Bom não podia culpar Nico pelo comentário sarcástico e pela a cara emburrada. Afinal eu teria agido do mesmo jeito se visse a garota que eu gosto abraçada com outro cara tão... Como posso dizer, carinhosamente?

Pois bem vou contar o que vi. O acampamento estava normal, todos fazendo o que sempre fazem, pelo meu ponto de vista, parece que ninguém sabia sobre os mercenários, o que seria verdade já que aposto que Quiron não contou a ninguém sobre eles.

Por falar em Quiron ele estava na porta da Casa Grande olhando para a colina, assim que nos viu falou alguma coisa e os outros olharam para gente. Os outros eram Ashley, Marvin, Albert, Edwin e Mandy que estavam em frente a Casa Grande.

Edwin abraçava Mandy por trás enquanto Mandy estava com suas mãos sobre os ombros de Albert. Eles pareciam uma típica família feliz, os três pareciam que estavam sorrindo e conversando animadamente com os outros.

Agora o motivo do Nico estar tão “feliz” assim, leia-se querendo matar alguém, é que Marvin e Ashley estavam abraçados, bem juntinhos sabe. Assim que o Quiron falou alguma coisa os cinco presentes nos olharam, como havia dito antes.

Mandy saiu correndo em nossa direção sendo seguida por um Edwin risonho e um Albert mais vermelho que um pimentão, esse menino fica vermelho atoa. Marvin e Ashley se separam com as bochechas vermelhas e também vieram correndo em nossa direção.

Eu aqui feliz achando que a Mandy fosse me dar um abraço e em vez disso ganho um soco no ombro dela. Sacanagem poxa. Ela ate que tem um soco forte.

– Ai, Mandy. – falei tentando massagear o braço que ela acertou. Isso estava difícil, eu estava carregando duas mochilas, a minha e a da Annabeth.

– Vocês deviam ter nós contado. – reclamou ela. –Ah mais que bebê lindo.  – comentou mudando completamente de humor. Bipolar.

Mandy foi até Annabeth e a cumprimentou e depois ficou brincando com Damon, que tinha acordado.

– Já vi que receberam as boas vindas. – comentou Edwin rindo chegando perto da gente. Ele cumprimentou a mim e ao Nico e deu um beijo na bochecha da Annabeth.

– Pois é. – reclamei.

– Oi para vocês. – falou Albert e se postou ao lado de Annabeth.

– Oi. – nós três o cumprimentamos. Annabeth ajeitou a bolsa de Damon e fez um cafune na cabeça de Albert que riu para a irmã.

– Não perdeu tempo em Percy. Já saiu arranjando um filho. – disse Edwin e todos riram. Nico gargalhou quando um raio cortou o céu, Zeus não gostou de Edwin falar que Damon é meu filho.

Quis retrucar, não quero ser fritado por um raio, mais Marvin e Ashley chegaram juntos. Achei que Nico fosse dar um soco em Marvin, mais ele ficou é mais vermelho que um pimentão. Vou explicar.

Ashley literalmente pulou em cima do Nico e lhe tascou um beijão... Na bochecha. Deixando assim meu primo com a cara muito vermelha e esquecendo completamente qualquer coisa que tenha visto há alguns minutos atrás.

Edwin e Mandy olharam com pena para Marvin que tinha um sorriso sem humor. Isso quer dizer que Afrodite esta aprontando alguma coisa. E me diz quando Afrodite não apronta com um meio-sangue apaixonado?

– Oi para vocês. – nos cumprimentou Marvin. – Como foi à missão?

Ashley já tinha me cumprimentado e a Annabeth. Agora ela se juntou a Mandy e estavam em volta de Annabeth olhando e brincando com Damon.

– Até que um pouco tranquila. – falei.

– Se tranquila você quer dizer ser atacado por empousai, dracaenae, Harpias, Mercenários e um Cocatrice? É foi muito tranquila. – comentou Nico sarcástico fazendo todos rirem.

– Pois bem, pois bem. – disse Quiron quando chegou até nos. Para um centauro, ele até que demorou para chegar aqui. – Vão para a Casa Grande vocês três. – falou apontando para mim, Annabeth e Nico. – E vocês voltem para suas atividades.

– Quiron você prometei. – falaram Ashley e Marvin juntos encarando Quiron.

