Anteriormente em “O Destino”


– O moço do quadro mamãe, aquele que estava segurando a mim. Je o viu, ele existe!– disse Sarah toda animada – e ele se chama Jacob!

– O-oque?– perguntei catatônica, olhei para Rachel que engoliu seco e depois para Rebecca que batia seu pé impacientemente no chão esperando uma resposta.

– Anda Renesmee, responde. Que história é essa de quadro? E do meu irmão segurando Sarah?– perguntou Rebecca alterada – O que ele tem a ver com ela? Na verdade, o que você tem a ver com ele?

– Hã, ér... – as palavras estavam entaladas em minha garganta, era até difícil respirar, o pior de tudo não era ter que explicar a Rebecca que ele era pai de Sarah e sim ele ter visto Sarah, eu ficava pensamento, imaginando, qual era a reação dele, se ele havia sentido algo diferente quando a viu, se Rachel, Rebecca ou Nelle tivessem contado ele logo que ele perguntou a quem pertencia aquela princesinha. Nelle? Perae, cadê a Nelle? Dei uma olhada em torno da sala – ér, onde esta Nelle? – eu disse tentando mudar de assunto, então Rebecca se aproximou de mim vorazmente, que pensei que ela ia me bater.

– Não. Foge. Do. Assunto! - disse ela pausadamente.

Rebecca era um amor de pessoa, mas nunca mais a deixaria brava, isso me aterrorizava e muito!

– Sarah, querida. Vamos assistir os Backyardigans?

Disse Rachel pegando Sarah no colo e a colando no sofá onde eu estava. Então me levantei enquanto Rachel ligava a TV, segui Rebecca até a cozinha, que era afastada da sala. Sentamo-nos nas cadeiras da bancada, frente a frente, olho no olho. Rebecca cruzou os braços e ficou esperando eu falar algo, mas eu não falei nada, na verdade eu não conseguia, era difícil para eu relembrar tudo que eu quis esquecer. E sem sucesso, não consegui.

– Vamos, estou esperando – disse Rebecca.

– Desculpe – eu disse por fim.

– Já é um começo – disse ela – mas eu quero saber, o que Jacob tem haver com a sua filha? E agora, sem mentiras.

– O que Rachel te disse? - eu precisava saber pelo menos o que Rachel falou, talvez ela tenha contornado a historia, pois Rachel, além de tia de minha filha é uma de minhas melhores amigas.

– Ela não me disse nada, mas também não foi muito difícil perceber, logo quando ela viu Jacob em seu apartamento entrou em pânico, queria levar Sarah embora, depois fez a sua amiga Nelle falar que Sarah era filha dela, mas sem sucesso – Ah Nelle, sua francesinha filha da put* o que você fez para não ter tido sucesso essa mentira? Era perfeito! Pensei – Depois, não queria dizer quem era a mãe de Sarah, sempre que alguém perguntava, só falava que era uma amiga minha da França, sendo que, ele talvez conhecesse você, pois seus pais trabalharam na mansão de papai e você e ele desde pequenos sempre foram tão amigos, achei que você talvez você gostasse que seu amigo de infância conhecesse sua filha. E por fim, a bela Sarah me deu o que eu precisava, a resposta que eu tanto queria naquela confusão – Ah Sarah! Gritei para mim mesma, O que você fez com a mamãe, princesa? – ela gritou para Jacob que conhecia Jacob de um tal de “Quadro” – Rebecca fez uma pausa – Mas, ela não conseguiu, Rachel mais uma vez interviu...

Rachel, eu já disse que te amo hoje? Me permitir pensar Ele não sabia de nada então?

– Perae, então quer dizer que ele não sabe de nada? – eu não aguentei, eu estava ansiosa, eu precisava saber disso, se não, não dormiria em paz hoje.

– Não, ele não sabe – ela disse e então soltei um suspiro de alivio – mas ele vai saber.

– O QUE?– gritei desesperada – Não, não... NÃO! Rebecca você não pode fazer isso comigo.

– O que foi Renesmee? – disse ela cinicamente – por que você não quer que Jacob saiba que ele estava segurando Sarah em um quadro que você pintou e em vários outros?

– Quem te disse?

– Sarah – disse ela.

Eu criei um monstro em minha casa.

– O que ela disse?

– Sobre os quadros, o fato de Alec não ser realmente seu pai, de ela não ter pai e Rachel sempre tentando impedir que Sarah falasse algo. Por que mentiu Renesmee?– ela parecia realmente triste - Pensei que fossemos amigas.

– E somos – eu disse.

– Amigas não mentem uma para outra.

Soltei um suspiro.

– Okay. Vou te contar tudo – eu disse e então ela sorriu aguardando que eu começasse – você sempre soube que eu e Jac... Ele sempre fomos muito amigos quando pequenos, quando ele voltou da Inglaterra...

