The Bakery escrita por melisica


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Hoje eu digitei três capítulos, espero que alguém leia haha
beijinhos



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Já era dia quinze de Janeiro e eu estava esperando na fila do banco para pagar algumas contas minhas e outras do estabelecimento do meu pai. Eu estava batendo o pé no ritmo das músicas do meu iPod. Eu estava impaciente com toda aquela gente na minha frente, quando O vi falando no celular e batendo os pés ansiosamente, apenas algumas pessoas à minha frente. 

Desliguei meu iPod, como se minha visão pudesse ser afetada pela música, para concentrar minha atenção nele e em como poderia abordá-lo. Como eu deveria chamá-lo? Mas eu nem sabia o nome dele... Ele poderia nem se lembrar de mim. Sim, isso poderia ter acontecido. Portanto, eu fiquei na expectativa dele olhar para trás. Ele não o fez. Quando seu número foi
chamado, ele se atrapalhou e acabou deixando cair às contas que estava segurando. Uma folha voou até meus pés e eu pude jurar que aquilo foi coisa do destino em acordo com Spencer. Ele veio até mim e pegou a conta com um sorriso leve naqueles lábios rubros e convidativos. Depois agradeceu e foi ao guichê.
Não falou nada e nem voltou para falar alguma coisa comigo quando passou por mim de novo. 
Quando cheguei à padaria, não comentei nada sobre o encontro com o garoto com os garotos já que não havia nada a dizer. Então Spencer veio até mim com um número de telefone em mãos. 

-O nome dele é Frank. -disse Spencer -Ryan me disse que eles 
se conheceram em um show do Muse e eles ficaram amigos desde então... E ele me disse também que ele é um rapaz simpático e divertido... Mas tem um porém... 

-Qual? -perguntei soando mais curioso do que eu queria.

-Que ele é bem tímido... -sorriu -Mas quando você começa a conhecê-lo, ele pode ser bem interessante. -estendeu o papel para mim -Boa sorte.

-Mas eu não posso simplesmente ligar pra ele. Ele nem se lembra quem eu sou. -eu disse tristemente -Seria estranho...

-Não seja reclamão. Se ele é tímido, ele não vai dar o primeiro passo. -afirmou deixando-me sem argumentos.

No fim do dia, resolvi faltar na faculdade porque eu estava com preguiça. Para minha mãe não me encher o saco, falei que estava com enxaqueca e que queria ficar dormindo no meu quarto. 

Quando eu estava tirando minha roupa, o pequeno papel caiu do bolso da calça e ficou me encarando. Meu celular estava encima da minha cama e eu cogitei em ligar para ele. 

-Não... Deixa isso quieto. Aliás, ele nunca mais apareceu por lá. -murmurei para mim mesmo e encolhi os ombros indo tomar um banho que foi no mínimo incomum. Durante o banho, comecei a pensar nele. Naqueles lábios, naqueles cabelos, naqueles olhos, na sua pele -que somente pela minha visão superficial parecia ser macia-, no seu corpo... Até que notei que eu estava excitado de verdade, meu membro chegava a doer de tão "acordado" que estava. 

Me aliviei aplicando movimentos de vai-e-vem rápidos e fortes em mim mesmo com minha própria mão. Cheguei ao meu ápice em poucos segundos e gemi algo como um "Fran" no final. Aquilo foi bizarro e frustrante. Voltei a tentar tomar banho normalmente, mas minha mente não desviava de Iero. Eu nunca tinha me masturbado pensando em um garoto. Acho que eu não tinha nem me masturbado pensando na Lyn. 

                           XX

(Frank POV) 

-Frank... -Way sussurrou no meu ouvido -Você não se cansou tão rápido, não é meu amor? -falou arrastado -Nós nem começamos direito a brincadeira. -fez bico. 

-Eu nunca vou estar cansado pra você. -respondi cedendo aos seus caprichos e desejos. 

