Mercy escrita por M4r1-ch4n


Capítulo 5
Capítulo 4




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          Hermione não lembrava de ter examinado tão bem o chão do Ministério como naquela manhã de segunda-feira. Mordendo o lábio inferior em um misto de raiva, tensão e vergonha, a bruxa deslizou o mais rápido que ela pôde até sua sala no Departamento para a Regulamentação de Criaturas Mágicas, tomando cuidado para não desgrudar os olhos do piso. Aparentemente, o nível de leitura dos funcionários do Ministério não andava tão alto quanto ela supunha; por mais de uma vez a jovem se sentiu observada como se ela tivesse duas cabeças ou asas de hipogrifos nas costas.
          Um suspiro de alívio audível escapou da sua boca quando ela se viu à sós na sua sala e livre daqueles influenciados por Rita Skeeter; nem mesmo Adrienne havia chegado ainda. Aproveitando o silêncio momentâneo, Hermione sentou-se à sua mesa e decidiu terminar todas as suas tarefas para o departamento; ela tinha até o final daquela semana para se desligar em definitivo do seu antigo trabalho e assumir seu posto de assistente no Departamento de Aplicação das Leis da Magia.
          Foi só então que a bruxa notou vários memorandos flutuando sobre a sua mesa, esperando pacientemente para serem lidos. Estranhando a quantidade de recados em uma segunda-feira quase sem presença humana naquela hora, ela não se surpreendeu ao abrir o primeiro e descobrir que se tratava de uma cobrança para a entrega do relatório sobre lobisomens que Wiblin havia pedido. Respondendo o mesmo rapidamente, ela passou aos próximos dez recados, todos com a caligrafia de Ron.
          Empurrando uma mecha de cabelo castanho para trás, Hermione suspirou pesadamente ao tomar conhecimento dos pedidos confusos do namorado. O ruivo se desculpava na maioria dos recados, mas em outros ele dava a entender que ainda culpava a bruxa por toda a situação embaraçosa do Baile do Ministério. Furiosa com a imaturidade do namorado, ela passou então ao último memorando que tinha a caligrafia de Harry: tratava-se, na verdade, de um pedido de Ginny para que ela almoçasse com a amiga, a fim de confirmar se Hermione estava de fato melhor depois do escândalo proporcionado por Rita Skeeter.
          A bruxa rabiscou uma resposta afirmativa rapidamente, dizendo que a ruivinha poderia levar Harry junto, se quisesse; fazia um bom tempo desde a última vez que a única garota do Trio de Ouro havia almoçado com o herói de toda a população bruxa. Despachando o memorando e vendo o pedaço de papel flutuar suavemente na direção do departamento dos aurores, ela então notou um envelope com seu nome sobre a mesa, esperando para ser lido.
          Abrindo a correspondência rapidamente, ela se surpreendeu ao não reconhecer a caligrafia ali presente. A escrita era elegante e fluida, trazendo apenas duas palavras: "Muito obrigado". Não acompanhava qualquer assinatura ou indicação que pudesse ajudar Hermione a descobrir a origem do bilhete, a não ser um leve cheiro de ervas que parecia vir do próprio papel.
          A garota não teve tempo para pensar muito a respeito do recado misterioso; os passos característicos da figura gorducha de Lewis Wiblin soaram no corredor, fazendo a bruxa esconder os recados amassados de Ron em uma gaveta e retirar o pergaminho do seu relatório de uma pasta, tudo isso em tempo recorde.
          - Ah, senhorita Granger.
          - Senhor Wiblin.
          A jovem bruxa suspirou aliviada por não encontrar qualquer traço de escárnio ou superioridade na face séria do seu chefe; ele parece não ter escutado nada sobre o Baile ou então... Ele realmente não se importava com esse tipo de notícia, o que invariavelmente faz um pequeno sorriso nascer no rosto de Hermione. O bruxo mais velho pareceu não entender a origem da curva nos lábios da sua funcionária, mas não fez qualquer pergunta, lançando um olhar de desaprovação à mesa ainda vazia de Adrienne.
          - Já que a senhorita Widdershins não vai nos dar a graça de sua presença tão cedo... É melhor terminarmos logo com isso. Vamos, Granger.
          Dando meia-volta, a figura baixinha do bruxo sumiu de volta no corredor, fazendo Hermione correr atrás dele. Tirando as rugas das suas vestes cinza, ela esfregou as mãos que estavam geladas com suor e receio da sua entrada no Ministério; agora que ela já havia enfrentado a primeira leva de olhares invejosos, incrédulos e hostis, ela não achava que os ataques silenciosos que a esperavam ao longo do dia seriam tão piores.
          - Onde estamos indo, senhor Wiblin?