Contei toda meu ponto de vista de minha história com ele e de como fui embora para França grávida de Sarah, Rebecca se surpreendeu em descobrir de meu namoro com ele, pois nos contatos que teve com seu pai, Billy Black, ele nunca dizia que ele estava namorando.

Rebecca ficou muito surpresa com a traição de dele, pois assim como Rachel, ela dizia que ele não era disso, mas então ela falou que foi estupidez minha fugir dele, contei os medos que tinha a ela, mas ela falou que ele jamais deixaria ela tirar o bebê, então veio a toma o assunto que eu mais temia:

– Você tem que contar a Jacob sobre Sarah, que ele é o pai dela.

– Não posso. – fiz uma pausa – olhe, Becca. Ele tem uma vida profissional de sucesso, esta noivo, tudo que ele menos vai querer agora é uma filha, do nada.

– Mas se você visse como Jacob ficou quando viu Sarah, ele se apaixonou por ela, ele sorriu como não sorria a anos e papai também. Foi incrível, parecia que eles sentiram que Sarah pertencia a família, que ela era uma Black, foi... foi... mágico! – disse ela com um brilho nos olhos.

– Não, Rebecca.– eu disse apenas

– Ah Renesmee, para! Para de ser egoísta! Para de só olhar pro seu próprio umbigo!

– Eu não estou sendo egoísta, só... estou pensando no melhor para todos! – eu disse.

– Não – disse ela então fez uma pausa – você só esta pensando no melhor para você. Eu vejo nos seus olhos o medo de reencontrar Jacob, o medo que tem de ver ele e todo o esforço que fez para tirá-lo do seu coração fora em vão.

– Não é verdade – Era verdade. Pensei – Não tenho medo de ver ele – Eu morro de medo de reencontrar ele – E eu já tirei ele do meu coração, há anos atrás, ele já simplesmente não existe mais em meu coração – Ele não sai do meu coração.

– Você esta mentindo!

– Não estou – me levantei – olhe, Rebecca. Acho melhor nós simplesmente deixarmos as coisas como estão, esta tudo muito bem assim.

– Não esta, só você não vê – insistiu ela.

– Rebecca... – eu disse em tom de suplica.

– Okay – disse ela revirando os olhos.

– Me prometa! – eu lhe disse.

– O que?

– Que assim como Rachel, não vai dizer nada a ele!

– Ah Renesmee... – disse ela fazendo uma careta.

– Por favor! – eu disse suplicando – você não fez a chantagem da amizade? E então, amigas ajudam amigas, não?

– Chantagista! – disse ela entre um riso e um rosnado.

– Idem – eu disse abrindo um sorriso e então eu pulei nos braços de Becca – obrigada.

– Ah, obrigada nada. Eu me sinto a pior pessoa do mundo mentindo para Jacob, escondendo dele uma filha, não é como esconder um brinquedo ou algo assim, é uma criança, é um vida Renesmee!– ela não parava mesmo de insistir. - você tem noção?

Soltei um suspiro.

– Oh se tenho – eu disse séria.

(…)

Logo depois daquela conversa com Rebecca, voltei para sala onde encontrei Sarah dormindo no colo de Rachel, a peguei no colo e levei até o quarto de hospedes onde eu e ela estávamos e a coloquei na cama, fiquei olhando ela dormir e então olhando aquele pequeno rosto angelical, peguei no sono.

No outro dia acordei muito cedo, para ir visitar meus pais e meu novo irmão, Riley. É agora eu tinha um irmão, Riley Biers Cullen, Riley tinha 16 anos, e fora adotado por meus pais logo depois quando eu fui para França, era bom ver meus pais felizes com um filho homem, na verdade era papai, o sonho dele era ter um filho homem.

Tomei um banho, escovei os dentes, penteei meu cabelo e fui acordar Sarah, ela rolou de um lado para o outro da cama e disse que estava cansada. Sem insistir muito, peguei minha bolsa, peguei um táxi e segui até a casa de meus pais.

Passei um bom tempo ali, conversando com mamãe sobre o encontro inesperado dele com Sarah enquanto papai e Riley assistiam um especial de natal, mamãe me contou que Claire e Quil tinha viajado para o Brasil para festejar o natal e que só voltaria dia 31 de dezembro. Desejei a todos um feliz natal e disse que Sarah estava cansada e por isso não pode vir e que traria ela da próxima vez que viesse em sua casa ou em sua confeitaria ajudá-la.

Voltei correndo para o apartamento de Rebecca, morrendo de saudade da minha princesinha, foi então que a dar o primeiro passo para dentro do apartamento que meu mundo parou. Eu não tinha percebido quem estava lá, até ele chamar meu nome.

