– Certo, Percy, é só se lembrar o que mais a Annabeth fazia. Pensa, pensa, pensa cara. – falei pra mim mesmo vendo se assim eu lembrava de alguma coisa. Só informando ISSO NÃO ESTAVA AJUDANDO A LEMBRAR DE NADA.

Damon não parava de chorar e isso é de partir o coração. Eu não estou consigo pensar em nada para fazer ele parar. Isso deixa qualquer um em pânico. Queria um manual de instruções de como se agir nessas horar.

Cara, com a Annabeth perto do Damon ele não chorava mais que um minuto. Como que ela conseguia fazer isso?

QUERO MINHA SABIDINHA DEVOLTA.

E o Nico que não volta. Tudo bem só faz uns cinco minutos que ele saiu, mais cinco minutos são muita coisa. Ele já deveria... Ele já nada Percy. Pensa... Me repreender mentalmente não é uma boa coisa.

Ando de um lado pro outro do quarto sem parar tentando ver se assim vem alguma coisa na minha cabeça. Mas isso já esta me dando fome.

FOME.

É isso, o Damon deve estar com fome. Deve não, com certeza ele esta com fome. Como eu não pensei nisso antes.

Coloquei Damon na cama e procurei pela milagrosa mamadeira que Annabeth dava para ele. Não entendeu essa parte do milagrosa, né?

Simples. Essa mamadeira faz o Damon parar de chorar na hora e isso é um milagre para mim. Escutar como esse menino tem uns pulmões fortes por mais de um minuto até você ia querer ter uma mamadeira dessas por perto.

Encontrei a garrafa térmica e abri. A mamadeira estava lá, graças aos Deuses está cheia e pronta para consumo. Peguei Damon de novo e dei a mamadeira para ele. E eis o milagre. Damon parou de chorar na hora e mamava com voracidade o conteúdo da mamadeira.

– Calma garoto. – falei sorrindo com a forma que ele “atacava” a mamadeira.

A porta do quarto se abriu com um baque. Me virei em direção a porta pronto para enfrentar o que quer que fosse, mesmo estando com Damon no colo daria um jeito, e dou de cara com Annabeth, que estava claramente impressionada, e Nico, que olha para mim como um sobrancelha arqueada e se contendo para não rir.

Annabeth abriu um sorriso lindo e veio caminhando em nossa direção olhando atentamente para mim e para Damon. Annabeth estava com seu notebook em uma das mãos e nas outras estava com uma sacola grande de farmácia.

O que será que ela estava fazendo?

Nico ficou fechou a porta, pegou as coisas da mão de Annabeth e as colocou no sofá. Ele mexia a cabeça em forma de negação mais com um sorriso estampado na cara e falava coisas sem nexos como “Queria ter uma câmera agora”. Vai entender esse caveirinha júnior.

– Nico me disse que estavam com problemas com o Damon, mais pelo visto ele se equivocou. – falou Annabeth ainda sorrindo e seus olhos estavam com um brilho diferente... Não sei explicar... Mais é reconfortante ver os olhos dela com esse brilho.

– Está tudo sobre controle como podem ver. Mandei bem. – falei e os dois gargalharam. Nico riu tanto que caiu no chão de tanto rir.

Tenho certeza que ele queria rir assim faz tempo, só esperava uma boa oportunidade para isso e eu a dei de bandeja.

Olhei para Annabeth que estava com o rosto vermelho de tanto rir, mais logo seu sorriso sumiu quando olhou para mim. Pronto o tempo de paz acabou.

– Não, Damon. – reclamou ela pegando a mamadeira dele que ficou com cara de choro de novo.

Damon? Então não foi por minha causa que ela parou de rir.

–Ufa. – suspirei aliviado e parece que Annabeth ouviu porque ela abriu um pequeno sorriso.

Que ótimo todo mundo esta feliz novamente. Funcionou como Afrodite disse que iria dar certo, agora é só eu não estragar tudo.

Nico se levantou do chão e nos dois ficamos olhando para Annabeth que pegou Damon do meu colo, antes que ele começasse a chorar de novo, e deu de novo a mamadeira para ele. Damon fechou os olhinhos desfrutando da mamadeira.

– Mais devagar, Damon. – disse carinhosamente Annabeth para ele.

