Pagamos por um quarto e nos instalamos. O quarto é lindo.

Tipo pensa no quarto de Hotel mais bonito que você já viu, pessoalmente ou pela internet, esse é o nosso quarto. Ele tem uma cama de casal que cabe umas quatro pessoas.

Colocamos nossas coisas em cima do sofá. Annabeth colocou Damon em cima da cama e fez gracinhas com ele que abriu um pequeno sorriso fazendo com Annabeth sorrisse mais. Garoto de sorte. Ele, ela não quer fritar vivo.

Annabeth pegou seu notebook, algumas coisas em sua mochila, colocou em seus bolsos e pegou seu boné dos Yankees.

– Cuidem do Damon. Volto logo. – disse ela saindo do quarto.

– OQUE? – perguntamos eu e Nico espantados.

– Annabeth! – gritei abrindo a porta do quarto.

Tudo que vi quando abri a porta foi um corredor vazio. Annabeth tinha sumido. Com certeza ela usou o seu boné.

– Droga.

– Droga digo eu, Percy. – falou Nico bravo. – Você que faz a cagada e eu é que pago o pato.

– Mais eu não fiz nada. – falei a verdade, eu não tinha feito nada.

– Esse foi o problema. – disse Nico e olhei interrogativamente para ele. – Qualé, Percy. Você devia ter feito alguma coisa. Afastado ela, dizer que tem, ou tinha, uma namorada.

– Tenho. – afirmei.

– Ótimo então acalme a fera. – falou ele e se sentou na cama e depois deitou perto dos pezinhos de Damon.

Me sentei na cabeceira da cama e deitei perto da cabeça de Damon. Suspirei em frustação. O que eu faço com a Annabeth? Alguma ajuda?

– Claro. – respondeu uma voz doce no quarto.

– Afrodite? – dissemos Nico e eu juntos levantando da cama.

Damon ficou quietinho na cama mexendo pra lá e pra cá seus bracinhos e perninhas. Ele parecia que não estava nem ai para o que acontecia a sua volta. Como se um bebê de quase um dia de vida fosse saber o que é se preocupar com alguma coisa.

Deixando esse pensamento de lado.

– Ah mais que bebê fofinho. – falou ela chegando mais perto da cama e olhando para Damon. – Cuidem bem dele que ela vai ficar feliz e com o coração amolecido. Ai é só você entrar em ação, Percy.

Depois desses conselhos sábios a Deusa do Amor virou uma nuvem com cheiro de perfume francês e desapareceu.

Fiquei pensando no que ela falou. Cuidar bem do Damon?

– Certo agora a gente...

 Falei gesticulando para Nico terminar minha frase. Nico estava olhando para Damon pensando. Ele olhou para mim e depois voltou a olhar para Damon, que abriu um sorriso banguela que deu vontade de rir também, e suspirou.

– Vamos dar um banho nele? – me respondeu com um pergunta.

Banho. Damon. Banho. Bebê. Banho. Damon.

O banho eu entendo, mais como por Zeus vamos dar banho em um bebê? Ele é tão pequeninho que eu nem sei o que fazer direito com ele.

– Você sabe como dar banho em um bebê Nico? – perguntei esperançoso.

Nico bufou e voltou a deitar na cama. Isso respondeu minha pergunta muito bem. Agora é só pensar um pouco.

– Não deve ser difícil dar banho nele. – comentei. – É só fazermos como a gente faz.

– Espero. – disse Nico. – Vou ao banheiro e você trás o Damon.

Nico sumiu por uma porta e eu peguei Damon no colo.

– Certo garotão. Vamos dar um banho em você.

Fui atrás de Nico e bati na porta que ele entrou. Escutei ele dizer entra e entrei com o Damon. O banheiro é um luxo só. Tem uma banheira grande, um box com chuveiro, uma pia de dar inveja a qualquer pia que você tenha visto.

Os pisos do banheiro são todos brancos, com alguns contrastes em preto. Tem uma cômoda na qual abri e tinha tolhas e alguns lenções.

Sabe aqueles banheiros que vem com dois vasos, pois é aqui tinha eles.

Nico estava perto da banheira e estava saindo uma fumaça fina dela. Uns produtos estavam do lado de Nico junto com uma bucha.

– Como começamos? – perguntei.

– Primeiro tire a roupa dele, né cara. – falou Nico revirando os olhos. – Depois você coloca ele aqui. – disse indicando a banheira.

Suspirei e tirei a roupinha de Damon. Com cuidado tirei o curativo que ele tinha no coto umbilical. Tirei a fralda dele e graças aos Deuses estava limpa.

Damon é um anjinho. Ficou quieto o tempo inteiro, porque eu devo ter demorado. Nico não parava de bufar e reclamar dizendo “Que demora Percy”. Não dei bola para ele.

Levei Damon até Nico e ele o pegou e colou Damon dentro da banheira que estava só com um pouco de agua, o suficiente para chegar até a cintura de Damon sentado dentro dela.

Segurei Damon enquanto Nico pegou um dos produtos no qual li sabonete liquido e espremeu um pouco na bucha.

Não use bucha, só passe o sabão com cuidado. Escutei uma voz suave falar. E acho que não foi só para mim, Nico parou na hora.

– Escutou isso? – perguntei para ele que assentiu.

– Acho que devemos fazer isso que a voz falou. – contestou Nico e colocou a bucha de lado. Seja lá quem foi que falou isso esta muito certa.