– Renesmee?– Aquele pequeno sussurro fez meu mundo cair. Eu não conseguia falar nada, apenas fiquei imóvel olhando ele, admirando-o. Ele estava tão diferente e ao mesmo tempo tão igual, ele estava mais musculoso do que antes, a barba crescido e um olhar triste nos olhos.

– Tio Jay, essa é minha mère! – denunciou-me Sarah

Oh céus, de onde Sarah herdou essa “boca aberta”?

– Você é que é a mãe de Sarah?– disse ele lentamente

– Jacob...? – eu disse anestesiada com aquela cena., a voz falha, o coração batendo aceleradamente Pela primeira vez em anos eu disse seu nome, eu consegui dizer seu nome isso era tão, tão perturbador! Uma lagrima escorreu dos meus olhos, eu não podia chorar!

Desviei meu olhar do seu e em passos rápidos segui até o quarto onde estava hospedada no apartamento de Rebecca, sentei na cama e enfia meus rosto em minhas mãos, O que eu ia fazer? Fiquei me perguntando milhares de vezes, gritei qualquer coisa para Rebecca que nem lembro o que foi, acho que foi sobre os bolos de mamãe, sei lá.

Sarah que havia me seguido ficou me observando, disse a ela se queria sair, passear, ela disse que Oui (Sim), então peguei minha bolsa e como um furacão passei correndo até a porta com Sarah atrás de mim.

– Eu e Sarah, ér... vamos ali e já voltamos – informei a Rachel.

– Vai mesmo me ignorar? - disse Jacob e então paralisei, me virei e o encarei.

– O que você quer? – simplesmente perguntei.

(…)

Logo depois que eu disse isso, Rebecca e Sarah saíram do apê e nos deixaram conversar sozinhos, Jacob então perguntou se ele era o pai de Sarah, neguei até o ultimo instante e então eu praticamente o expulsei do apartamento e ele foi. Quando Rebecca e Sarah voltaram com Rachel eu estava arrumando minhas malas e de Sarah, queria fugir dali, correr para pegar o primeiro avião de volta para França, mas Rachel e Rebecca me convenceram de ficar.

A semana passou voando, eu passava o dia todo ajudando mamãe na confeitaria, Sarah sempre se recusava a ir com o pretexto de estar cansada, eu achava que era birra, mas não me opus. Na véspera de ano novo estava eu, preparando uma pasta americana para um bolo na confeitaria de mamãe, quando meu celular tocou, olhei no visor, era Rebecca.

– Alô? Becca, o que houve?

– Renesmee, Renesmee!

– O qu...

– Sarah, é Sarah. Jacob encontrou ela desacordada no apartamento e ela não esta reagindo, corre pro hospital de Forks, que Jacob já esta levando ela para lá.

– Tá, tá – comecei a chorar freneticamente e desliguei o celular, avisei a mamãe que pediu para papai me levar, cheguei lá Rebecca já estava, esperamos Jacob chegar, ele demorou demais.

Ele chegou com Sarah, desmaiada em seus braços, corremos até à parte pediátrica emergencial do hospital, fui correndo até a secretaria pedindo pra falar com o doutor Johan Jenks. Como era um caso urgente, fomos logo atendidos, o Dr. Jenks passou um soro para reanimar Sarah ajudá-la com sua fraqueza. O Dr. Jenks coletou o sangue de Sarah para exames enquanto eu ficava a todo o momento no quarto, observando minha filha desmaiada na cama, eu estava chocada, catatônica esperando que alguém me dissesse algo, me explicasse o que era que acontecia. Hoje de manhã eu a vi, sorrindo para mim e agora ela estava ali, pálida, imóvel, lutando pela vida.

Perguntei ao Dr. Jenks sobre Nahuel e ele me deu uma noticia que me chocou, ele disse que Nahuel estava morto, disse que ele se envolveu com drogas, isso me deixou muito triste, apesar de ter ficado com raiva de Nahuel na ultima vez que o vi, eu não o odiava e não queria seu mal.

Foi então que depois que o Dr. Jenks saiu do quarto percebi que Jacob estava no quarto, que na verdade ele estava a todo o momento no quarto, fiquei irritada, eu não o queria por perto, por que eu me sentia mal, por o ver sofrendo sem ao menos saber que ela o pertencia também:

– O que você está fazendo aqui? Alias o que você estava fazendo no apartamento com a minha filha? - eu gritei com ele - Que parte do eu não quero mais que você veja minha filha você não entendeu Jacob?

– Eu estou aqui Renesmee falei já cansado dela brigar comigo porque eu me preocupo com a nos... Com a sua filha!– ele se corrigiu rapidamente – Eu estava no apartamento da minha irmã! Ela me pediu pra olhar a Sarah enquanto ela ia ao mercado, quando eu vi que ela estava desmaiada fiquei desesperado, e corri pra trazê-la ao hospital. Você queria que eu fizesse o que? Deixasse-a desmaiada lá?