-Você tem noção do que acabou de dizer? -perguntou com uma careta quase obscena e um sorriso malicioso nos lábios -Você acabou de dizer que estará disposto a fazer amor comigo na hora que eu quiser. 

-Eu sei. -sorri bobo. 

-Tipo agora. -deitou-se sobre mim e começou a desabotoar minha camiseta. 

-Não! -o repreendi -Estamos no sofá da sala de casa. Quer que alguém nos veja? 

-Não te excita saber que alguém pode nos flagrar?! -falou escorregando o dedo indicador sem nenhuma pressão sobre minha barriga, arrepiando-me apenas pelo toque quente de sua pele contra a minha. Na verdade eu já estava louco de excitação. 

-Sim... Mas acho melhor pararmos porque seria uma situação muito constrange -Way me beijou intensamente interrompendo minha fala e me desarmando -Ou talvez não. -conclui e ele sorriu vitorioso. 

-Frank, você é um garoto muito esperto. Escolheu a opção correta. -desceu seus carinhos para minha coxa -Então vou te recompensar... -abriu o zíper de minha calca lenta e tortuosamente inclinando-se para meu membro em chamas. Ele ia mesmo fazer o que eu estava pensando? 

-Vou fazer o melhor sexo oral da sua vida está bem? -ele perguntou rindo convencido e eu apenas assenti com uma seqüência de arfadas de ar. Gerard terminou de tirar minha boxe e encostou seus lábios rubros na pontinha do meu "amiguinho" e...




-Frank! -minha mãe gritou -Acorde logo ou vai se atrasar. Você ainda tem que almoçar e a minha carona não vai te esperar. Quero você pronto em dez minutos!

-Droga... Foi só um sonho. -falei para mim mesmo espreguiçando-me. 

Abri os olhos e o relógio digital ao lado de minha cama indicava que era apenas vinte para uma da tarde. Eu iria para a casa do Synyster as duas, eu tinha tempo. 
Levantei-me com um protuberante volume nas minhas partes baixas denunciando que o sonho havia sido mesmo bom. 
Tomei uma ducha gelada e vesti uma roupa qualquer, afinal eu iria à casa de Synyster só para passar o tempo das minhas férias. 

Desci e almocei com a minha mãe em tempo recorde. Ela estava atrasada para o trabalho, já que era seu intervalo de almoço, eu sem pressa nenhuma. 
Fomos para o carro e percebi que ela não estava fazendo o caminho para a casa de Gates. Ao notar que eu estava em dúvida, ela logo lançou:

-Quero que pague umas contas para mim. É rapidinho e você ainda tem tempo. -estendeu um conjunto de contas para mim presas por um clipe -O dinheiro tá nesse envelope amarelo
que tá preso aí junto. 

Por causa de meus ótimos sonhos, eu andava de bom-humor. Mas a frustração da fantasia vinha à noite, quando me deitava na cama e abraçava o travesseiro querendo que fosse ele o tecido fofo em que eu me debruçava. 

-Tudo bem mãe. Pegou-me num dia bom em que pode me pedir qualquer favor. -sorri meigamente, eu realmente estava de bom-humor. 

-Que ótimo filho, quero que prepare o jantar hoje. -pediu sem perder a atenção ao volante. 

-Mãe, aí já é demais. -rolei os olhos -Coisas simples,certo? 

-Certo Frank. Não vou abusar porque dias como esse, em que não brigamos por motivos fúteis, merecem um jantar decente, com direito a torta de framboesa que você adora. 

-Você vai fazer mãe? -tinha certeza de que meus olhos brilhavam, eu amava aquela torta. 

-Vou, estou inspirada pra cozinhar hoje. -sorriu -Não viu que almoçamos panquecas de frango ao molho branco? 

-Estava ótimo. -a elogiei. Eu ainda tinha que fazer média com minha mãe para ela me ajudar com minhas noites fora sem meu pai encher o saco. 

