9 semanas/2 meses depois.

Já haviam se passado dois meses desde que eu e Jacob havíamos voltado da incrível viagem da Rússia e agora estávamos em Novembro a uma semana do término do colegial.

Todos estavam nervosos, apreensivos, mas eu enfrentava isso como o término de um ciclo de minha vida e o começo de outro: A faculdade.

Eu mandei vários formulários para várias faculdades, mamãe queria que eu estudasse na universidade federal de Forks, mas eu queria ir mais longe, mais além, então me inscrevi na Unversity of Washington (Universidade do Estado de Washington), que ficava em Seattle e fui aceita. Apesar de não ser tão longe o quanto eu queria, era uma ótima universidade.

Isso deixou todos em casa muito felizes e Jacob muito orgulhoso, ele também havia mandado o formulário para fazer mecânica automotiva e sido aceito, mas seu pai não queria que ele fizesse faculdade, queria que ele administrasse a Corporação Black.

Jacob não queria nada disso, ele dizia que queria trilhar seu próprio destino, mas seu pai estava sempre em cima dele, então Jacob fez um trato com seu pai, ele ficaria um tempo na Corporação, até Billy achar alguém para tomar o lugar dele.

Então eu e Jacob ficávamos pouco tempo juntos e isso me deixava com mais tempo pra me dedicar a minha arte. Eu passava tardes e tardes com a professora Masen aperfeiçoando técnicas de artes e aprendendo outras.

A microempresa de papai estava a mil e ele disse que logo, logo eles iriam sair da casa dos fundos dos Black, e iriam comprar uma casa em Forks, e então mamãe teria sua tão sonhada confeitaria.

Mas infelizmente, eu, não estaria aqui para ver o sucesso de mamãe, eu estaria em Seattle destinando o que fazer da minha vida.

Era segunda-feira, eu estava sonhando aquele tipo de sonho que você está em um daqueles comerciais do McDonald\'s, e você é aquela criança feliz do lado do Ronald McDonald comendo o quanto quer, eu estava sentada dançando a dança do Ronald McDonald quando de repente me aparece um BigMac enorme na minha frente, e então quando eu ia dar a primeira abocanhada no Hambúrguer, eu fui puxada pra vida real:

– Renesmee!– gritou mamãe me sacudindo na cama – Renesmee! Acorda bebê! Você esta atrasada pra aula!

– Mãe... Só mais cinco minutos – eu resmunguei colocando o travesseiro em minha cabeça. Então mamãe puxou o edredom descobrindo meu corpo. - Anda Renesmee Cullen! Você anda muito preguiçosa esses dias!– disse ela batendo no criado mudo do lado e então tive que ceder.

Eu andava realmente muito preguiçosa esses tempos, eu chegava das minhas aulas com a professora Masen, que geralmente terminavam as 17hs eu corria pra casa, comia, tomava banho e ia dormir, e só acordava no outro dia pra ir à escola.

Mas, é claro, quando Jacob chegava mais cedo da Corporação eu deixava meu sono (“de beleza” como eu dizia sarcasticamente a mamãe que reclamava de tanto eu dormir) e iria atrás do meu homem.

Levantei lentamente da cama e fui pra frente espelho, passei as mãos pelos olhos e então olhei meu reflexo meio embaçado e então desisti de ver meu reflexo e então fui tirar meu pijama, tirei o shorts do conjunto e quando eu ia tirar a blusa senti uma sensibilidade em meus seios que fizeram eu soltar um pequeno grito de dor:

– Aí!

– O que houve Renesmee? - gritou mamãe, com certeza perguntando sobre meu grito de segundos atrás.

– Nada mamãe! - eu disse.

Continuei me analisando no espelho e então sacudi a cabeça tentando me livrar desses pensamentos assombrosos e fui até a cozinha onde mamãe prepara uma omelete e papai estava sentado lendo um jornal, sentei na cadeira e então me deparei com um prato cheio de Bacons Canadenses. Hum...