Paralisei, enfiei meu rosto nas mãos e comecei a chorar freneticamente.

– Calma Renesmee, eu estou aqui, eu sempre vou estar aqui! – então percebi que ele estava parado em frente a mim de pé.

Foi então que do nada, sem aviso prévio me joguei em seus braços me acomodando em seus músculos, sentindo seu cheiro almiscarado e amadeirado que tanto senti falta.

– Me desculpa Jacob... Me. Des.cul.pe! – eu disse pausadamente com a voz falha e embargada.

Depois de me separar dos braços de Jacob fiquei a observar Sarah dormindo, depois de um tempo todos vieram visitar Sarah e quando o dia estava terminando veio o Dr. Jenks trazendo a pior noticia de minha vida, Sarah estava com leucemia.

Ele disse que Leucemia é um câncer nas células brancas do sangue e ele disse também que no estágio em que a doença esta, é necessária a doação de uma medula, e que eu tinha de fazer o teste de compatibilidade por que os pais têm maiores chances de serem compatíveis com a criança, uns 64% de chances, fiz os exames e eu não era compatível.

Alec chegou depois de algumas horas que eu liguei para ele, Alec me dava forças, mas não gostava nada da presença de Jacob ali, apesar de ser simpático e também Alec, assim como mamãe, papai, Rachel, Rebecca, Claire (que depois que chegou de sua viagem correu para o hospital para ver a afilhada), insistiam para eu contar a Jacob a verdade e assim talvez ele fizesse o exame de compatibilidade para salvar Sarah, mas eu me negava, não conseguia.

Uma semana se passou, era sexta-feira e eu continuava atormentada pelos fantasmas do passado, pensei que com o tempo Jacob iria ir embora, mas não foi, permanecia aqui, mais do que todos e assim como eu não se alimentava direito, ia para casa só para comer, dormir (mas bem pouco) e tomar banho.

Eu estava na sala de espera, Jacob tinha ido dar uma olhada em Sarah, Alec tinha ido pegar café para todos, Riley tinha ido dormir um pouco, pois passara a madrugada comigo e papai tinha ido levá-lo e eu estava mais uma vez chorando, com a cabeça encostada no ombro de mamãe enquanto a vaca da noiva de Jacob, Leah Clearwater estava no canto emburrada nos encarando.

– Renesmee, querida não chore, tudo vai dar certo – minha mãe disse tirando uma mecha de meu cabelo de meu rosto e limpando uma lagrima que acabava de cair em meu rosto – olha, vamos no restaurante aqui do lado do hospital almoçar, você não comeu nada a horas. Vou ligar para o seu pai para nós nos encontrarmos lá, vamos?

– Eu não quero deixar Sarah sozinha, mamãe. - eu disse com a voz falha.

– Mas ela não vai ficar sozinha bebê, os médicos vão estar aqui e Jacob esta com ela.

– Ah...– revirei os olhos.

– Renesmee, eu acho que você tinha de contar pra ele, é a vida sua filha que esta em jogo se fosse você eu já...

Levantei rapidamente da cadeira e limpei meu rosto.

– Vá indo no restaurante mamãe, vou atrás de Alec para ele ir conosco também.

– Tudo bem, querida – disse ela e então deu um beijo em minha testa e seguiu.

Eu estava indo quando Rachel e Rebecca chegaram a sala de espera:

– Onde você vai? – perguntou Rachel.

– Vou procurar Alec, eu vou almoçar, tentar comer um pouco.

– Vai lá, ficamos com Sarah pra você – disse Rebecca.

– É comer vai te fazer bem.

– Onde esta, Jacob? - perguntou Rebecca se virando para Leah.

Ela sem abrir a boca, olhou para a porta do quarto de Sarah, como se estivesse apontando e ergueu as sobrancelhas. Passei pelo quarto e vi Jacob conversando com Sarah adormecida, nem percebeu minha presença, pois seus olhos se encolhiam de sono, então segui até a maquina de café, onde provavelmente Alec devia estar (Pois, ele tinha ido buscar café, obvio), Alec estava encostado na parede olhando para o vazio, com um copo de café na mão, eu me aproximei e então ele percebeu que eu estava ali.

Alec abriu um sorriso e me puxou para seus braços:

– Je querer conversar. - disse ele.

– Pode falar, querido – eu disse.

Ele se separou de mim e me pegou pela mão me levando até o final do corredor e disse:

– Chéri, vous não acha que esta fazendo besteira, esta esquecendo que vous não decidi só por sua vida, decide pela vida de sua filha, que esta correndo perigo. Engula esse orgulho, deixe isso de lado ma chéri, é sua filha, é parte de você!

– M-mas...

– Regarde, ma chère. Faça isso por Sarah, conte a ele, faça que ele ajude nossa princesse. Não deixe ela morrer por causa de um orgulho besta e...

