Capítulo 28 - O diário de Tom Riddle

Como Hermione ficou por um bom tempo na ala hospitalar, boatos que ela tinha sido atacada durante as férias começaram a circular pela escola. Curiosos iam todos os dias até a ala hospitalar tentar vê-la, foram tantos, que Madame Pomfrey pendurou as cortinas ao redor da cama de Hermione para que ela pudesse ter um pouco de privacidade.

Todos os dias, Harry e Rony levavam os deveres para ela. Enquanto Rony reclamava, ela respondia que tinha de ficar em dia com os deveres.

Em um desses dias, eu estava voltando da biblioteca quando passei pelo corredor do banheiro da Murta. Ele estava totalmente alagado! Me aproximei da porta do banheiro e pude escutar Harry, Rony e a Murta conversando. Lancei um feitiço da desilusão sobre mim e esperei do lado oposto da porta, onde eu ainda poderia escutar o que falavam.

- Calma aí. - a voz de Rony chgou até onde eu estava. - Conheço esse nome... T.S. Riddle recebeu um prêmio por serviços especiais prestados à escola há cinquenta anos.

- E tem o mesmo sobrenome que a Katherine, deve ser algum parente dela. Pode até ser que esse diário seja alguma coisa dela. - Harry que falou.

- O que vai fazer, devolver para ela?

- Vamos levar conosco. Falo com ela amanhã. - e com isso os dois saíram do banheiro com um pequeno caderno preto com as bordas douradas, o diário de Tom Riddle. Uma das horcruxes de meu pai.

Eu poderia ter ido atrás deles e arrancado o diário das mãos deles naquele momento. Seria melhor que eu tivesse feito isso, mas eu não fiz. Continuei meu caminho até as masmorras e naquela noite, Harry descobriu coisas que não deveria.

POV Harry

O diário não era da Katherine. Era uma coisa que já tinha ficado bem claro através do nome impresso na capa.

Segundo as minhas contas, o diário tinha a mesma idade de quando a Câmara Secreta tinha sido aberta da última vez. Peguei um tinteiro e molhei a pena deixando um pingo de tinta cair na primeira página do diário.

A tinta brilhou no papel por um segundo, e depois como se estivesse sendo chupada pelas páginas, desapareceu. Voltei a molhar a pena e escrevi: "Meu nome é Harry Potter."

Parecia uma coisa idiota de se escrever em um diário que nem meu era, mas era uma coisa que no momento, eu achei que poderia me dar respostas.

Alguns segundos depois, as minhas palavras sumiram da mesma forma que antes e no lugar surgiram palavras que eu nunca tinha escrito:

"Olá, Harry Potter. Meu nome é Tom Riddle."

Essas palavras também se dissolveram.

"Você sabe alguma coisa sobre a Câmara Secreta?"

Escrevi exitado com o que poderia ser a resposta.

"Sim."

"Você poderia me contar?"

"Não. Mas eu poderia te mostrar. Deixe-me levá-lo para uma noite há cinquenta anos atrás."

Antes que eu pudesse responder qualquer coisa, as folhas do diário começaram a virar com rapidez e de repente pararam. No canto superior direito da página, estava escrito 13 de junho. A página virou uma pequena tela de televisão. Encostei meu rosto na folha e fui sugado para dentro. Um rodamoinho de cores e sombras passaram por mim e depois tudo parou. Me encontrei parado perto da escadaria principal. Um garoto que deveria ter uns quinze ou dezesseis anos, muito parecido com a Katherine, estava parado olhando para algo acima dele.

- Com licença, poderia me dizer o que está acontecendo aqui? - nenhuma resposta. - Você é Tom Riddle? - voltei a perguntar, novamente nenhuma resposta. Era como se ele nem me visse e nem me ouvisse. - Você está me escutando?

Então olhei para cima. Quatro homens desciam as escadas com uma maca improvisada, sobre ela tinha alguém deitado com um pano cobrindo o corpo. Ao lado outros homens observavam. Eles passaram por mim, mas nem me notaram como o garoto.

- Riddle! - um dos homens falou. - Venha.

- Professor Dumbledore. - o rapaz cumprimentou o homem e foi na direção dele.

Olhei para o homem incrédulo. Estava olhando para o Dumbledore de cinquenta anos atrás.

- Não é prudente ficar andando por aí há esta hora da noite. - Dumbledore falou.

- Sim, professor. Mas é que... Eu tinha que ver se os boatos eram verdadeiros.

- Eu receio que sim, Tom.

- Sobre a escola também? Eu não tenho para onde ir. Não vão mesmo fechar Hogwarts, vão professor? - o jeito com que o rapaz falou, foi quase suplicante. Eu entendia perfeitamente, sentia o mesmo, se a escola fechasse, eu seria obrigado a voltar a morar com os Dursley todos os dias do ano.

- Eu entendo, Tom. Mas receio que o professor Dippet não tenha outra escolha.

- E se tudo isso acabasse? E se o responsável fosse pego? - Riddle perguntou no mesmo tom de súplica.

Dumbledore olhou fixamente para o rapaz à sua frente, de uma forma que eu conhecia muito bem, antes de peguntar:

- Tem alguma coisa que você queira me contar?

- Não, senhor. Nada. - Riddle respondeu deixando o tom de súplica de lado e respondendo firmemente.

- Muito bem, então. Pode ir. - ele finalmente dispensou o aluno depois de mais um olhar fixo.

- Boa noite, senhor. - e com isso Riddle voltou a andar, passando por Dumbledore. Eu fui atrás, ainda surpreso por ter visto Dumbledore através do diário.

