Voldemorts Daughter escrita por NatyAiya


Capítulo 43
Capítulo 43 - Explicações, vira-tempo e fuga


Notas iniciais do capítulo

Desculpa pela demora, mas como eu já tinha avisado no capítulo anterior, as provas foram as culpadas...
Para recompensar a minha demora, o capítulo está um pouco comprido, se for comparar com os anteriores...
Esse é o último capítulo do Prisioneiro de Azkaban. O próximo será sobre o Cálice de Fogo.
Espero que gostem...
Nos vemos lá embaixo...



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Capítulo 43 - Explicações, vira-tempo e fuga

POV Katherine

Harry e Hermione entraram no quarto e nem notaram a minha presença ou a de Sirius no quarto, simplesmente foram direto para onde Rony estava.

- Rony... você está bem? - Hermione perguntou.

- O cão, cadê ele?

- Não é um cão. Harry, é uma armadilha...

- O quê?

- Ele é o cão... Ele é um animago. - Rony falou apontando para a porta onde Sirius estava parado olhando para os três.

- Expelliarmus! - as varinhas de Harry e Hermione saíram das mãos de ambos e Sirius as recolheu sem tirar os olhos dos três. - Você estava certa. - ele disse se virando para mim.

- Kath? - Harry e Hermione murmuraram juntos ao me ver no canto do quarto.

- Ela tem o ajudado a entrar na escola, nós nunca deveríamos ter confiado nela. - Rony falou para os amigos.

- Você o quê? - Harry perguntou se aproximando de mim.

- Já disse para não falar besteiras, Rony. - eu falei revirando os olhos.

- Se vocês quiserem matar o Harry terá que nos matar também. - Hermione disse puxando Harry para trás e ficando em sua frente.

- Só uma pessoa vai morrer essa noite. - Sirius respondeu calmamente.

- Então vai ser você! - Harry ignorou o que Hermione disse e pulou sobre Sirius.

Sirius não conseguiu erguer as varinhas a tempo, os dois agora estavam no chão em uma briga furiosa. Hermione e Rony entraram na briga quando Sirius conseguiu ficar sobre Harry e fechar os dedos sobre seu pescoço. Em segundos a situação mudou, Harry agora tinha a varinha apontada para o peito de Sirius, Hermione estava com as duas outras varinhas apontadas para mim e Rony se arrastava para a cama.

- Vai me matar, Harry?

- Você matou meus pais. - Harry acusou friamente.

- Harry, escute o que nós temos para dizer. - eu pedi dando finalmente um passo na direção de ambos.

- Não se mexa ou eu te desarmo. - Hermione ameaçou com um leve tremor em sua mão.

Revirei os olhos e joguei a minha varinha na direção dela.

- Não preciso dela. - eu disse respondendo a pergunta que estava estampada em seu rosto.

- Eu não nego que matei, mas você precisa saber da história completa... - Sirius disse calmamente, como se eu não tivesse dito nada há segundos atrás.

- A história completa? Você vendeu meus pais a Voldemort, isso é tudo que preciso saber.

- Você tem que me ouvir. Você não compreende...

- Compreendo muito melhor do que você pensa. - Harry falou com a voz tremendo.

Ele ergueu a varinha, mas antes que pudesse fazer qualquer outra coisa, a porta foi aberta novamente.

- Expelliarmus! - Lupin gritou apontando a varinha para Harry, as três varinhas que estavam nas mãos de Hermione também saíram de sua mão.

- Deveria ter falado comigo sobre isso, Katherine. - ele falou olhando para mim.

- Não sabia que tipo de reação você teria. - eu respondi dando de ombros. - Você está bem? - eu perguntei indo até onde Sirius estava e ajudando-o a levantar-se

- Onde ele está, Sirius? - Lupin perguntou com a voz tensa, Sirius ergueu o braço apontando para Rony, para Perebas.

- Professor, o que está acontecendo..? - Harry começou sem entender nada, mas parou abruptamente ao ver que Lupin tinha abaixado a varinha e abraçou Sirius como se esse fosse seu irmão, sorri ao ver a cena.

