Capítulo 65 - Dia das Garotas

POV Harry

Quando eu voltei para dentro, Rony, Fred, Jorge e Hermione ainda estavam me esperando aos pés da escada com a Sra. Weasley logo atrás deles com uma cara nada amigável.

- Podiam ter subido sem mim. - falei me juntando a eles e subindo as escadas com a Sra. Weasley nos seguindo de perto.

- Ah, queríamos saber o que a Princesa das Trevas queria com você, ou quem sabe...

- Ela poderia aparatar com você para onde o Rei das Trevas está... - Fred completou o que o irmão falava.

- Babacas. - Rony falou revirando os olhos.

Eu e Rony entramos em nosso quarto e só quando nós dois já estávamos dentro dos cobertores que conversamos.

- Que é que você achou?

- Bom, não nos contaram muita coisa que não pudéssemos ter adivinhado sozinhos, não é mesmo? - comentei repassando mentalmente tudo o que tinha ouvido desde que vim para cá. - Quero dizer, só o que realmente disseram foi que a Ordem está tentando impedir as pessoas de se reunirem a Vol...

Rony prendeu bruscamente a respiração.

- ... demort. - terminei com firmeza. - Quando é que você vai começar a usar o nome dele? Quase todos usam.

Ele fingiu não ouvir meu comentário.

- É, você tem razão, já sabíamos quase tudo que nos contaram, usando as Orelhas Extensíveis. A única novidade foi...

Um estalo o interrompeu.

- AI!

- Fale baixo Rony! Ou mamãe volta já, já aqui.

- Vocês dois aparataram em cima dos meus joelhos! - Rony reclamou.

- Ah, bom, é que é mais difícil no escuro.

Percebi dois vultos, que eram Fred e Jorge, descerem da cama de Rony.

- E então, já chegaram lá? - perguntou Jorge ansioso depois de se sentar na beira de minha cama.

- Na arma que Sirius mencionou? - perguntei.

- Deixou escapar, é mais provável. - disse Fred com prazer, sentado agora ao lado de Rony. - Não escutamos nada sobre isso com as Orelhas, não foi?

- O que é que vocês acham que pode ser? - perguntei pensativo.

- Pode ser qualquer coisa! - respondeu Fred.

- A Princesa das Trevas sabe. - Jorge falou.

- Katherine?

- Existe outra? - os gêmeos perguntaram juntos. - Ela não falou nada sobre isso com você?

- Não. - neguei.

- Mas não pode haver nada pior do que a Maldição Avada Kedavra, pode? - perguntou Rony. - Quero dizer, o que é que pode ser pior do que a morte?

- Talvez seja alguma coisa que pode matar muita gente de uma só vez. - sugeriu Jorge.

- Ou talvez seja algum modo bem doloroso de matar pessoas. - disse Rony assustado.

- Ele já tem a Maldição Cruciatus para causar dor. - falei. - E não precisa de nada mais eficiente.

Um silêncio caiu sobre o quarto. Todos nós estávamos pensando no que poderia ser usada essa arma. Katherine com certeza saberia responder essa questão.

- Então, quem é que vocês acham que já tem a arma? - perguntou Jorge de repente quebrando o silêncio.

- Espero que seja o nosso lado. - respondeu Rony.

- Se for, provavelmente está sob a guarda de Dumbledore. - Fred falou decidido.

- Onde? Hogwarts?

- Aposto que sim. Foi onde ele escondeu a Pedra Filosofal, não?

- Mas a arma vai ser bem maior do que a pedra. - retrucou Rony.

- Não vejo por que.

- É, tamanho não é garantia de potência. - Jorge falou, apoiando o gêmeo. - Olhe a Gina e a Katherine, por exemplo.

- A Gina? - perguntei confuso. Compreendia o que Jorge queria dizer sobre a Katherine, mas Gina?

- Ela nunca lançou em você a azaração que usa para rebater bicho-papão?

- Psss! - fez Fred calando-nos. - Ouçam!

- Mamãe. - disse Jorge e sem demora ouvimos outro estalo indicando que os dois já não estavam mais no quarto.

Poucos minutos depois ouvimos a Sra. Weasley do lado de fora do quarto, verificando se não estávamos conversando e, logo depois ela indo para o andar de cima, verificar Fred e Jorge.