Todos olharam intrigado para os três. Nico trincou os dentes e serrou os punhos, claramente não gostando dos dois terem falado juntos. A única que não demonstrou reação alguma foi a Annabeth, claro ela lê mentes, cara Edward Cullen de saia, com certeza sabia do que eles estavam falando.

– O que você prometeu? – perguntei curioso.

– Você vai saber daqui a pouco. – falou Quiron. Odeio quando ele faz isso. – Primeiro quero saber sobre a missão, depois falamos disso. Podem levar o Damon com vocês?

– Claro Quiron. – disse Mandy e pegou Damon dos braços de Annabeth.

Damon fez uma careta engraçada quando Mandy o pegou, mais Annabeth falou alguma coisa no ouvido dele e ele abriu seu sorriso banguela que fez Mandy soltar um “Ai que lindo”.

Depois dessa cena Mandy desceu a colina e foi em direção aos chalés. Annabeth deu a bolsa de Damon para Edwin que puxou Albert junto com ele, seguindo Mandy.

Marvin literalmente teve que carregar Ashley colina abaixo. Ashley queria porque queria que Quiron contasse para ela sei lá o que, mais Quiron foi irredutível e pediu para Marvin a tirar daqui que depois ele contava para eles sei lá oque que eles estavam falando.

Não preciso mencionar que Nico não gostou nem um pouco do pedido do Quiron né?

Pois bem. Fomos para a Casa Grande e contamos tudo sobre a missão há Quiron. Aproveitei também e contei também sobre os meus sonhos.

– Bom. – disse Quiron pensativo. – Vão para os seus chalés depois do almoço quero fazer uma reunião com todos os lideres de chalé.

Uma reunião com todos os lideres de chalé não é legal. Alguma coisa vai acontecer e eu tenho certeza que eu vou estar envolvido nisso. Como sei? Sempre é assim.

– Menos você Annabeth. Quero falar em particular com você, minha querida. – continuou Quiron.

Antes que pudéssemos fazer qualquer comentário sobre isso uma forte luz preencheu a sala da Casa Grande. Quatro pessoas apareceram no meio da sala. Poseidon, Atena, Hades e Zeus. Isso não me parece ser uma coisa muito boa, os quatro aqui.

Zeus estava vestido com o seu costumeiro terno. Hades estava vestindo roupas todas pretas. Atena estava com um vestido simples cinza claro e meu pai estava com uma calça caqui, sandálias e uma blusa fina branca.

– Depois de eles falarem com a gente. – disse Zeus.

– É claro. – disse Quiron e vez uma reverencia para os deuses presentes.

Annabeth, Nico e eu nos entreolhamos e também fizemos uma reverencia aos Deuses. Não sabia o porquê dos Deuses, especificamente esses quatro Deuses, estarem fazendo aqui no acampamento, mais acho que logo vou descobrir.

Annabeth olhou para mim arqueando uma sobrancelha com esse meu ultimo pensamento como se me perguntasse “Jura?” rolei os olhos e ela riu de mim.

– Bom...

– Vamos leva-los para o Olimpo logo. – disse Hades interrompendo o que quer que meu pai fosse dizer. – Aqui é pequeno demais.

Em um estalar de dedos estávamos todos em uma sala diferente, sentados em uma mesa de mármore branco redonda.  Em volta da sala havia diversas estantes e prateleiras com livros e pergaminhos separados por anos. Tinha um armário grande encostado na parede do lado da mesa.

A sala tinha duas saídas laterais ambas com portas duplas de prata com detalhes em ouro.

– Essa é a sala em que Atena fica confinada. – comentou meu pai que recebeu um olhar mortal da Deusa da Sabedoria.

– O que viemos fazer aqui é mais importante não acha Poseidon? – perguntou Atena sustentando o olhar mortal. Meu pai engoliu em seco.

– Queremos presentear vocês. – disse Zeus.

–Presentear? – perguntamos Nico, Annabeth e eu juntos.

– Sim. – respondeu Hades. – Temos que fazer uma coisa e sem vocês não podemos.

– O que seria? – perguntou Annabeth curiosa.

– Agora não é a hora de vocês saberem e sim aceitarem os presentes. –disse Zeus. Annabeth fez um muxoxo. Ela ODEIA não saber das coisas.

– Bom, peguem isso. – disse Poseidon.

Eu já ia perguntar pegar o que? Mais com um aceno de meu pai três caixas douradas idênticas apareceram na nossa frente.