- Eu não acredito nisso! - Hermione exclamou. - Eu estive encobrindo o senhor e durante todo esse tempo, você também esteve ajudando ele!

- Hermione, acalme-se... - Lupin pediu.

- NÃO! - ela se afastou quando Lupin deu um passo em sua direção. Antes que ela voltasse a abrir a boca, eu já sabia o que ela iria dizer. - Harry, não confie nele. Ele é um lobisomem!

Deixei minha mente vagar pelos arredores. Era uma conversa que eu já tinha ouvido, já a conhecia decor. Continuei em silêncio por mais alguns minutos até que não aguentava mais a gritaria naquele quarto.

- Vocês querem calar a boca e escutar o que nós temos para falar? - eu perguntei perdendo a paciência com o trio grifinório. - Ótimo! Lupin entregue as varinhas para eles e comece a explicar as coisas. Desde o começo. - eu mandei dando ênfase as três últimas palavras.

Ele fez o que eu tinha mandado, colocou sua varinha no chão e a chutou para longe, entregou as varinhas de Harry, Rony e Hermione para eles e quando fez menção de entregar a minha eu neguei com a cabeça recusando.

- Se o senhor não esteve ajudando ele, - Harry falou apontando para Sirius com a ponta de sua varinha - como soube que nós estaríamos aqui?

- O Mapa do Maroto. Eu estava em minha sala examinando-o...

- O senhor sabe como trabalhar com o mapa? - Harry o interrompeu.

- Claro que sei. Ajudei a prepará-lo. Eu sou Aluado, esse era o apelido que meus amigos me deram na escola.

- O senhor preparou...?

- O importante é que eu estava examinando o mapa hoje à noite, porque imaginei que vocês três poderiam tentar sair escondidos do castelo para visitar Hagrid antes da execução do hipogrifo. E estava certo, não? - Lupin tinha começado a andar pelo quarto. - Você poderia estar usando a velha capa do seu pai, Harry...

- Como o senhor sabia sobre a capa?

- Vi Tiago desaparecer inúmeras vezes debaixo da capa... A questão é que, mesmo com a capa, a pessoa continua aparecendo no Mapa do Maroto. Eu realmente não esperava ver a Katherine sair da escola e ir diretamente para o Salgueiro Lutador. O que você foi fazer lá? - ele perguntou se virando para mim.

- Vim falar com Sirius. - eu respondi prontamente. - Continue.

- ... Observei vocês três atravessarem os jardins e entrar na cabana de Hagrid. Vinte minutos depois, vocês saíram e voltaram em direção ao castelo, mas iam acompanhadospor mais uma pessoa.

- Quê? Não, não íamos! - Harry interrompeu.

- Eu não poderia acreditar no que via. Katherine tinha me falado, mas eu ainda não tinha acreditado, não até vê-lo pelo mapa. - Lupin continuou a falar como se não tivesse sido interrompido. - Então vi outro pontinho, indo depressa na direção de vocês, rotulado Sirius Black, vi ele colidir com vocês e observei quando arrastou dois de vocês para dentro do Salgueiro Lutador. Até aquele momento, Katherine não tinha saído.

- Um de nós! - Rony corrigiu irritado.

- Não, dois de vocês. - eu falei.

- Eu poderia dar uma olhada no rato? - Lupin pediu.

- Por quê? O que o Perebas tem a ver com tudo isso?

- Tudo! Eu poderia vê-lo, por favor?

Rony tirou o rato de dentro do bolso e o segurou pelo rabo para evitar que esse fugisse. Lupin prendia a respiração enquanto observava o rato.

- Quê? O que meu rato tem a ver com qualquer coisa?

- Isso não é um rato! - Sirius falou.

- Perebas está na minha família por... - Rony começou.

- Doze anos? - Sirius completou debochadamente.

- O que é que tem? É claro que ele é um rato! - Rony retrucou.

- Não, não é. - Lupin disse calmamente. - É um bruxo.

- Um animago. - Sirius disse com um brilho assassino nos olhos.

- Que atende pelo nome de Peter Pettigrew. - eu completei.

O silêncio se instalou no quarto por alguns minutos.

