Capítulo 53 - Baile de Inverno

POV Katherine

Harry me acompanhou até a entrada do Salão Comunal da Sonserina, onde eu deixei minha bolsa e depois fomos juntos para o Salão Principal.

Nós paramos em frente ao Salão Principal quando vimos Rony tentando convidar Fleur Delacour para o baile. A cena não seria tão assustadora, se ele não estivesse aos berros e com o rosto tão vermelho quanto os próprios cabelos.

- O que o Rony pensa que está fazendo? - eu perguntei para o Harry. Tive que dar um tapa em sua nuca para trazê-lo de volta para a terra.

- Ela é parte Veela. - foi só o que ele falou.

- Ótimo, saia daqui então e deixe isso comigo. - eu falei o empurrando para as escadas. - Gina, me ajude com seu irmão. - eu falei puxando Gina pelo braço.

- O que o tapado do Rony pensa que está fazendo? - ela perguntou me seguindo até onde Fleur e Rony estavam.

- Désolé mon ami, Mlle Delacour. (N/A: Desculpe meu amigo, Srta. Delacour., segundo o google tradutor.) - eu falei puxando o braço de Rony, que berrava algo como 'Eu te amo' e 'Me acompanhe'.

- Vous parlez ma langue? (Você fala minha língua?) - ela perguntou me encarando friamente.

- Juste assez pour le comprendre. (Apenas o suficiente para compreendê-la.) - eu respondi.

- Dites cette rousse apprendre à avoir des manières avant de venir me parler à nouveau. (Diga para esse ruivo aprender a ter modos antes de vir falar comigo novamente.) - isso fez o sangue subir a minha cabeça.

- Je pense que la dame a beaucoup de culpabilité. (Acredito que a senhorita tenha uma grande parte da culpa.) - eu falei praticamente sem pensar.

- Quoi! (O quê?) - ela perguntou raivosa.

- Ne devrait pas être en jetant son sort Veela quelqu'un dans un endroit avec tant d'enfants. (Não deveria ficar jogando seu feitiço de Veela para cima de alguém em um lugar com tantos garotos.) - eu respondi calmamente. - Je vais transmettre votre message à lui, mais méfiez-vous de la conversation autour de moi de mes amis, Miss Delacour. Vous ne voudrez pas de m'avoir comme un ennemi. (Passarei seu recado para ele, mas cuidado com o que falar perto de mim sobre os meus amigos, senhorita Delacour. Não vai desejar ter a mim como inimiga.) - eu falei juntando todo o veneno que consegui em minhas palavras.

- O que uma garrrotinha como você poderrrria fazerr contrra mim? - ela perguntou abandonando o francês, mas com a voz carregada de sarcasmo e talvez, nojo.

- Sou Katherine Liwener Riddle, filha de Voldemort. Já deve ter ouvido falar dele. - eu odiava usar isso como um trunfo, mas eu simplesmente adorei ver seu rosto perder um pouco da cor e ela cambalear para trás. - Excusez-moi. (Com licença.)

Peguei o outro braço de Rony e ajudei Gina rebocá-lo escada acima até o quadro da Mulher Gorda. Gina falou a senha e eu a ajudei carregar Rony para dentro. Ele falava coisas sem nexo, mas dava entender que ele se arrependia do que tinha acabado de fazer.

- O que aconteceu? - Harry perguntou vindo até nós.

Gina explicou rapidamente o que tinha acontecido antes de nós chegarmos até a cena e eu expliquei resumidamente minha conversa com Fleur.

Rony continuou se lamentando até que Hermione voltou do jantar. Fiquei apenas escutando a conversa dos quatro e depois que Hermione subiu para o dormitório das meninas, eu já precisava segurar o riso.

- Gina você pode ir com o Harry e eu vou... - Rony começou.

- Não. - Gina e Harry falaram juntos.

- E por que não? - Rony perguntou impaciente.

- Porque eu... eu estou indo com o Neville. - Gina corou um pouco.

- E qual é a sua desculpa, Harry?

- Eu vou com a Kath. - ele falou se virando para mim buscando ajuda.

- Eu ouvi dizer que Parvati Patil ainda não tem um par. - falei ao mesmo tempo em que ela entrou e Gina saiu.