Nico espremeu um pouco de produto na mão e começou a passar em Damon. Deu vontade de rir, Nico fez uma cara engraça enquanto fazia isso. Damon de uma hora para outra começou a se mexer.

– Percy segura ele certo. – Nico reclamou.

– Eu estou segurando. Ele que esta inquieto.

 Minha mão escorregou pelo sabão e soltei Damon, Nico foi rápido e o pegou. Me apoiei na beirada da banheira, coisa errada de se fazer, minha mão escorregou também e eu cai dentro da banheira.

Damon parou de se mexer e Nico riu descontroladamente. Sorri travesso, peguei Damon e puxei Nico para dentro da banheira.

– Percy. – gritou Nico furioso.

Agora foi minha vez de rir dele. Nico bufou.

– Não tem graça. – falou ele saindo da banheira.

– Tem quando não é com você. Não é Damon? – disse ainda sorrindo e olhei para Damon que estava com sorrindo, seu sorriso banguela contagiante, junto comigo. – Viu até o Damon riu de você.

– Fiquei ai e termine de dar banho nele. Vou me secar e trocar de roupa. – falou emburrado e pegou uma tolha na cômoda.

– Pegue a bolsa do Damon e coloque as coisas em cima da cama. – falei para ele.

Nico saiu do banheiro assentindo.

– Vamos lá garoto.

Como bom filho de Poseidon que sou, estava sequinho. Isso é uma grande vantagem de ser filho e Poseidon, você só se molha se quiser.

Terminei de dar banho em Damon, peguei uma toalha, o sequei com cuidado e o enrolei na toalha. Sai do banheiro e Nico estava sentado na cama com as coisas que estavam dentro da bolsa de Damon espalhadas.

– Agora temos que fazer a assepsia nele. – falei. Só me lembrei disso porque a Annabeth falou essa palavra e agora ela não sai da minha cabeça.

– Certo, vamos usar néctar, para fazer a desinfecção. – sussurrou Nico, acho que era para ele mesmo. – Alguns curativos.

Conforme Nico ia falando ele separava as coisas. O vidro de néctar, as gazes, alguns cotonetes e uns curativos.

– Sabe fazer isso? – perguntei espantado.

– Não. – falou Nico dando de ombros. – Mais se vamos fazer a assepsia precisaremos disso.

Ponto para ele.

Coloquei Damon na cama e desenrolei a toalha deixando ela embaixo dele. Nico limpou o coto e fez tudo aquilo que Annabeth fez mais cedo, e durante a viagem até aqui.

Mesmo Nico dizendo que não sabia fazer isso, o garoto mandou bem fazendo tudo direitinho.

Agora o mais difícil.

– Sabe colocar fralda nele? – perguntamos Nico e eu juntos.

– Eu limpei o coto e coloquei curativo, você coloca a fralda. – falou Nico pegando as coisas que usou para fazer a assepsia e saiu indo em direção ao banheiro.

– Mais eu dei banho nele. – protestei.

– E eu fiz a assepsia. – contrapôs.

– Isso fica injusto...

– Não fica não. – disse ele me interrompendo e se virou na minha direção assim que abriu a porta do banheiro. – Você deu banho nele e troca a fralda. Eu fiz a assepsia e colocou uma roupinha nele. Viu sem injustiça alguma.

Tentei protestar, mais ele fechou a porta do banheiro. Bufei.

Parei para pensar um pouco. Ah droga porque eu não prestei mais atenção no que Annabeth fazia com ele.

Se algum Deus puder me ajudar eu agradeceria muito.

Claro que não me ouviram. Nunca me ouvem. Isso não é verdade. Ouvi uma voz masculina brincalhona na minha cabeça, acho que era Apolo.

Certo vamos parar com isso e tentar lembrar como a Annabeth colocou a fralda nele.

Peguei o talco e joguei um pouco em Damon, peguei uma fralda e a abri. Pensei um pouco para ver que lado é o certo para por. Olhei em volta pensando e vi o pacote de onde eu tinha tirado a fralda e lá tinha as instruções de como colocar uma.

Muito obrigado à pessoa que inventou as instruções. De nada. Ouvi uma voz na minha cabeça e eu posso jurar que é a voz de Hermes.

Segui as instruções direitinhas e coloquei a fralda em Damon.

– Isso ae, consegui. – exclamei feliz e Damon abriu seu sorriso contagiante.

– Já não era hora. – falou Nico.

Olhei para aonde veio a voz e Nico estava parado olhando para mim e Damon. Parecia que ele estava ali há muito tempo. Sua cara denunciava que ele estava com um tedio só.

– Faz mais de meia-hora que você esta tentando...

– Coloquei. – o corregi erguendo Damon indicando a fralda que eu pus nele.

– Colocar a fralda nele. Estava ficando tedioso aqui sabia? – disse e veio em direção e pegou uma roupinha azul.

Nico colocou a roupinha em Damon e ele foi até rápido. Quis perguntar como ele sabia fazer essas coisas.

– Você leva jeito com bebês...

Não deu para terminar o que eu ia dizer, Damon começou a chorar muito alto. Nico olhou para mim apavorado. Dei de ombros, não sabia o que estava acontecendo. Eu também estava apavorado.

– E agora cara? – perguntei pegando Damon no colo.

– Sei lá, vou procurar a Annie. – disse Nico e saiu do quarto.

Damon chorou mais ainda.

– Ah cara. – suspirei. – O que eu faço agora?