Voldemorts Daughter escrita por NatyAiya


Capítulo 44
Capítulo 44 - Copa Mundial de Quadribol


Notas iniciais do capítulo

Eu não consegui os 20 reviews que queria no capítulo anterior, mas em troca recebi duas recomendações!
Muito obrigada Kamilla_Riddle e Lala Blake. Dedico o capítulo para vocês duas...



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Capítulo 44 - Copa Mundial de Quadribol

As férias começaram e como eu imaginava, problemas e mais problemas surgiram logo nas primeiras semanas.

Eu não sabia dizer como mas, com a ajuda de Rabicho, meu pai estava ficando mais forte. Agora já não era mais eu quem invadia sua mente, agora era ele quem invadia minha mente praticamente uma vez por dia. Manter um escudo ao redor da minha mente 24 horas por dia era bem desgastante, já que eu não sabia quando ele iria resolver entrar na minha cabeça.

Com meu pai ficando mais forte, ele e Rabicho saíram da floresta na Albânia onde meu pai tinha estado nos últimos anos. Quando voltei a procurar por eles, para a minha total surpresa, eles estavam aqui na Inglaterra. Em um povoado um pouco afastado de Londres, mas ainda assim era, sem dúvida nenhuma, na Inglaterra. Little Hangleton era esse o nome do povoado.

Fiquei curiosa já que esse povoado não significava nada para mim e nem era um lugar onde bruxos residiam. Minha curiosidade falou mais alto e eu acabei entrando na mente de meu pai e perguntando qual era a ligação dele com aquele lugar, já que o conhecendo como o conheço, ele não tinha escolhido aquele povoado ao acaso.

Como resposta, eu recebi uma gargalhada fria.

- Esse é o lugar onde meu odiado pai morava e onde os últimos descendentes puros de Slytherin viveram. - ele respondeu para logo depois deixar eu ter acesso às suas lembranças da época em que ele tinha a minha idade, quinze, dezesseis anos.

Eu sabia que desde a época de Hogwarts meu pai já era um assassino, mas eu realmente não esperava ver através das memórias dele a morte do meu avô: Thomas Riddle, pai trouxa do meu pai.

Eu esperava ver uma ou no máximo duas mortes, mas o que eu vi através da mente dele me deixou um tanto assustada. Ele não tinha apenas matado o próprio pai, mas também os avós e todos os empregados que estavam na casa.

Nas noites que se seguiram eu sempre sonhava com ele e com Rabicho. Depois de uma semana inteira sonhando apenas com os dois, um novo homem apareceu, um homem que eu não conhecia.

Desde o primeiro dia de férias, Lucius tinha anunciado que nós iríamos assistir a Copa Mundial de Quadribol no camarote do ministro, por convite do próprio. Não me importava com nada disso, nem era fã de Quadribol, mas Draco, Theo e até a Alexia ficaram no meu pé até que eu acabei cedendo, eu iria assistir o maldito jogo de Quadribol: Irlanda vs. Bulgária.

Os Weasley tinham me chamado para ir com eles, mas devido ao fato de que Lucius tinha deixado bem claro que eu iria junto com eles, eu tive que recusar. Harry e Hermione iam com eles, e por sorte, Arthur Weasley conseguiu lugares no camarote do ministro.

Três dias antes do jogo, eu tive um sonho que me deixou totalmente inquieta. O mesmo homem que eu tinha visto noites atrás voltou a aparecer, dessa vez Nagini estava junto com eles.

- O trouxa está do lado de fora do quarto. - ela sibilou para meu pai.

- Vamos dar as boas vindas ao recém chegado. - ele respondeu. - Rabicho...

Tudo aconteceu muito rápido depois. Em um segundo a poltrona onde meu pai estava sentado (N/A: Vocês se lembram da aparência do Voldemort no começo do Cálice de Fogo (filme), então daquele jeito, não um corpo perfeito.) estava virada para a lareira que estava acesa e no outro ela estava virada para a porta.

- Não se deve bisbilhotar a conversa dos outros. Avada Kedavra!

Acordei assustada no mesmo momento em que o trouxa, seja lá quem ele for, caiu no chão morto.