- Vocês são malucos. Os três.

- Pettigrew está morto! - Harry afirmou. - Ele o matou há doze anos, junto com mais doze trouxas. - ele apontou para Sirius.

- Tive intenção, mas ele levou a melhor... Mas não dessa vez! - ele avançou para Rony tentando tirar o rato das mãos do garoto.

- Sirius, não! - Lupin afastou o amigo de Rony. - ESPERE! Eles precisam entender, nós temos que explicar.

- Podemos explicar depois... - o outro rosnou - Eu esperei doze anos, em Azkaban!

- Sirius, espere. Eles precisam compreender, entender tudo. - eu falei calmamente. - Se você não se acalmar eu não vou pensar duas vezes antes de estuporar você! - eu falei quando ele abriu a boca para retrucar.

- Ele foi o bicho de estimação de Rony! Existem partes da história que eu não compreendo muito bem, Katherine não pode me explicar tudo! E Harry, você deve a verdade a ele!

- Ande logo então, vocês dois... - Sirius cedeu.

- Deixo isso com vocês. - eu falei me afastando, indo até a parede ao lado da porta - já que essa era a que estava em melhor estado - e me apoiando nela. Fechei os olhos e fiquei ali durante toda a conversa.

- Então é por isso que Snape não gosta do senhor, porque achou que o senhor estava participando da brincadeira? - Harry perguntou.

- Isso mesmo. - zombou uma voz fria praticamente ao meu lado. Abri os olhos assustada.

Severo estava com a Capa da Invisibilidade em uma das mãos e com a varinha apontada para Lupin.

Não sabia dizer se ele ainda não tinha percebido que eu estava no quarto, ou se ele estava apenas me ignorando. Não saí de onde estava, observei eles se entenderem, ou melhor discutirem.

- Katherine, nós vamos ter uma conversa séria mais tarde! - ele falou invadindo minha mente, a raiva que ele sentia era palpável. Eu provavelmente estaria encrencada.

- ...SAIA DA FRENTE, POTTER! - ele gritou com Harry.

Prendi a respiração ao ver Hermione, Rony e Harry gritarem juntos o mesmo feitiço, todos lançados na direção de Severo.

- Expelliarmus! - Severo foi levantado e atirado contra a parede, e depois escorregou por ela até o chão. Sua varinha voou no ar descrevendo um arco e caiu ao lado de Bichento, na cama.

Ergui a mão e a varinha de Severo e a minha vieram para ela.

- Atacamos um professor... Atacamos um professor... - Hermione murmurava, olhando assustada para Severo.

Novamente eles começaram a discutir entre si. Hermione, Rony e Harry contra Lupin e Sirius.

- Andem logo com isso. - eu falei dando um basta na discução dos cinco. - Sirius, pegue. - eu falei estendendo a varinha de Snape para ele.

- Juntos?

- Quando eu contar três. - Lupin falou antes de começar a contar. - Um... dois... TRÊS!

Lampejos branco-azulados saíram das duas varinhas, atingindo o rato. Por um instante nada aconteceu, o rato ficou se debatendo no ar como se alguma coisa estivesse o segurando ali, então ele caiu no chão e com um novo lampejo, ele começou a crescer aos poucos.

Poucos segundos depois, no lugar do rato estava um homem baixo, não mais alto do que eu. Seus olhos correram pelo quarto, parando na porta por um segundo e depois em mim por mais de um segundo antes que olhar para Sirius e Lupin que estavam na sua frente. Rony estava se boca aberta e tinha parado de lutar contra Hermione que o segurava para que ele não fosse na direção de Perebas/Pettigrew.

- Sirius? Remo? Meus amigos... Meus velhos amigos... - então ele finalmente viu Harry. - Harry... Como você é parecido com Tiago. Eu e ele éra..

- Como você se atreve falar com Harry? - Sirius gritou indo na direção dele com a varinha erguida ameaçadoramente.

- Você entregou Lílian e Tiago para Voldemort! - Lupin também gritou indo encurralando Pettigrew na parede.

- Eu não queria entregar... Mas o Lord das Trevas... você não faz idéia das coisas que ele faria antes de me matar... Diga você, Sirius... O que você faria?