Ai acho melhor eu pegar antes que... Papai esticou o braço por trás do jornal procurando algo, foi então que num movimento rápido peguei a tigela despejando todo Bacon que havia nela no meu prato, e logo depois enfiando tudo na boca, então papai se assustou e abaixou o jornal me encarando confuso:

– O que foi isso Renesmee?– perguntou ele.

– Ér... – eu disse com a boca cheia de Bacon – Hm...– então papai me olhou mais confuso ainda.

– O que houve querido?– disse mamãe trazendo consigo da frente do fogão uma panela com omelete e então ela despejou tudo meu prato.

– Não tem pra mim, não Bellinha? - disse papai.

– Ora Edward! Deixei de ser guloso. Você comeu todo o Bacon, deixe um pouco pra Renesmee! - e então papai abriu a boca pra falar algo, mas então olhou pra mim que fazia uma cara de Por favor, não seja linguarudo! E então papai fechou a boca e suspirou voltando a ler o jornal.

Então me levantei da cadeira me dirigindo ao banheiro e então mamãe gritou:

– Não vai comer bebê?

– Não estou como fome!– Imagina se não estivesse. Completei mentalmente. – Papai pode comer! - eu gritei e então só pude ouvir o barulho do garfo e não pude segurar um risinho.

– Você é muito guloso viu Edward?– disse mamãe.

Fui até o banheiro e tomei uma ducha, depois me troquei e peguei minha baratinha e lá fui eu pra escola, no meio do meu trajeto eu senti minha barriga roncar. Meu Deus! De onde veio toda essa fome?

Então tive que para num Fast-food no meio da estrada e comprar algo para matar essa fome insaciável que eu estava. Comprei um Milk-Shake e um Hambúrguer pequeno. Cheguei à escola com a boca cheia de hambúrguer, e tomando o Milk-Shake ao mesmo tempo, foi então que vi Claire no meio dos corredores e então ela me olhou como se eu fosse algum tipo de bicho:

– Amiga! O que aconteceu com você?– ela perguntou pegando uma mexa do meu cabelo e olhando como se fosse um tipo de ET Ou algo do gênero.

– Ora, bolas Claire. Eu to comendo, o que mais seria?

– Não to falando disso sua tonta! - disse Claire revirando os olhos e me puxando pelo corredor até o banheiro – É que você... Ér... - ela me colocou na frente do espelho.

– Ah meus Deus! - eu gritei soltando o copo de Milk-Shake e o Hambúrguer deixando os cair no chão – Eu tô só o bagaço da laranja! - eu estava horrível. Com umas olheiras maiores que o Grand Canyon, os cabelos todos bagunçados, Ah!!

– Calma amiga!– disse Claire – eu te ajudo. - disse Claire começando a pegar as mechas do meu cabelo e então pegou uma escova em sua bolsa e começou a arrumar meu cabelo desesperadamente.

Eu nunca fui muito vaidosa, mais realmente eu estava monstruosamente, monstruosa.

– Amiga...– eu sussurrei pra Claire.

– Sim?– disse ela.

– Acho que o que você precisa não é de uma escova não, pra me ajudar.

– Então eu preciso do que? – disse Claire confusa.

– De um crucifixo e uma bíblia.

– Por quê?

– Por que pra me ajudar, é preciso muito mais que isso, é preciso de um exorcismo.

[…]

– Srta. Cullen? - senti mamãe me cutucar no meio do meu sono.

– Mãe, só mais cinco minutos... - eu resmunguei baixinho, então eu só ouvi um coro de risadas e então rapidamente levantei minha cabeça notando que eu não estava em casa, e sim na aula do professor Kensey, na qual o mesmo estava soltando fogo pela ventas.

– Desculpe informar Srta. Cullen, mas eu acho que não sou sua mãe. Nem te darei mais cinco minutos, só não te darei suspensão, pois estamos na última semana de aula. Agora por favor, preste atenção não aula!