Era quase quatro da madrugada, virei para o outro lado e tentei dormir novamente, mas quem disse que eu consegui? Me levantei uma hora depois de ficar rolando pela cama, quando já não conseguia mais ficar deitada. Fui tomar um banho para ver se conseguia relaxar e quem sabe esquecer o que tinha visto, coisa que não aconteceu.

Saí do banho decidida. Eu iria até onde meu pai estava, iria encontrá-lo. Me troquei e amaldiçoei Narcisa, por ela sempre fazer com que eu usasse vestidos. A mesma desculpa de sempre: "Você é filha do Lord. Deve sempre estar impecável! Uma princesa." Desculpa esfarrapada para poder me arrumar como uma boneca.

Peguei o vestido mais confortável que eu achei. Branco, sem detalhes e uma blusa por cima. Estávamos em pleno verão, mas era quatro da madrugada e nesse horário, não é exatamente quente.

Com a varinha e a adaga na bolso da blusa, saí do quarto e depois da Mansão sem problema algum, já que naquele horário, ninguém nem mesmo os elfos estavam acordados.

Assim que atravessei os portões aparatei. Desaparatei em um lugar completamente desconhecido para mim, mas sabia que meu pai estava naquele povoado. Não demorou muito até que eu encontrasse a casa onde ele estava.

Depois de entrar na casa, subi as escadas até o andar onde ele e Rabicho estavam.

- Ela está aqui. - escutei Nagini sibilar.

- Não esperava que viesse, querida. - meu pai falou assim que eu parei em frente a porta.

De onde eu estava era impossível vê-lo, via somente a poltrona onde ele estava sentado e Nagini. O trouxa que eu tinha visto no meu sonho ainda estava no chão a minha frente, Rabicho estava em um canto do quarto, não muito longe de meu pai e perto da janela, agora com a varinha apontada para mim e andando lentamente na minha direção, estava o homem que eu desconhecia.

- Quem é você? O que devo fazer com ela, Milorde? - ele perguntou sem tirar os olhos de mim.

- Abaixe essa varinha, idiota. - eu mandei irritada começando a andar na direção da poltrona.

- Milorde? - o homem pediu.

- Abaixe essa varinha, Crouch. - meu pai mandou.

- O que está planejando? - eu perguntei parando em frente a poltrona.

- Na hora correta você saberá, querida. - ele respondeu. - Pensei que tivesse mandado você abaixar essa varinha. - Nagini sibilou com a cabeça virada para o homem, Crouch, ao mesmo tempo em que meu pai falou. - Não volte a apontar essa varinha para ela se quiser continuar vivo.

- Quem é ela?

- Katherine, minha filha. - ele falou as três palavras pausadamente. - Você deve obedecê-la da mesma forma que me obedece. Isso também serve para você, Rabicho.

- Pretende me apresentar para seus comensais, pai?

- É claro! Só não tinha deixado claro a sua existência para todos naquela época por conhecer os meus seguidores. Sabia que muitos tentariam machucá-la e alguns até mesmo matá-la. Mas agora, você sabe se defender, se tornou uma bruxa poderosa, uma líder poderosa, agora posso trazer você e Luna de volta para o meu lado. - ele respondeu. - Quero que conheça um antigo aliado, Bartolomeu Crouch Jr.- Milady. - Crouch fez uma reverência exagerada.

- Me perdoe pelos meus atos minutos atrás.

- Que isso não volte a se repetir.

- Nunca, Milady. Nunca.

- Olá novamente, Rabicho. - eu falei me virando para o outro homem.

- Milady. - uma reverência.

- Sabia que você serviria para alguma coisa. Foi bom deixar que você fugisse, espero que seja útil para os planos de meu pai.

- Ele será, minha filha. Ele será.

- O que está planejando? - eu voltei a perguntar.

- Você saberá no momento certo. - a mesma resposta.

- Posso ajudar em alguma coisa?

- Por hora, não. Se surgir alguma coisa, avisarei. - mais uma resposta frustrante.

- Então eu voltarei para a Mansão Malfoy. Eles vão acordar em breve e quero evitar perguntas. Ou devo dizer eles que estive aqui e falei com você, pai?