- Ela não confia nadinha na gente, sabe. - lamentou Rony.

Não tinha certeza se conseguiria dormir essa noite, mas não tive outra escolha a não ser fechar os olhos e tentar fazê-lo.

POV Katherine

Aparatei em frente a Mansão Malfoy. As luzes ainda estavam acesas e não duvidava nada que todos ainda estivessem acordados esperando por mim.

- Katherine! - minha visão foi impedida por uma cortina de cabelos negros que pertenciam a minha mãe assim que coloquei os pés para dentro. - Por onde esteve? - perguntou ela se afastando.

- Estava na Ordem. - respondi.

- Até agora? - Lucius apareceu junto com Ciça, Alexia e Draco no hall de entrada.

- Sim. Harry Potter foi levado até a sede da Ordem. Achei que era melhor eu ficar de olho nele por algum tempo antes de voltar. - respondi.

Os cinco presentes concordaram levemente com um aceno de cabeça.

- Eu vou dormir. - falei indo na direção da escada. - Boa noite. - falei me virando uma última vez para trás.

Eu não tive a oportunidade de retornar ao Largo Grimmauld, 12 pelos dias que se seguiram.

Os treinos de Draco e Alexia acabavam com o meu tempo livre, não deixando que eu fosse até a sede da Ordem.

Finalmente o dia doze de agosto chegou e eu não tivera a oportunidade de falar novamente com Harry.

Eu estivera andando de um lado para o outro dentro de meu quarto desde manhã deixando Luna preocupada, Asha saíra para caçar e Alexia bufava irritada em um canto do quarto.

- Chega! - Alexia gritou me assustando. - Katherine, você está nesse quarto desde que acordou e fica aí andando de um lado para o outro. Luna, eu posso arrastá-la para fora da mansão, não posso?

- P-pode. - Luna gaguejou.

- Ótimo! - Alexia falou saindo do quarto e batendo a porta ao passar.

- O que deu nela? - perguntei para minha mãe que deu de ombros e eu voltei a andar de um lado para o outro, nervosa.

Meia hora depois a porta de meu quarto voltou a abrir, me virei esperando encontrar Alexia ali mas para a minha surpresa, as seis garotas com quem eu compartilhava o dormitório em Hogwarts estavam paradas na porta de meu quarto.

- O que vocês fazem aqui? - perguntei surpresa demais.

- Alexia nos chamou para arrastar você para fora dessa mansão. - Melanie respondeu com um sorriso bem sinistro nos lábios.

- Não vou sair. - falei firmemente dando as costas para elas e voltando a andar de um lado para o outro.

- Vai, sim. - Júlia falou andando até o meu closet e abrindo a porta. - Vai vestir essa roupa, porque nós vamos sair e não viemos até aqui para ganhar um não como resposta. - ela falou jogando um vestido para mim.

- Kate, nós não temos um tempo só de garotas desde o começo das férias. - Bianca tentou ser diplomática. - Vai, vamos lá. Vai ser legal!

- E parece que você envelheceu vinte anos desde o final do ano. - Lexi falou e todas concordaram.

- Filha, você é uma garota de dezesseis anos, quase dezessete. Vá se divertir. - minha mãe incentivou.

- Mas... - tentei argumentar.

- Já para o banheiro, Katherine! - Rachel me empurrou até a porta de meu banheiro e bateu a porta na minha cara.

- Tome um banho relaxante e tire a preocupação da cara. Porque hoje será o dia das garotas! - Lexi gritou do meu quarto.

Revirei os olhos e abri a porta do banheiro.

- Tudo bem, acho que vocês ganharam... - comecei.

- Banho, Katherine! - uma almofada veio na minha direção.

- Tá, eu já entendi! - falei segurando a almofada antes que ela batesse no meu rosto. - Mas como vocês querem que eu tome banho se minha toalha e minhas roupas íntimas continuam aqui?

- Ah. - as seis falaram em uníssono. - Desculpa.

A minha risada era a única coisa que quebrava o silêncio constrangedor que tomou conta do quarto enquanto as seis garotas ficavam vermelhas.

