Voldemorts Daughter escrita por NatyAiya


Capítulo 60
Capítulo 60 - Lembranças


Notas iniciais do capítulo

Como prometido aqui está o capítulo!!!
Espero que gostem...
Um Feliz Natal muito especial para todos!!!!



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Capítulo 60 - Lembranças

POV Katherine

Estupore! - não senti o chão batendo em minhas costas.

Abri meus olhos mas tive que colocar a mão sobre eles para evitar a claridade até que me acostumasse com ela. Olhei ao redor tentando descobrir onde estava, já estava óbvio que não estava mais na sala de Severo Snape e muito menos nas masmorras de Hogwarts.

Minha cabeça girou um pouco e minha visão ficou embaçada quando eu me levantei. Olhei mais uma vez ao redor e finalmente consegui descobrir onde estava: O Salão Principal. Exatamente no meio dele. As mesas das Casas não estavam ali, eu me encontrava totalmente sozinha ali. Eu também não estava usando o uniforme de Hogwarts, e sim um vestido que eu tinha certeza que pertencera um dia à Valentine Slytherin.

Saí do Salão Principal com a intenção de descobrir o que estava acontecendo.

Eu já sabia perfeitamente que aquilo era coisa dos fundadores, mas eles nunca estavam ausentes como agora.

- Olá, Katherine.

Me virei na direção da voz. No alto da escada do Saguão de Entrada se encontrava Valentine Slytherin.

- Valentine. - eu a cumprimentei.

- Esse vestido caiu muito bem em você. - ela falou sorrindo enquanto descia as escadas vindo na minha direção.

- Obrigada. - agradeci. - O que está acontecendo?

- Bem, eu serei a sua guia. Vamos! - ela exclamou puxando meu braço.

- Para onde vamos? - perguntei enquanto era arrastada escada acima.

- Sala de reuniões. - ela respondeu simplesmente sem diminuir o ritmo.

- Os fundadores estão lá?

- Não. - respondeu. - Eles deixaram essa tarefa para mim fazer completamente sozinha.

O quadro se abriu para nós e eu mal tive tempo para ver a sala de meu dormitório, porém foi tempo suficiente para que eu notasse a diferença.

- Valentine, em que ano estamos? - perguntei.

- Ah, você percebeu! - ela riu divertida ao parar em frente ao quadro que se encontrava no quarto. - Trouxe você para a minha época.

- O que quer dizer? - aquilo não podia significar o que eu achava que significava, certo?

- Hogwarts tinha apenas algumas décadas. - ela deu de ombros ao mesmo tempo que o quadro se abria para a passagem que nos levaria até a antiga sala de reuniões dos fundadores.

- Eu... eu estou sonhando, certo? - perguntei meio tonta com a informação. Era a primeira vez que eu viajavapara o passado. - Quero dizer. Severo me estuporou, e...

- Estamos dentro da sua mente, Katherine. - ela fez uma pausa. - Ou melhor, eu estou dentro da sua mente e ela está temporariamente desconectada de seu corpo. Mas é melhor não tentar compreender isso. - ela mexeu a mão como se aquilo não fosse importante, o que provavelmente não era. - Não temos muito tempo, e eu tenho muitas coisas para lhe mostrar e explicar.

Havia apenas uma mesa no centro da sala e sobre ela, uma bola de cristal e uma penseira.

- Para quê isso?

- Vou lhe explicar. - ela falou ao mesmo tempo que uma segunda mesa aparecia junto com duas cadeiras. - Venha. - ela caminhou até a mesa. Um bule, duas xícaras e um prato com bolos e biscoitos apareceram sobre ela quando nos aproximamos. - Chá? - ela perguntou pegando o bule e servindo o líquido em uma das xícaras.

- Por favor.

- Sente-se. - ela mandou ocupando uma das cadeiras.

- Valentine, pensei que não tivéssemos muito tempo. - falei um tanto alarmada com a calma que ela possuía agora.

- E não temos. - ela respondeu. - Mas nossa conversa será longa e nada como a magia que essa sala possui para nos ajudar. Ela pode nos dar um tempo a mais. - ela piscou para mim.

- É claro! A sala de reuniões dos fundadores possui um tipo de magia própria e um tempo próprio. - eu falei me repreendendo por não ter me lembrado disso antes.

- Exatamente. - ela sorriu. - Não se repreenda por não se lembrar disso agora. - ela acrescentou curtindo uma piada só dela, resolvi não perguntar nada.

Depois de mais alguns minutos, a curiosidade voltou a me invadir.