- Não. Eles merecem uma punição por não terem me procurado logo depois de minha queda. - o rancor em sua voz deixaria qualquer um com medo, mas não eu.

- Mas eles me criaram, pai. Isso não diminuiria a falta deles?

- Sim, mas por enquanto não fale nada para eles.

- Estou indo, então. - não esperei que ninguém falasse nada, saí daquele quarto e assim que coloquei os pés para fora daquela casa aparatei de volta para a Mansão Malfoy.

Mais tarde, naquele mesmo dia, eu estava no quarto de Draco ajudando ele com algumas tarefas de Hogwarts.

- Draco, sua carta de Hogwarts já chegou? - eu perguntei quando ele terminou a redação de Transfiguração que Minerva tinha pedido.

- Já. Ontem de tarde, quando você estava na casa da Bianca. - ele respondeu guardando os livros.

- A minha não veio junto? - eu perguntei curiosa.

- Não. Eu achei estranho, mas acho que aquele velho caduco deve ter se esquecido. - Draco respondeu.

- Draco... - eu comecei, mas parei ao escutar baterem na porta.

- Quem será? Vamos ver? - Draco me puxou de sua cama, descemos as escadas sem pressa. - É o Snape, não é? - ele perguntou parando no meio da escada, onde podíamos ver quem era o visitante.

- O que faz aqui, Severo? - Narcisa perguntou saindo da sala de jantar.

- Vim falar com a Katherine. Ela está?

- O que quer com ela? - Lucius apareceu atrás de Ciça.

- Preciso falar com ela, Lucius. Poderiam chamá-la para mim? - Draco olhou sem entender.

- O que ele quer com você, Kate?

- Não sei.

- Ciça, vá chamá-la. - Lucius pediu para a mulher.

- Não será necessário. Eu estou aqui. - disse terminando de descer a escada com Draco atrás de mim. - O que deseja, Snape?

- Poderíamos conversar? A sós de preferência.

- Fale o quer com ela, Severo. - Lucius disse antes que eu abrisse a boca.

- Não é do seu interesse, Lucius.

- Já chega! - disse dando um basta em uma discução antes que ela começasse. - Me siga. - eu falei para Snape voltando a subir a escada entrei em meu quarto e fechei a porta depois que ele entrou.

- Vai se encrencar depois. - Severo disse.

- Não, não vou. O que queria comigo que não podia ser na frente dos três?

- Já recebeu a sua carta de Hogwarts?

- Não, e você sabe disso. Poderia entregá-la?

Ele tirou o envelope do bolso interno das vestes e me entregou. Abri o envelope, dentro estava a carta de sempre avisando sobre o dia em que o ano letivo iria começar, a lista de material, os avisos do ano e por último, um pergaminho que não deveria estar ali.

- Monitora, eu? - perguntei olhando para Snape e esperando uma explicação. - Isso é sério?

- Sim. - ele respondeu. - Meus parabéns!

- Obrigada. Mas você não veio até aqui só para me dar os parabéns e entregar a carta. O que veio fazer aqui de verdade, Severo?

- Eles estão escutando, não estão? - ele perguntou apontando para a porta.

- Provavelmente. - respondi antes de lançar um feitiço simples no quarto, feitiço esse, que impediria que os Malfoys escutassem nossa conversa. - Não estão mais.

Ele se sentou na cama e ergueu a manga que escondia seu braço esquerdo onde a Marca Negra estava tatuada.

- Ela está assim desde o começo das férias. - ele falou quando eu me levantei e fui até a cama. - Pensei em vir falar com você antes, mas achei melhor esperar um pouco.

- E o que trouxe você aqui hoje? - eu perguntei.

- Essa manhã, a Marca ardeu como quando o Lorde das Trevas estava em pleno poder, quando ele convocava todos os Comensais. - Severo explicou. - O que você sabe sobre isso, Katherine? - ele perguntou depois de me observar por alguns minutos, minutos esses que eu usei para pensar em uma desculpa.

- Eu estive com ele essa manhã. - eu disse escolhendo a verdade.