– Essas caixas são suas. Guardem muito bem elas, nunca as abram. Na hora certa saberão o que fazer com elas. – disse Atena.

– Porque não podemos abri-las? – perguntou Nico pegando sua caixa. – E se roubarem elas da gente e tirarem o conteúdo?

– Às vezes é melhor não saber o que se tem em poder para não se enganar na hora de usa-lo. – respondeu Atena enigmaticamente.

– Podem roubar a caixa de vocês, mais elas sempre voltaram para o último lugar que vocês colocaram. – respondeu Hades. – E somente vocês podem abrir essas caixas se isso faz vocês se sentirem mais confortáveis.

– Mais e se por acaso ficarmos curiosos e as abrirmos? – perguntei. Eu sei como é a tentação de querer abrir algo que não pode.

– Não se preocupe. Essas caixas não são como o Jarro de Pandora. – me tranquilizou Atena. – elas não vão tentar vocês a abri-las.

– Mais uma coisa. – disse Zeus e com um estalar de dedos do Deus dos Deuses três formas com penas brilhantes, parecendo fogo, apareceram voando pela sala.

– Fênix. – falou Annabeth admirada.

– Isso minha jovem. Essas três fênix são de vocês. – continuou Zeus. – Elas vão ser de grande ajuda para vocês, mais...

– Não podemos saber ainda. – falamos nos três juntos fazendo os Deuses presentes rirem.

– É isso ae. – disse Hades sorrindo.

As três fênix pousaram sobre as estantes e ficaram quietinhas, sem dar nem um piu se quer.

– Nico, vem quero falar com você em particular. – disse Hades serio.

Nico se levantou meio desajeitado e pegou sua caixa. Hades deu uns tapinhas nas costas de Nico e o empurrou de leve em direção a uma das portas da sala.

– Vem Annie. Queremos falar com você. – disse Atena assim que a porta por onde Hades e Nico passaram se fechou.

Annabeth assentiu e pegou sua caixa, me deu um beijo de despedida e seguiu em direção a onde sua mãe e Zeus, magicamente apareceram, a estavam esperando na outra porta da sala.

Ficamos somente eu e meu pai na sala. Um silencio se instalou na sala e eu passei a examinar a pequena caixa dourada. Tinha imagens de diversos guerreiro, cada um com o um tipo de roupa diferente, representando diversos anos de batalha, anos de guerra.

– Essas caixas são especiais. – comentou Poseidon quebrando o silencio. – São dadas a grandes heróis assim como você.

Senti meu rosto esquentar com as palavras de meu pai.

– Hum... Obrigado. – falei meio sem jeito. Não é toda hora que um Deus te elogia. – Não pode me dizer o que tem dentro dela?

– Receio que não. – respondeu ele rindo. – Um dia você vai descobrir o que é. E quando chegar esse dia, se chegar...

– Como se chegar?

– Talvez não precise usar o que tem dentro da caixa. Pode ser que seu futuro seja passa-la para outra pessoa e essa sim vai ter que abri-la.

– Eu não entendo. – falei. Eu não estava entendendo nada mesmo.

– Não se preocupe com isso filho. Um dia vai entender até demais sobre isso.

Resolvi não forçar mais esse assunto, minha cabeça já estava doendo. Uma coisa me ocorreu.

– Pai, eu queria saber de uma coisa. – falei e ele assentiu.

Contei-lhe meu sonho que tive com ele e Atena e depois contei o que aconteceu quando contei do sonho para Annabeth.

Meu pai abriu um sorriso gigante.

– Obrigado por me lembrar filho. Tenho que agradecer minha nora. – falou ele e o sorriso não saiu dos seus lábios.

– Então, vai me contar o que aconteceu depois? – perguntei curioso. Queria saber se realmente eles tinham se beijado, ou sei lá mais o que.

– Aconteceu que Zeus sempre chega na hora que não deve. – contou meu pai com a cara aborrecida.

Sorri com aquilo. Parece que finalmente o Deus dos Mares foi fisgado.

– O que Annabeth não podia me contar? – perguntei mais logo me arrependi.

Sua expressão mudou. Ele parecia zangado, com raiva. Engoli em seco. Pensei em falar alguma coisa, me desculpar, mais ele falou primeiro.

– Percy, tenho que te contar uma coisa importante. – falou ele serio.