentar enganar mortal


  "De que lugar você veio?"


  "Eu vim da... Da... MÃEEEEEE!! Qual é o nome do lugar que a gente veio mesmo?" - se você não sabe algo... Pergunte a sua mãe! Ela vai saber tudo!


  "A gente veio da Búlgaria!" - ela não estava em um bom dia.


  "Bulgária? Onde fica isso?"


  "Europa. É como um país que ninguém quer saber de nada."


  "Um... Certo... Bem... Eu tenho que ir. Amanhã eu tenho aula. A minha escola não é muito longe da sua, certo?"


  "É. A gente pode se encontrar na frente da sua escola." - engraçado... Estava fazendo um novo amigo. Eu não costumava fazer amigos.

  Ele se despediu e fechou a porta. O garoto parecia ser bacana. Mas uma coisa eu tinha que ver e rever... A minha ficha de alvos, que eu tenho desde mijão. Eu "abundeime" no sofá e comecei a ver nome por nome, data por data... Chequei todos os nomes e olhei um deles... Psiquê Anders! Era a minha professora de artes! Eu tinha anotado o nome dela no caderno e não coloquei por quem ela iria se apaixonar! Que legal né? Eu sou especialmente BURRO em matéria de memória. Será que não existe algum ser inteligente que me poderia me ajudar naquela hora... Bem... Talvez, mas eu não sabia. Eu estava ficando de saco cheio e decidi continuar lançando as minha flechinhas por aí.


  "Aonde você pensa que vai?"


  "Mãe... Eu estou voltando ao trabalho. Eu quero ter a minha vida de cupído de volta. Acham mesmo que eu vou curtir sem antes mesmo brincar?"


  "Lembre-se... O seu contrário estará atrás de você também. Nem tudo na vida é feita de amor, meu filho."


  "Do que você está falando?"


  "Bem... Você é o amor e a paixão certo? Bem... Existe um garoto igual a você que faz as pessoas se odiarem. Mas por favor, se você vai "brincar", certifique-se de que todas a pessoas possuem seus nomes escritos no seu caderno. E só você pode apagar esses nomes entendeu?"


  "Eu entendi mãe! Deixe-me ir!" - e lá vou eu brincar de arqueiro de novo... *wee*


  Eu fui brincando e brincando com as minhas flechinhas cor-de-morango, pra não dizer a p%$&* de cor-de-rosa. Eu esqueci de ir ao salão mudar o meu cabelo. Huahuahuahuahua! A minha flecha acertou um a árvore! Qual é o problema nisso? Pessoas não se apaixonam por árvores! A menos que seja um vegetariano realmente radical, né? Mas eu ainda estava lançando as minhas flechas. Casais de todos o tipos se formavam, surgia uma briga aqui, um puxão de cabelo, um dente quebrado... Mas assim era a paixão... Tornava-se uma loucura atrás da outra. Eu realmente estava no auge das minhas brincadeiras! Não me agüentava mais de lançar as flechinhas e ver os casais se formando.


  "É uma bela brincadeira... Pena que isso pode acabar." - eu conhecia aquela voz...


  "Ah! Não... Você... Fala o que você quer...¬¬" - eu virei e olhei aquele ser de cabelo negro e olhos azuis... Aff... A gente estava sempre brigando...


  "Você não está se esquecendo de nada? Escrever o nome do pretendente da sua professora?" - antes que vocês perguntei quem é eu já vou logo falando... Ele é o Cleph, diga-se que uma parte tirada de mim que serve apenas para criar o ódio entre os outros. Ai ai... - "Sua mãe é bem atenta né? Ainda bem que você já está crescidinho pra ter que ficar sendo acompanhado por ela esse tempo todo."


  "Filho da..."


  "Se completar a frase você vai ver quem é a vadia que me pôs no mundo, ok?" - pior... É que antes mesmo deu poder completar as minhas frases... Ele já sabe. Mas só isso MESMO!


  "Tá bom... O que você quer e por que está aqui? Afinal das contar, por que você ADORA me importunar?"


  "Hora... Lembra que eu sou parte de você? Ou se esqueceu disso? Bem... Antes mesmo de me desperdir, queria te deixar uma proposta. Se aceitar, de deixo livre, se não..."