- Eu morreria! Eu preferiria morrer ao invés de trair meus amigos. - Sirius respondeu. - Você deveria saber que se Voldemort não te matasse nós te mataríamos! - Sirius gritou erguendo a varinha junto com Lupin.

- NÃO! - Harry exclamou fazendo com que ambos abaixassem a varinha um pouco.

- Harry, ele... - eu comecei.

- Eu sei o que ele é e o que ele fez, Katherine. - ele me cortou. - Nós vamos levá-lo para o castelo.

- Obrigado, garoto... - Pettigrew tinha se aproximado de Harry e estava de joelhos.

- Não me toque! - Harry deu um passo para trás quando Pettigrew fez menção de abraçá-lo. - Vamos levá-lo para o castelo e deixaremos que os dementadores cuidem de você. - Harry falou friamente.

Fui até onde Severo estava caído e verifiquei o estrago que Harry, Rony e Hermione fizeram com ele. Depois com um aceno de varinha ele começou a flutuar ao meu lado.Sirius, Harry e Rony já tinham sumido escada abaixo. Lupin, Hermione e Pettigrew estavam descendo as escadas agora. Lupin tinha se oferecido para levar Snape em meu lugar mas eu neguei. Ele deveria cuidar de Pettigrew.

Quase trinta minutos depois, eu estava saindo do túnel sob o Salgueiro Lutador com Snape. Rony, Hermione, Pettigrew e Lupin estavam ali perto. Alguns metros à frente, Harry e Sirius conversavam. Pettigrew tentava, de todas as formas possíveis, convencer Rony ou Hermione a ficar ao seu lado para que ele não fosse entregue aos dementadores.

Então uma nuvem se moveu deixando a lua cheia visível, nos banhando com sua luz. Lupin ficou imóvel, seus olhos se dilataram e ele começou a se transformar lentamente em um lobisomem. Sirius correu na direção dele.

- Corram! - ele gritou para nós tentando em vão empurrar Lupin para trás. - Deixem ele comigo, corram! - ele voltou a gritar quando nós não nos movemos.

Com a transformação, Lupin deixou a varinha cair e se aproveitando disso, Pettigrew pegou a varinha.

- Expelliarmus! - Harry gritou ao ver Pettigrew com a varinha na mão, mas já era tarde demais, ele tinha conseguido se transformar. - Fique onde está! - Harry mandou, mas o rato já tinha conseguido fugir.

No lugar de Lupin tinha um lobisomem e onde Sirius estava antes, agora tinha um cão quase do tamanho de um urso. Ambos mostrando os dentes. Depois de se encontrarem bruscamente no ar durante algumas vezes, Lupin fugiu para a Floresta.

- Sirius, ele fugiu. Pettigrew fugiu! - Harry gritou para o padrinho.

Sem se virar para nós, ele correu na mesma direção que Pettigrew tinha fugido na forma de um rato há poucos minutos atrás.

- Temos que voltar para o castelo. - eu murmurei quebrando o silêncio que se instalou entre nós. - Precisamos levar Rony e Snape para a enfermaria.

Rony e Severo estavam desacordados, Hermione e Harry já estavam concordando comigo, quando os latidos de um cão chegou até nós seguido por um ganido, um ganido de sofrimento.

- Sirius! - Harry gritou e saiu correndo na direção de onde os latidos tinham vindo. Hermione correu atrás dele.

Com um aceno de varinha, coloquei Severo no chão e depois fiz ele recobrar a conciência.

- ESCUTE! - eu gritei puxando seu braço quando ele se moveu na direção do túnel atrás de nós com ódio estampado nos olhos. - Black não é o culpado, posso explicar tudo depois. Agora nós precisamos ajudar Harry, Hermione e provavelmente Sirius. - podia ver a desconfiança em seus olhos, mas ele me seguiu quando eu saí andando.

- EXPECTO PATRONUM! EXPECTO PATRONUM! - os gritos de Harry chegaram até nossos ouvidos.