- Você o quê?! - ele perguntou se levantando e me encarando sem acreditar e talvez até mesmo sem entender o significado das minhas palavras.

- Eu tive um sonho essa noite, um sonho que não me agradou. - eu falei tentando não olhar para ele.

- Me conte a verdade, não meias verdades Katherine. - ele pediu sério e voltou a se sentar.

- Você se lembra das coisas que eu mostrei para você na noite em que Pettigrew escapou e você tentou entregar Sirius para os dementadores e para o Ministério, mesmo ele sendo inocente? - perguntei e ele assentiu fechando a cara. - Pettigrew foi atrás de meu pai. Na mente de Pettigrew, se ele ajudasse meu pai ele não teria que se preocupar com inimigos, em outras palavras, ele estaria seguro, protegido se Sirius ou Lupin fossem atrás dele.

"No último dia do ano letivo, no dia em que nós recebemos as notas das provas finais, eu vi que Pettigrew tinha conseguido encontrar meu pai. Conforme os dias foram passando, eu via meu pai ficando mais forte, não me pergunte como. Eu não sei. Há duas semanas mais ou menos, eu voltei a procurar pelos dois. Para a minha surpresa, eles não estavam mais na Albânia, onde meu pai esteve por anos. Eles estavam aqui na Inglaterra, não vou dizer onde.

"Nessa madrugada, eu tive um sonho nada agradável. Acordei sem saber o que fazer e não consegui dormir mais, por isso saí da Mansão e fui até onde meu pai está. Eu falei com ele Severo. Mas ele não me disse nada sobre os planos dele, ele só disse que eu ficarei sabendo na hora certa. Eu não sei dizer o que ele está planejando, mas algo me diz que boa coisa não é.

- O que mais você sabe? - ele perguntou.

- Nada. Eu estou no escuro e ele está ficando mais forte e eu não sei como. Não sei dizer quais serão os próximos passos de meu pai. - respondi. - O que você acha que eu devo fazer?

- Não faça nada. Continue agindo como se não soubesse de nada. Nem Lucius e nem Nott vão procurar você da mesma forma que eu. - ele respondeu começando a andar pelo quarto. - Se ficar sabendo de mais alguma coisa, Kath, peço que me conte. - assenti.

- Mas me responda uma coisa, por que me escolheram para ser a monitora da Sonserina? - eu perguntei mudando totalmente de assunto.

- Suas notas, seu comportamento e várias outras coisas. - ele respondeu como se isso fosse óbvio.

- Bianca, Melanie e Alexia também são indicadas para se tornarem monitoras se for só por isso. - eu comentei.

- O poder subiria à cabeça de Alexia. Bianca, ela é uma boa aluna e tudo o mais, mas não possui iniciativa para liderar. A Melanie, ela possui problemas demais dentro da própria casa. Sem contar que nenhuma delas teria a frieza necessária para lidar com o Torneio Tribuxo. - ele explicou.

- Torneio Tribruxo? - indaguei.

- Sim, você sabe o que significa, Kath. - ele falou revirando os olhos.

- Eu sei, mas pensei que o Torneio Tribruxo tivesse sido suspenso há décadas atrás. - eu falei.

- E foi, mas depois de muita conversa entre os Ministérios e as escolas, finalmente foi decidido dar um novo início ao Torneio e Hogwarts foi escolhida para sediar esse primeiro "evento".

- Então, vocês escolheram monitores que possuíssem a cabeça no lugar, sem problemas e coisas assim? - eu perguntei e ele assentiu. - Então por que eu fui escolhida? Sou filha de Voldemort, Severo. Acho que sou a mais problemática na Sonserina inteira, se bobear da escola inteira.

- Mas você é descendente dos quatro fundadores. Quem melhor do que a herdeira deles para se tornar uma monitora? - revirei os olhos e aceitei o fato de que nos próximos dois, três anos eu teria mais um problema na cabeça, ser monitora. Isso nunca tinha passado pela minha cabeça.

Severo jantou conosco naquela noite, depois Lucius o arrastou para o escritório para conversarem. Eu sabia que tinha tudo a ver com a Marca Negra e tudo o mais, mas fiquei quieta. Não voltei a ter sonhos naquela noite.