-Fico feliz. -disse subindo com o carro na guia rapidamente, já estávamos em frente ao banco -Quando pagar tudo, vá para a casa de Gates a pé, não é tão longe daqui. Só quero que esteja em casa as seis certo? 

-Tá bem. -respondi abrindo a porta do automóvel -Tchau. 

Ela apenas sorriu e esperou eu fechar a porta para arrancar em direção do trabalho. Ela estava atrasada em quase vinte minutos.

O caminho entre a calçada e a porta metálica giratória foi um tanto estranho. Uma súbita falta de ar me ocorreu e tive a impressão de que o chão que eu pisava se movimentava como areia movediça. Respirei um pouco mais fundo e acabei aspirando juntamente com oxigênio, a fumaça preguiçosa que rodeava o cigarro de um senhor ao meu lado.

Passei pela porta de vidro, mas antes deixei meu celular, algumas moedas e meu iPod numa caixa de vidro para este fim. Pela agência se estendia uma longa fila de clientes. Peguei a senha número 312 e direcionei meu olhar para o painel eletrônico. O número que estava gravado era o 298, ainda havia quatorze pessoas na minha frente. 

Entrei na fila e coloquei meu iPod, o jeito era esperar. Não queria fazer a desfeita de não pagar as contas da minha mãe por simples preguiça de minha parte. Ela sempre se desdobrava com as minhas coisas e seria injusto ir embora sem realizar aquele favor simples.

Lembro-me de que estava ouvindo Misfits, quando o homem que não saía da minha cabeça adentrou na agência. Por um momento, achei que o forte ar condicionado tivesse afetado meus miolos, mas ele realmente estava lá. O filho mais velho dos Way era perfeito. Era como se ele pedisse para ser tocado apenas com olhar... E que olhar. 

Eu tive certeza de que adquiri todas as cores quando ele olhou para mim. Mandei o comando de sorrir para os músculos ao redor de minha boca, mas eles simplesmente não corresponderam. Fiquei o encarando por menos de dez segundos quando virei para frente quase sem ar. Encarei a nuca do homem a minha frente, mas minha concentração ainda estava no rapaz algumas pessoas atrás de mim. Sonhei com ele a semana toda -todos os sonhos muito picantes e impróprios - e quando o vejo em carne e osso, não consigo nem olhar para ele nos olhos e lhe dirigir um sorriso. Era como se eu congelasse quando o via. Ocorreu o mesmo no Ano Novo na casa de Ross, pensei em cumprimentá-lo, mas travava antes do segundo passo em direção a ele. 

Era dia quinze de janeiro, uma quarta-feira. Fazia algum tempo desde que eu não conseguia tirar aquele rapaz de pele alva e olhos verdes da minha cabeça. O pior é que nem o nome dele eu sabia. 

De repente um bipe ecoou e tirou-me de meus devaneios. Verifiquei que era minha senha e fui em direção ao guichê, porém, três folhas minhas caíram no chão e uma delas foi parar direto ao seu lado. Achei que aquilo tivesse sido obra de alguma daquelas ciganas de esquina, que prometem fazer amarração de amor e que em apenas sete dias, terás o amado aos seus pés esperando dar-lhe todo o amor puro e verdadeiro que guarda em seu coração. Não contive uma coloração carmim em minhas bochechas quando fui até ele que me estendeu sorrindo a folha. Não consegui pronunciar sequer um pequeno murmúrio. Apenas senti meus lábios se esticarem automaticamente e rumei para a atendente que me olhava impaciente por ter segurado a fila e a feito perder tempo. Entreguei-lhe as cinco folhas e notei que logo atrás dela, um pilar com um grande espelho se estendia até o teto. 

Fiquei espiando Way pelo reflexo e percebi que ele também me olhava, mas não tinha reparado que eu o secava. Comecei a imaginar-me tocando-lhe a face alva, acarinhando seu nariz delicado, pressionando meus lábios contra os seus...