Depois de pegar a toalha e o que eu iria precisar durante e depois do banho, eu voltei para o banheiro. Demorei um pouco no banho, a água passava por meu corpo e levava parte da preocupação que estava me deixando tensa desde o dia anterior.

Saí do banheiro já pronta. Usava o vestido branco que Júlia jogara para mim e tinha os cabelos arrumados em cachos, como sempre.

- Que inveja! - Lexi falou assim que eu sai.

- Por quê?

- Em um minuto a Katherine está acabada, e no outro ela está... assim! Parecendo uma princesa. - Júlia falou e Lexi concordou.

- Isso é para quem pode! - eu falei jogando os cabelos para trás, arrancando risos de todas. - E então, qual é o plano de vocês?

- Primeiro, vamos às compras! - Alexia falou.

- Depois vamos comer em algum lugar que tenha a comida ótima, e por último vamos passar a noite colocando a fofoca em dia! - revirei os olhos com a animação delas.

- Será bom para você, querida. - Luna falou sorrindo para mim.

- Acho que sim. - dei de ombros.

E antes que eu percebesse, estava fora da mansão Malfoy a caminho para Londres.

- E aí? O que vai ser Kath, Londres bruxa ou Londres trouxa? - Rachel perguntou.

- Que tal um pouco em cada uma? - Melanie sugeriu.

- Por mim... - dei de ombros e todas abriram um sorriso satisfeito, apenas Alexia torceu o nariz por ter que andar pela Londres trouxa. - Mas antes de sairmos para as compras, eu preciso ir ao Beco Diagonal. Estou sem dinheiro.

- Vamos lá, então!

- Eu preciso tocar meu dinheiro para o dinheiro trouxa. - Bianca falou quando nós entramos no Caldeirão Furado.

Era estranho estar ali com elas. Sempre vinha ao Beco Diagonal com Ciça, Draco e, poucas vezes, com Lucius, ou então como acontecia nos últimos anos, vinha com os Weasley, Hermione e Harry.

Depois de sacar uma grande quantidade de galeões e um pouco de dinheiro trouxa, nós andamos pelo Beco Diagonal observando as lojas e entrando em algumas.

- Receberam as notas dos N.O.M's? - perguntou Rachel quando estávamos na sorveteria Fortescue.

- Ainda não. - respondemos em uníssono.

- Quando será que chegarão os resultados? - Mel perguntou colocando uma generosa quantidade de sorvete dentro da boca.

- Não sei. - respondi dando de ombros. - Acho que ainda essa semana eles chegam, não?

- Ah, eu fui muito mal... - se lamentou Júlia.

- A única que foi bem em tudo é a Katherine. - Lexi falou olhando feio para mim. - Tinha que ser a Princesa das Trevas! - ela exclamou arrancando risos de todas.

- Até você, Lexi? - perguntei fazendo cara feia mas rindo como todas. - Andam passando muito tempo com os gêmeos, não é?

- É sua culpa! - Rachel falou. - Não teríamos amizade com nenhum Weasley se não fosse por você.

- Acho que vocês tem razão. - dei de ombros me dando por vencida.

- Nada de pensar demais, Riddle! - Alexia me repreendeu vendo minha expressão se transformar.

- Aliás, o que está te preocupando tanto, Kate? - Bianca perguntou. - Nós sabemos que seu pai não é exatamente um problema, mas você parece estar mais tensa do que no final do ano letivo. - olhei feio para Alexia sabendo que as garotas sabiam tanto por causa dela.

- Alexia não soube nos explicar isso. - Melanie acrescentou. - Ela só disse que tinha algo a ver com o Harry.

- Disse é?

- Vai dizer que não é, Katherine? - Alexia retrucou.

- Não vou negar que Harry é a causa, mas...

- Katherine, nós sempre vamos estar do seu lado. Quantas vezes nós vamos precisar falar isso para você? - Rachel me interrompeu. - O que aconteceu com o Harry?

- Todas nós sabemos que a relação entre vocês dois mudou muito no ano passado. - revirei os olhos. Júlia afirmava aquilo, e o problema era que eu não podia negar as palavras dela.

- Harry está em uma audiência no Ministério. - respondi. - Ele pode ser expulso de Hogwarts. - expliquei melhor afastando o sorvete de mim.