Finalmente era o dia do jogo tão esperado por Draco, Theo e Alexia. Iríamos com uma Chave de Portal até um lugar perto de onde o jogo iria ser realizado.

Como ninguém sabia dizer que horas aquele maldito jogo iria terminar montamos uma barraca, grande o suficiente para mais de vinte pessoas, mas que só iria abrigar oito.

Assim que eu coloquei minhas coisas sobre a cama que seria minha, saí daquela barraca para andar por aí.

Quase uma hora depois, eu já tinha encontrado muitos alunos de Hogwarts que me cumprimentavam animadamente. Finalmente encontrei quem eu realmente procurava: os Weasleys.

- Katherine! - Gina e Hermione correram na minha direção assim que colocaram os olhos em mim.

- É assim que você se veste quando não está com o uniforme de Hogwarts? - Fred perguntou olhando para mim dos pés a cabeça. Mais uma vez tive vontade de amaldiçoar Narcisa pela mania de fazer com que eu usasse vestidos.

- É assim que fazem eu me vestir. - eu retruquei.

- Nas últimas férias você não estava assim, Kate. - Harry disse saindo de dentro da barraca e sorrindo.

- Naquela época eu estava na casa da Anna, Harry. - respondi fechando a cara para ele.

- Desculpa. - ele murmurou e eu assenti aceitando suas desculpas.

- Estão aqui desde quando? - eu perguntei.

- Desde ontem. - Gina respondeu alegre. - E você?

- Acabei de chegar. Fugi dos Malfoy e dos Nott por um tempo. Logo ele estarão aqui prontos para me arrastar de volta para a barraca.

Não demorou muito para que eles aparecessem, ou melhor, para que Alexia aparecesse.

- Katherine, os Malfoy estão procurando por você. - ela falou lançando um olhar de nojo para os Weasley e por último um olhar de repulsa para Hermione.

- Não se atreva! - eu falei assim que ela abriu a boca para insultá-los. - Eu já vou, espere um pouco. - ela se virou e se afastou. - Nos vemos na hora do jogo. - eu falei sorrindo para todos que estavam ali e fui para onde Alexia me esperava.

- Você saiu da barraca para vir falar com eles? - ela me perguntou assim que já estávamos longe dos Weasley.

- Não comece, Alexia. - eu pedi revirando os olhos.

- Kath, eu tenho uma coisa séria para falar. - ela falou puxando meu braço e fazendo com que eu parasse de andar.

- O que foi? - eu perguntei.

- Eu escutei uma conversa dos meus pais esses dias, e meu pai falou que a... - ela parou de falar.

- A Marca Negra? - eu perguntei e ela olhou para mim assustada mas assentiu. - O que tem?

- ...estava ficando mais escura. - ela completou. - Você sabe o que está acontecendo? É seu pai? - ela perguntou abaixando mais ainda o tom de voz.

- Não sei dizer, Alexia. - eu menti. - Meu pai está me bloqueando desde o começo das férias, não sei dizer o que ele está planejando sem entrar em sua mente. - eu voltei a mentir.

- Se você souber de alguma coisa, vai me contar, não vai? - ela perguntou.

- Não se preocupe com isso agora, Alexia. - eu não respondi a pergunta.

- Confio em você, Katherine. - ela falou sorrindo e voltando a andar. - Você não vem? - ela olhou para atrás quando percebeu que eu não tinha me movido.

- Claro, já estou indo. - eu falei indo até ela.

Algumas horas mais tarde, eu estava subindo as escadas do estádio onde o jogo iria acontecer. Lucius e Nott iam na frente abrindo caminho pela multidão de bruxos, Draco e Theo iam logo atrás dos pais. Alexia estava eufórica ao meu lado e atrás de nós duas estava Narcisa e Alessandra.

Adentramos o camarote de honra e eu sorri ao ver os Weasley, Harry e Hermione ali. Lucius apresentou todos nós ao Fudge. Deixando Ciça, Draco e eu por último.

- Ah, Srta. Riddle. - Fudge cumprimentou-me com entusiasmo depois de fazer um reverência para Ciça, os Nott já estavam sentados.

