Voldemorts Daughter escrita por NatyAiya


Capítulo 64
Capítulo 64 - A Ordem da Fênix - Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Desculpa pela demora, mas eu tive alguns imprevistos e não pude postar antes, eu espero que vocês compreendam.

Boa leitura.



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Capítulo 64 - A Ordem da Fênix - Parte 2

POV Harry

Em poucas horas tudo mudou para mim. Em um momento eu estava preso, sozinho, no meu quarto na casa dos Dursley esperando pela data da audiência no Ministério e, logo depois, estava em um lugar completamente diferente, com Rony e Hermione.

Despejei toda a minha raiva nos dois, toda a frustração que tinha sentido nas cinco semanas desde o início das férias.

Eu não tinha recebido nenhuma notícia de nenhum dos dois e nem de ninguém. Tudo o que eu sabia do mundo bruxo era o que o Profeta Diário publicava, e nenhum dos dois conseguiu me dizer o que a Ordem estava fazendo, pois não participavam das reuniões.

E a maior surpresa que eu tive foi encontrar Sirius e Katherine.

Eu não esperava encontrar com Sirius em Londres, e muito menos encontrar com Katherine na sede da Ordem da Fênix e ainda descobrir que ela faz parte da Ordem.

Desci com Katherine até a cozinha da antiga casa dos Black. Não era muito diferente do corredor que tínhamos acabado de deixar alguns andares acima: era um aposento cavernoso com paredes de pedra bruta e, sinceramente, muito mal iluminado. Quase toda a iluminação vinha de um grande fogão ao fundo. Fumaça de cachimbo pairava no ar como a névoa escura sobre um campo de batalha, e nela avultavam as formas ameaçadoras de tachos e panelas penduradas no teto escuro.

– A reunião estava sendo realizada aqui. - Katherine falou me guiando com facilidade pelo labirinto de cadeiras que havia ali.

No meio do aposento havia uma longa mesa de madeira, coalhada de rolos de pergaminho, cálices, garrafas de vinho vazias e algo que parecia uma pilha de trapos.

O Sr. Weasley e Gui estavam conversando em voz baixa com as cabeças juntas na ponta mais distante da mesa, era para onde Katherine me guiava. A Sra. Weasley pigarreou com a nossa aproximação e o Sr. Weasley olhou para os lados.

– Harry! Que bom ver você!

– Deixo você por aqui. - Kate sussurrou para mim antes de se afastar, sumindo no meio da fumaça.



POV Katherine

Deixei Harry com o Sr. Weasley e com Gui e me dirigi até onde Sirius estava.

– Você não deveria ficar um pouco mais animado? - perguntei me sentando ao seu lado.

– Veio passar sermões, Katherine? - ele me olhou irritado.

Eu não podia culpá-lo. Da última vez que eu estive aqui, usei um feitiço paralisante e causei dor nele.

– Você sabe muito bem que eu estava certa.

– Acho que por isso que eu estou muito mais irritado, e eu nem pude ir tirar ele da casa dos tios trouxas essa noite.

– Ele vai precisar do seu apoio, Sirius. - coloquei a mão em seu ombro. - Harry parece estar bem, mas ele provavelmente está assustado e até mesmo com medo. Hogwarts é o único lugar que ele conhece como casa e ele está a um passo de ser expulso de lá. Sinceramente, acho que ele está completamente perdido agora. - suspirei. - Eu mesma estou perdida agora.

– Como assim?

– Meu pai está de volta, Sirius. E eu não sei quando ele pretende sair por aí, revelando que está de volta para a população bruxa. Eu não sei o que ele pode fazer durante o tempo que eu estiver em Hogwarts.

– Sabe que não precisa se preocupar com isso, Kath. - Tonks falou se sentando ao meu lado. - Nós vamos cuidar de tudo.

– Acredite, Tonks. Será muito difícil saber o próximo passo dele.

Depois disso, ela saiu para ajudar Molly com o jantar e logo Sirius também foi falar com Harry. Fiquei sentada naquele canto sozinha, observando todos com um sorriso no canto dos lábios.