- O quê? - Alexia arregalou os olhos. - O que o Potter fez?

- Praticou magia fora da escola. - respondi dando de ombros. - E Nott, proíbo você de abrir a boca sobre isso. - ela assentiu ainda de olhos arregalados.

- Ele é tapado? - Lexi perguntou ainda surpresa.

- Ele foi atacado por dementadores perto de onde mora. Acho que ele não tinha escolhas, não? - o defendi, fazendo com que ela se encolhesse minimamente na cadeira. - Seja lá como for, ele pode não voltar esse ano para Hogwarts.

O silêncio se instalou pela mesa. Nenhuma de nós tocava nos sorvetes que começavam a derreter, cada uma perdida em seus próprios pensamentos.

- Vamos! - Alexia falou de repente, me assustando pela segunda vez naquela manhã.

- Onde? - perguntei confusa.

- Às compras! - ela respondeu. - Não íamos fazer compras na Londres trouxa, também?

- Você, Alexia Nott está ansiosa para ir para a Londres trouxa? - perguntei de boca aberta.

- Não ansiosa, mas acho que se nossas pernas estiverem em movimento e estivermos procurando por algo sua cabeça não vai ficar focada no Potter. - ela respondeu sorrindo. - E vocês não ficarão com essa cara de enterro. - ela completou.

- O que você fez com a garota irritante e metida que conhecemos no primeiro ano em Hogwarts? - Bianca perguntou rindo divertida, mas se levantando.

- Acho... que ela mudou e cresceu. - Alexia respondeu dando de ombros.

- Eu gosto mais dessa nova Alexia. - comentei sorrindo para ela. - Mas não tente ser tão confiante assim quando estiver na presença de meu pai, ok? - ela estremeceu e concordou com a cabeça.

O resto da tarde passou como um piscar de olhos. Meus pés doíam de tanto andar pelas lojas e ir e vir entre a Londres bruxa e trouxa.

Já estava quase escurecendo quando eu me lembrei de algo:

- Preciso ir até o Beco novamente. - falei fazendo com que todas me encarassem incrédulas. - Podem ficar me esperando aqui no Caldeirão Furado. Volto logo. - falei correndo para as portas do fundo.

Não hesitei em ir direto para uma certa loja, que eu só tinha entrado uma ou duas vezes na vida.

****

- Onde você foi? - perguntaram Rachel e Lexi juntas quando me viram entrar novamente no bar de mãos vazias.

Dei de ombros, o que não as deixou satisfeitas.

- Vamos?

Elas concordaram e em grupos entramos na lareira, indo para a casa de Bianca onde passaríamos a noite "colocando as fofocas em dia" como elas disseram. Mas sinceramente, eu já não tinha mais nada para contar para elas.

Passar um dia inteiro com seis garotas sonserinas podia ser extremamente cansativo.

****

Estávamos espalhadas pelo quarto de Bianca quando um brilho azul-prateado chamou nossa atenção do lado de fora da janela. Quando ele chegou mais perto, eu reconheci o Patrono de Arthur Weasley.

- Temos grandes novidades e esperamos por você. - a doninha falou desaparecendo logo depois.

No mesmo instante, eu me coloquei de pé e ia para a porta.

- Ah, não! - Lexi falou se colocando na minha frente.

- Katherine, hoje é o dia das garotas. - Júlia falou se juntando a amiga.

- Eu sei, mas eu preciso saber...

- Deixe para amanhã. - Lexi me interrompeu.

- Meninas, eu volto mais tarde. Só preciso de algumas horas. - estava ficando irritada.

- Deixem ela ir. - Alexia e Bianca falaram juntas. - Conheço Katherine há muito tempo para saber que ela estuporaria todas nós para ir.

- Bem colocado, Nott. - eu falei olhando para ela com um agradecimento mudo nos olhos. - Estarei aqui antes das dez. - gritei por sobre o ombro já descendo as escadas da casa de Bianca e saindo porta afora, desaparatando logo depois de passar pelo portão.

Aparatei em frente ao Largo Grimmauld, 12 e não demorei a entrar assim que a porta se materializou na minha frente. Eu podia ouvir uma grande baderna na cozinha, no subsolo.