Rony só abaixou a cabeça, quem se moveu foi Harry.

- Oi Parvati. Você gostaria de ir ao baile com o Rony? - ele perguntou no embalo.

- Não posso. Eu vou com o Dino. - ela respondeu.

- Sabem de alguém que pudesse ir com o Rony?

- Por que ele não vai com a Hermione? - Lilá perguntou.

- Porque parece que ela já tem um par.

- Ah... Quem? - os olhos das duas brilhavam de curiosidade.

- Eu não sei. Mas e o Rony?

- Eu vou falar com a minha irmã, a Padma. Acho que ela estava sem um par ainda. - Parvati falou dando risinhos junto com Lilá.

- Por favor. E obrigado. - Harry falou voltando para onde eu e Rony estávamos.

- Bom, eu vou ver se ainda tem alguma coisa para comer e se não tiver vou fazer uma visita à cozinha. - falei me levantando. - Querem vir comigo?

- Eu vou. - Harry falou me acompanhando para fora do quadro deixando Rony sozinho. - Com quem você acha que a Mione vai?

- Eu sei com quem ela vai, Harry. - falei dando de ombros. - Não vou falar. Se ela não quis contar para vocês, não serei eu quem contarei. - ele ficou em silêncio depois disso. - Vamos direto para a cozinha, à essa hora não terá mais nada nas mesas. - puxei sua mão na direção da cozinha.

- Katherine, você não poderia pegar alguma coisa para mim também enquanto eu te espero aqui? - Harry perguntou quando eu estiquei meu braço para fazer cócegas na pêra do quadro.

- Por quê?

- É estranho estar cercado de elfos. - ele respondeu dando de ombros.

- É Dobby? Sabe, ele ainda te venera. - eu contei.

- Eu sei. - ele fez uma careta.

- Ok, eu pego alguma coisa para você. O que vai querer?

- Alguma coisa salgada e uma garrafa de suco de abóbora.

- Pode deixar. - fiz cócegas na pêra e em questão de minutos estava rodeada de elfos. Depois de fazer os meus pedidos para Dobby, eu me sentei na mesa para esperar.

Minutos mais tarde, eu estava conduzindo Harry para o meu dormitório no sétimo andar com os braços cheios de comida e duas garrafas de suco de abóbora.

Depois de comermos, eu afastei os sofás deixando parte da sala livre. Fiz Harry se levantar e tentei ensinar para ele o pouco que eu sabia de dança. Ok, não era pouco, mas pelo menos o básico.

Harry era, sem dúvida nenhuma, um péssimo dançarino. Não sei como ele fez a proeza de tropeçar nos próprios pés e cair em cima de mim, mas ele conseguiu.

- Ok, Harry. Amanhã nós nos encontramos aqui depois do jantar. Vamos precisar treinar. - eu falei massageando meus pés.

- Me desculpe, Katherine. - ele falou se sentando ao meu lado.

- Sem problemas. Até o baile, minha prioridade será fazer com que você não pise no meu pé durante a dança.

- Vou fazer o possível para que isso não aconteça. - ele sorriu. - Mas acho que enfrentar um dragão é mais fácil do que dançar.

Com essa eu tive que rir.

- Então agradeça por eu não ser uma garota que gosta de dançar. - eu falei rindo.

- Apenas as danças obrigatórias, pode ser?

- Sem nenhum problema.

Uma semana depois, quando as férias finalmente começaram, Harry dedicava duas horas durante a tarde para as aulas de dança. Rony e Hermione se juntaram à nós na terça, logo depois do almoço. Eu tinha que admitir, Harry tinha melhorado muito. Ele ainda pisava no meu pé, mas agora era uma ou duas vezes apenas.

- Como é seu vestido, Katherine? - Hermione perguntou na tarde de quinta, três dias antes do baile, que seria no sábado.

- Mais simples impossível, eu acho. - falei sorrindo. - Venha, vou lhe mostrar. - falei puxando-a para o quarto e fechando a porta na cara de Rony e Harry.

- Hey! Nós também queremos ver! - Rony reclamou.

- Não mesmo, só no dia do baile. - eu falei.

Tirei o vestido para Hermione ver.

(N/A: a saia do vestido um pouco menos cheia e o vestido branco.)