– Sim, Sr. Kensey.– eu disse e então todos na sala riram, então o professor “cara de cuíca” Kensey olhou nervoso a sala e rapidamente todos se calaram.

E olhei para Claire e ela fez uma cara de reprovação.

[…]

– Renesmee o que aconteceu com você na aula do Kensey? – perguntou Claire quando eu colocava minha bandeja na mesa do refeitório onde ela e Nahuel estavam sentados.

– O que aconteceu com Renesmee?– perguntou Nahuel.

– Ela dormiu na aula do Kensey, só faltou ele jogar uma bomba nela pra completar. - disse Claire.

– Vixe, justo na aula do Kensey, Nesmee?– disse Nahuel.

– É eu sei – eu disse pegando uma batatinha e colocando na boca – Eu ando dormindo demais, muito cansada e...

– Com um apetite de leão – disse Claire tomando a batatinha da minha mão e colocando de volta ao saquinho – Eu acho que você deve ir ao médico.

– Médico, pra que? – eu disse voltando a pegar outra batatinha no saquinho.

– Pra ver isso – disse Claire voltando a tomar a batatinha da minha mão e então eu tomei da mão dela.

– Eu estou ótima, Claire. - eu disse e então eu comecei a comer rapidamente as batatinhas antes que minha amiga voltasse a pegá-las.

Depois de alguns minutos, eu fui pegar outra batatinha no saquinho, foi então que notei que ele estava vazio.

– Quem comeu as minhas batatinhas? - eu disse olhando para Claire que mexia freneticamente no celular e depois para Nahuel que olhava tediosamente para seu Notebook, os dois me olharam confusos.

– O que?– perguntou Claire.

– Quem comeu as minhas batatinhas!?– eu disse furiosa. E então Claire olhou para Nahuel e os dois começaram a rir feito duas hienas.

– Se tá falando sério Renesmee? - disse Claire.

– Lógico!– eu disse.

– Nessie – disse Claire pegando minha mãe e então ela olhou nos meus olhos – amiga você que comeu a droga da batatinha!– gritou ela.

– Sério?– eu perguntei confusa e então Claire começou a rir e Nahuel a acompanhou e então ela pegou seu pacote de batatinhas e colocou na minha frente e disse:

– Pode ficar com o meu, amiga. - E então ela voltou a mexer freneticamente em seu celular, e eu peguei a batatinha e senti aquele cheiro forte de óleo e meu estômago embrulhou e eu senti algo voltando em minha garganta.

Eu tinha que correr pro banheiro!

Levantei correndo da mesa e sai em disparada ao banheiro feminino, ao chegar lá, enfiei minha cabeça na bacia do banheiro, despejando tudo o que estava em minha garganta, na mesma.

– Renesmee?– ouvi a voz de Claire desesperada gritando meu nome.

– Aqui...– sussurrei e então rapidamente ela me localizou sentada no chão do ultimo banheiro.

– Renesmee, o que aconteceu?

– E-eu não sei, eu senti um enjôo, ai eu não segurei.

– Nossa! Você está pálida!– disse ela passando os dedos pelo meu rosto – Vou ligar para o seus pais te buscarem...

– Não!– eu gritei e então voltei a vomitar na bacia e depois olhei para Claire – não quero preocupar papai e mamãe.

– Mas Renesmee...

– Por favor, Claire?

– Ok, mas promete pra mim que vai ao médico?– disse Claire pegando minha mão e me fazendo levantar do chão.

– Claire... - eu disse queixosa.

– Sim, ou, não?– disse ela cruzando os braços.

– Tá, tá, eu vou.– disse a ela.

– Ok, agora, vai lavar esse rosto – disse ela puxando.

[…]

O que estava acontecendo comigo? Por que eu estava nesse estado deplorável? Será que eu tinha contraído algum tipo de doença na Rússia? Eu só sabia que a ultima coisa que eu queria naquele momento era ir ao médico.

Após todas aquelas aulas chatas, Claire me mandou avisar a senhora Masen que não iria a aula dela, pois eu iria ao médico, mas é claro que eu não iria, eu ia dar um enrolada na Claire e ir embora pra casa.