- Já tivemos a oportunidade de nos conhecer, Lucius. - eu disse.

- Você conhece Arthur Weasley imagino, não? - Fudge disse para Lucius. Arthur e Lucius se encararam friamente.

- Merlin, Arthur! - Lucius disse baixo para que Fudge não escutasse. - O que foi que você precisou vender para comprar lugares no camarote de honra? Com certeza sua casa não teria rendido tudo isso, não?

- Lucius, pare! - eu murmurei em tom de ameaça.

- Os Malfoy e os Nott fizeram uma generosa contribuição para o St. Mungus. Estão aqui como meus convidados. - Fudge não tinha escutado nada.

- Que... que bom. - Arthur disse forçando um sorriso.

Me sentei ao lado de Gina e Hermione.

- Papai, poderíamos chamar a Kate para passar a noite em nossa barraca. - Gina falou em voz alta para que Arthur escutasse. Olhei para Lucius que também tinha escutado e o fuzilei com os olhos deixando bem claro que ele deveria ficar de boca fechada.

- Katherine, algum problema? - Arthur perguntou olhando para Lucius rapidamente.

- Nenhum. - eu respondi. - Mas eu não iria atrapalhar? - perguntei.

- Claro que não! - ele voltou a olhar para Lucius.

- Kath pode me ajudar aqui? - Alexia me chamou duas fileiras atrás, fui até ela. - Você só pode estar brincando. - ela murmurou irritada para mim.

- Não se meta, Alexia. - eu falei voltando para meu lugar.

Arthur e Lucius conversavam.

- Kate, venha cá. - Lucius me chamou assim que eu sentei. - Quer mesmo ir? - ele perguntou indicando Arthur com a cabeça, assenti. - Ela irá Arthur. - Lucius falou e Arthur sorriu para mim.

- Não apronte. - eu falei para Lucius antes de voltar para meu lugar.

Hermione e Gina praticamente pularam sobre mim quando Arthur Weasley disse que eu iria passar a noite na barraca com elas.

O jogo terminou sem problemas. A Irlanda ganhou, mas quem pegou o pomo foi Krum. Saí do estádio junto com os Weasley ficamos por um bom tempo conversando na barraca. Todos foram dormir, mas eu fiquei sentada na poltrona não indo para a cama que eles tinham falado que eu poderia usar.

- Se prepare! - a voz de meu pai ecoou em minha mente, não sabia dizer se eu tinha dormido na poltrona e sonhado. Então um estrondo do lado de fora chamou minha atenção.

Logo Arthur apareceu e olhou para mim interrogativamente.

- O que aconteceu? - ele perguntou para mim.

- Não sei. - eu respondi e o estrondo voltou a se repetir dessa vez seguido por gritos. - Acorde todos! - eu gritei para ele entendendo o que meu pai quis dizer. - Precisamos sair daqui. - falei para Arthur indo chamar Hermione e Gina.

Arthur ainda foi até a entrada da barraca para ver o que estava acontecendo do lado de fora e voltou correndo para dentro da barraca gritando para todos se levantarem e saírem.

Assim que saímos da barraca, ele deixou todos nós sob os cuidados de Fred e Jorge e mandou que fôssemos para a floresta antes de sair correndo atrás de Percy, Carlinhos e Gui, os três mais velhos.

- Vamos. -  Fred falou.

Feitiços aleatórios eram lançados para todas as direção, todos corriam sem saber para onde deveriam ir. Um feitiço veio na nossa direção e antes que qualquer um deles pudesse fazer alguma coisa eu ergui a mão.

- Protego! - gritei reconhecendo o feitiço que tinha vindo na nossa direção.

No meio da confusão, Harry se separou de nós.

- Onde o Harry está? - Hermione perguntou sentindo falta do amigo quando paramos no meio da floresta.

- Katherine o que foi tudo aquilo? - Jorge perguntou para mim.

Por um momento todos olharam para mim buscando respostas.

- Que feitiços eram aqueles que você usou para nos proteger? - Hermione perguntou.

