The Bakery escrita por melisica


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

mais um haha to inspired hoje



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Sábado de manhã, era um dia tranqüilo. As pessoas acordavam tarde e só um outro ia para a padaria tomar café ou buscar algo. Mas a única coisa que eu não desejava que eu queria mais distante da minha mente, tornou-se realidade.

Frank Iero entrou na loja e sorriu para mim. Não sorri de volta, pois ele me pegou de surpresa.

-Oi de novo... -ele fez um aceno com a mão sorrindo -Eu vim pra pegar um bolo de chocolate que minha mãe encomendou pra levar num jantar hoje... E aqueles bolinhos que a minha mãe gosta.

-Er... Sim, certo. -disse gaguejando -Vou ver se já está pronto e se tem mais destes bolinhos de baunilha... -eu disse entrando na cozinha.

-Que foi Gerard? -Spencer perguntou esfregando as mãos para se livrar da farinha nelas.

-Frank está aqui... -murmurei para o loiro nervosamente -Você já fez o bolo de chocolate?

-Em dez minutos ele tá pronto... -Spencer sorriu intimamente para Jon.

-É... Dez minutinhos Gee. -Jon reafirmou.

Voltei ao meu posto atrás do balcão e retransmiti a mensagem de Spencer para o menor que apenas sorriu e assentiu em resposta. Passamos cinco minutos ali em mudez total. Brendon me observava aflito e Adam lançava olhares impacientes para mim de poucos em poucos segundos.

Frank olhava para mim sem jeito e decidiu mexer em qualquer coisa em seu iPod para quebrar o clima tenso. Adam começou a fazer gesto desesperados para mim, apontando para eu fazer alguma coisa. Meu pai, por sorte, não percebeu nada, parecia mais um cego no meio de um tiroteio.

Mas, como sempre, eu não fiz quase nada. Quando ele me olhou, perguntei o que ele estava ouvindo. Ele sorriu e começou a falar:

-Eu não acho que você conhece, mas de qualquer forma... To ouvindo Kings of Leon. -mostrou o iPod e vi no visor a capa do CD que eu conhecia muito bem.

-Tá brincando? Eu amo Kings! -sorri -E adoro essa música que você tá ouvindo, Sex On Fire, uma das minhas favoritas.

-Jura?! -ele sorriu surpreso -Você gosta de rock alternativo, indie, essas coisas?

-Ah sim, mas eu costumava gostar há um tempo atrás... Acho que passei da idade dessas de ser "indie alternativo". -ri.

-Ah... -ele sorriu um tanto desapontado. Que porra eu fiz para ele ficar triste?

Então ele voltou sua atenção novamente para o iPod e eu fiquei sem ação de novo. Então Spencer me entregou a encomenda com uma careta seguida de um "idiota" vindo de Jon.

-Aqui está... -estendi o pacote para ele -Tenha um bom dia.

-Valeu, tchau! -acenou indo em direção ao caixa.

-Você não fez nada?! -Spencer perguntou pelo vão entre o balcão e a cozinha -Eu te dei dez minutos para que você pudesse falar algo decente com ele e você pergunta o que ele está ouvindo? Porra Gerard, isso que é zuar com o destino.

-Idiota! -William disse batendo na parte de trás da minha cabeça.

-Mas eu não entendi porque ele ficou meio desapontado depois... O que eu fiz? -perguntei a eles, que estavam à beira de um colapso.

-O assunto não é ruim, música aproxima as pessoas. -Mikey começou -Só que no momento em que ele perguntou se você gostava de indie e tal, você disse que já tinha passado da época de ser "indie alternativo"... Você desperdiçou uma PUTA chance!

-Que chance?! -perguntei aflito -Fala logo Mikey!

-O show do Kings of Leon aqui em Jersey semana que vem. Tá todo mundo sabendo... -todos responderam em coro.

-O que? Esses putos vêm pra cá e ninguém me avisa?

-O fã aqui é você Gee... -Jon falou sorrindo.

-Cacete, eu podia ter chamado pro show! Mas que caralho de azar hein... -bati em minha própria testa - Isso é pra aprender a deixar de tirar com o destino. Gerard, você se fu -fui interrompido.

-Deu! -Brendon sussurrou no meu ouvido -E bem que você queria dar pra ele hein... Até eu.

-Deixa contar isso pro Mr. Ross... Ele te mata a facadas, esquarteja e joga num rio do interior. -falei mal-humorado.

-To achando que você faz isso nas suas horas livres Gerard, porque né... -Brendon disse rindo.

-Man, cuida da sua vida. -falei revirando os olhos -E vai trabalhar.