– QUAL É, ALEC? VOCÊ QUER QUE EU FAÇA O QUE? - gritei interrompendo Alec, já irritada com a pressão que ele fazia contra mim com relação a Jacob e Sarah - QUE EU DIGA HEY JACOB, SABE A SARAH? AQUELA MENININHA LINDA QUE VOCÊ PENSOU QUE ERA SUA FILHA? BOM, ELA REALMENTE É SUA FILHA. E AH... SERÁ QUE VOCÊ PODERIA DOAR UMA MEDULA PARA ELA, SABE COMO É, ELA ESTA QUASE MORRENDO!! – foi então que eu percebi o quão alto eu gritava e que alguém simplesmente próximo ali poderia ouvir. Tapei minha própria boca e virei para observar se realmente tinha alguém, foi então, que toda a vida sólida que construí durante todos esses anos, desmoronou diante de meus olhos.

– O-o que? – Jacob Black sussurrou simplesmente quando nos olhos enfim se cruzaram.

Ficamos apenas nos encarando por alguns segundos, mas logo Jacob interrompeu o silencio.

– Por que Renesmee?? – seu olhos estavam cheios de lagrimas, e sua voz saia num sussurro.

Minha boca se abriu pelo menos três vezes pra lhe dar uma resposta, até que finalmente as palavras voltaram pra mim.

– Jacob...

– Não Renesmee, você já teve a sua vez de falar e não soube usá-la, então agora sou EU quem vai falar! – seus olhos pareciam ter ficado mais negros, eu vi neles uma raiva que eu não sabia que existia – Porque escondeu a Sarah de mim? Você sabia dos meu sonho de ser pai, de me casar, de construir uma família, sabia que eu sempre quis tudo isso com você! Mas não, você descobriu que estava gravida e aí? Foi embora, sem me dar nem ao menos um adeus, sem nenhuma explicação. Me deixou definhar no meu sofrimento, na minha dor, por pensar que nunca mais veria o amor da minha vida – Cada palavra dele, era como uma faca cravada em meu peito, doía ouvir, mas doía mais ainda lembrar do que tinha visto - Esse natal a nossa filha me fez lembrar dos meus sonhos, Sarah me fez lembrar deles. Aquele anjinho, que me deixou encantado sem ao menos saber que ela era e então, quando descubro que você era mãe dela, a primeira coisa que me veio à cabeça, era que eu podia ser o pai dela. Só que novamente, você destruiu meus sonhos, e disse que eu não era o pai dela. Quando o Dr. Jenks disse que ela estava com leucemia, e que você não era compatível, mas que o pai poderia ser a esperança de que você se virasse pra mim e revelasse a verdade me consumiu, mas você não disse nada.

Nesse momento não pude mais conter minhas lágrimas. E ele continuou.

– E agora, acabo de ouvir você brigando com seu namoradinho, revelando a verdade. Confesso que eu gostei muito de saber que eu realmente sou o pai da Sarah, mas não gostaria de ter descoberto desse jeito, queria que você tivesse chego a mim e dito. Por que você escondeu a nossa filha de mim? Por que você fugiu Renesmee?

Não aguentei apenas ser acusada e tive que falar o que há seis anos estava preso na minha garganta.

– CALA SUA BOCA JACOB! Será que você não vê que tive motivos pra fazer o que fiz?

– Ah é? Então me diga Renesmee, que motivos são tão importantes, a ponto de você esconder que tenho uma filha?

– ALÉM, CLARO DE ME TRATAR FEITO UMA CACHORRA NO RESTAURANTE COM NAHUEL, VOCÊ ACHA QUE EU NÃO SEI QUE VOCÊ ME TRAIU COM A LEAH?

Ele arregalou os olhos, e sua boca se abriu num O.

– C-como você s-soube disso?? – disse ele.

– Agora você gagueja né Jacob Black? Mas pra gemer no ouvido daquela vadia, não tem gagueira nenhuma. E não te interessa como eu descobri, eu apenas descobri a verdade sobre você, que você é um safado, estupido e sem coração.

– Renesmee! – disse ele.

– NÃO, NÃO! DEIXA EU TERMINAR. VOCÊ FICA AÍ, SE FINGINDO DE COITADO, FALANDO QUE EU A ESCONDI DE VOCÊ, MAS NO MOMENTO EM QUE FUI CONTAR A VOCÊ QUE ESTAVA GRÁVIDA, TE ENCONTRO NA CAMA COM AQUELA VADIA!!

– Você o que...? – perguntou Jacob em um sussurro, então revirei os olhos e simplesmente gritei.

– AH PELO AMOR, SINCERAMENTE JACOB BLACK VAI. SE. FUDER!!

Ele permaneceu em silêncio por alguns instantes.