Mas foi então quando eu estava saindo da escola que o vi, lindo e glamoroso encostado em seu lindo Sportage estacionado em frente a escola, o meu Jacob. Então sai correndo ao seu encontro deixando Claire pra trás.

Ao chegar a sua frente o abracei fortemente:

– Que saudades, amor! - eu sussurrei em seu ouvido e depois dei um selinho em seus lábios, quando Jacob ia abrir a boca foi interrompido pela Claire “Chata N°1” Young.

– Ah que bom que você está aqui, Jacob. Vamos ver se você convence a criança – disse ela me olhando – a ir ao médico.

– Médico?– disse Jacob olhando confuso pra Claire e depois olhou pra mim – O que você tem princesa?

– Nada, é exagero da Claire! - eu disse fuzilando Claire.

– Exagero nada, Renesmee!– Claire me olhou e depois para Jacob – Ela passou mal hoje no refeitório eu disse para ela ir ao médico ver o que era, mas ela insiste em dizer que está bem e que não quer ir ao médico.

– Claire...– eu resmunguei.

– Não, Renesmee. Claire tem razão. Você precisa ir ao médico.

– Jake... - eu resmunguei a ele.

– Não adianta fazer biquinho, amor. Eu vou te levar para o médico, e é agora! – ele disse e então me apertou pela cintura me levando até seu carro.

Eu entrei emburrada em seu carro, não falava nenhuma palavra, às vezes eu me pegava olhando Jacob pelo canto dos olhos foi então que no meio da estrada, Jacob bufou e parou o carro, olhou pra mim, passando seus dedos pelas minhas bochechas e as alisando:

– Ness... Não faz isso comigo.– disse ele – eu estou fazendo isso pelo seu bem.

– Ora, Jacob. Só foi um enjôo, nada de mais – eu disse cruzando os braços e fazendo biquinho.

– Não adianta fazer biquinho Ness. Vou te levar pro hospital de Forks e pronto! – disse ele voltando a ligar o carro e seguindo

– Forks?– eu disse a ele.

– Sim, Forks. Lá tem ótimos médicos, só não te levo até Seattle, por que iria demorar muito, e vai que é algo grave. - disse ele.

– Jake... – eu disse resmungando.

– Nada de Jacob, Ness. - disse ele e então abaixei a cabeça e pude perceber Jacob me olhando pelo canto dos olhos – O que houve princesa? Por que tá assim, cabisbaixa.

– É que meu avô, Carlisle é hematologista no Hospital de lá.

– E o que tem isso?

– Eu não falo com meu avô desde sempre, ele e papai tiveram uma briga quando mamãe estava grávida de mim e isso causou um rebuliço em toda a família.

– Se quiser eu te levo em outro hospital, não tem problema...

– Não. Tudo bem... Vamos à Forks.

– Tem certeza?

– Absoluta – eu forcei um sorriso e então ele retribui do mesmo jeito e continuou seguindo com o carro até o dito-cujo Hospital.

[…]

– Pronto, já marquei sua consulta com a Dra. Denali, daqui a pouco ela vai te atender, amor – disse Jacob voltando da recepção e indo até mim, que estava sentada naquelas cadeiras de sala de espera de hospital. Ele se sentou e então eu encostei minha cabeça em seu ombro aguardando a visita desnecessária a Dra. Denali...

Depois de alguns minutos ali sentados o celular de Jacob vibrou, e então eu me afastei dele para que ele pudesse pegar o celular em seu bolso:

– Alô? – perguntou ele – Por quê? O que houve papai?– disse ele depois de uma pausa – Mas, papai... Eu estou com Nessie aqui no hospital... Tá, tá, tudo bem. – disse ele – Já estou indo. - e então ele desligou o celular e olhou pra mim – Amor, meu pai está me chamando e...

– O que houve? - eu perguntei rapidamente.