Aquela cozinha quase não era capaz de suportar todos nós, mas mesmo assim todos estavam felizes e satisfeitos. Todos sorriam contentes por estarem ali juntos, mas observando todos, eu era capaz de ver também a tensão sobre os ombros dos mais velhos, a preocupação tomava conta deles.

Observando todos eu me perguntava até quando eles poderiam sorrir sem nenhuma preocupação por trás de seus olhos. Eu não sabia a resposta exata, mas sabia que o tempo estava acabando. Uma era de trevas e medo se aproximava e eu estava exatamente no meio de tudo aquilo.

O sorriso em meus lábios sumia pouco a pouco conforme eu tomava conhecimento do problema que eu teria de agora em diante até que tudo isso terminasse.

A confusão na cozinha se formou quando Fred e Jorge usaram magia para carregar a panela e o resto da comida para a mesa. A faca que fora enfeitiçada para cortar o pão aterrissou de ponta para baixo na mesa, exatamente onde, há momentos atrás, estava a mão de Sirius. Molly, então, começou a gritar com os dois comparando-os com os outros Weasley mais velhos, até que o nome de Percy saiu de sua boca. Um silêncio constrangedor e pesado tomou conta da cozinha até que Gui o quebrou:

– Vamos comer!

Todos se aproximaram da mesa e foram se servindo. Me juntei a todos e peguei um prato para mim antes de me juntar à Tonks, Gina e Hermione em um canto da mesa.

O resto do jantar foi divertido e animado. Cada pessoa ali presente estava em um grupo de conversa, fazendo com que toda a cozinha ficasse cheia de vozes e risos.

– Acho que está chegando a hora de dormir. - Molly falou depois que todos tinham terminado de comer a sobremesa e a mesa tinha caído em silêncio.

– Ainda não, Molly. - pediu Sirius, afastando o prato para olhar diretamente para Harry. - Sabe, estou surpreso com você. Pensei que a primeira coisa que faria ao chegar aqui seria perguntar sobre Voldemort.

A atmosfera da cozinha mudou rapidamente. Eu podia sentir a tensão pairando sobre os ombros de cada pessoa dentro daquele aposento.

– Perguntei! - exclamou Harry, indignado. - Perguntei a Rony e Hermione, mas eles disseram que não podíamos participar da Ordem, então...

– E têm toda a razão. - Molly o interrompeu. - Vocês são muito jovens.

Eu podia ver a discussão que se aproximava. Não era a primeira que ela aconteceria.

– Desde quando alguém precisa pertencer à Ordem da Fênix para fazer perguntas? - indagou Sirius. - Harry ficou preso naquela casa de trouxas um mês inteiro. Ele tem o direito de saber o que andou acontecendo.

– Calma aí! - Jorge o interrompeu.

– Por que é que o Harry recebe respostas às perguntas dele? - protestou Fred, aborrecido.

– Faz um mês que tentamos tirar informações de você e não conseguimos absolutamente nada! - Jorge exclamou compartilhando o aborrecimento do gêmeo.

Você é jovem demais, não pertence à Ordem.– disse Fred com uma voz fina, que lembrava vagamente a de Molly. - E Harry e Katherine nem são maiores de idade.

– Quando eu entrei nessa conversa? - perguntei abrindo a boca pela primeira vez desde que o nome de meu pai saiu da boca de Sirius.

– Não tenho culpa se ninguém lhe contou nada do que a Ordem tem feito. Isso é uma decisão dos seus pais. - Sirius falou me ignorando. - Por outro lado, o Harry...

– Não cabe a você decidir o que é bom para o Harry! - Molly retrucou com aspereza. - Suponho que ainda se lembre do que Dumbledore disse? - sua expressão era perigosa.

– Que parte? - Sirius não ficava muito atrás de Molly. Ele estava pronto para uma longa briga.

– A parte em que disse para não contar a Harry mais do que ele precisa saber. - ela deu ênfase as duas últimas palavras.

Eu mantinha os braços cruzados sobre o peito e os olhos fechados esperando pelo momento em que a conversa se voltaria para mim, ou que eu tivesse que interferir naquela discussão.