– Quem é você e o que fez com a Renesmee que eu amo? – ouvir isso me fez tremer um pouco, mas continuei com cara de indiferente para o que ele dizia. – Você sempre foi certinha, o que aconteceu com você? Quando foi que começou a falar desse jeito?

– Pois é Jacob... Você tem razão, eu não sou mais aquela adolescente idiota que aceitava ser feita de besta, eu mudei. Esses seis anos me fizeram crescer e amadurecer muito...

– Mas não parece que você amadureceu tanto, ainda tem atitudes de criança, mentindo e escondendo coisas dos outros.

O sangue subiu, minha vontade foi de meter a mão na cara dele, quando dei um passo para frente Alec segurou levemente meu braço, enquanto Carlisle aparecia no corredor do hospital.

– Mas que diabos está acontecendo aqui? Estava ouvindo a discussão de vocês dois da minha sala! Podem me explicar o motivo de tanta confusão?

– Não é...

– Carlisle, eu quero fazer o teste de compatibilidade.

– Tudo bem rapaz, mas por que isso agora?

– Por que eu sim, quero salvar a vida da minha filha

Ele apenas arregalou os olhos, mas assentiu com a cabeça e fez um sinal para que Jacob o seguisse. Enquanto Jacob fazia os exames, fui ficar com Sarah no quarto, a noticia se espalhou rapidamente e então todos já estavam sabendo.

Depois de algumas horas, uma enfermeira veio me chamar, dizendo que Carlisle queria dizer o resultado, quando cheguei até a sala de Carlisle, Jacob estava sentando em uma das cadeiras em frente a mesa de Carlisle, sentei-me na cadeira do lado a de Jacob. Dei uma olhada pelo canto dos olhos para ele, seu rosto ainda era pura fúria, ele nem se quer olhou para mim.

– Bom, já que os dois estão aqui, vou dizer logo o resultado. – ele abriu o envelope, passou os olhos por ele e continuou – O resultado do exame deu positivo – Houve uma pausa da parte de Carlisle. Meu coração se encheu de esperança, eu queria sorrir, mas o clima estava tão tenso naquela sala que não me deixei levar. Então Carlisle prosseguiu - Jacob, você pode fazer a doação da medula pra Sarah. E eu sugiro que o transplante seja feito no máximo até amanhã, quanto mais rápido for feito, mais rápido a recuperação da menina.

– Tudo bem Carlisle, pode marcar pra amanhã, quero que a minha princesinha fique boa logo.

Sem mais, Jacob saiu da sala sem olhar para trás.

– Obrigada Carlisle – disse sorrindo para ele.

– Não foi nada querida.

Apertei sua mão e então me retirei da sala.

(…)




Acordei no dia seguinte, dormir no sofá do quarto estava acabando comigo, mas essa noite, dormi mais aliviada, tendo pelo menos a certeza que minha filha em pouco tempo estaria melhor. Jacob tinha passado a noite internado, para fazer alguns exames rápidos para a cirurgia.

Olhei no meu relógio e já eram 7hs da manhã, o transplante estava marcado para as nove. Pouco tempo depois, uma enfermeira entrou para preparar Sarah e depois Carlisle entrou no quarto para levá-la a sala de cirurgia.

Dei um beijo em sua testa, disse-lhe que ficaria tudo bem, mesmo ela estando desacordada, eu queria que pelo menos que em sua subconsciência ela soubesse que sua mãe estava ali. Fui pra sala de espera, ficar com meus pais, Alec, as irmãs de Jacob e sua noiva, aguardando que Carlisle saísse da sala e dissesse que tudo havia ocorrido bem.



(…)



Eram 17hs, já haviam se passado oito horas desde que o transplante havia iniciado. Ninguém saía ou entrava naquela sala, eu estava aflita, todos me davam apoio ali, menos Leah, é claro, pois ela não falava nada. Então depois de algumas horas, aquela aflição acabou. Carlisle saiu da sala e disse então as palavras que me libertaram daquela agonia.

– Ocorreu tudo bem – todos ali soltaram um suspiro de alivio – Sarah e Jacob estão bem, vamos transferir Sarah para um quarto onde ela vai ficar em observação, para vermos se a medula será bem aceita pelo organismo dela e Jacob para um onde ele vai ficar repousando em outro quarto, até se sentir melhor, por que a cirurgia também é difícil para o doador.

– E quando eu vou poder ver minha filha?– perguntei rapidamente.

– Dentro de algumas horas, mas ela não ficara acordada durante alguns dias, pois, demos alguns anestésicos para ela não senti dor e por isso ela vai ficar desacordada.

Soltei um suspiro.

– Tudo bem.

– E meu noivo, doutor? - perguntou a Vadia Leah.

– Jacob acordara em poucas horas, assim que ele acordar avisarei a vocês, darei alta a ele e menos de uma semana no máximo, dependendo de sua recuperação.