Assim que eu entrei todos olharam para mim, mas eu só prestava atenção em um único rosto ali.

- Me diga que você não foi expulso. - eu falei andando com passos largos até Harry e parando na frente dele.

- Não fui. - ele sorriu para mim. - Inocente de todas as acusações! - ele exclamou abrindo um sorriso ainda maior para mim.

Pulei em seu pescoço puxando-o para um abraço apertado.

- Isso me ajuda em muita coisa. - sussurrei em seu ouvido.

- Essa não é a única novidade. - ele falou, e eu pude notar um tom amargurado em sua voz.

Olhei ao redor pela primeira vez prestando atenção da decoração.

Letras flutuavam acima de nossas cabeças:

PARABÉNS HARRY!

INOCENTE DE TODAS AS ACUSAÇÕES!!!

E logo abaixo em letras um pouco menores, mas não menos chamativas:

PARABÉNS

RONY E HERMIONE

MONITORES DA GRIFINÓRIA!

Prendi a respiração compreendendo a reação de Harry.

- Vou dar os parabéns a eles e depois quero falar com você. - dei um segundo abraço nele e fui para onde Hermione e Rony estavam.

Rony tinha o peito estufado deixando distintivo com o "M" em seu peito visível para todos que quisessem ver. Hermione também tinha o distintivo preso nas roupas, mas não estava a se gabar.

Eu sabia bem que Rony tinha o porque se gabar naquela noite, mas a fúria que tomou conta de meu corpo foi maior do que a razão.

- Monitores da Grifinória? - sorri para os dois me aproximando.

- Katherine! - Hermione se levantou com um pulo.

- Meus parabéns! - falei abraçando Hermione e apertando a mão de Rony logo depois.

- Katherine, você é monitora desde o ano passado. Como é... - Hermione desatou a falar.

- Mione, respire. - eu falei a interrompendo. - Informações e instruções no dia 1 de setembro no Expresso de Hogwarts. - disse simplesmente. - Vou falar com o Harry. - e deixei os dois.

Rony tinha um olhar desapontado no rosto.

- Podemos? - perguntei para Harry que estava em um canto da cozinha com Fred, Jorge e Mundungo.

- Katherine! - os outros três se sobressaltaram.

- Não vou dedurá-los. - falei tranquilizando-os. - Mas sabe que não será a mesma coisa em Hogwarts. - pisquei para os gêmeos com um sorriso zombeteiro nos lábios. - Venha. - puxei Harry para fora da cozinha.

- Você está com raiva. - falei parando na sala no andar de cima, onde ninguém poderia nos escutar. Não era uma pergunta.

- Não, eu... - ele começou mas se calou com um olhar.

- Me conte. - pedi.

- É só que... - ele passou as mãos pelos cabelos.

Então ele começou a falar como Dumbledore não tinha nem sequer olhado para ele e depois sobre a chegada das cartas de Hogwarts e como Rony e Hermione se tornaram o centro das atenções. Ele parou de falar quando ouviu meu riso.

- Está mesmo com ciúmes, Potter? - perguntei passando as mãos por seus cabelos naturalmente bagunçados.

- Não! É só que... Por que ele? - ele perguntou desabando ao meu lado.

- Eu fiz uma pergunta parecida ano passado. - sorri para ele. - "Por que eu?" Das sete garotas da sonserina que esse ano ingressarão no sexto ano, eu sou a menos indicada para tal posto. - ele me olhou incrédulo. - Harry, olhe o meu histórico familiar! - exclamei. - Meu pai é o bruxo das trevas e assassino mais procurado de todo o mundo bruxo, e a minha mãe ainda está desaparecida perante os olhos do Ministério.

- Seu pai foi monitor e depois monitor-chefe. - ele retrucou.

- Minha mãe também foi, mas pensando racionalmente no presente, eu era a menos indicada.

- Kate, você é descendente dos quatro fundadores!

- Ok, isso é uma discussão perdida. - ergui as mãos em derrota. - Mas Rony e Hermione não pediram para ganhar os distintivos de monitores. - eu falei adivinhando o que passava por sua cabeça agora.

- E quanto a Dumbledore? - ele indagou.