– Não tenho intenção de contar mais do que ele precisa saber, Molly. Mas como foi ele quem viu Voldemort voltar tem mais direito do que a maioria de...

– Ele não pertence à Ordem da Fênix. - contrapôs Molly. - Ele tem apenas quinze anos e...

– E já teve que enfrentar tanto quanto a maioria dos membros da Ordem e mais do que outros.

– Ninguém está negando o que ele fez! Mas ainda...

– Ele não é uma criança! - retrucou Sirius, impaciente.

– Tampouco é um adulto! Ele não é Tiago, Sirius!

– Sei perfeitamente quem ele é, obrigado, Molly.

Abri meus olhos e bati a mão sobre a mesa de forma que a atenção de todos se voltasse para mim.

– Acho que podemos resolver isso um pouco mais rápido, não? - perguntei sarcasticamente. - Molly, essa questão já foi discutida antes em uma das reuniões da Ordem e nós decidimos que Harry tinha o direito de saber o que fizemos desde o começo das férias. O que torna essa discussão inútil.

– Ele não tem idade suficiente para isso - Molly retrucou. - Nenhum de vocês tem!

– Dumbledore aceita que Harry tenha as informações, até certo ponto, agora que está hospedado aqui na sede. - o Sr. Weasley falou.

– Sei, mas há uma diferença entre isso e convidá-lo a perguntar o que quiser!

– Por mim, - Lupin começou lentamente. - acho melhor que Harry conheça, por nosso intermédio, os fatos, não todos, Molly. Mas o quadro geral, em vez de ouvir uma versão truncada pela boca de... outros.

– Bom... - começou Molly dando um longo suspiro ao mesmo tempo que passava os olhos pela mesa buscando por apoio. - Bom, estou vendo que vou perder. Mas vou dizer só uma coisa: Dumbledore deve ter tido suas razões para não querer que Harry soubesse demais, e falando como alguém que quer o melhor para Harry...

– Ele não é seu filho. - resmungou Sirius.

– É como se fosse! - Molly respondeu ferozmente. - Quem mais ele tem?

– Tem a mim!

– Tem. - concordou ela, crispando a boca. - O problema é que foi bastante difícil para você cuidar dele enquanto esteve trancafiado em Azkaban, não foi?

Essa fora longe demais, até mesmo para mim. Sirius começou a se erguer da cadeira.

– Molly, você não é a única pessoa nessa mesa a se preocupar com Harry. - Lupin falou secamente. - Sirius,sente-se.

O lábio inferior de Molly tremia. Sirius voltou a se sentar lentamente em sua cadeira, o rosto branco. E eu mantinha minhas mãos em meu colo, já tinha desistido de tentar me meter naquela discussão.

– Acho que devíamos deixar Harry dar a sua opinião sobre o assunto. - eu sugeri.

– Ele já tem idade suficiente para se decidir sozinho. - Lupin me apoiou.

– Eu quero saber o que está acontecendo. - respondeu Harry.

Ele olhava diretamente para mim. Em seus olhos havia um misto de gratidão, raiva, impaciência e algo mais que eu não pude identificar.

– Muito bem. - disse Molly com a voz falhando. - Gina... Rony... Hermione... Fred... Jorge... quero vocês fora desta cozinha agora.

É claro que eles não ficariam calados e conformados. Houve um tumulto instantâneo.

– Somos maiores de idade! - protestaram Fred e Jorge.

– Se Harry pode, por que eu não posso? - gritou Rony.

– Mamãe, eu quero ouvir. - Gina choramingou.

– Katherine vai poder ficar, não vai? - Fred acrescentou olhando para mim.

Assenti minimamente.

– E ela ainda não é maior de idade! - Jorge completou.

– Já falamos sobre isso! - Molly estava extremamente vermelha.

– Queremos ouvir! - todos gritaram juntos, até mesmo Hermione.

– NÃO! - bradou ela, se levantando. - Proíbo terminantemente...

– Molly, você não pode impedir Fred e Jorge. - disse Arthur Weasley, cansado. - Eles são maiores de idade.

– Ainda são estudantes. - retrucou ela.