- Magia Negra. - eu respondi derrotada. - Aqueles homens, eram antigos seguidores de meu pai. Não sei o que ele está planejando e não sei o que eles faziam aqui, mas aqueles feitiços eram feitiços malignos, feitiços para machucar, até mesmo para matar. - eu falei me lembrando de um Avada que tinha visto ser lançado sem acertar o alvo.

Antes que pudéssemos continuar conversando sobre o que eu tinha feito e o que tinha acontecido, Carlinhos e Gui chegaram até nós.

- Onde está o Harry? - Gui perguntou olhando ao redor.

- Ele se separou de nós. Não sabemos onde ele está. - Rony respondeu.

Fechei os olhos e murmurei o feitiço de rastrear.

- Ele está perto de onde a barraca de vocês estava. - eu falei chamando a atenção de todos para mim. - Explicação mais tarde. - eu falei antes que as perguntas surgissem. - Ele está inconciente, temos que ir. - eu falei.

- Vocês sabem onde a barraca estava? - Fred perguntou. - Eu já não sei mais onde nós estamos.

- Katherine, você pode nos guiar até lá? - Carlinhos perguntou.

- Claro. - respondi saindo na frente.

Quando estávamos quase chegando onde Harry estava, ele começou a recobrar os sentidos. Então o que eu não queria que acontecesse aconteceu.

- MORSMORDRE! - o feitiço ecoou pelo campo vazio e a Marca Negra paivara no céu agora.

Os Weasley e Hermione pararam no lugar.

Um feitiço veio na nossa direção, um feitiço estuporante.

- Protego! - eu gritei, meu feitiço colidindo com o outro. - Harry está por aqui. Encontrem ele. - eu falei saindo correndo na direção de onde o feitiço tinha vindo.

Escutei depois os feitiços atrás de mim e decidi ir até onde a confusão estava formada. Uma varinha foi apontada na altura de meu peito assim que eu me aproximei do lugar.

Harry, Rony e Hermione estavam no centro do círculo de bruxos e parado ao lado deles estava Arthur Weasley.

- Sr. Crouch, a filha de você-sabe-quem está aqui. - a atenção de todos os bruxos ali se voltaram para mim.

Crouch ergueu a varinha e a encostou em meu pescoço.

- Então foi você quem conjurou a Marca Negra? - ele perguntou sem abaixar a varinha.

- Poderia abaixar essa varinha, por favor Sr. Crouch? - eu pedi educadamente.

- Katherine estava conosco até o momento em que a Marca Negra foi conjurada. - Gui e Carlinhos tinham chegado até onde nós estávamos. - Lançaram um feitiço na nossa direção e a Katherine nos protegeu dele. Depois ela disse para nós procurarmos pelo Harry que tinha se separado de nós e saiu correndo na direção de onde tinham lançado o feitiço contra nós e de onde também tinham conjurado a Marca Negra.

- É tudo verdade, senhor. - Hermione falou.

- Conseguiu ver alguém? - Amos Diggory perguntou para mim, Crouch ainda não tinha abaixado a varinha.

- Não, senhor. - eu respondi dando um passo para trás para me afastar da ponta da varinha de Crouch.

- Para qual direção? - Crouch perguntou para mim e eu indiquei o mesmo caminho por onde eu tinha vindo. - Vamos! - ele e os outros bruxos saíram correndo na direção indicada.

Mandei um recado através de um Patrono para Lucius dizendo que eu ainda continuaria com os Weasley e voltaria para casa depois. Sua resposta demorou para vir, mas ele aceitou calmamente, esperava que ele mandasse um Patrono xingando todos, mas ele disse apenas para que era para eu voltar logo e avisou que iriam voltar para a Mansão Malfoy assim que amanhecesse. A tranquilidade anormal de Lucius me deu certeza de que eles estavam no meio daqueles Comensais.

Reconstruímos a barraca onde eles estavam antes e não voltamos a dormir naquela noite, ficamos conversando.

- Katherine, podemos conversar? - Harry perguntou se aproximando de mim horas mais tarde, antes que amanhecesse.

- Claro. - respondi me levantando e seguindo-o para fora da barraca. - O que aconteceu, Harry? - eu perguntei quando ele parou à alguns metros de distância da barraca.