– Eu não sei, ele só me disse que era urgente.

– Tudo bem, Jake. Outro dia vamos ao médico – eu disse me levantando e então eu fui puxada pelo braço por ele.

– Nada disso, eu vou ficar aqui até eu saber o que a senhorita tem.

– Mas, Jacob. Vai que é algo realmente importante.

– Mas e você, Ness? – perguntou ele.

– Jake eu já sou grandinha. Eu posso muito bem ficar aqui e passar no médico sozinha.– eu disse revirando os olhos.

– Tem certeza?– disse ele.

– Absoluta.– e então ele me puxou e rapidamente me envolveu em seus braços. Depois de alguns segundos ele se separou e seguiu pelo corredor andando até chegar à porta e então se virou e me mandou um beijo e sussurrou um Eu te amo.

[…]

Depois de algum tempo que Jacob havia ido, decidi então sair dali, eu ainda achava desnecessário ir ao médico, foi então que depois de ter dado três passos adiante até a saída que ouvi:

– Renesmee Cullen?– era uma voz feminina então me virei e vi que a voz vinha de uma sala, quem chamava era uma mulher loira que aparentemente deveria ser a Dra. Denali. - Você é a Renesmee? - disse a mulher e eu apenas assenti sem graça – Então vamos entrar?– perguntou ela e então sem escolha entrei em sua sala.

A doutora se sentou em sua cadeira atrás da mesa, e então ela fez um sinal para que eu me sentasse e então fiz o que ela pediu. Ela apoiou suas mãos em cima da mesa as cruzando e olhou pra mim:

– Cullen? Você tem algum parentesco com o Dr. Carlisle Cullen?

– Sim, ele é meu avô, mas não nos falamos.

– Hum...– disse ela - Então, Renesmee, o que me conta?

– Bom, Dra. Denali...

– Me chame apenas de Tânia, Renesmee.– disse ela gentilmente.

– OK, Tânia. Bom, eu nem sei por que estou aqui, meu namorado e minha melhor amiga insistiram pra eu vir aqui.

– Mas, por que está aqui? - perguntou ela.

– É que eu tive um enjôo, hoje de manhã.– eu disse fazendo uma careta – Nada de mais.

– Certo – disse ela fazendo uma careta e então anotou algo em um bloco em sua mesa– Então, o que você anda comendo esses dias?

– De tudo. – eu disse.

– De tudo?– perguntou ela confusa.

– É, de tudo. Eu ando com um apetite monstruoso.

– Certo – disse ela anotando mais uma vez em seu bloco.

– E ainda por cima, esses dias eu ando dormindo muito, eu durmo por dia, quase 12 horas.

– 12 horas? – ela disse surpresa – Isso é muito.

– Pois é.– eu disse e ela ficou pensativa.

– Renesmee, você tem sentido algo estranho?

– Estranho, como?

– Sei lá, algo como dores nos seios?

– Sim!– eu disse – Eu senti, hoje mesmo pela manhã eu senti certa sensibilidade nos seios.

– Vontade excessiva de ir ao banheiro toda hora? – disse ela.

– Bastante, quase de dez em dez minutos.

– Bom - disse ela suspirando - vou pedir pra você fazer esses exames – disse ela escrevendo rapidamente em sua prancheta e depois me entregando o papel, passei os olhos pelo papel e então levei um susto. Exame de urina?

– Exame de urina, doutora?

– Sim. Por quê?

– Bom, pra que eu vou fazer Exame de urina?

– Bom, eu não achei necessário perguntar isso antes de ter os exames em mãos, mas agora que você questionou acho melhor falar.

– E...?

– Renesmee, há quanto tempo você não menstrua?

BACK!

Foi isso que senti ao ouvir aquelas palavras da Dra, Denali. Foi então que abri a minha bolsa que estava em meu colo e olhei o pacotinho azul que ainda permanecia fechado, o pacotinho de absorventes.

A quanto tempo eu não menstruava? Eu me perguntei. A última vez que menstruei foi a...