- Esse vestido é perfeito, Katherine. - ela falou de boca aberta.

- Sem exageros, por favor. - eu revirei os olhos.

- Katherine, esse vestido é lindo, maravilhoso, perfeito. E eu consigo encontrar uma lista de elogios para ele. - ela falou enquanto eu guardava o vestido.

No sábado, Harry veio no meu dormitório na parte da manhã para uma última aula de dança até a hora do almoço, depois nós só nos veríamos de novo na hora do baile.

Depois de terminar uma redação que Snape tinha passado de tarefa para as férias, eu fui me arrumar junto com as outras meninas.

- O que vai fazer no seu cabelo, Katherine? - Júlia perguntou quando eu me sentei em frente a penteadeira.

- Vou deixá-lo solto, natural. - eu respondi.

- Não mesmo. - Melanie se levantou da cama e veio mexer no meu cabelo.

Depois de dez minutos, eles estavam ondulados naturalmente, mas eles tinham um toque diferente. Mel tinha dado um toque bagunçado em meu cabelo, mas as ondas ainda estavam perfeitas.

A maquiagem também foi algo simples e depois que eu coloquei o vestido, todas sorriram satisfeitas. Meu vestido era branco, tão branco quanto a neve, segundo as palavras de Alexia. Deixei as jóias dos fundadores de lado, fiquei apenas como o anel de Slytherin e coloquei um colar prateado com um pingente de cobra, mas ao contrário de quase todos os outros, os olhos da cobra não eram de esmeralda, eles era de alguma pedra azul. A sandália prateada completou o meu visual, agora era só esperar dar o horário.

- Vou para o Salão Comunal. - Avisei antes de sumir pela porta.

- Você deveria ensinar as outras garotas a não demorarem tanto. - Draco falou ao me ver. - Está linda, Katherine. - ele falou me abraçando. - Não acredito que você vai com o santo Potter. - ele fez uma careta. - Não vamos brigar, Kath. - ele falou me apertando mais no abraço para que eu não retrucasse.

- Vai amassar meu vestido. - eu reclamei e ele me soltou rindo. - Também está muito bonito, Draco. E se não queria que eu fosse com ele, porque não me convidou antes?

- A Pansy me convidou antes que eu pudesse convidar qualquer outra pessoa. - ele voltou a fazer careta.

- Se você não queria ir com ela, por que não recusou? - eu o puxei para o sofá.

- Se não fosse ela o meu par, eu gostaria que fosse você, Kath. Mas quando a Pansy me convidou, eu simplesmente aceitei. - ele se sentou ao meu lado. - Que horas você combinou com o Potter?

- Sete e meia no Saguão de Entrada. - eu respondi.

- Eu poderia acompanhá-la até lá pelo menos?

- Não sei se a Parkinson gostaria disso. - ele revirou os olhos. - Brincadeira, Draco. Será um prazer ter a sua compania por alguns minutos, querido. - eu dei um beijo estalado em sua bochecha.

Continuamos conversando por algum tempo até que Pansy e as outras garotas desceram para o Salão Comunal.

- Podemos ir? - Draco perguntou dando um braço para mim e outro para Pansy.

- Claro. - nós respondemos juntas.

Draco nos conduziu pelos corredores das Masmorras. Alexia e Yaxley vinham logo atrás de nós. Melanie iria com Theo, Bianca com Zabine, Rachel, Júlia e Lexi, que iriam com garotos da Corvinal e Lufa-Lufa estavam conversando e fechando o grupo, estava Crabbe e Goyle, ambos com vestes verdes.

Quando entramos no Saguão de Entrada, eu localizei Harry e Rony aos pés da escadaria.

- Nos vemos mais tarde, Draco. - eu falei dando um beijo em sua bochecha e indo me juntar à eles. - Harry, Rony e Padma, certo. - eu cumprimentei os três com um aceno de cabeça.

- Katherine, você está... - eles me observaram da cabeça aos pés. - Linda. - Harry completou sorrindo e eu provavelmente corei um pouco.

- Obrigada, Harry. - eu retribui o sorriso. - Você também está muito bonito. Rony, quer que eu dê um jeito nisso? - indiquei os fiapos de tecido de suas vestes.

- Você consegue? - ele perguntou e Padma me olhou esperançosa.