Meu pai resolveu fechar o estabelecimento um pouco antes e avisou eu e Mikey que nos queria em casa antes das oito. Portanto no sábado à tarde, Spencer, Jon, Will, Mikey e eu, fomos passear no shopping depois do almoço na casa de Jon. Brendon combinou de encontrar Ryan no shopping e eles acabaram se separando de nós uma hora depois. Mas antes disso, eu ainda tive que agüentar Jon comprando três camisetas diferentes e Spencer falando que ele estava lindo na que era mais colada ao seu corpo, Mikey olhando algumas revistas de moda, Will comprando maquiagem dizendo que era para a irmã - mas não me convenceu - e Brendon e Ryan no maior fogo, no cio praticamente. Foi nessa hora que eles sumiram para fazer certas coisas que bom... Aquilo mesmo. Isso que dá só andar com amigos gays, você meio que acaba se transformando em um... Depois das compras, fomos tomar um suco e descansar um pouco depois de toda a maratona.

-Hey, olha lá! -Spencer sussurrou animadamente para mim -Frank está lá! -apontou a uma loja de roupas na nossa frente.

Todos se viraram na mesma hora e depois me encararam. Eu apenas fiquei o observando.

-O que você está esperando? Vai falar com ele! -Will falou desesperadamente.

-Eu estou achando que acabou com ele. -falei indiferente.

-Acabou? -Jon perguntou atordoado olhando diretamente para mim -Mas nem sequer começou!

-Exatamente. Porque não era suposto pra acontecer... Quanto mais eu o vejo, em todos os lugares que eu vou, menos coragem de falar com ele eu tenho. -falei -Ele provavelmente nem sequer lembra de mim... -encolhi os ombros conformado.

-Em todo lugar? -Mikey perguntou sério e então me lembrei de que eu não disse nada aos meus amigos sobre os meus "encontros" com Frank.

-Eu o encontrei aqui e ali... -disse com desdém -Mas nem sequer conversamos um com o outro.

-E agora você tem a chance, Gerard! -Spencer disse agarrando meu braço -E ele está indo embora... -disse reprimindo um grito histérico.

-Deixe o ir então. -falei contorcendo os lábios.

-Você é um idiota, Gerard Way! -afirmou meu irmão saboreando sua bebida -Não honra a família Way. -maneou a cabeça negativamente.

-Foda-se! Eu já disse que ele não faz meu tipo, ele ainda é um filhinho da mamãe. -falei querendo sair daquela conversa. Mas na verdade eu estava louco para ir até ele e beijar aqueles lábios vermelhos, abraçar aquele corpo pequeno, acariciar aquela pele alva e...

-Não é seu tipo, mas te deixa sem ação. -Mikey afirmou.

-Droga Gee! Ele foi embora... De novo! Puta que pariu... -Walker falou num tom bravo -Cadê o Gerard que era super cara de pau com seus clientes gatos? -Jon falou apontando para o garoto que estava descendo as escadas -Que dava em cima até conseguir?! Foi assim com a Lyn, não foi?

-Foi... Mas esse Gerard sumiu! -coloquei as mãos sobre meu rosto -Agora há um novo Gerard, careta e envergonhado.

-Você careta e envergonhado?! -Smith fez cara de espanto e indignação -Cara... Que porra você fez com o nosso amigo Gerard?! -perguntou rindo me sacudindo com as suas mãos.

-Spencer? -o chamei sorrindo angelicalmente.

-O que? -respondeu rápido e inocente.

-Vai tomar naquele lugar. -falei sem mudar o tom de minha voz.

-Ah eu vou sim... -gargalhou -Mas sozinho não tem graça. -fez bico.

-Então vai pra aquele lugar com o Jon. -completei.

-Agora melhorou. -sorriu mordendo o lábio inferior e abraçou o namorado.

Demos mais algumas voltas e por volta das sete, fomos cada um para sua casa, já que minha mãe tinha dito que a família de uma amiga dela iria jantar em casa e ela queria que todos estivessem presentes. Quero dizer, eu não sei se Spencer e Jon foram cada um para suas casas respectivamente, mas também não era da minha conta o que eles faziam entre quatro paredes... Na verdade me dava enjôo só de imaginar a cena Spencer + Jon + cama + sexo.

Cheguei em casa e fiquei assistindo baseball com meu pai e Mikey. Minha mãe estava fazendo o jantar e eu me ofereci para fazer o molho da massa. Eu estava picando as ervas e os temperos que ela me indicou lentamente, sem pressa alguma. Então ela começou a falar sobre a família da amiga dela. Eu não estava prestando muita atenção quando a campainha tocou e ela foi abrir. Então, quando eu ouvi a voz DELE cumprimentando minha mãe, cortei superficialmente meu dedo indicador. Mikey correu rápido até mim e começou a rir.