- Harry, tanto eu quanto você sabemos como Alvo Dumbledore é excêntrico. - eu falei. - Não faço ideia do motivo dele não ter olhado para você, mas você tem certeza que não foi uma impressão?

- Tenho. - respondeu ele, fazendo uma careta logo depois.

- O que foi? - perguntei preocupada.

- Cicatriz. - respondeu ele simplesmente.

- Harry... - comecei preocupada.

- Kate, tem acontecido direto agora. - ele me interrompeu tentando me acalmar. - Vamos descer, já devem ter sentido nossa falta.

O jantar estava dividido em dois assuntos: Harry ter sido inocentado e os novos monitores de Hogwarts.

- E você, Katherine? O que acha de ser monitora? - Gina perguntou trazendo o assunto da monitoria até mim.

- Ano passado não foi o melhor ano para me tornar monitora. - respondi dando de ombros. - Não há nada de brilhante em ter o título de monitora.

- Mas existe as vantagens, não é mesmo? - perguntou Hermione com os olhos brilhando.

- Acho que irei aproveitar as vantagens esse ano. - respondi. - Ano passado com o Torneio Tribruxo os monitores não tiveram sossego. - eu expliquei. - Espero que esse ano seja um pouco diferente.

- Com certeza será! - revirei os olhos diante da animação de Rony e Hermione.

Quando todos estavam centrados em Rony e Hermione eu chamei Harry que estava sentado ao meu lado.

- O que foi? - perguntou ele.

- Vamos dar uma volta lá fora?

- Não acho que vamos conseguir sair daqui facilmente. - ele respondeu passando os olhos pela mesa.

- Deixa comigo. - falei me levantando e indo até Molly. Depois de trocar rápidas palavras com ela, ela permitiu que eu saísse com Harry. Depois fui até Sirius e ele abriu um sorriso instantâneo ao ouvir minhas palavras.

- Vamos? - perguntei para Harry com Sirius ao meu lado.

- Onde vamos?

- Dar uma volta com nosso cachorrinho. - pisquei para Sirius, que soltou uma risada baixa com a piada.

Antes de sairmos da casa, Sirius tomou a forma de um cão negro e fomos andando até a praça perto da casa.

- Não se afaste, Sirius. - alertei indo até um banco com Harry. - Aqui. - falei tirando o que comprara mais cedo para ele do bolso.

- O que é isso? - ele perguntou arqueando as sobrancelhas.

Assim que deixei a miniatura de um livro nas mãos dele, o objeto tomou o tamanho original.

- Sério, Kate? - ele perguntou abrindo um grande sorriso lendo o título. - Estratégias do Quadribol!

- Bom, eu não te dei nada de aniversário... - dei de ombros. - Espero que tenha gostado.

- Adorei! - ele falou com os olhos brilhando enquanto folheava o livro. - O seu aniversário também está chegando, não? É logo depois do início das aulas, certo?

- Dia dez. - eu afirmei.

- O que vai querer?

- Eu vou pensar, mas agora preciso levar você e Sirius de volta para a sede. - falei olhando a hora.

- Por quê?

- Estou sendo ameaçada de morte pelas garotas da Sonserina. - eu falei rindo e me levantando.

- Por quê? - ele voltou a perguntar achando graça agora.

- Fugi do nosso dia de garotas para vir aqui. - respondi. - Sirius, vamos! - chamei o cão.

Ele latiu em protesto mas veio na nossa direção.

- Desculpa, mas você sabe que eu já estou encrencada. - falei me abaixando e bagunçando seus pelos.

Ele lambeu minha mão em afirmação.

- Vou ver se consigo vir de novo amanhã e tentar tirar você um pouco daqui, Sr. Potter. - falei para Harry. - Mas, caso não consiga, só vamos voltar a nos encontrar no Expresso de Hogwarts. - falei deixando-os na porta do Largo Grimmauld, 12.

Esperei que os dois entrassem para desaparatar em frente à casa de Bianca.

- Dez minutos adiantada. - Bianca falou assim que eu coloquei os pés dentro de seu quarto.

- É melhor do que dez minutos atrasada, não? - perguntei irônica.

- Com certeza!

- Agora pode ir nos contando! - e elas começaram a me encher de perguntas.