- Claro. - puxei a varinha e com alguns toques em sua roupa, os fiapos não existiam mais. - Isso é o máximo que eu posso fazer.

- Obrigada. - Padma sussurrou para mim.

- Sem nenhum problema. - eu sorri para ela.

Nesse momento as portas da entrada se abriram e os alunos da Durmstrang entraram com Karkaroff. Krum vinha na frente de toda a delegação e estava acompanhado por Hermione que estava em um vestido rosa claro, seus cabelos estavam levemente enrolados em um elegante nó na nuca e ela sorria um tanto nervosa.

- Campeões aqui, por favor! - a voz de Minerva ecoou pelo Saguão.

- Vemos vocês daqui a pouco. - Harry disse para Rony e Padma e me conduziu para onde Minerva estava. - Quem é a garota que está com o Krum? - ele perguntou para mim quando passávamos pelos outros alunos.

- A Hermione, Harry. - disse e precisei rir da cara que ele fez.

Minerva deu as instruções para nós rapidamente e depois foi se encarregar de fazer todos os alunos entrarem no Salão Principal.

- Acabou vindo com o Harry, então? - Cedrico falou ao meu lado sorrindo.

- Como pode ver, sim. - eu respondi com um sorriso também.

- Está muito bonita, Katherine. - Cho Chang comentou.

- Obrigada. Você também. - eu sorri para ela.

- Oi Harry! Oi Kate! - Hermione nos cumprimentou se aproximando com Krum.

- Oi Hermione. - eu retribui o cumprimento. - Zdraveĭte, Viktor. (Olá, Viktor.) - ele inclinou a cabeça em um cumprimento.

Depois que todos estavam em seus devidos lugares dentro do Salão, Minerva nos arrumou em uma fila para entrarmos. Fleur e Rogério Davies lideravam a fila, logo atrás deles, Krum e Hermione, Cedrico e Cho e por último, eu e Harry.

- Relaxe, não vamos precisar dançar agora. - eu falei no ouvido de Harry tentando tranquilizá-lo, já que ele estava extremamente pálido.

- Estou mais preocupado em atravessar o Salão, Kate. - ele falou.

- Preocupação idiota. - eu falei rindo e apertando seu braço com mais força. - Só relaxe. - eu falei segundos antes da porta do Salão se abrir para nós.

Minerva nos conduziu até o fundo do Salão, onde os jurados do Torneio estavam sentados e oito cadeiras estavam livres, as cadeiras para os campeões e seus pares. Percy Weasley, que estava aqui no lugar do Sr. Crouch puxou a cadeira ao seu lado para Harry que me conduziu até ele. Cho se sentou ao meu lado e enquanto Harry escutava a conversa de Percy sem muito entusiasmo eu fiquei conversando com ela, não tínhamos muitos assuntos em comum, mas ela era do mesmo ano que eu e tínhamos várias aulas juntas.

Quando toda a comida foi consumida, Dumbledore se levantou pedindo para que todos os alunos fizessem o mesmo e com um aceno de varinha, as mesas se encostaram nas paredes deixando o meio do salão vazio e com um segundo aceno, uma plataforma de dança surgiu no canto do salão e sobre ela, foram colocados uma bateria, violões e vários outros instrumentos musicais.

- Temos que dançar? - Harry perguntou com uma careta ao meu lado.

- Quantas músicas você quiser, meu caro. - eu falei rindo. Ele me conduziu para o meio do salão junto com os outros campeões. - Mão na minha cintura, Harry. - eu falei quando paramos um de frente para o outro.

Ele fez o que eu falava no momento exato, quando as Esquisitonas começaram a tocar. Era uma música lenta e triste. A segunda música também foi no mesmo ritmo, dessa vez outros casais se juntaram aos campeões na pista de dança.

- Podemos parar por aqui? - Harry perguntou no meu ouvido antes que a terceira música começasse.

- Claro. - eu concordei e ele me puxou para longe da pista e fomos nos juntar à Rony e Padma.

Depois de ficarmos apenas olhando os outros casais dançando, Draco veio sozinho me tirar para dançar.

- Divirta-se. Eu estarei aqui. - Harry falou me encorajando a aceitar.

- O santo Potter não sabe dançar? - Draco perguntou quando já estávamos na pista.