- Valentine, porque uma bola de cristal e uma penseira estão aqui? - perguntei.

- Não consigo mesmo distrair você do assunto principal. - ela balançou a cabeça em negação. - Vou explicar.

- Por favor. - pedi.

- Nos mil e tantos anos que passaram desde a morte dos fundadores até que você viesse para Hogwarts, essa era a nossa melhor forma para saber o que acontecia fora dos muros do castelo. A outra forma era através do quadro dos quatro fundadores no gabinete do diretor, e de tempos em tempos, quando um descendente de algum fundador estava presente em Hogwarts, também recebíamos algumas informações de fora por ele ou ela. Ainda usamos esse método. - ela apontou para a bola de cristal e a penseira. - E também o quadro dos fundadores no gabinete do diretor, mas desde que você veio para Hogwarts, é muito mais fácil nos conectar à você para termos informações de fora.

- As informações que vocês recebiam dos outros descendentes... - eu parei procurando pelas palavras certas.

- Não tínhamos como nos conectar a mente deles, querida. Você é a única com quem podemos fazer isso. - ela falou rapidamente, assim que compreendeu o que eu queria saber.

- E por que me trouxe aqui?

- Nós - eu e os fundadores - achamos que era melhor você saber um pouco mais sobre o passado de seu pai. Sobre a época que ele era apenas Tom Riddle. - eu assenti concordando.

No meu segundo ano eu tinha tido acesso completo às lembranças de meu pai e tinha descoberto mais coisas do que gostaria de saber com treze anos. Porém, tudo o que eu tinha visto era sobre depois de ele ter terminado Hogwarts, quando ele já tinha adquirido ou passado a usar, qual termo preferir, o nome Voldemort. Eu não sabia simplesmente nada sobre como fora a infância de meu pai. A única coisa que eu sabia, era que ele tinha nascido e sido criado em um orfanato trouxa, nem mais e nem menos.

- O que vão me mostrar? - perguntei curiosa.

- O que nós podemos ver por aqui - ela voltou a indicar a bola de cristal. -, são apenas os fatos mais importantes para a história bruxa e também podemos ficar de olho em qualquer um de nossos descendentes.

- Uma visão limitada.

- Exatamente! - ela exclamou. - Agora, outra coisa que você precisa compreender. Helena Ravenclaw decidiu se tornar uma fantasma depois de sua morte. Eu decidi esperar por você, a herdeira e descendente dos quatro. Apenas eu tomei essa decisão, e é por isso que você tem contato apenas comigo. Os outros decidiram "seguir em frente" depois da morte. - ela fez uma pausa ficando pensativa por alguns segundos. - Os fundadores "continuam" aqui porque Hogwarts é como uma parte deles, uma parte viva. E nós não somos fantasmas, como já lhe disse uma vez, não estamos exatamente mortos e com certeza não estamos vivos. Não estamos ligados à esse mundo como os fantasmas estão mas também não estamos ligados ao outro mundo. Pode entender isso, querida?

- Vocês são uma lembrança do que foram um dia no passado e continuam aqui por causa da ligação que possuem com o castelo, certo?

- Sim e não. Isso vale apenas para os fundadores, eu estou ligada à você. Estamos em um tipo de segunda dimensão, Katherine. Mesmo agora, nesse exato minuto, mesmo que você esteja em um sonho, estamos em uma segunda dimensão. - ela esperou até que eu assentisse indicando que compreendera. - Mas isso não importa exatamente. Mas fico feliz por você ter compreendido isso com a minha explicação imperfeita. - ela sorriu satisfeita.

- Você cumpre o seu trabalho em tentar me ajudar, Valentine.

- Obrigada. - ela agradeceu. - Voltando agora ao assunto principal... O que nós vemos na bola de cristal é transferido para a penseira. E agora nós vamos mergulhar em velhas lembranças. - ela falou se levantando e fazendo um sinal para que eu fizesse o mesmo.

Não foi necessário irmos até a penseira. A sala começou a girar e quando parou, nós estávamos em um lugar completamente diferente. Mas eu conhecia a mansão que se elevava acima do vilarejo.

- Estamos em Little Hanglenton. - afirmei olhando para a Mansão Riddle. - O que fazemos aqui? - perguntei me virando para Valentine.

- Vamos conhecer os seus avós antes de qualquer coisa, querida. - ela pegou o meu braço e me puxou para o lado abandonado do vilarejo. Ela parou perto das árvores, um casebre que começava a apodrecer estava ali, cercado por moitas de urtigas e não era nada atrativo. - Aquela é Mérope Gaunt, sua avó. - Valentine falou indicando a mulher que estava apoiada na janela aberta do casebre.