Leah deu os ombros e disse.

– Então eu volto depois – disse ela e então se foi.

– Acho melhor todos irem também, pelo menos por algum tempo, principalmente você Renesmee, que ficou aqui o tempo todo, descanse, assim que as visitas de Sarah for liberadas, eu aviso a você.

– Tem certeza? - insisti.

– Absoluta – sorriu gentilmente Carlisle.

– Vamos, querida.– disse mamãe me abraçando – o pior já passou.

– É mesmo, ma chéri – disse Alec.

Papai se aproximou de Carlisle e disse:

– Não sei como posso agradecer o que o senhor fez – disse ele – assim que conseguir o dinheiro irei lhe pagar, com juros.

– Edward, filho... – sussurrou Carlisle, mas papai não deixou terminar se virou de costas e veio até nós, isso me irritou, Carlisle tinha acabado de salvar sua bisneta e era assim que papai retribuía? Carlisle sempre quis voltar a falar com papai, mas ele era orgulhoso, acho que foi dele que puxei isso. Me desvencilhei dos braços de mamãe e fiquei na frente de papai.

– O que foi, querida? – perguntou ele.

– Papai pare de ser orgulhoso.

– Renesmee eu....

– Ouça! Você viu o que quase aconteceu comigo por causa do meu orgulho, não deixe que aconteça algo de ruim também, por causa do orgulho. Carl... Vovô – eu disse e então olhei para Carlisle que sorriu gentilmente – já disse que se sente arrependido por ter dito aquelas coisas, que se arrependeu de ter pedido para vocês dois me tirarem quando eu ainda estava na barriga de mamãe, não deixe essa família quebrada papai, perdoe a Carlisle, se dê uma chance.

Percebi que minhas palavras tinha tocado fundo em papai, uma lagrima ameaçava cair de seus olhos e rapidamente ele se apressou a limpá-la, sai de sua frente, para que ele pudesse passar para fazer aquilo, que eu e mamãe esperávamos que acontecesse a anos, papai então de um passo para frente, mas parou pro ali mesmo. Foi então que fomos surpreendidos, com Carlisle que em passos largos veio até papai e o abraçou.

– Me perdoe filho!! – eu dizia com a voz embargada

– P-p-paaaaai! - disse papai já entre lagrimas.

Eu e mamãe trocamos olhares, ela estava sorrindo e eu também, aliviadas de tirarmos um grande peso de nossas vidas, o peso de uma família separada.

(…)


Triim! Triim!


Eu estava dormindo, no quarto de hospedes da casa de meus pais quando o telefone tocou e eu sai desesperadamente para ir atendê-lo. Assim que o transplante de Sarah acabou e papai e vovô (era muito estranho dizer isso) tinham se acertado, voltei para o apartamento de Rebecca para buscar minhas coisas, achei melhor não me hospedar mais na casa de Rebecca, além de pedir para ela esconder Sarah de Jacob e agora que Jacob sabe, permanecer em seu apartamento, era abusar demais.

Rebecca disse que não tinha problemas, mas minha mãe me ensinou bons modos, então peguei minhas coisas e segui com minhas coisas e de minha filha para casa de mamãe. Nelle fora comigo para casa de minha mãe, dividíamos o quarto (que tinha uma cama de casal e uma de solteiro) na casa de mamãe.

Olhei para o relógio rapidamente no criado mudo, já eram cinco horas da tarde e então quer dizer que já haviam se passado 20 horas desde o final do transplante de Sarah? Wow eu dormi muito! O telefone continuava a tocar e então corri até a sala para atender o telefone, mas Riley já havia chegado antes de mim.

– Alô?– Riley fez uma pausa – Aqui é Riley Cullen – outra pausa – OK, pode deixar que aviso a ela. – ele desligou o telefone e olhou para mim – Renesmee, era o Vovô Cullen – Nossa até Riley estava chamando Carlisle, de Vovô? Isso era tão bom. Sorri para mim mesma – E disse que você já pode ver Sarah e que Jacob já acordou.

– Sério?– eu disse com um sorriso de orelha a orelha – Minha princesinha esta bem? Ah meu Deus, obrigada – eu disse - vou tomar um banho e vou correr para o hospital, avisa mamãe e papai, Ry?

– Pode deixar – sorriu ele.

Tomei uma ducha rápida, escovei os dentes, tomei um suco e corri para pegar um táxi até o Hospital, cheguei lá procurei pelo vovô, a recepcionista me levou até a sala dele que me levou ao quarto onde Sarah estava, ela dormiu profundamente, ainda:

– Vovô, por que ela ainda esta dormindo assim?– eu disse desesperada.