17 dias antes da viagem com Jacob pra Rússia. E isso já faz... Mais de dois meses...

– Renesmee? Você esta bem?– perguntou Tânia preocupada.

– S-sim, estou.

– Então, a quanto tempo você não menstrua?

– D-dois meses.– eu disse rapidamente evitando olhar nos olhos dela.

– E nesse período, você manteve relações com seu namorado? Por que como você mesmo disse você tem namorado certo?

– Sim, eu tenho.

– Então, você manteve relações com ele?– disse ela.

– S-sim. – eu disse com a voz embargada.

– E você usou camisinha?

– Usei... Mas teve uma vez que...

– Então...

– Doutora – eu disse – o q-que isso quer dizer?

– Que provavelmente, Renesmee, você esta grávida.

BOOM!

Uma bomba estilo Fat Man foi jogada contra mim. Como eu fiz isso, eu que sempre me cuidei, que sempre fui o exemplo. Sempre fui a garotinha do papai e da mamãe.

Por que isso foi acontecer comigo? POR QUÊ?

O que mamãe vai pensar de mim? O que papai vai pensar de mim? O que todos vão pensar de mim?
Como eu vou criar esse filho? Como eu vou terminar a faculdade? COMO EU VOU CONTAR PRA JACOB QUE ELE VAI SER PAI?

O tanto que minha mãe avisou, o tanto que ela disse pra eu ter cuidado, e numa falha minha é isso que me acontece, eu não vou conseguir, não sozinha.

Perguntas e mais perguntas sem respostas.

– Tem certeza Doutora?

– É o que tudo indica, só teremos certeza depois dos exames.

– O.K, então, vamos aos exames.

– Bom, pegue esse papel que eu te dei e leve a sala de exames.

–OK Doutora eu queria lhe pedir um favor.

– Pode falar.

– Gostaria que você não contasse a Carlisle que eu estive aqui.

– Sem problemas – disse ela dando os ombros e então eu sorri e sai da sala percorrendo os corredores atrás da sala de exames.

[…]

Eu havia acabo de fazer os exames e Dra. Denali falou que o resultado só sairia daqui três horas, então eu tinha que esperar, decidi ir a lanchonete comer alguma coisa. No meio dos corredores, eu estava distraída e então trombei com alguém:

– Me desculpe! - eu disse rapidamente.

– Nesmee? – era uma voz conhecida era...

– Nahuel?– eu perguntei quando encontrei sua face.

– O que está fazendo aqui?– disse ele e então rapidamente olhei os exames que estavam em minha mão e os escondi atrás de mim.

– Estou com dor de dente.– menti.

– E veio ao hospital, não seria mais fácil ir ao dentista?

– Queria saber se eles me indicavam um bom dentista na cidade – eu disse e ele fez uma careta cômica.

– Ok...– disse ele suspirando.

– E você o que faz aqui?– perguntei a ele.

– Vim falar com meu pai.

– Seu pai?

– O pediatra Johann Jenks, é meu pai.

– Oh, sim! Conheço-o.

– Então, é ele. Onde estava indo?– perguntou ele.

– No restaurante, estou com fome.

– Posso te acompanhar?

– Claro!– eu disse dando os ombros e então ele pegou o celular enquanto andávamos porta afora e começou a digitar rapidamente algo. – Mandando mensagem pra quem?

– Er... Mamãe. - ela disse fazendo uma pausa - Avisando que vou chegar mais tarde.

– Oh, sim.– eu disse e então ele guardou o celular no bolso e estendeu o braço pra mim.

– Vamos?

– Vamos.– eu disse agarrando seu braço e seguindo até nosso destino.

[…]

– Gosta de Roast Biffe?– disse Nahuel voltando da recepção onde tinha ido pedir nossa mesa no restaurante Dom Alfonso\'s.

– Adoro!

– Pedi pra gente comer.

– Hmm, que delícia – eu disse.

– Com certeza – sorriu ele simpático.