  "Fala a propósta e depois você completa. Eu não tenho tempo pra ficar escutando você."


  "Hum... Eu quero aquele garoto e a Psiquê... Sei que os dois são conhecido e são muito amigos... E eu quero que o garoto se torne o pior pesadelo da vida dela... Quero que Psiquê sofra!"


  "C#$%!! PQP!!! Você tá querendo brincar com a minha cara!?"


  "Não... Ops! Na verdade... Eu quero e muito!"


  Na mesma hora eu saquei uma das minhas flechas e comecei a atirar nele. Eu não tenho dó e nem piedade das minhas vítimas, principalmente os que estão na minha lista de apaixonados. Ele também tem um arco e várias flechas. E então começou a luta. Francamente, eu odeio lutar, mas quando me provocam demais... É que eu me torno um ser imperdoável. Nossas flechas acabavam atingindo pessoas inocentes e maliciosas. Nós acabávamos não ligando e nem escrevendo seus nomes nos nossos cadernos, que era uma regra.  Se não escrevessemos os nomes, o efeito acabava em uma hora. Mas não era tempo... A luta foi acabando e mudando de lugar para um riacho. Acabei caindo no lago... Fiquei todo encharcado... Droga! Era minha blusa nova!


  "Achei que gostasse de banho quente. A águas termicas deste local são bastante relaxantes não é mesmo?"


  "Cala... A... Boca, Cleph. Acho que você deveria correr atrás de uma garota, tá precisando desabafar essas suas máguas no seu coraçãozinho cinza..."


  "Olha aqui seu vadio! Lembra que eu sou parte de você e posso acabar com você nessa mesma hora! Na verdade... Acabar com nós dois..." - ele havia pegado uma das flechas dele e colocado em direção ao peito. Se ele morresse, eu morria junto. E as flechas dele tem um poder muito forte, como os meus.


  "Cleph... Para... Eu... Eu..."


  "Aceita a minha proposta, 'cupidinho'?"


  "Claro que..." -  nessa mesma hora eu joguei ele na água... Assim ele também relaxava um pouco. Depois dessa tivemos aquela briga de criança na piscina (que infantil! depois dessa, eu vou virar ERMITÃO!) ele se aproveitou da minha boa vontade de e me deu um caldo... Só que ao invés dele empurrar a minha cabeça na piscina... Ele me deu um abraço de urso e fechou o meu nariz!


  Ele fez aquela cara maliciosa e me deixou sem ar até eu desmaiar... Safado, Idiota, FDP, Trouxa, Sádico, Filhote de Cruz Credo, Demônio, Clone do Matrix, Cara de Macaco, Lacraia... (continua xingando até o final da página do caderno). Fiquei desmaiado até o "créphuxu" ir embora... Na mesma hora, eu só senti um par de mãos geladas encostando no meu rosto...


  "Vo... Cê..." - eu desmaiei de novo...


  Eu acordei em casa no meu quarto... Eu estava com muito frio... E também estava muito machucado. Aquelas p$%& de flechas rasparam e me acertaram... Por pouco eu não fui morto. Mamãe chamou o médico e tive que ficar em casa e perder o resto das aulas inicias (pelo menos uma coisa que eu estava curtindo). Meu pai só não me matou porque ele sabia que eu havia lutado... E lutado muito! A pessoa que me resgatou não estava sozinha... Era a Psiquê... E o muleque do casaco branco... Eu ainda não sabia o nome dele...


  "Você está bem, Eros?"


  "Estou... Ou não...?"


  "Aqui estão as almofadas, professora. Onde eu as ponho?"


  "Ponha nas costas, braços e pernas. Ele precisa ficar descansado e relaxado. Deve ter sido difícil pra ele... A pessoa que fez essas marcas... Queria muito que ele se machucasse." - ela tocou nas minhas marcas com tanto cuidado que eu nem senti. Mas havia um toque que... Não era o dela... Acho que era o do muleque... Putz... Ele também tinha as mãos bem suaves... "Você tem aula amanhã. Não deveria estar dormindo?"