Ela era magra e estava tão suja quanto o casebre. Mesmo não podendo ver suas roupas com clareza, eu tive certeza que ela vestia um vestido em trapos. Ela tinha uma certa beleza, mas tudo ao redor dela fazia parecer o contrário.

Enquanto eu a observava, um homem não muito mais velho do que ela apareceu por trás e a puxou pelos cabelos para dentro batendo a janela com força logo depois.

- E aquele cavalheiro é seu tio, Morfino Gaunt. - ela fez uma careta insatisfeita. E foi a primeira vez que eu vi Valentine Slytherin usando sarcasmo.

O som de cascos de cavalos atrás de nós, fez com que eu me virasse. E eu não acreditei no que os meus olhos me mostravam.

- Pai? - sussurrei vendo o rapaz montado no cavalo e reconhecendo-o de uma lembrança.

- Tom Riddle, seu avô. - Valentine me corrigiu.

- Ele é... Ele é... - gaguejei.

- A semelhança é assustadora, não?

- Como é possível? - eu continuava com os olhos vidrados no rapaz.

- Genética, ou seja lá o quê que os trouxas falam. - Valentine falou com desdém.

- Não o aprova, não é mesmo? - finalmente tirei os olhos de meu avô e voltei a olhar para ela.

- Não gostava da escolha de Mérope, mas eu não poderia fazer nada para impedi-la. Por um lado, agora, eu acho que foi uma boa escolha mas pelas formas erradas.

- O que quer dizer? - perguntei realmente sem saber o que Valentine queria dizer.

- Antes que irmos para a próxima lembrança, eu vou explicar. - ela falou e voltou a segurar meu braço me puxando para longe do casebre, indo novamente na direção do vilarejo. - Morfino Gaunt azarou o seu avô em uma manhã depois de ver a irmã suspirando por um trouxa. Isso fez com que o Ministério precisasse intervir, mas nem Morfino e nem Marvolo, seu bisavô, estavam dispostos a ouvir o que o enviado do Ministério dizia e expulsaram o homem da casa.

"Depois desse... incidente, Morfino e Marvolo foram levados para Azkaban e pela primeira vez na vida, Mérope se viu sozinha naquela casa. E ela ficou perdida. Sem os maus tratos do pai ou do irmão, ela ficou completamente perdida. Depois de alguns meses sozinha, ela finalmente fez algo pela própria decisão.

"Em uma tarde quente de verão, quando Tom Riddle estava cavalgando perto da casa de Mérope, ela ofereceu-lhe um copo de água. Porém, ela tinha misturado uma poção do amor na água. O que aconteceu a seguir, você pode imaginar não?

- Tom Riddle se viu totalmente apaixonado por Mérope Gaunt e provavelmente fugiu com ela de Little Hanglenton.

- Correto. Mérope continuou dando a poção do amor a Riddle por um ano, quando ela engravidou dele. Ela, achando que a criança que crescia em seu ventre seria o suficiente para prender o homem amado à si, parou de dar a poção para ele.

- Mas foi um grande engano, não?

- Sim, foi. Em uma manhã, Riddle acordou com a mulher Gaunt ao seu lado na cama e ele não conseguia se lembrar de onde estava ou como fora parar ali. Ele simplesmente não conseguia se lembrar do que tinha acontecido durante o último ano. Mesmo com as explicações de Mérope, ele juntou as próprias coisas e abandonou-a voltando para Little Hanglenton. - ela fez uma pausa e olhou para a mansão acima do vilarejo. - Agora vamos para a outra lembrança.

Novamente, o lugar começou a girar e quando parou estávamos em um lugar que chovia. Essa foi a primeira coisa que eu pude perceber. Foi depois que tudo se estabilizou que eu percebi que estávamos em algum lugar de Londres. Uma Londres de anos atrás.

- O que fazemos aqui? - eu perguntei.

- Vamos ver seu pai nascer e depois observar um pouco da infância dele no orfanato, antes que ele entrasse para Hogwarts. - Valentine respondeu prontamente. - Por aqui.

- Aquela... Aquela é Mérope? - eu perguntei indicando a mulher que estava curvada sobre o corpo na frente de um prédio qualquer.

- Sim. Vamos segui-la.