- Ele sabe o suficiente, Draco. E você sabe que eu não sou fã de dançar. - ele concordou.

Dancei com ele duas músicas até que Pansy veio pegar o próprio par. Eu ia voltar para onde Harry e Rony estavam, mas parei ao ver Snape parado ao lado da porta do Salão. Ele fez um sinal com a cabeça para que eu o seguisse.

- O que foi? - eu perguntei encontrando-o parado fora do salão.

- Karkaroff está esperando você no jardim. - ele falou irritado.

- Seja lá o que ele quer, você ficará comigo, certo? - ele concordou com a cabeça e saiu na frente indicando o caminho.

Estremeci de frio quando saí de dentro do castelo.

- Aí estão vocês! - Karkaroff falou ao nos ver.

- O que tanto quer comigo, Karkaroff? - eu perguntei secamente ficando a um passo a frente de Severo.

- Se quer ser tão direta, milady, então nós iremos direto ao assunto. - ele falou abrindo um sorriso amarelo. Arqueei uma sombrancelha esperando ele continuar. - Quero que retire isso de mim e garanta que eu não serei importunado com os seus seguidores. - ele falou erguendo a manga esquerda das vestes deixando a Marca Negra visível em seu braço.

- Sabe que isso é impossível, Igor! - Severo falou friamente ficando ao meu lado.

- Ela pode fazer isso! Eu tenho certeza! - ele falou sacudindo o dedo no meu nariz. - Faça logo, garota! - ele puxou meu braço esquerdo.

- Solte ela, Igor! - Severo segurou o braço de Karkaroff e sua voz estava carregada de ameaça.

- Faça logo! - Karkaroff apertou mais ainda meu braço.

- Eu não posso fazer nada por você, Karkaroff. - eu falei colocando a mão direta sobre o braço dele, sua pele foi escurecendo lentamente e seus olhos agora transmitiam dor. - Solte ele, Severo. - eu falei friamente.

- Katherine, seus olhos. - ele me alertou soltando Karkaroff.

- Eu sei. - falei segurando o braço de Karkaroff com força agora. - Me escute com atenção agora, Igor Karkaroff. - ele ergueu a cabeça, e lágrimas de dor desciam por seu rosto. - Uma vez comensal, você sempre será um. Uma vez marcado, sempre marcado. Essa marca diz o que você é; é a prova do que você já foi no passado. Meu pai retornará e se você não deseja ser punido da pior forma, eu o aconselho pensar melhor em como me tratar enquanto estiver aqui. Não sou filha dele à toa. - e o soltei. - Tome mais cuidado porque da próxima vez, eu posso não ser tão gentil. - me virei para Severo. - Vou voltar para o baile.

Encontrei com Harry na porta do Salão Principal, ele olhava para os lados meio perdido.

- Harry, o que aconteceu? - eu perguntei.

- Por onde andou? - ele perguntou.

- Estava me sentindo um pouco sufocada aqui dentro, fui dar uma volta nos jardins. - eu menti, falar que eu ameacei Karkaroff com um Magia Negra não era a melhor escolha. - O que aconteceu? - eu repeti a pergunta.

- Rony e Hermione discutiram feio. - ele sussurrou. - Se importa de dar um passeio nos jardins novamente?

- Não. - eu respondi e ele deu o braço para mim. Deixei Harry me guiar por entre as roseiras, mas me arrependi quando a voz de Severo e Karkaroff chegaram até meus ouvidos. Eu tinha me distraído demais e só fui perceber que Harry tinha parado para escutar a conversa dos dois já fazia algum tempo, ele me encarava buscando explicações. - Venha. - eu falei puxando-o de volta para o castelo.

- Katherine, o que eles conversavam... - ele começou quando entramos no castelo.

- Aqui não! - eu falei puxando-o escada acima. O quadro do meu dormitório se abriu e eu o puxei para dentro. - Agora pode fazer as suas perguntas. - eu falei suspirando e jogando os sapatos em um canto e acendendo a lareira com um estalar de dedos.

- Eles falaram de você, por quê?

- Eu estava com Karkaroff no jardim, Harry. - eu me sentei no sofá, precisava deixar Severo fora disso tudo. - Como você sabe, Karkaroff é um antigo seguidor de meu pai. Ele estava querendo proteção, proteção para caso meu pai retorne.