– Então, como andam as coisas com você e Claire?

– Ah...– disse ele fazendo uma pausa – Bem.

– Bem?

– É, bem.– disse ele – é que eu to achando, que eu e Claire não temos... Nada a ver um com o outro. - disse Nahuel pegando minha mão que estava sobre a mesa e então rapidamente eu me as retirei de lá soltando um leve pigarreie, então o garçom chegou com os pratos que Nahuel havia pedido.

Eu e Nahuel ficamos ali conversando por um bom tempo, foi então que houve um momento em que ele olhou da janela que tinha um vista para a rua e depois se virou pra mim e falou:

– Nesmee, por que está tão tristinha?– disse ele estendo sua mão para pegar a minha, dessa vez eu não as retirei de lá, pois Nahuel por mais que seja um idiota as vezes, era o único apoio que eu tinha naquele momento.

– Ah Nahuel... Ah tanta coisa acontecendo em minha vida, que é meio difícil explicar.

– Então descomplique... Conte-me– disse ele aproximando seu rosto do meu.

– Ah, eu não sei se devo...– foi então que levei um susto, Nahuel num movimento rápido colou seus lábios nos meus, os apertando fortemente, enquanto seus braços apertavam os meus, me impedindo de me desfazer de seu beijo.

– Nahue...– eu disse sufocada pelo seu beijo e então com as forças que me restavam o empurrei rapidamente o fazendo cair no chão e levar a mesa do restaurante com ele. - NAHUEL VOCÊ ESTÁ DOIDO?

– Renesmee...

– O QUE? NAHUEL EU TENHO NAMORADO! - gritei rispidamente.

– Tem namorado, mas não o respeita – ouvi uma voz rouca familiar falar atrás de mim. Então eu me virei e vi Jacob e logo atrás dele, ela, a vadia Leah com a maior cara de sonsa.

– Jake...– eu sussurrei e fui indo até ele e o abraçando foi então que ele me pegou pelos braços rigidamente e me afastou dele.

– Por favor, não toque em mim – disse ele rígido e friamente.

– O-oque?– eu perguntei com a voz embargada, e meus olhos já ameaçando chorar.

– Isso que você ouvir...– disse ele frio - C-como eu pude ser tão idiota?– disse ele baixo e pensativo.

– Jake, amor. Do que você está falando? - eu sussurrei.

– Não me chame de amor, Renesmee. - disse ele.

– Jacob...

– Meu pai teve razão, ele sempre teve razão, você é mesmo uma aproveitadora, uma...– disse ele e então ele respirou fundo e se manteve em silêncio.

Todos no restaurante nos olhavam, atentos a quaisquer palavras que podíamos dizer. O olhar de Jacob não era mais o menos, os olhos dele demonstravam frieza, não era mais meu Jacob, aquilo era uma mascara.

– O que, Jacob? O que seu pai tinha razão? O que eu sou?– eu disse modificando todo meu ar amoroso com ele.

– Uma...– sussurrou ele.

– ANDA! – eu gritei indo mais perto dele para encará-lo.

– Uma vadia! – disse ela cuspindo as palavras e então não pude agüentar tanta humilhação...

Paft!

Foi o seguinte som que fez minha mão batendo em seu rosto.

– Você está louca garota?– gritou ele pegando em meu braço e o apertando.

– Me solta Jacob! - eu gritei – Você está me machucando.

– Solta ela seu estúpido! – gritou Nahuel saindo do chão e indo até nos separar Jacob de mim.

– Sai daqui seu filho da put*!– gritou Jacob dando um soco a Nahuel que volto a encontrar o chão, mas que logo se levantou para dar outro soco em Jacob.

– Solta meu Jake seu projeto de talaríco – gritou Leah empurrando Nahuel pra longe e então sem querer Nahuel deu um soco no olho de Leah que começou a chorar feito uma criança.

– Você está doido seu via***ho? Batendo em mulher? - gritou Jacob.

– Olha quem fala? Machucando a própria namorada!– respondeu Nahuel.