Mérope andava curvada sobre o corpo e sustentava a barriga com uma mão, a outra ela usava para se apoiar nas paredes dos prédios. Algumas vezes, um grito abafado de dor era ouvido.

- Até onde ela irá nesse estado? - perguntei para Valentine.

- Até ali na frente. - ela indicou um prédio à nossa frente.

- Orfanato Wool's? - perguntei lendo a inscrição sobre o portão.

- Sim. Foi nesse orfanato onde seu pai nasceu e cresceu. - ela falou.

Depois de abafar mais um ou dois gritos, Mérope finalmente chegou até os portões do orfanato. Ela puxou a campainha e balançou o portão com a força que lhe restava antes de deslizar até o chão e ficar ali até que uma mulher viesse abrir o portão.

- Me ajude, por favor! - Mérope implorou erguendo os olhos para a mulher.

- O que faz aqui em uma hora dessas?

- Eu... eu... - Mérope gaguejou.

- Deixemos isso para depois. Venha, venha! - a mulher falou ajudando-a a levantar-se. - Ah, meu bom Deus! - ela exclamou. - Você está em trabalho de parto!

- Eu... - Mérope mordeu os lábios para não gritar ao mesmo tempo que ela voltava a se dobrar sobre o próprio corpo.

- Venha, vamos! - ela apoiou Mérope e as duas entraram.

Quando dei o primeiro passo para segui-las, Valentine segurou meu braço.

- Não vamos segui-las? - perguntou virando-me para ela.

- Não vou fazer você presenciar o nascimento de seu pai. - ela falou com uma careta. - Mas vamos ver os últimos minutos de vida de sua avó.

Assim que ela terminou de falar, o lugar voltou a girar.

- É um garoto saudável. - a voz de uma mulher ecoou pelo lugar antes que tudo se estabilizasse.

Olhei ao redor. Estávamos em um lugar parecido com uma enfermaria, mas muito menos equipada. Seis camas se encontravam no aposento e apenas uma estava ocupada. Quatro mulheres estavam ao redor dessa cama.

- Espero que ele se pareça com o pai. - a voz de Mérope soou fraca.

- Qual será o nome dele? - a mulher que a ajudara antes perguntou com o bebê no colo.

- Tom... Tom Marvolo Riddle. - Mérope fez uma pausa. - Tom Riddle como o pai e Marvolo como o avô. - ela explicou com um sorriso fraco nos lábios. - Deixe-me segurá-lo. - pediu estendendo os braços.

A mulher colocou o bebê nos braços de Mérope e então as quatro mulheres se afastaram da cama.

- Ela não resistirá. - a mais nova falou.

- Não diga isso, Martha! - uma outra falou.

- Mas é verdade! Ela não estava alimentada e não estava nada bem. - Martha replicou.

- É verdade. - uma terceira falou. - É um milagre que a criança tenha nascido saudável.

- O que faremos, Sra. Cole? - Martha se virou para a mulher que tinha ajudado Mérope no portão.

- Ela, Mérope, não tem para onde ir. Vamos acolhe-los até que ela esteja melhor. Então, ela pode trabalhar conosco aqui e podemos ajudá-la a cuidar do garoto.

Minha atenção se voltou para Mérope com o bebê nos braços.

- Você é muito especial. - ela sussurrava. - Você será um bruxo muito poderoso. Não deixará que os outros se sintam acima de você, querido. - ela beijou a testa da criança, meu pai. - Você nasceu para ser um líder.

Ela o colocou na cama, entre seus braços e então fechou os olhos para não abrir mais.

- Ela estava certa, não? - falei com ironia para Valentine.

- De certa forma, sim. - ela respondeu para mim.

Ela então me puxou pela mão para fora da enfermaria do orfanato.

- Para onde vamos? - perguntei quando passamos pelas portas.

- Vamos olhar um pouco da infância de seu pai. - ela então me guiou pelos corredores do orfanato.

Nos minutos ou horas que se seguiram, nós observamos as partes mais importantes da infância de meu pai ali naquele orfanato e durante as excursões que as crianças faziam.

Quando tudo acabou, nós voltamos para a sala de reuniões dos fundadores.

- Ele era capaz de controlar a magia muito antes de vir para Hogwarts! - eu exclamei. - Assim como eu... - eu desabei em uma das cadeiras que estavam ali.

- Mais ou menos, Katherine. - Valentine falou.

- Como mais ou menos, Valentine?