– Mas agora são legalmente adultos. - acrescentou ele com a mesma voz cansada.

Molly ficou mais vermelha ainda, se é que era possível.

– Eu... ah, está bem. Então Fred e Jorge podem ficar, mas Rony...

– De qualquer jeito Harry e Kate vão contar para mim e Hermione tudo o que disserem! - falou Rony, zangado. - Não vão... não vão? - perguntou inseguro buscando nossos olhos.

Eu não respondi nada. Eu tinha prometido que nunca falaria nada sobre as reuniões para nenhum deles quando entrei para a Ordem e, vinha cumprindo a minha promessa. Se eles ficassem sabendo de algo, não seria por mim. Eu simplesmente não queria envolver nenhum deles na guerra que se aproximava.

– Claro que vou. - confirmou Harry.

Soltei um pesado suspiro ao mesmo tempo que Rony e Hermione abriram largos sorrisos.

– Ótimo! - gritou Molly. - Ótimo! Gina, CAMA!

Era claro que a mais nova Weasley não iria em silêncio. Todos nós podíamos ouvir as duas gritando e brigando na subida das escadas, mas suas vozes logo foram abafadas pelos gritos estridentes da Sra. Black. Lupin então correu para o quadro para fechar a cortina. E apenas quando ele retornou, fechou a porta e voltou a se sentar em seu lugar na mesa, foi que Sirius falou.

– Muito bem, Harry... O que é que você quer saber?

– Onde está Voldemort? - perguntou ele olhando de Sirius para mim, e ignorando as caretas da maioria dos presentes. - O que é que ele está fazendo? Estive tentando assistir ao noticiário trouxa, e não havia nada que parecesse ser coisa dele; nem mortes estranhas e nem nada.

– É porque ainda não ocorreram mortes estranhas. - Sirius respondeu.

– Onde ele está? - Harry me olhava nos olhos, decidido.

– Ele estava na antiga mansão dos Riddle, em Little Hangleton até a semana passada. No momento, ele está longe de Londres. - respondi. - Eu e Snape iremos até ele amanhã.

– Por quê? - a pergunta veio de Rony.

– Temos que dar um relatório sobre o que foi discutido na reunião.

– Como vocês sabem que não houve nenhuma morte? - Harry se deu por satisfeito e se voltou novamente para Sirius.

– Nós temos uma ótima fonte. - e piscou para mim. - Sabemos muita coisa.

– Pelo menos mais do que ele pensa que nós sabemos. - acrescentou Lupin.

– Por que ele parou de matar pessoas? - perguntou Harry.

– Porque não quer chamar atenção. - respondeu Sirius. - O retorno dele não foi bem como ele esperava, entende? Ele estragou tudo.

– Ou melhor, você estragou tudo. - disse Lupin com um sorriso no rosto.

– Como? - Harry estava perplexo, sem compreender.

– Você não deveria ter sobrevivido. - eu falei. - Ninguém além de mim e os Comensais da Morte deveriam saber do retorno dele, Harry. Mas você sobreviveu para contar.

– E a última pessoa que ele queria que fosse alertada sobre seu retorno, era Dumbledore. - acrescentou Lupin. - E você garantiu que ele ficasse sabendo imediatamente.

– E como foi que isso ajudou?

Ele era tapado?

– Você está brincando? - perguntou Gui incrédulo. - Dumbledore é a única pessoa de quem Você-Sabe-Quem já teve medo na vida!

Harry olhou para mim buscando uma confirmação. Assenti.

– Graças a você, Dumbledore pôde reconvocar a Ordem da Fênix uma hora depois do retorno de Voldemort. - disse Sirius.

– Então é isso que a Ordem esteve fazendo? - perguntou Harry, olhando as pessoas ao seu redor.

– Trabalhando com o máximo empenho para garantir que Voldemort não possa concretizar seus planos. - disse Sirius.

– Como é que vocês sabem quais são os planos dele? - perguntou Harry depressa.

– Dumbledore teve uma ideia astuciosa. - disse Lupin. - E as ideias astuciosas de Dumbledore em geral se provam verdadeiras. - ele então me indicou.