- Dementadores. - eu murmurei parando no lugar. Se eu me aproximasse mais, não seria capaz de me controlar. - Não posso continuar, traga eles a salvo! - eu falei para Severo que, mesmo não estando feliz com o meu pedido, assentiu.

Minutos depois, a luz prateada típica do Patrono brilhou fortemente à beira do lago. Vi os dementadores fugirem para longe do lago, voltando para suas posições ao redor da escola, de onde eu estava. Depois não demorou muito para Severo voltar, três pessoas inconcientes flutuavam ao lado dele. Sirius, Hermione e Harry.

- Vá buscar o Weasley. - Severo disse friamente para mim.

Me virei e fui na direção do Salgueiro Lutador, não precisei ir até onde tinha deixado Rony. Com um aceno de varinha, Rony veio na minha direção flutuando da mesma forma que Harry, Hermione e Sirius estavam ao redor de Snape.

- Você precisa me explicar muita coisa, Katherine. - a voz fria de Severo disse às minhas costas.

- Será mais rápido se você ver por si mesmo. - eu falei permitindo que ele entrasse em minha mente e fui passando as coisas que eu tinha escondido dele durante o ano inteiro como um filme. Pelo menos a parte sobre os Marotos, Sirius e os Potter's e principalmente sobre Pettigrew.

Quando ele terminou de ver minhas lembranças, um brilho maligno passou por seus olhos.

- Severo, você não vai entregar Sirius ao Ministro, vai? - eu perguntei já sabendo a resposta que ele daria.

- A minha vingança será melhor do que eu pensei. - ele falou sorrindo amarelo.

- Você não pode estar falando sério! - eu parei e puxei seu braço. - Severo, Sirius é inocente! Não foi ele quem entregou Lílian ao meu pai. Você não pode! Estaria condenando um inocente a passar o resto da vida em Azakaban por raiva do que aconteceu há quase vinte anos? - eu perguntei me referindo ao incidente com Lupin quando ele tinha dezesseis anos.

- Não vou mudar de idéia. - ele falou friamente soltando o braço de meu aperto.

Eu estava perplexa com o que tinha ouvido. Simplesmente não conseguia acreditar que ele realmente iria entregar Sirius para o Ministro, para os dementadores.

- Não faça isso por favor, Severo. - eu murmurei, meu tom de voz tinha mudado drasticamente, agora eu já implorava para que ele não fizesse tal coisa com Sirius. - Ele não merece, Harry não merece.

- Não me importo. - ele mentiu na minha cara.

Suspirei finalmente voltando a andar. No saguão de entrada, ele parou e se virou para mim.

- Volte para o Salão Comunal. Não vou deixar você se meter em encrencas por causa dele. - ele falou indicando Sirius com a cabeça. - Eu cuido do Weasley. - ele falou já puxando Rony para seu lado e refazendo o feitiço para que Rony flutuasse obediente ao seu lado.

- Não vou voltar para a Sonserina. Estou no meio de tudo isso há mais tempo do que você pensa, eu vou junto. - bati o pé irritada.

- Katherine, isso não é algo da sua conta. - ele retrucou no mesmo tom que eu.

- Por que apenas eu? Você poderia muito bem esconder Harry, Rony e Hermione em sua sala, ou até mesmo na biblioteca de Slytherin com a minha ajuda se quisesse e levar apenas Black para o Ministro. Querendo evitar que alguém da Sonserina esteja no meio de toda a confusão que vai virar daqui algumas horas? - eu perguntei sarcástica.

- Não vou discutir com você, Katherine. Faça o que quiser. - ele falou começando a subir as escadas.

Suspirei derrotada. Lancei o melhor feitiço de desilusão que pude sobre mim e fui atrás dele.

Uma hora e meia já haviam se passado desde que nós voltamos para o castelo. Uma hora e meia, que eu fiquei sob o feitiço de desilusão, uma hora e meia escutando Severo falar as mesmas mentiras para Fudge, Dumbledore e para quem quisesse escutá-lo.

Eu realmente não ligava em ficar escondida de todos, só não conseguia acreditar que Severo realmente teria coragem de entregar Sirius, mesmo já sabendo sobre tudo o que tinha acontecido no passado, para o Ministério, para os dementadores.