Damon tomou todo o conteúdo da mamadeira e abriu seu sorriso banguela de satisfação.

Annabeth me entregou a mamadeira e pegou uma pequena toalha, que estava jogada na cama, e colocou sobre seu ombro. Ela virou Damon sobreo ombro e deu leves batidinhas nas costas dele até que ele soltou um pequeno arroto.

– Pronto. – falou Annabeth. – Agora é hora de dormir. – completou e olhou para mim e Nico.

– Sim mamãe. – disse Nico revirando os olhos.

– Seja um menino obediente filhinho. – brincou Annabeth rindo.

– Serei. – garantiu Nico continuando a brincadeira. – Fico com o sofá.

Nico pegou alguma coisa em sua bolsa e foi para o banheiro.

Annabeth foi até a cama fez um circulo com os travesseiros e colocou Damon lá dentro. Damon fechou os olhinhos e sua respiração foi se acalmando até seguir um ritmo calmo e tranquilo, ele dormiu.

Logo Nico saiu do banheiro, guardou o que tinha pegado de volta na bolsa e capotou no sofá, dormindo. Não vou nem comentar isso.

– Bom...

Não deixei Annabeth terminar de falar e a abracei por trás.

– Vamos parar com isso Sabidinha. Sabe que eu te amo. – falei rente ao seu ouvido e fiquei muito feliz ao ver ela se arrepiar.

– Cuidaram bem do Damon, parabéns. – disse ela fingindo que não tinha me ouvido falar, mais não ia deixar essa passar.

– Obrigado. Agora quero minha recompensa. – falei a virando de frente para mim.

– Percy. – me advertiu Annabeth.

– Annabeth, por favor, vamos parar com isso. Eu tive que aturar o Daniel dando em cima de você o tempo todo ontem e ela...

Não terminei de falar. Annabeth colocou a mão no bolso da minha calça, aonde a garota da loja colocou alguma coisa, e tirou dê-la um papelzinho. Fudeu.

– Pelo que eu saiba o Daniel não colocou a mão na minha bunda. – disse ela com raiva e picou o papelzinho em milhões de pedacinhos e jogou na minha cara.

– Isso é maldade. Ele não fez isso porque não dei oportunidade...

– Esta querendo dizer que eu dei oportunidade para aquelazinha por a mão em você? Sem falar que ela te deu um beijo na bochecha, muito perto da boca pro meu gosto. E você, nem eu, nem Nico muito menos o Damon, conhece ela para ter essa intimidade toda de dar beijinhos. – me interrompeu Annabeth controlando sua voz para não gritar.

Respirei fundo. Como Afrodite disse para tudo voltar ao normal eu só tenho que fazer minha parte. Agora que parte é essa?

– Olha, Annabeth. – respirei fundo de novo antes de continuar. – Cansei disso tudo, desses ciúmes bobos que nos dois temos. Eu te amo e a mais nem uma outra, minha mãe não conta. Vou confiar em você cegamente.

Os olhos de Annabeth se arregalaram com o que eu estava dizendo, isso quer dizer que eu estava mandando bem até agora, mais ela estreitou os olhos em minha direção em duvida sobre o que eu estava falando.

– Vou fazer o possível para não matar o cara que se atrever a dar em cima de você, vou tentar controlar meu ciúme. Não quero continuar brigando com você todas as vezes que alguém der em cima de mim ou de você. – continuei.

A expressão facial de Annabeth se suavizou e ela abriu um sorriso tímido.

– Bom, acho justo que eu também faça isso. Vou confiar cegamente em você também e tentarei controlar meu ciúme.

– Então está tudo bem entre a gente, não é? – perguntei esperançoso. – Reconciliação?

– Vamos dormir, daqui a pouco temos que sair daqui. – falou ela indo em direção a cama.

– Espera você não me respondeu. – disse contrariado a segurando pelo braço fazendo ela se virar para mim de novo.

– Hum, toda a reconciliação merece uma coisa especial. Até termos essa oportunidade nada de reconciliação oficial. – falou ela sorrindo maliciosamente. Disso eu gostei.

– Concordo com a Annie. Procurem um lugar adequado. Não um que tenha um bebê de quase um dia de vida e um garoto inocente de 13 anos. – disse um Nico sonolento.