– Katherine? - Harry questionou.

– Sabe, não faz muito tempo que eu estou dentro da Ordem. - dei de ombros. - Dumbledore já tinha especulado sobre os passos de meu pai, mas Severo... Quero dizer, Snape, não tinha tanto acesso aos planos do Lorde das Trevas.

– Quando Katherine entrou para a Ordem nós tivemos certeza das intenções de Voldemort. - Kingsley disse.

– E o que é que Voldemort está planejando?

– Bom, para começar, Voldemort quer reorganizar seu exército. - explicou Sirius. - No passado, ele teve efeitos enormes sob seu comando: bruxas e bruxos que intimidou ou enfeitiçou para segui-lo, os fiéis Comensais da Morte, uma grande variedade de criaturas das trevas. Você o ouviu planejando recrutar os gigantes; bom este é apenas um dos grupos que ele quer aliciar. Com certeza ele não vai tentar assumir o Ministério da Magia com meia dúzia de Comensais da Morte.

Eu me mexi inquieta na cadeira. Eu sabia muito bem dos planos do meu pai, mas escutá-los pela boca de outra pessoa era... estranho. E sinceramente, me preocupava.

– Então vocês estão tentando impedi-lo de recrutar mais seguidores?

– Estamos nos esforçando ao máximo. - respondeu Lupin.

– Como?

– Bom, o principal é tentar convencer o maior número possível de pessoas de que Você-Sabe-Quem realmente retornou, deixá-las na defensiva. - disse Gui. - Mas está sendo complicado.

– Por quê?

– Por causa da atitude do Ministério. - esclareceu Tonks. - Você viu Cornélio Fudge depois que Você-Sabe-Quem retornou, Harry. Muito bem, ele não mudou de posição. Continua a recusar a acreditar que seja verdade.

– Mas por quê? - perguntou Harry. - Por que é que ele está sendo tão burro? Se Dumbledore...

– Ah, você acabou de pôr o dedo na ferida. - disse Arthur com um sorriso entre divertido e aborrecido. -Dumbledore.

– Fudge tem medo dele, entende? - acrescentou Tonks com tristeza.

– Medo de Dumbledore? - repetiu Harry, incrédulo.

– Medo do que está pretendendo. - disse Arthur. - Fudge pensa que Dumbledore está conspirando para derrubá-lo. Acha que Dumbledore quer ser Ministro da Magia.

– Mas Dumbledore não quer...

– Claro que não quer! - confirmou. - Jamais quis o cargo de Ministro, ainda que muita gente quisesse que ele o assumisse quando Emília Bagnold se aposentou. Mas foi Fudge quem assumiu o poder, e ele jamais esqueceu todo o apoio do povo a Dumbledore, ainda que ele jamais tivesse se candidatado ao cargo.

– No fundo, Fudge sabe que Dumbledore é muito mais esperto que ele, um bruxo muito mais poderoso, e no inicio do mandato Fudge estava sempre pedindo ajuda e conselhos a Dumbledore. - falou Lupin. - Mas parece que Fudge gostou do poder e se tornou muito mais confiante. Adora ser Ministro da Magia e conseguiu se convencer de que é o mais inteligente e que Dumbledore está criando confusão simplesmente por criar.

– Como é que ele pode pensar uma coisa dessas? - perguntou Harry indignado. - Como pode pensar que Dumbledore vá simplesmente inventar tudo isso... Que eu vá inventar tudo isso?

– Porque aceitar que meu pai retornou significaria ter problemas que o Ministério não precisa enfrentar há quase quatorze anos. - eu falei.

– Fudge simplesmente não quer encarar a verdade. É muito mais cômodo se convencer de que Dumbledore está mentindo para desestabilizá-lo. - Sirius acrescentou.

– Você está entendendo o problema? - perguntou Lupin. - Enquanto o Ministério insistir que não há nada para temer da parte de Voldemort, é muito difícil convencer as pessoas de que ele retornou, principalmente se elas, para começar, não querem acreditar nisso. E mais, o Ministério está confiando em que o Profeta Diário não noticie o que chama de campanha de boatos de Dumbledore e, assim sendo, a maior parte da comunidade bruxa não tem a menor consciência de que alguma coisa tenha acontecido, e com isso se tornam alvos fáceis para os Comensais da Morte, se estiverem usando a Maldição Imperius.