– Calma, calma Renesmee. Como eu disse antes é normal, Sarah passou por uma cirurgia difícil e demos anestésicos fortes a ela, então ela ficara desacordada por alguns dias. E Jacob, amanhã mesmo poderei dar alta para ele a recuperação dele foi surpreendente, ele já esta acordado, quer vê-lo?– eu queria tanto ver Jacob, saber se ele esta bem também – a noiva dele esta ai e...

– Leah esta aí?

– Esse é o nome dela? Bom, sim ela esta.

– Acho melhor não... – eu disse fazendo uma careta.

– Okay então – disse vovô sorrindo e então uma enfermeira entrou.

– Dr. Cullen, tem uma moça querendo ver a paciente, Sarah Cullen, seu nome é Claire Young.

– Claire? - perguntei pasma – ela pode entrar? Deixa, deixa vovô?– eu disse insistindo feito uma criança.

– Tudo bem, mas bem rápido – ele se virou para a enfermeira – pode deixar a moça entrar, Katherine – ele virou para mim – vou indo, qualquer coisa, me chame, querida – disse ele dando um beijo no alto de minha testa.

– Tchau, vovô.

No momento em que vovô estava saindo Claire tinha entrado, ela arqueou a sobrancelha e esperou vovô sair da sala e disse:

– Vovô? – disse ela – eu perdi alguma coisa?

– O que Sarah não faz.

– Depois que eu digo que minha afilhada é magica, ninguém acredita.

Nós rimos e então fui abraçar Claire.

– Senti tanto sua falta, amiga!

– É eu também, mas com essa confusão toda, nem conseguimos conversar direito – disse Claire.

Nós separamos e então ela foi até Sarah, deu um beijo no alto de seu rosto e disse:

– Como ela esta?

– Bem melhor – eu disse – vovô disse que ela esta se recuperando bem. E você e Quil?

Meses depois que Sarah nasceu eis que é jogada uma bomba em cima de mim. Claire e Quil tinham saído algumas vezes e estavam namorando. Achei super fofo, sempre achei que Quil e Claire combinavam, lembro-me até que uma vez tentei apresentá-los, mas Claire estava com Nahuel.

– Bom eu e Quil? – disse ela – só isso olha – ela estendeu a mão e em seu dedo anelar direito tinha um enorme diamante.

– AH. MEU. DEUS! Claire, você esta noiva??– gritei histérica e então uma enfermeira entrou no quarto e fez um “Shi”.

– Renesmee, não grita. Sarah esta dormindo. E sim, eu e Quil noivamos na viagem para o Brasil.

– Que lindo amiga. Te desejo tudo de bom!– eu disse abraçando ela.

– E eu a você e a nossa Sarinha.– disse ela sorrindo – e Jacob? O que vai fazer agora que ele sabe?

– Nem pensei direito amiga, só estou pensando agora na recuperação da minha filha, perdi muito tempo pensando no que Jacob iria pensar, agora eu só quero pensar no bem estar da minha Sarah.

(…)

Todo dia eu esperava a noite chegar, para avisar que o dia havia acabado. Passara-se uma semana desde a operação de Sarah, ela ainda não tinha acordado, eu ficava agoniada com isso, mas Carlisle disse que estava tudo bem, que era só por causa dos anestésicos.

Jacob já tinha tido alta e vinha visitar Sarah constantemente, era uma sexta-feira a noite, eu estava sentada em uma poltrona no quarto de hospital debruçada sobre a cama de Sarah, e então me lembrei de algo que eu sempre fazia para ela quando ela era bebê para dormir. Cantava 'Hey, Jude' dos Beatles.

– Hey, Jude, don't make it bad. Take a sad song and make it better. Remember, to let her into your heart. Then you can start, to make it better – eu olhava para ela com a esperança que ela me ouvisse e então um sorriso se formou em seus lábios, levantei da cadeira surpresa e então percebi que ela ainda dormia. Ela estaria me ouvindo cantar? Perguntei-me. Então prossegui cantando - Hey, Jude, don't be afraid. You were made to go out and get her. The minute you let her under your skin. Then you begin to make it better. – o sorriso de Sarah se tornou ainda maior – And anytime you feel the pain. Hey, Jude...

– The Beatles?– perguntou uma voz grave, eu olhei para trás era Jacob. Sua voz não era arrogante, sínica, irônica ou algo do tipo, era casual. Seria ali, meu Jacob? Me perguntei.

– Ela só parava de chorar ou dormia quando ouvia essa música quando bebê.

– Ela tem bom gosto – disse ele sorrindo e então se sentou na outra poltrona do outro lado da cama de Sarah e então pensei que talvez não fosse tão ruim assim dividir Sarah com ele, que talvez fosse bom para ambos ter um ao outro, que talvez eu não perdesse, talvez eu só tivesse a ganhar com tudo, sorri pensando nisso.

– Mère?– uma doce voz soprano parecida com coro de anjos me chamou e então eu tive certeza, tudo estava realmente bem.