– Achei que você estava dormindo. – falei olhando para o sofá. – E que garoto inocente de 13 anos fica sem roupa na frente da menina que gosta? – perguntei me lembrando da historia que a Annabeth me contou quando ela mostrou o chalé de Hades para Ashley.

Nico não me respondeu e eu e Annabeth rimos baixinho à custa dele.

– OK, mais não vamos dormir por muito tempo. Temos que chagar logo no acampamento. – falei animado.

Annabeth mordeu o lábio inferior para não rir. Não resisti e lhe deu um beijo BEM demorado e apaixonado, no qual ela correspondeu prontamente. Nossa parece que faz séculos que a gente se desentendeu e eu não beijava esses doces lábios de mel. Que coisa melosa, ainda bem que eu só pensei nisso.

Beijar ela é muito bom é como se você estivesse no paraíso. Aconselho você a não tentar experimentar ou eu te mato.

Deitamos na cama e Annabeth tirou alguns travesseiros que envolviam Damon e com seu corpo fechou o circulo de novo , do mesmo jeito que dormimos na cabana. Não tive nem um sonho.

Acordei com Annabeth me chamando carinhosamente. É muito bom ter a Annabeth carinhosa de volta. Não pude evitar ficar sorrindo feito bobo apaixonado, afinal eu sou um bobo apaixonado.

– Vamos Percy levanta. – falou ela manhosa.

– Que horas são? – perguntei levantando, não da para resistir quando ela pede desse jeito.

– Hora de ir embora. – disse Nico saindo do banheiro.

– Sua vez de usar Percy. Todos já estão prontos só falta você. – falou Annabeth.

Assenti. Peguei minhas coisas que Annabeth estendeu para mim e fui para o banheiro. Tomei um banho rápido e logo sai. Troquei de roupa, fiz minha higiene bocal e procurei a roupinha do Damon. Não sei porque, só sei que procurei.

– A onde esta a roupinha do Damon? – perguntei saindo do banheiro.

Nico estava mexendo em sua mochila e olhou mortalmente para mim. Ué o que eu fiz pra ele?

– Sou inocente. – falei levantando as mãos. Nico bufou e Annabeth riu.

– Esta aqui. – disse Annanbeth apontando para a bolsa do Damon. – Demorei um pouco para dormir, na verdade não dormi, fui ao banheiro e vi as roupas do Nico e do Damon lá. Perguntei se o hotel poderia lavar e nos entregar em poucas horas. Eles disseram que sim. Então aproveitei e dei todas as nossas roupas para eles.

Agora entendi o porquê do Nico ter me olhado daquele jeito. Eu o tinha puxado para dentro da banheira e o molhado inteiro. Foi muito divertido, até o Damon riu.

– Elas chegaram há alguns minutos antes de eu acordar você. E todas as nossas coisas já estão prontas.– continuou Annabeth.

– Porque não dormiu? – perguntei me sentando na cama.

– Acho que dormir o começo da viagem inteira cobrou sem preço agora. – respondeu ela.

– Então vamos. – falou Nico colocando sua mochila nas costas.

– Vamos. – falou Annabeth pegando Damon e a bolsa dele. Eu peguei a minha mochila e a da Annabeth. – Já deixei acertado tudo no hotel. Podemos ir direto para o estacionamento e pegar o carro.

Trancamos o quarto e fomos para o elevador. Demos a chave do quarto para um carinha do hotel que estava no elevador entregar na recepção e uma boa gorjeta, devo acrescentar. Chegamos ao estacionamento e colocamos nossas mochilas no porta malas. Annabeth colocou Damon na cadeirinha e ficou com seu notebook. Nico sentou atrás junto com Damon e Annabeth sentou comigo no banco do passageiro, ela já estava mexendo no seu notebook.

– Saindo daqui. – falei e liguei o carro.

– Espera. – falou Annabeth. Já ia perguntar por que, mais ela falou antes disso. – Estou monitorando as câmeras de segurança para ver se os mercenários estão atrás da gente. Só um minuto.

Depois de um minuto, exatamente, ela disse que poderíamos ir pelo caminho que ela indicar. E assim saímos da cidade e novamente senti que estávamos sendo seguidos. Eu não estava gostando nada dessa sensação.