          - Aplicação das Leis. - ele respondeu lacônico, entrando no elevador junto com a funcionária e outros bruxos do Ministério - Você vai conhecer sua futura chefe e ter uma breve explicação do seu trabalho lá.
          - Mas eu achei que ainda tivéssemos essa semana para terminar os trabalhos antigos! - a garota de cabelos castanhos respondeu, sua expressão de espanto no rosto arrancando algo que parecia com o fantasma de um sorriso de Wiblin.
          - Teriam em tese, senhorita Granger. Mas a Aplicação das Leis decidiu que o volume de trabalho deles aumentou demais e que os novos assistentes devem começar imediatamente. Amanhã a senhorita já integrará o quadro efetivo deles, apesar do bilhete que o Ministro Shacklebolt lhe escreveu.
          A porta do elevador se abriu e os dois desceram, caminhando pela nova morada de Hermione no Ministério. Prestando atenção nas salas e na decoração diferenciada do piso, ela quase esqueceu de acompanhar os passos monótonos do seu chefe, correndo para manter-se atrás dele logo depois. Achando que deveria dizer algo, ela acrescentou:
          - O relatório que o senhor pediu sobre os lobisomens está pronto. A Adrienne tinha terminado a parte dela e eu revisei tudo, então...
          - Ah. - ele murmurou, parando na frente de uma porta cujo nome na mesma anunciava "Caroline Levett" - Pelo menos eu terei um último trabalho bem-feito entregue.
          A bruxa levou alguns segundos para recuperar a sua compostura, surpresa com o elogio inesperado do seu chefe. Sem palavras, ela apenas observou a figura diminuta de Wiblin bater com mais força do que a necessária na porta, atraindo os olhares de dois funcionários que cruzavam o corredor àquela hora.
          - Levett? Trouxe Granger para você.
          - Ah, esplêndido! Entre, Lewis.
          A voz feminina que veio de dentro da sala parecia feliz com a notícia, emoção que não se refletia no semblante carrancudo do outro. Abrindo a porta e entrando no escritório na frente de Hermione, o funcionário do Departamento para a Regulamentação de Criaturas Mágicas trocou um cumprimento sem empolgação com a mulher que ocupava uma mesa espaçosa dominada na sua maioria por pilhas de papéis.
          Caroline Levett parecia estar entre quarenta e cinco e cinqüenta anos. Seu cabelo castanho estava preso em um rabo de cavalo elegante e seu rosto tinha pouca maquiagem. Dona de olhos azuis incrivelmente animados e espirituosos, ela abriu um sorriso contagiante ao ver a figura de Hermione na porta, levantando-se no mesmo momento.
          - Senhorita Granger! - ela exclamou, abraçando a jovem bruxa que parecia espantada com a recepção calorosa - É tão bom vê-la! Obrigada por trazê-la, Lewis.
          - Disponha, Levett.
          - Até mais, querido!
          A figura baixinha de Wiblin saiu batendo a porta atrás de si, mas Caroline não pareceu ligar. Pegando as mãos de Hermione nas suas, ela guiou a jovem até uma das cadeiras que estavam na frente da sua mesa, dando a volta rapidamente e sentando-se no seu lugar.
          - Senhorita Granger, estou muito feliz em tê-la aqui. O seu talento e eficiência sem dúvida alguma têm fundamento e creio que nosso gabinete irá prosperar com a sua ajuda!
          - Ah, obrigada, Senhora Levett. - ela sentiu o rosto queimar com os elogios, mas se sentia estranhamente recompensada ao mesmo tempo - Eu estou muito empolgada com a transferência! Mal posso esperar para começar.
          - E espero que realmente esteja! Trabalho não nos falta, como você bem pode ver. - seu sorriso diminuiu enquanto ela apontava para as pilhas de papel que Hermione já havia notado antes - Você será minha assistente, senhorita Granger. Uma mesa será colocada aqui para você amanhã... - ela gesticulou na direção de um lugar que parecia estranhamente vazio naquela sala tão cheia de objetos - E trabalharemos nos mesmos casos.
          - Entendo. - a jovem bruxa concordou com a cabeça - Cada um dos advogados então tem um assistente?
          - Exato. Nossos assistentes antigos acabaram de ser promovidos também, então solicitamos ao Ministro uma transferência mais rápida. O volume de trabalho tem aumentado, você sabe. Mas não se preocupe: não vou pedir para você fazer sustentações orais ou advogar em julgamentos; por enquanto você me ajudará com pesquisa, resumos e fichamentos. A última garota que trabalhou comigo fez uma bagunça com os nossos registros passados; precisamos organizá-los.
          Hermione concordou com a cabeça, resoluta. Ela sabia que podia colocar tudo em ordem.