– Mas vocês estão contando às pessoas, não estão? - perguntou Harry olhando para todos ao redor. - Vocês estão informando a todos que ele retornou?

Todos riram amarelo.

– Pense Harry. - eu me debrucei sobre a mesa, ficando mais próxima dele. - Sirius ainda é acusado de matar Rabicho e mais treze trouxas de uma só vez. O Ministério ainda está oferecendo a recompensa de dez mil galeões pela sua cabeça, acho que não tem como ele sair daqui. - Sirius abriu um sorriso mais amarelo ainda e se mexeu inquieto na cadeira.

"Lupin não é o tipo de pessoa que todos confiam. Afinal, ele é um lobisomem.

– Mas... - Harry começou.

– Harry, nós sabemos muito bem que Lupin é de confiança, mas acha mesmo que ele será recebido de braços abertos por qualquer um? - perguntei. - Sem querer ofender, Lupin. - ele deu de ombros. - Ninfadora...

– Não me chame de Ninfadora, Katherine. - ela me interrompeu.

– Muito bem. - revirei os olhos. - Tonks, Arthur e Kingsley perderiam o emprego no Ministério se começassem a sair por aí apoiando abertamente Dumbledore. E é importante que a Ordem tenha espiões dentro do Ministério, já que meu pai também tem.

– Mesmo assim, conseguimos convencer algumas pessoas. - disse Arthur. - A Tonks aqui, por exemplo, era muito jovem para participar da Ordem da Fênix da outra vez, e é uma enorme vantagem contar com aurores do nosso lado. Kingsley Shacklebolt também tem sido realmente valioso. Ele é o responsável pela caça ao Sirius, então tem informado ao Ministério que ele está no Tibet. - Kingsley abriu um sorriso.

– Mas se nenhum de vocês está divulgando a notícia de que Voldemort retornou... - começou Harry.

– Quem disse que nenhum de nós está divulgando as notícias? - perguntou Sirius. - Por que é que você acha que Dumbledore está tão encrencado?

– Como assim?

– Estão tentando desacreditá-lo. - explicou Lupin. - No Profeta Diário da semana passada, noticiaram que a Confederação Internacional de Bruxos votou a dispensa dele da diretoria porque está ficando velho e incapaz, mas não é verdade; votaram a favor da dispensa dele depois que ele fez um discurso anunciando o retorno de Voldemort. Ele perdeu o cargo de bruxo-presidente da Suprema Corte dos Bruxos, e estão falando em tirar-lhe sua comenda de primeira classe da Ordem de Merlin.

– Mas Dumbledore diz que não se importa com o que estão fazendo, desde que não tirem o seu retrato do baralho de sapos de chocolate. - disse Gui rindo.

– Não é caso para risos. - censurou seu pai com rispidez. - Se Dumbledore continuar a desafiar o Ministério abertamente, ele pode acabar em Azkaban, e a última coisa que queremos ver é Dumbledore trancafiado.

– O Ministério está agindo exatamente como meu pai quer. - eu falei. - Enquanto ele souber que Dumbledore está livre e sabendo do que ele está fazendo, agirá com cautela. Mas se Dumbledore estiver fora do caminho... Sinceramente, eu nem quero pensar no que ele pode fazer.

– Mas se Voldemort estiver tentando recrutar mais Comensais da Morte, logo vazará a notícia de que retornou, não é mesmo? - perguntou Harry.

– Voldemort não vai até a casa das pessoas e bate na porta, Harry. Ele prepara arapucas, enfeitiça e chantageia. Tem muita prática em agir em segredo. - novamente eu me mexi inquieta. - Em todo o caso, reunir seguidores é apenas uma das coisas em que ele está interessado. Ele também tem outros planos, planos que pode pôr em ação discretamente, e, por ora, tem se concentrado neles.