– Olha aqui seu...– gritou Jacob, mas foi impedido pelo mestre do restaurante entrando no meio dos dois.

– Olha aqui, nada de briga aqui! Se quiserem brigar vão pra rua ou pro WWE, OK?

– Já estamos saindo senhor – eu disse a ele e então peguei a vadia Leah que estava chorando feito uma trouxa pelo braço e a levei pra fora do restaurante, e logo atrás de mim veio Jacob e Nahuel.

– Me solta garota!– disse Leah e então se afastou de mim e foi até Jacob que me encarava.

– Renesmee...– sussurrou ele.

– Olha aqui Jacob Black! Eu só tenho três palavras pra você: VAI SE FERRAR!

– Olha aqui...– disse ele.

– Olha aqui você, nunca mais torne a falar assim comigo!! - eu disse e então senti as lágrimas descerem de meus olhos e então dei as costas para eles e comecei a andar em direção ao hospital.

– Renesmee me espera! - gritou Nahuel.

– Me esquece, Nahuel! - eu gritei e então ninguém mais veio atrás de mim.

[…]

– O resultado de seu exame aqui, senhorita Cullen. - disse a Dra. Denali me entregando um envelope branco lacrado.

– Obrigada Tânia – eu sorri simpática.

– De nada, Renesmee. - e então eu fui me dirigindo à porta, quando a abri ouvi Tânia dizer – Renesmee?

– Sim?

– Se o resultado for positivo, gostaria muito que eu pudesse acompanhar o pré-natal de seu bebê.

– Claro – eu disse sorrindo amarelo.

Desde que surgiu a possibilidade de eu estar grávida eu só pensei nos pontos negativos, mas não nos positivos. Ter um bebê era uma dádiva e eu tinha que encarar como tal.

Se eu estivesse mesmo grávida meu bebê iria ser muito amado, mesmo se o pai não estivesse com ele, eu iria fazer o possível para meu filho ser feliz.

Abri lentamente o envelope, deixando um ar misterioso no ar, foi então que peguei a folha que estava dentro dele, havia várias coisas escritas que eu mal entendia, mas dirigi minha atenção para o final da folha, no finalzinho, que continha as seguintes palavras:

POSITIVO.

Eu estava mesmo grávida, eu esperava um filho de Jacob Black em meu ventre, um filho que provavelmente cresceria sem pai e na qual eu estava disposta a encarar tudo, para que a felicidade dele estivesse em primeiro lugar.

Então respirei fundo, senti minhas pernas tremerem e uma tontura, mal conseguia ficar em pé e então eu me sentei na cadeira da sala de espera e então ao me sentar me deparei com a minha barriga.

Ela estava um pouco grande, parecia a barriga de uma modelo depois de um almoço na família do professor aloprado. Ergui minha blusa e então pude ter uma visão mais ampla de minha barriga, passei os dedos sobre ela a alisando delicadamente, e então vários pensamentos surgiram em minha cabeça.

– Oi?– eu disse pra minha barriga – Hey pequenino aí de dentro! - Como estou patética! Pensei comigo. Mais continuei a falar com meu bebê – Aqui é sua mamãe, daqui sete meses, a gente vai se conhecer – então não me agüentei comecei a chorar feito uma boba.

[...]

Eu ainda chorava feito uma boba no corredor do hospital, foi então que eu me deparei com a realidade, eu não podia ficar ali pra sempre no hospital, eu tinha que encarar o mundo que me esperava lá fora.

Eu tinha que encarar meus pais, meus amigos e ele, Jacob. Apesar de estarmos brigados ele era o pai do meu filho e ele tinha que assumir suas responsabilidades. Peguei meu celular e digitei o numero e depois apertei “Send”:

– Alô?

– Claire?

– Renesmee?

– Sim, sou eu.

– O que você quer?- perguntou ela confusa.

– Estou grávida.

\"Somos feitos de carne, mas temos que viver como se fôssemos de ferro...\"

[Freud]