          - Muito bem, querida. Vamos começar com um passeio pelo nosso andar. Vou lhe apresentar a alguns dos outros advogados, aos gabinetes mais importantes, à assessoria de imprensa... Considere a sua festa de boas-vindas. Infelizmente, muita coisa espera por você em breve.
          - Eu gosto de trabalhar, senhora Levett. Não será problema.
          - Ah, eu sei disso. - ela sorriu ao se levantar da mesa e indicar que a bruxa mais jovem deveria acompanhá-la - Aliás, todo o departamento sabe. Você não tem idéia da inveja que os meus colegas estão sentindo de mim por tê-la conseguido como minha assistente!
          As duas trocaram risinhos cúmplices e saíram pelo departamento. Na cabeça de Hermione, os problemas com Ron estavam cada vez mais distantes.

          Hermione lançou um olhar para o seu relógio de pulso: seis horas e quarenta e dois minutos da tarde. Guardando o suspiro que quase escapou dos seus lábios, a bruxa arrumou o rabo de cavalo que havia feito uma meia hora antes, sentindo o seu cabelo volumoso tentar escapar do elástico.
          Na sua frente estavam pelo menos trezentas fichas de vários bruxos, espécies de certidões criminais do mundo mágico. No topo dos certificados constava o nome completo, local de nascimento, idade e atual moradia de cada indivíduo, os últimos dois dados provavelmente corrigidos com a ajuda de magia. Logo após a qualificação básica do mago vinha o relatório dos seus possíveis processos e condenações, estivessem eles em andamento ou já encerrados.
          Caroline não estivera brincando quando disse que a última funcionária havia feito uma bagunça com as fichas dos arquivos; parecia até que a assistente anterior havia se esforçado em deixar tudo sem qualquer padrão detectável. Olhando para uma longa lista em um pergaminho ao lado que continha os nomes que Hermione deveria encontrar na bagunça e separar para utilizar mais tarde nas atualizações com sua chefe, ela riscou o nome de Lisa Evergreen e passou à próxima ficha, somente para sentir seu queixo quase bater na mesa e voltar.
          - Lucius Malfoy...
          A ficha do atual chefe de família dos Malfoy estava nas suas mãos. O sono proveniente do tédio do seu trabalho braçal e entediante de antes havia sido completamente substituído por um estado de alerta e empolgação que a bruxa não havia sentido nos últimos dias, quase se esquecendo dos mistérios envolvendo a família dos Malfoy em decorrência da carga de trabalho que ela agora tinha.
          Os olhos castanhos da garota passaram rapidamente pelos dados iniciais: Lucius Malfoy, nascido em Wiltshire, Inglaterra, 49 anos e com residência oficial em Bristol. Sem perder tempo, a bruxa passou às informações mais significantes: os crimes. A contagem do Ministério era estranhamente precisa, levando em consideração a influência que Malfoy havia possuído dentro do mesmo; figuravam na lista o episódio do diário de Tom Riddle entregue à Ginny, a sua tentativa de ataque a Harry quando este libertou Dobby, a tortura de uma família trouxa e ataques violentos durante a Copa Mundial de Quadribol, uso da maldição Imperius na tentativa de capturar a profecia no Departamento de Mistérios, fuga de Azkaban e inúmeros casos de suborno, suficientes para preencherem frente e verso da folha.
          Relendo todos esses dados, Hermione sentiu uma espécie de repulsa percorrer seu corpo; Lucius Malfoy era uma criatura desprezível, mas que ainda sim havia conseguido escapar de uma vida inteira na prisão com a sua família. Não fosse pela mentira de Narcissa que acabou por salvar Harry na batalha final de Hogwarts, ela duvidava que Malfoy estivesse sequer autorizado a atender os bailes do Ministério da Magia.
          No entanto... Alguma coisa tinha que ter acontecido com ele a sua família para justificar o desaparecimento total nos três anos seguintes à queda de Voldemort. Era óbvio que ele ainda possuía grande parte da sua fortuna, mesmo que em números menos espantosos com o passar dos anos, e dinheiro sempre era uma boa razão para trazer a influência de qualquer pessoa de volta. Ela supunha que Kingsley também não era tão fácil de ser enganado ou bajulado como Fudge, mas o mesmo não podia ser dito de todo o Ministério; o quê havia acontecido, em nome de Merlin?
          Passos de salto alto no corredor alertaram Hermione da presença de alguém, de forma que ela rapidamente escondeu a ficha de Lucius e voltou ao seu trabalho. Segundos depois de riscar mais um nome da lista de pergaminho, a porta do escritório se abriu e admitiu a figura de Caroline, parecendo cansada ou frustrada com alguma coisa.