– Que é que ele está querendo conseguir além dos seguidores? - perguntou Harry depressa.

– Coisas que ele só pode obter na surdina. - Sirius respondeu depois de trocar um rápido olhar com Lupin. - Como armas. Uma coisa que ele não tinha da última vez. - ele acrescentou.

– Quando era poderoso?

– É.

– Que tipo de armas? - perguntou Harry. - Coisa pior do que a Avada Kedavra...?

– Agora chega! - Molly falou das sombras ao lado da porta. - Agora vão dormir. Todos vocês. - acrescentou, olhando para Fred, Jorge, Rony e Hermione.

Fred e Jorge abriram a boca para retrucar, mas se calaram com um olhar de Molly.

– Você já deu muita informação ao Harry. Mais um pouco e será melhor convencê-lo a entrar para a Ordem.

– Por que não? - perguntou Harry depressa. - Entro para a Ordem, quero entrar, quero lutar!

– Não!

Dessa vez não foi Molly quem falou, mas sim, Lupin.

– A Ordem é formada apenas por bruxos maiores de idade.

– Mas a Katherine...

– Katherine é uma exceção necessária. - Lupin foi firme. - Há perigos em jogo que nenhum de vocês têm a menor ideia... Acho que Molly tem razão, Sirius. Já contamos o suficiente.

Sirius deu de ombros, mas não discutiu. Então Molly acenou autoritariamente para os filhos e para Hermione, que saíram da cozinha. Harry se levantou derrotado e ia segui-los.

– Harry, posso falar com você por um minuto? - pedi me levantando.

– Katherine... - Molly me repreendia com os olhos.

– Tenho que falar com ele. - eu fui firme e quando ela fechou os olhos derrotada, puxei o braço de Harry para fora da cozinha e, ignorando as perguntas de Fred, Jorge e Rony, arrastei ele para fora da casa.

– O que foi? - ele perguntou me olhando curioso.

– Ele estava furioso, sabe. - eu comecei me sentando nos degraus que levavam à porta da casa.

– Voldemort? - perguntou ele se sentando ao meu lado.

– Sim. Você é o único motivo para que ele tenha deixado eu fazer parte da Ordem, como uma espiã.

– Eu?

– É. Ele já tinha o Snape, Harry. - eu expliquei. - Mas eu sou capaz de fazer uma coisa, que ele não é. Posso ficar facilmente de olho em você.

– Ele sabe que...

– Estamos juntos? - perguntei.

– É, tipo isso. - Harry deu de ombros.

– Digamos que sabe. - eu ri.

– E...?

– Ele acha que eu estou com você para ter sua confiança.

– E está? - perguntou.

– Você é burro, Potter? - me virei irritada para ele.

– É brincadeira, Kate. - ele pegou minha mão. - Mas ele aprova a nossa... aproximação?

– Ele não conhece os meus verdadeiros sentimentos, então... Sim, ele aprova.

Apoiei minha cabeça em seu ombro e fechei os olhos.

– Tente não ser expulso, certo?

– Vou tentar. - ele riu. - E tente não ser pega por ele.

– Não vou ser. - afirmei. Ficamos por mais alguns minutos daquele jeito. - Eu preciso ir, e você precisa entrar.

– Não vai ficar aqui? - neguei. - Por que não?

– Luna deve estar desesperada. Eu nunca volto tarde das reuniões da Ordem. - expliquei.

– Luna? Sua mãe?

– A própria. Ela está na Mansão Malfoy e quase não me deixa sozinha. - eu sorri. - Mas eu realmente preciso ir, Harry. - falei me levantando. - Vou tentar aparecer amanhã. Se cuide. - falei depositando um rápido beijo em seus lábios. - Senti sua falta, Potter.

Ele riu.

– Sei que você não vive sem mim, Kate. - ele me puxou pela cintura e voltou a selar nossos lábios. - Boa noite. - disse por fim me soltando.

– Boa noite.

Esperei ele entrar para descer os degraus restantes e aparatar.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Espero que tenham gostado da minha adaptação do texto...
O próximo capítulo já está em andamento.
Comentem, por favor.
Beijos, NatyAiya.