-Ele não é seu tipo? -debochou -Eu preciso ligar pro Spencer, ele vai ter um ataque do coração quando eu contar isso.

-Ele vai ter um ataque do coração mesmo... -concordei -Se você ligar pra ele no meio de uma "transa incrível" dele e do Jon, o futuro Mr. Walker te mata na segunda feira.

-Mas eu que sou o filho do chefe... Tenho esses direitos para usufruir deles. -sorriu triunfante discando o número no celular.

-Você não presta mesmo hein Sir Mikey Way... -falei para ele que já estava com o aparelho no ouvido.

-E você muito menos Gee...

Terminei de cortar os ingredientes mais rápido do que um foguete e fui para a sala. Minha mãe me fez cumprimentar a mãe e o pai dele. Depois foi a vez dele, que cumprimentei com um aperto de mão e um meio abraço.

Mikey riu abafado diante minha frustração a um simples aperto de mãos e um meio abraço vindo do garoto. Somente eu sei o quanto me segurei para não dar um belo "oi" para ele com um beijo de língua bem dado. Depois de comermos, os velhos quiseram conversar sobre negócios d dinheiro e as mulheres sobre os filhinhos, essas porras que não me interessam então minha mãe falou para levarmos Frank para o andar de cima, no meu ou no quarto de Mikey, que rapidamente disse que ia lavar a louça e sussurrou um: "aproveita seu filho da puta".

Eu deveria estar roxo de vergonha quando ele entrou no meu quarto. As paredes eram cobertas por pôsteres e minhas coisas eram uma zona. Eu podia ter vinte e dois anos, mas meu quarto ainda era igual à de um garoto de quinze.

-Não liga pra bagunça e... -comecei.

-Se você falar "não liga pra tal coisa" não funciona. Quando você fala isso, é exatamente isso que a pessoa vai notar... Nem comente que ela nem vai perceber... Só se não estiver muito gritante... -me disse sorrindo ainda parado como uma estátua no meio do quarto.

-Faz sentido... -concordei maneando a cabeça para ambos os lados -Quer fazer o que? -perguntei meio receoso enquanto ele analisava o ambiente.

-O que você sugere? Pode ser qualquer coisa... Sério.

-PlayStation... -falei segurando o joystick na minha mão esquerda -Topa?

-Topo sim! -falou sorrindo. Pegou o controle da minha mão e sentou-se no chão ao meu lado -Que jogos você tem?

-Vários... -informei abrindo uma gaveta com vários jogos -Pode escolher.

-Tem de magia... Essas coisas...? É que eu adoro esse tipo de jogo.

-Ah tem sim! Na verdade tá por aí sabe... Eu sou meio desorganizado como deu pra perceber. -dei um meio sorriso.

-Dá nada... -sorriu colocando o jogo do Harry Potter no PlayStation -Sou igual.

-Só que você não tem vinte e dois anos...

-Mesmo quando eu tiver vinte e dois eu vou continuar sendo... -riu de uma maneira muito fofa que deu vontade de agarrá-lo ali mesmo -Quer ser o que?

-O passivo... -falei sem pensar encarando os lábios dele.

-O que?! -seus olhos abriram amplamente e ele ficou vermelho.

-O que você perguntou? -sai do meu transe assustado.

-O que você quer ser... O Harry ou o Rony... ?
-Ah tá... -suspirei -Pode ser qualquer um. Escolhe aí, a visita é você. -e nessa hora meu celular começou a tocar. A música Radioactive tocava incessantemente. Olhei para Frank e ele pausou o jogo movimentando a cabeça como um "atende aí". -Alô?

-Oi Gee... É a Lyn...

-Ah... Oi Lyn, tudo bem? -me levantei do lado dele e sentei-me na cama.

-Mais ou menos... Olha eu queria muito conversar com você Gee. Eu fiz uma burrada enorme e quero voltar pra você, de quem eu nunca devia ter saído.

Eu preciso falar que eu já estava quase desligando o celular?

-Olha Lyn... -passei a mão na testa jogando minha franja para trás -Eu acho que agora sou eu que não quero mais você... Faz tempo que a gente não tá mais junto e eu conheci gente nova e você sabe...

-Não Gerard... Eu realmente preciso de você... -senti que ela ia começar a chorar.

-Eu preciso desligar Z... Meu amigo tá aqui em casa e eu larguei ele sozinho... -olhei para Frank e ele brincava com o cadarço do tênis -Beijos.

-Mas Gee...


-A gente se fala depois Lyn. -desliguei -Desculpa Frank.

-Então a gente é amigo? -ele perguntou sorrindo.

-Claro que somos o que mais seríamos? -mas para mim era óbvio que eu não queria ser só amigo dele.


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