- Por quê?

- Ele é um traidor, Harry. Ele traiu os outros comensais para poder se safar e por isso quer proteção, ele acha que eu estou contra meu pai, por isso veio procurar proteção comigo. Quando eu me recusei, provavelmente ele foi atrás do Snape. Ele deve achar que conseguirá alguma coisa se usar o Snape como intermediário entre nós. - eu expliquei.

- Por que mentiu?

- Porque eu usei Magia Negra nele. - eu respondi simplesmente.

- Você o quê?! - ele arregalou os olhos.

- Não fale para ninguém, ok? Ele tentou me ameaçar e eu devolvi a ameaça em uma forma mais... física. - eu dei de ombros.

- Deveria falar para o Dumbledore ou para a Minerva, eles poderiam fazer alguma coisa para manter o Karkaroff afastado de você. - ele falou se aproximando preocupado, e eu me senti horrível por estar enganando-o dessa forma, mesmo que parte da história fosse verdade.

- Não, não vale a pena envolvê-los nisso tudo. - eu falei.

Harry segurou meu braço esquerdo, um pouco acima de onde Karkaroff tinha apertado.

- Isso foi ele? - ele perguntou indicando a marca vermelha em meu braço, assenti. - Acha que é ele que está tentando me matar, Kate?

- Não é ele. - eu falei firme.

- Você sabe quem é? - virei o rosto para não encará-lo. - Kate. - ele puxou meu rosto para que eu olhasse em seus olhos. - O que você sabe?

- Por favor, Harry. - eu deixei uma lágrima escapar de meus olhos. - Eu não posso falar. - fechei os olhos.

Estava preparada para escutar palavras raivosas e até mesmo agressão física, mas o que ele fez me pegou desprevenida.

Ele me beijou!

Abri os olhos surpresa com o toque de seus lábios nos meus, mas eu não o empurrei para longe. Voltei fechar os olhos, aproveitando o toque de seus lábios. Seus braços rodearam minha cintura, me puxando para mais perto e seus lábios começaram a se mover contra os meus, aos poucos, ele aprofundou o beijo e nós nos separamos quando o ar faltou. Encostei a cabeça em seu ombro e fechei os olhos novamente.

- Você não deveria ter feito isso, sabe. - eu sussurrei com medo de quebrar o encanto do momento.

- Me desculpe. - ele também sussurrou, mas sua voz não trazia nem um pouco de arrependimento. - Eu devo ir embora? - ele perguntou depois de alguns minutos em silêncio me afastando dele e procurando pelos meus olhos.

- Apenas se você quiser, Harry. - eu respondi.

- Vou ficar então. - ele sorriu. - Kate, você me mataria?

- Não. - eu respondi sem precisar pensar. - E você Harry, você me mataria se fosse necessário?

- Não seria capaz. - ele enrolou meu cabelo em seu dedo e sorriu.

- E meu pai, Harry? Você mataria meu pai?

- Por que essa pergunta? - o sorriso sumiu de seu rosto.

- Porque eu quero saber do que você seria capaz.

- Ele não pensaria duas vezes antes de me matar, Katherine. - ele falou sério. - Eu não aceitaria a morte sem lutar. - isso me fez sorrir. - Por que está sorrindo?

- Eu vou protegê-lo da melhor forma que eu conseguir, Harry. - eu falei e ele me encarou sem entender nada. Eu falava mais para mim mesma do que para ele.

- Sabe que o que você falou não faz sentido, certo?

- Isso não importa agora. Pelo menos não enquanto meu pai não retornar completamente. - eu completei em pensamento.

- Katherine. - ele me chamou puxando meu rosto para ele. - Se eu sobreviver a esse Torneio, você namoraria comigo?

- Estaria namorando o maior inimigo do meu pai. - eu comentei rindo. - Sim, acho que sim. - eu respondi e ele abriu um sorriso enorme. - Então sobreviva, Harry. - não era apenas ao Torneio que Harry teria que sobreviver. Se o plano de meu pai saísse como ele queria, Harry iria precisar enfrentá-lo e o que meu pai buscava era a morte de Harry Potter pelas próprias mãos.