- Katherine, três noites atrás, eu tive um sonho. - ele começou.

- Sonhou com meu pai? - eu perguntei já desconfiando de sua resposta.

- Sim. Eles estavam planejando me matar, mas eu não sei como e agora isso. - ele falou indicando o redor. - Você sabe de alguma coisa, não sabe?

- Você se lembra do que a Trelawney falou para você no final do ano passado? Sobre Pettigrew fugir e ajudar meu pai se reerguer? - eu perguntei.

- Como você sabe disso? - ele perguntou de boca aberta. - Eu só falei sobre isso com a Hermione e com o Rony.

- Tenho os meus métodos. Mas me diga, você se lembra? - eu insisti e ele assentiu. - Não me pergunte como, mas eu acho que até o final desse ano tudo se torna realidade. Meu pai está forte o suficiente agora para bloquear sua mente para mim, então eu não sei o que ele está planejando agora Harry, mas seja lá o que for, não é bom nem para você e nem para ninguém. - eu falei o que achava.

- Acha que eu deveria contar para os outros sobre meu sonho? - ele perguntou.

- Conte para o Rony e para a Hermione se você achar melhor, mas conhecendo os dois como eu conheço, eles ficarão desesperados se você disser que meu pai estava planejando como te matar. - eu respondi. - Se precisar conversar com alguém sobre isso, caso volte a ter esses sonhos, estarei aqui para te escutar e aconselhar, Harry. - eu falei sorrindo para ele.

- Obrigado, Kate. - ele agradeceu. - Vamos voltar para dentro?

- Claro. - respondi.

Na manhã seguinte, eu me separei dos Weasleys e aparatei para a Mansão Malfoy. Não perguntei nada para Lucius sobre o que tinha acontecido na noite passada, mas assim que entrei na casa, a mente de Lucius e de Ciça pareciam gritar para mim sobre o que eles tinham feito. Antes que o dia terminasse, os Nott vieram para  cá, a mente de ambos estava da mesma forma que a de Ciça e de Lucius.

Lucius e Nott pediram para que eu fosse com eles até o escritório depois do jantar e assim que a porta se fechou atrás de mim, eles começaram a pedir desculpas para mim.

- Não quero saber o que vocês fizeram. - eu disse fazendo com que eles se calassem. - Só não voltem a fazer a mesma idiotice tão cedo.

- Quem conjurou a Marca Negra? - Nott perguntou sem olhar para mim.

- Eu não sei, mas seja lá quem for, deixou claro que apóia meu pai e não tem medo de voltar a ajudá-lo. - eu falei deixando que os pensamentos dos dois fossem para rumos diferentes. - Eu vou para meu quarto.

Saí do escritório e fui para meu quarto arrumar o malão para Hogwarts. Meu novo material estava aos pés da cama quando eu cheguei aqui e ainda não tinha tido tempo para olhar e nem teria mais.

Conferi se tudo estava ali e notei que o vestido de gala não estava nas minhas coisas. Desci as escadas para falar com a Ciça.

- Eu mandarei a sua roupa e a de Draco depois querida, não se preocupe. - ela falou sorrindo para mim, mas eu podia ver que ela assim como Alessandra estava com medo de ser repreendida pelo o que tinha acontecido na noite anterior.

- Sobre o que aconteceu ontem, eu não irei brigar com vocês, mas não quero que isso volte a se repetir. Se vocês duas estão arrependidas, ótimo. - falei antes de subir as escadas e voltar para meu quarto.

Asha fez várias perguntas para mim, naquele momento, ela era a única com quem eu podia conversar abertamente. A única com quem eu não precisava pensar em mentiras. Pelo visto, esse ano ela me ajudaria mais do que nunca.

Mais uma semana na Mansão e eu estaria indo para Hogwarts.


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Notas finais do capítulo

Muito obrigada a todos que comentaram no capítulo passado. Para quem ainda não comentou, gostaria que os leitores fantasmas se manifestassem...
Mais uma vez, obrigada especial para Kamilla_Riddle e Lala Blake e todas as oito pessoas que já recomendaram a fanfic...
Espero que tenham gostado do capítulo e que comentem.
Beijos.