Esperava que Riddle me levasse até a Câmara Secreta, ou me levasse para um caminho que eu não conhecia, mas ele seguiu o caminho conhecido para as masmorras, com passos rápidos e sempre olhando para os lados.

Então ele parou diante uma porta, tirou a varinha de dentro da capa antes de olhar mais uma vez para os lados e abrir a porta com a varinha em punho. Por um segundo, eu não compreendi o que estava do lado de dentro da porta, então finalmente percebi a silhueta de um garoto enorme de pé, em frente a uma caixa gigantesca.

- Boa noite, Hagrid. - Riddle cumprimentou o garoto. - Eu vou ter que entregá-lo, Hagrid. Eu acho que você não quis matar ninguém, mas...

- Não pode. Você não entende! - Hagrid de cinquenta anos atrás protestou.

- Os pais da garota que morreu irão chegar amanhã. O mínimo que Hogwarts pode fazer é garantir que a coisa que matou a filha deles seja eliminada. - Riddle falou rispidamente.

- Não foi ele! Aragogue nunca matou ninguém! Nunca!

- Não se deve criar monstros, Hagrid. - Riddle falou quase que carinhosamente. - Agora saia da frente!

- Não!

- Saia da frente Hagrid!

- Não!

- Cistem Aperio! - Riddle agitou a varinha e a tampa da caixa se abriu com uma explosão. Uma aranha enorme saiu da caixa e passou por mim rapidamente. - Arania Exumai! - outro feitiço, agora na minha direção, por onde a aranha passou, errando por um triz.

- Aragogue! Aragogue! - Hagrid gritou e tentou passar por Riddle.

- Não posso deixá-lo escapar. Vai perder a sua varinha por isso. Você será expulso. - Riddle falou virando a varinha novamente para Hagrid.

Então da mesma forma que começou, terminou. Me vi sentado novamente em minha cama. Rony me olhava confuso.

- Foi Hagrid! Hagrid abriu a Câmara Secreta há cinquenta anos atrás! - eu gritei para ele.

- Você estava mexendo naquele diário! Não deveria ter mexido, temos que devolver para Katherine, Harry. - Rony me repreendeu.

- Não fiz nada de mal, Rony. Eu vou devolver amanhã para a Katherine, ok? O que interessa é o que eu consegui descobrir! Foi Hagrid! - eu voltei a falar.

- Vamos falar com a Hermione amanhã. Ela vai nos ajudar a resolver tudo isso, e se nem a Hermione puder nos ajudar, falamos com a Kate. - Rony falou.

- Tudo bem. Boa noite, Rony. - eu falei guardando o diário e me deitando.

- Você tem certeza, Harry? - Hermione me perguntou na manhã seguinte depois que eu contei sobre o que eu tinha descoberto pelo diário.

- Sim. - eu concordei.

- Olha, o Hagrid é nosso amigo. Podemos perguntar para ele. - ela sugeriu.

- Claro, seria muito engraçado. "Olá, Hagrid! Andou soltando alguma coisa gigante e peluda no castelo ultimamente?" - Rony falou debochadamente.

- "Gigante e peluda"? Não estavam falando de mim, estavam? - Hagrid perguntou atrás de nós.

- Não! - nós três respondemos em coro. - O que você tem aí, Hagrid? - Hermione perguntou olhando para uma lata que Hagrid carregava.

- Ah, isso? Repelente para lesmas carnívoras. A professora Sprout disse que as mandrágoras estão quase prontas para a poção. E enquanto isso, vocês três tomem cuidado. - Hagrid falou olhando para nós três.

Neville vinha vindo correndo na nossa direção quando Hagrid estava saindo.

- Olá Neville. - Hagrid o cumprimentou.Neville não parou para responder e continuou correndo.

- Harry, não sei quem foi mas é melhor você vir comigo. - ele falou ofegante. - Rápido!

Fomos atrás dele e ele nos levou de volta para a torre da Grifinória e depois para o dormitório dos meninos.

As minhas coisas e as coisas do Rony estavam totalmente reviradas. Travesseiros rasgados, lençóis no chão do mesmo jeito, livros espalhados pelo chão, penas quebradas e até as cortinas estavam rasgadas.

- Deve ter sido alguém da Grifinória! Ninguém mais tem a nossa senha... A não ser que não foi um aluno. - Hermione falou olhando espantada para a bagunça.

- Harry, está faltando alguma coisa aí? - Rony perguntou olhando nas coisas dele.

- O diário de Riddle desapareceu. - eu falei baixo apenas para Rony e Hermione escutarem.

- E agora? Você chegou a falar com a Katherine sobre o diário? - Hermione perguntou nervosa.

- Não, não consegui encontrar com ela.

- Só vamos falar sobre o diário com ela, caso ela venha perguntar. - Hermione falou olhando nos nossos olhos com firmeza. - Entendido?

- Claro. - eu e Rony respondemos juntos.

POV Katherine

Fiquei sabendo que o diário foi roubado de Harry e as coisas dele totalmente reviradas. Descobri logo depois que tinha sido a Gina. Ela tinha visto o diário com o Harry e entrou em desespero, ela ficou com medo que ele descobrisse as coisas que ela tinha escrito no diário através de Tom e o roubou.

Não sabia o quanto Harry tinha descoberto, mas se meu pai ou Tom Riddle de quinze anos que estudava em Hogwarts há cinquenta anos atrás tinha contado qualquer coisa para o Harry, eu apostava mais da metade do ouro que eu tinha no Gringotes que era alguma coisa bem diferente da verdade.