  "Eu tenho mas... Eu não queria deixar o meu amigo aqui sozinho... Eu... Eu vou dormir aqui!"


  "E a sua mãe vai deixar?"


  "Ela me conhece muito bem. Sabe que eu não iria matar a aula pra ficar indo ao bar." -  era verdade. Ele era muito obediente.


  "Bem... Eu... Estarei indo então... Boa noite."

 
  "Boa noite." - eles se despediram e fiquei sozinho com ele no quarto. - "Eros... Você pode falar?"


  "Posso... Eu ainda não fiquei mudo. Eu nunca perguntei o seu nome."


  "Eu sou o Kaito. Todo me chamam de 'Kait' ou 'Kai'. Prazer em conhecê-lo." - antes mesmo de falar a minha terceira frase com o Kaito, eu percebi que ele tinha um anel azul e verde no dedo médio com um nome.


  "Você está... Namorando?"


  "Estou... Mas... É com um garoto... O nome dele é Andrew... Nos conhecemos faz pouco tempo..."


  "Puxa... Seus pais sabem?"


  "Sabem. Eles não aceitaram no início... Mas viram que era a minha opção e eu... Bem... Aceitei o namoro."


  "Amanhã você vai vê-lo?"


  "Ixi... É mesmo... Eu tinha marcado de se encontrar com ele para comprarmos a decoração da festa que haverá na nossa escola. Bem... Se você quiser ir, pode ir! Está convidado."


  "Valeu mesmo Kaito. Huh... Se eu te contasse um segredo... Você não contaria pra ninguém? Me promete?"


  "Prometo..." - ele falou em um tom mais baixo - "Qual é o seu segredo?"


  Cheguei, com o resto da força que eu podia no ouvido dele e falei cochichando. Bem... Seria complicado explicar pra minha mãe, mas... Eu não poderia deixar um amigo sem saber a verdade.


  "Eu sou o Cupido... Eu que acertei a flecha em vocês dois. Eu sei disso porque eu te vi na rua hoje de manhã, perto do shopping. Você estava indo comprar um presente, mas antes mesmo de você fazer isso, eu deixei minha caderneta cair... Aí quando eu fui pegar, uma das minhas flechas te atingiu... E você se apaixonou pelo Andrew..."


  "Você está falando sério?" - nós continuamos a falar um do ouvido do outro bem baixinho. - "Mas essa era a sua inteção? Se vingar de mim?"


  "Não... Eu não tinha a inteção... Eu costumo brincar com as pessoas... Mas com você... Era para ser uma garota. E acabei escrevendo o nome do seu colega... Eu sei que vocês se odiavam e que adorava pegar no pé dele... Mas..." - antes deu completar ele só encostou o indicador nos lábios e falou.


  "Não precisava... Eu suspeitava que algo iria acontecer comigo... Sabe quando você fica desenhando uma pessoa e... Sem querer, você não para?"


  "Mais ou menos isso, acontece comigo. Mas eu gosto de atirar flechas. Eu não sei desenhar. Mas sei criar poemas e músicas."


  "Tem como... Você criar um poema pra ele? Ou sei lá! Você é que é o 'deus do amor', né? Então, me ajudaria em criar um poema para ele?


  "Acho que dá. Vou ver o que posso fazer por você." - na mesma hora ele me deu um abraço de urso. - PQP!! MEUS ARRANHÕES, C$#&*!!


  "Desculpe... Eu me empolguei..."


  Naquela noite eu tinha feito mais um amigo. Ele era de confiança mesmo. Acho que nunca vi um amigo como ele... Bem... O Greg e o "Meph" também são gente boa e... Esqueci deles? Nunca mais conversei com eles... Como eu sou cabeça dura, hein? Acho melhor eu voltar lá no iniciozinho mas sem parar a minha vidinha de cupido, sacas? E se o Cleph aparecer de novo, eu vou chutar a bunda dele até ele descobrir o que é uma verdadeira dor na bunda! Huahuahuahuahuahuahuahuahuahua!! Tá ficando tarde e eu... Tô ficando sem força pra escrever... Depois daquela luta contra aquela mulherzinha... Aff...


See Ya e ME DEIXA DORMIR!!


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem e... See Ya!



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