- Katherine, aos cinco anos você tinha a capacidade de fazer coisas que nem adultos de vinte e poucos anos podiam. Além, é claro, de dominar mais Magia Negra do que é saudável. - ela sorriu para mim. - Agora seu pai, ele era capaz de controlar a magia dele apenas para fazer com que os outros, as outras crianças sofressem. Ele não tinha um controle completo sobre a própria magia. Já você...

- Eu tinha total controle. - completei.

- Exatamente. Vocês dois tinham consciência do que faziam, mas apenas você compreendia o que fazia. - ela fez uma pausa. - Acho que você já compreendeu o suficiente. Posso lhe mostrar como foi a vida de seu pai aqui em Hogwarts agora, ou então posso lhe mostrar o que está acontecendo nesse exato momento entre ele e Harry Potter.

- Eu terei outra oportunidade para ver a adolescência dele, não é? - Valentine assentiu. - Me mostre o que está acontecendo.

- Vamos voltar um pouco para que você compreenda o que estava acontecendo. - ela falou antes que a sala voltasse a girar. Quando tudo parou, eu precisei de alguns segundos para distinguir o que eu via.

Harry estava amarrado à uma lápide, Rabicho estava encolhido no chão e agarrado à mão direita. Cedrico estava com os olhos abertos, os braços e pernas abertos em ângulos estranhos e estava imóvel. E no centro daquele lugar, estava a figura de um homem.

Quando a névoa que circundava o homem se dissipou e ele se virou, eu prendi a respiração. O rosto ofídico, olhos vermelhos com pupilas de cobra, a pele branca, as veias que eram possíveis de se ver por sobre a pele. Aquele era meu pai.

Minhas pernas fraquejaram um pouco e Valentine me segurou ao seu lado.

- Não importa o que aconteça agora, Katherine. Você não pode interferir mais. - ela falou pausadamente.

Ela então me ajudou a ir até um banco de pedra entre as lápides e se sentou comigo ali.

Transformei o meu rosto em uma máscara dura, sem deixar que nenhum de meus sentimentos passassem por ela.

Observei em silêncio o que acontecia a minha frente. Observei Rabicho entregar a varinha de meu pai para ele. Depois meu pai pressionando o dedo indicador na Marca Negra que estava marcada no braço de Rabicho. E depois ele começou a conversar com Harry como se conversasse com um velho amigo.

Meu pai então contou a Harry sobre Mérope e Tom Riddle, seu pai. Contou, como se comentasse sobre o tempo, como tinha matado o próprio pai e os avós. Como tinha se vingado do maldito trouxa.

- Mas veja só recordando minha história de família... - ele riu friamente. - Estou ficando muito sentimental. Soube que minha filha é próxima de você em Hogwarts, Harry. Apenas Katherine é minha família. Ela é a minha verdadeira família de sangue. - ele fez uma pausa e olhou para o céu. - E agora, a outra parte de minha verdadeira família está chegando...

Sombras encapuzadas apareceram há poucos metros de distância de meu pai. Todos curvados de medo, todos sem saber o que fazer.

A fúria de meu pai que caiu sobre os seus Comensais foi grande. E se eu já não estivesse inconsciente quando a fúria dele explodiu, eu tenho certeza, que não conseguiria contê-la.

Observei cada um dos comensais tentar se redimir com meu pai, cada um com sua própria desculpa. E mesmo que tudo o que eu estava vendo agora já era uma lembrança, algo que já tinha acontecido em questão de minutos atrás, eu podia sentir a raiva que meu pai tinha sentido naquele momento.

Valentine olhava para mim de tempos em tempos, seus olhos carregados de preocupação. Mas eu sabia muito bem que minhas feições não entregavam o que eu sentia naquele momento.

E eu continuei sem demonstrar nada até que meu pai se aproximou do corpo de Cedrico.

- Um garoto tão bonito, tão inteligente... - ele virou o rosto de Cedrico com o pé.

Fechei as mãos em punhos e trinquei os dentes. Harry se agitou nas cordas e com isso a atenção de meu pai finalmente se voltou completamente para ele.

- Valentine, eu não posso ver mais. - falei quando meu pai começou a torturá-lo, logo depois de mandar Rabicho soltá-lo da lápide.

- Quer voltar? - ela perguntou.

- S... - a resposta ficou presa em minha boca. - O que é isso?

- Olá Riddle.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
Estou trabalhando no próximo capítulo, mas pode ser que ele só dê as caras no começo do ano que vem.... Estou vendo o que posso fazer...
Mais uma vez: UM FELIZ NATAL PARA TODOS!!!
Nos vemos nos reviews...
Beijos, NatyAiya.