Ele sabia muito bem que eu discordava de tudo que ele estava fazendo agora, esse era um dos problemas que se destacava na minha mente. O outro, era saber como Pettigrew chegaria até meu pai na Albânia, qual seria a reação de meu pai e qual seria o plano que surgiria na mente dele. Sabia que agora os meus dias de paz e tranquilidade estavam contados a partir de agora.

Assim que Fudge viu Black com os próprios olhos, ele saiu para chamar os dementadores. Dumbledore também saiu desaparecendo no corredor.

Sirius foi preso na sala de Flitiwick, eu poderia ir facilmente ir até lá e libertá-lo mas se fizesse isso, Severo descobriria e eu ficaria muito mais encrencada do que já estava. Mais uma vez, eu não me importava com isso, porém algo me dizia para não fazer tal coisa. Algo me dizia para deixar tudo como estava.

Segui Severo até a Ala Hospitalar onde Fudge o esperava para conversarem. Tive que escutar todos os elogios de Fudge e tudo o mais. Depois que Harry e Hermione finalmente acordaram, as vozes alteradas de dentro da enfermaria chamaram a atenção dos dois.

Entrei na enfermaria e me encostei na parede para ver os quatro discutindo, esse era o meu propósito se os fundadores não resolvessem entrar na minha mente tirando minha concentração do que estava acontecendo ao meu redor.

- Katherine, queremos saber exatamente o que aconteceu nas últimas horas. - Salazar e Rowena falaram praticamente juntos na minha cabeça.

Não respondi nada. Sabia que os quatro estavam presentes em minha mente, simplesmente comecei a passar os últimos acontecimentos pela minha mente para que eles vissem.

- Então Pettigrew realmente fugiu. - Helga falou quando viu tudo.

- Sim. - respondi. - Pettigrew fugiu, Sirius continua sendo acusado por tudo o que ele não fez e agora está para receber o beijo do dementador. - eu falei.

- Talvez não. - Godric falou pela primeira vez.

- Do que está falando?

- Dumbledore estava falando com Sirius Black. Existe uma saída para tudo isso e se Dumbledore acreditar no Black, ele vai usar essa única saída para ajudá-lo. - ele explicou.

Assim que Godric terminou de falar, eu finalmente percebi a presença de Dumbledore na enfermaria.

- Diretor, eu devo insistir para saírem. Potter e Granger devem descansar e com todos aqui fazendo esse alarde... - antes que Madame Pomfrey pudesse terminar de falar Dumbledore a cortou.

- Eu realmente preciso falar com os dois a sós! - Dumbledore disse como se estivesse repetindo a mesma coisa pela quinta vez.

Madame Pomfrey saiu da sala contra gosto, mas saiu. Fudge também saiu da enfermaria dizendo que provavelmente os dementadores já tinham chegado, mas segurou a porta para Severo esperando que esse também saísse da enfermaria logo atrás dele.

- Diretor, o senhor não está acreditando no que Black falou, está? - Severo perguntou olhando para trás.

- Eu quero falar com Harry e Hermione a sós. - ele repetiu.

- Sirius Black demonstrou que era capaz de matar com dezesseis anos. O senhor se esqueceu disso? O senhor esqueceu que no passado ele tentou me matar? - Snape perguntou dando um passo para frente.

- Minha memória continua boa como sempre, Severo. - Dumbledore respondeu friamente deixando claro que não iria escutá-lo.

Snape deu meia volta e saiu pela porta que Fudge ainda segurava.

Assim que a porta se fechou, Harry e Hermione desataram a falar.

- Katherine poderia se mostrar por favor? - Dumbledore perguntou assim que os dois pararam de falar.

Tirei o feitiço de mim e fui andando até onde eles estavam.

Dumbledore explicou rapidamente o que os dois precisavam fazer.

- ...Nós só precisamos de mais tempo. - ele falou.

- O que ele quer dizer? - eu perguntei para os fundadores que ainda estavam na minha mente.

- Hermione Granger estava usando um vira-tempo durante o ano inteiro. - Helga me contou.

- Voltar no tempo. - eu murmurei.