          - Ah, querida. Você ainda está aqui? - a bruxa mais velha murmurou com afeto, dando um sorriso exausto para a sua assistente antes de soltar o cabelo castanho e balançar a cabeça, massageando as mechas que haviam ficado tanto tempo presas - Não precisa fazer tantas horas extras, Hermione. Pode ir para casa.
          - Obrigada, senhora Lovett, mas eu...
          - Hermione, o quê eu lhe disse sobre formalidades?
          A bruxa sorriu, observando a sua chefe apontar com a varinha para uma jarra cheia d'água sobre a sua mesa, colocando o líquido dentro de um copo e depois fazendo o mesmo flutuar até ela no meio do cômodo.
          - Como eu ia dizendo, Caroline... - a advogada deu um sorriso brilhante ao ouvir seu nome de batismo, balançando a cabeça em um gesto de aprovação - Eu não me importo em ficar além do tempo. Estou quase terminando de separar a nossa lista do resto, como você pode ver. - ela ergueu o pergaminho com os nomes já riscados.
          - Ah, ótimo. Muito bom mesmo, querida. Amanhã podemos começar a procurar os autos que precisamos, então. Mas nós duas devemos ir embora agora; estive falando mais cedo com alguns outros advogados numa reunião com o Ministro e... - a bruxa notou como o semblante costumeiramente animado da sua chefe ficou sombrio, seus olhos fora de foco enquanto ela parecia pensar - Não, não precisamos falar disso agora, não é? Segunda-feira nós conversamos sobre a reunião. Mas agora, casa! Vamos Hermione, com certeza você tem um namorado solitário aguardando por você.
          - Eu... - ela mordeu o lábio inferior, lembrando de toda a situação no Baile do Ministério. Ron havia procurado por Hermione diversas vezes ao longo da semana, mas a bruxa ainda estava machucada demais; o vexame ela já havia perdoado, mas a questão de confiança era muito mais delicada. Ela não sabia direito o que fazer ainda, se seu namorado precisava de tão pouco para jogá-la para o lado inimigo. Sem esquecer, claro, que ele havia aceitado com muita prontidão o apoio emocional de Lavender Brown após o episódio - Bom, eu não sei mais sobre isso. Mas tudo bem, amanhã eu termino o trabalho.
          - Isso, querida. - a advogada começou a jogar seus pertences para dentro de uma bolsa larga, a bruxa mais nova fazendo o mesmo logo depois. Olhando para a gaveta onde havia escondido a ficha de Lucius, ela perguntou:
          - Caroline, devemos listar as punições recebidas por aqueles que foram condenados? - a garota perguntou enquanto fechava o zíper da sua bolsa, colocando-a no ombro e observando a figura da sua chefe.
          - Hmmm, pode ser uma boa idéia. Se bem que não vamos trabalhar em cima de nenhum caso fechado, então talvez isso seja trabalho desnecessário.
          - Ah, eu não me importo. Acho que teríamos um histórico melhor de cada um para quando trabalharmos com alguém.
          Caroline sorriu para a assistente, apagando a iluminação quase que por completo da sala com a sua varinha e abrindo a porta com mágica também.
          - Querida, você é realmente formidável. Tem minha bênção se decidir compilar essas informações, mas não acho que vai encontrá-las aqui...
          As duas bruxas saíram do escritório, rumando para o corredor e se juntando a outros poucos funcionários que também haviam trabalhado após o expediente normal. Assim que entraram no elevador, Caroline se voltou novamente para a sua assistente enquanto prendia o cabelo em uma trança folgada.
          - Me lembre de autorizá-la a mexer no nosso arquivo central segunda-feira. Quando você devolver as certidões que não usaremos ao arquivo, alguém deixará você procurar pelos nomes específicos na seção de punições aplicadas. Só tome cuidado para não divulgar esses dados para ninguém; esse aspecto é estritamente confidencial, Hermione.
          - Claro, Caroline. Eu tenho perfeita ciência disso.
          - Eu sei. - a advogada sorriu enquanto o elevador parava no piso do átrio do Ministério - Tenha uma boa noite de descanso, querida. Até amanhã!
          - Até!
          As duas se separaram, Caroline indo na direção de uma das lareiras para usar a rede de flu. A bruxa mais nova, no entanto, foi até um dos pontos de aparatação, surgindo dentro do próprio apartamento escuro em segundos.
          Sorrindo para si mesma, Hermione sentiu a excitação correr junto com o seu sangue. Muito em breve ela descobriria o que havia se passado com os Malfoy... E a perspectiva de solucionar um pequeno mistério fez o seu espírito acadêmico sempre sedento por conhecimento pular de alegria.



Continua...


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