Dumbledore olhou para mim e assentiu. Harry e Hermione se olhavam.

- Vocês não devem ser vistos, não se esqueça das regras. - Dumbledore disse para Hermione. - Vou trancá-los aqui. - ele falou olhando para o relógio e indo para a porta. - Srta. Riddle, tenho outro serviço para você, venha comigo. - ele falou passando pela porta e a segurando para mim. Antes que ele a fechasse, ele voltou a colocar o rosto para dentro da enfermaria. - Três voltas devem bastar. - e fechou a porta.

- O que você quer que eu faça, Dumbledore? - eu perguntei.

- Garanta que eles consigam fazer tudo. - ele falou.

- Como? - eu perguntei como se fosse algo óbvio.

- Use isso. - ele falou me entregando um vira-tempo.

Ele não precisou falar mais nada. Eu não precisava de nenhuma explicação. Eu não poderia ajudá-los em tudo, só precisava garantir que eles conseguissem soltar Sirius da sala de Flitwick e depois chegar até a enfermaria sem que ninguém os visse.

Coloquei o vira-tempo no pescoço e dei três voltas. Em segundos, Dumbledore desapareceu e eu estava sozinha no corredor, atrás de mim a porta da enfermaria estava fechada e ninguém estava a vista no corredor.

Saí correndo dali. Fui para a Torre de Astronomia depois de verificar com um feitiço se ela estava vazia, ainda teria que esperar por um pouco mais de cinco horas, mas isso não era problema para mim.

De onde eu estava, no topo da Torre de Astronomia, eu podia ver facilmente o lago, passava um pouco das dez horas quando o brilho típico de um Patrono brilhou no lago. Era finalmente hora de me mexer...

Lancei o feitiço de desilusão em mim e desci as escadas sem presa já que eu teria uma hora e meia até o momento certo de ajudar Harry e Hermione a soltarem Sirius. Fiquei escondida atrás de uma armadura e vi quando trouxeram Black e quando Dumbledore veio falar com ele. Agora era hora de agir.

Seja lá quais foram os feitiços que Dumbledore e os outros lançaram na porta, eu pude entrar facilmente sem nenhum problema.

- Quem está aí? - Sirius perguntou olhando para a porta sem me ver. Tirei o feitiço de mim para que ele pudesse me ver. - Kate? - ele perguntou arregalando os olhos ao me ver.

- Não, Snape. - disse revirando os olhos. - Escute! Harry e Hermione estão vindo te ajudar e... Não me interrompa! Não faço a mínima idéia de como eles vão chegar aqui, mas você precisa estar pronto para dar o fora daqui nem que for pulando pela janela. Diffindo! - as correntes que o prendiam se partiram e com um segundo feitiço desapareceram, era como se elas nunca estivesses estado ali.

Antes que eu pudesse falar qualquer coisa a mais, uma sombra apareceu do outro lado da janela: Hermione e Harry estava no lombo de Bicuço que pairava em frente a janela. Hermione abriu esta com o Alohomora.

- O que faz aqui, Kath? - Harry perguntou ao me ver.

- O mesmo que vocês, ajudando esse aí. - eu falei indicando Sirius com a cabeça. - Meu serviço termina aqui. Nos vemos na Ala Hospitalar. - eu falei fechando a janela e correndo para a porta.

Agora sim eu tinha que correr.

- Use isso. - a voz de Dumbledore chegou até meus ouvidos quando eu estava no corredor ao lado e ainda nenhum sinal de Hermione e Harry.

Verifiquei se eu de horas atrás já tinha desaparecido, fui até onde Dumbledore estava.

- E então? - ele perguntou ao me ver.

- Tudo certo. - eu murmurei. - Obrigada. - disse entregando o vira-tempo nas mãos dele. - Severo vai desconfiar de mim. - falei rindo.

- É só não sair daqui. Ele sabe que você está por aqui, não é? - Dumbledore devolveu. - Entre e volte a se esconder com o feitiço de desilusão.

Nesse momento, Harry e Hermione apareceram correndo no final do corredor.

- Entrem. - Dumbledore nos apressou e fechou a porta assim que eu, Harry e Hermione entramos.

- O que foi isso? - Harry perguntou olhando para mim.

- Eu não estou aqui. Dumbledore e Snape sabem que eu não estou na cama como deveria estar, mas Fudge não sabe e ele não pode nem sonhar que eu e vocês soltamos Sirius. Assim que Snape perceber que Sirius sumiu, ele vai querer acusar a mim e vocês dois. Por isso Dumbledore nos trancou aqui. Como poderíamos libertar Sirius se estávamos trancados aqui? - eu expliquei tudo de uma vez antes de lançar o feitiço pela sexta ou sétima vez no dia sobre mim. - Em todo o caso, eu nunca estive aqui. - eu falei indo para a parede ao lado da porta onde me encostei ali. Madame Pomfrey saiu de sua sala e voltou a dar pedaços enormes de chocolate para os dois.

Não demorou muito para que Severo, Fudge e Dumbledore voltassem para a enfermaria. O único que parecia estar calmo e se divertindo era Dumbledore; Fudge estava visivelmente zangado, mas pelo menos estava controlado. Já Severo, ele estava realmente fora de si.

- DESEMBUCHE, POTTER! - ele berrou com o dedo no rosto de Harry. - O QUE FOI QUE VOCÊ FEZ?

- Professor Snape, controle-se! - Madame Pomfrey protestou.

- ELES AJUDARAM BLACK ESCAPAR, EU SEI! - Severo continuou gritando.

- Acalme-se homem! - Fudge mandou. - Você já está dizendo disparates.

- O SENHOR NÃO CONHECE POTTER! FOI ELE! EU SEI QUE FOI ELE QUEM FEZ ISSO...

- Chega, Severo! - Dumbledore disse em voz baixa. - Pense no que está dizendo. A porta estave trancada desde que eu deixei a enfermaria dez minutos atrás. Madame Pomfrey, esses garotos saíram da cama?

- Claro que não. Eu os teria ouvido. - ela respondeu prontamente.

- Aí está, Severo. A não ser que você esteja sugerindo que Harry e Hermione possam estar em dois lugares ao mesmo tempo, receio que não haja sentido em continuar pertubá-los.

Snape procurava qualquer outra saída para conseguir acusar Harry, mas não encontrando nada ele deu meia volta fazendo com que as vestes rodopiassem para trás e saiu bufando da enfermaria. Com a raiva que ele sentia, ele até se esqueceu de mim. Se esqueceu que eu também estava fora da cama e era a pessoa com mais chances de soltar Black e deixar que ele fugisse.

Snape parecia que realmente tinha se esquecido do meu envolvimento nos acontecimentos da noite passada. Eu só não consegui acreditar no que ele fez no café da manhã, minha vontade naquela hora era de pular em seu pescoço e deixá-lo inconciente por um bom tempo.

Ele gritou em alto e bom som no Salão Principal que Lupin era um lobisomem. Apenas a Sonserina parecia se divertir com a notícia, mas ainda assim alguns alunos da casa ficaram realmente para baixo, e quando eu digo alguns é uma quantidade que dá para contar nos dedos. Infelizmente não tinha nada que eu pudesse fazer para ajudar Lupin. Severo tinha feito um estrago que era impossível de se consertar.

No último dia do ano letivo, o resultado dos testes chegaram e junto com isso, a confirmação do que eu mais temia: Pettigrew tinha conseguido encontrar meu pai.

A partir de amanhã começaria as férias, férias que provavelmente me trariam problemas.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Eu achei que apressei muito as coisas no final... Mas eu queria terminar a parte do Prisioneiro de Azkaban nesse capítulo.
Agora falando sério! Esses dias atrás, eu vi que essa fic possui mais de 100 leitores e 65 pessoas adicionaram essa fic nos favoritos. Mas eu não recebo reviews de nem metade desses 100 ou 65... *momento chantagem...*
No momento, eu tenho 483 reviews e 8 recomendações.
Eu quero mais uma recomendação e quero receber no mínimo 20 reviews nesse capítulo, ou não vou postar o próximo que já está em andamento...
Espero que entendam e colaborem...
Beijos, NatyAiya.