-Senhor! -a atendente chamou minha atenção fazendo-me tirar meu olhar do ser perfeito dentro do banco e ter que encarar sua beleza inorgânica e seu cabelo oxigenado com raízes negras despontando -Senhor, à vista ou parcelado?

-Some tudo num único valor e, por favor, faça tudo à vista. -sorri. 

-À vista o senhor recebe dez por cento de desconto. 

-Certo. -destaquei o envelope e peguei o maço de dinheiro -Qual o total?

-Setecentos e vinte sete e quarenta quatro centavos. 

Contei a tal quantia e lhe entreguei. Ela recontou e então vi que para cada conta era impresso um recibo distinto. Grampeou cada filete de papel em sua respectiva conta e me entregou sorrindo:

-Tenha um bom dia. 

Sorri de volta e virei-me. O anjo de mármore ainda me encarava curioso e com um olhar convidativo. Novamente não tive coragem e não consegui nem direcionar-lhe um sorriso tímido. Saí do banco e pude sentir que seus olhos traçaram meu trajeto queimando minhas costas tamanha intensidade de seu olhar. 

Olhei no relógio e já passava das duas e meia da tarde, Synyster devia estar puto comigo por causa de meu atraso. 
Andei alguns minutos, talvez dez, quando parei em frente a uma casa branca com portão preto acinzentado. A arquitetura de sua casa parecia ter sido tirada de um livro de história romântica e coríntia. As janelas tinham um formato arredondado e sua base era retangular. Um pequeno e bem cuidado jardim se estendia até um segundo pavimento, a entrada da casa. Diversas espécies diferentes coloriam a área que era recoberta por uma camada de pelúcia verde. Subi os dois degraus e apertei a campainha. 

-Frank! -Gates me abraçou -Pensei que não viesse mais. 

-É? -disse saindo do abraço -Eu tive que fazer um favor pra minha mãe. 

-Sua mãe?! -riu -Desde quando Frank Iero faz favores pra mamãe?

-Hoje estou de ótimo humor, não estrague. 

-Ok. Vem, vamos entrar. -disse puxando-me para a sala de estar -Eu peguei uns filmes, não sei você vai querer assistir. 

-Qual?

-Um é terror e outro comédia. Vamos começar com terror?

Suspirei decepcionado em resposta. Sim, eu preferia assistir a um romance muito meloso bem agarrado ao filho dos Way. 

-Pode ser então. -concordei sentando no sofá. 

-Cara, o que tá acontecendo contigo? Tá indiferente comigo... Fiz alguma coisa pra ti?

-Não não Syn. Não tem nada a ver com você. 

-Com quem então?

Ponderei. Contaria a ele sobre minha obsessão e atração por um cara? Será que ele iria me odiar para sempre por preconceito? 

-Anda logo Frank. 

-Não sei se devo te contar. -falei colocando o filme do DVD. 

-Fico triste cara. 

-Por quê?

-Por não confiar mais em mim. -explicou -Sempre me contou tudo que acontecia contigo, até quando seu pai começou a freqüentar os alcoólicos anônimos... Isso é algo muito íntimo e você não hesitou em me contar. 

-É lógico que eu confio em você Syn! -lancei rápido -Você é meu melhor desde... Desde que me entendo por gente. 

-Então me conta. 

-Mas Syn eu...

-Frank Anthony Iero Jr. exijo que me fale agora. 

-Sabe que eu odeio que me chamem pelo meu nome inteiro... -resmunguei. 

-Exatamente. Me fale tudo agora. 

-Eu acho que to apaixonado... -falei hesitante. 

-Era isso que você não queria me contar? -riu -Que bobagem!

-Eu to apaixonado por um cara Gates. -falei sério. 

-Você é gay Franks? -indagou mais como uma afirmação, não tão surpreso quanto eu achava que ele fosse ficar.

-Não! -apressei-me em dizer -Eu gosto dele mas eu nunca fiquei com um cara... Então isso não me classifica como gay. 

-Em termos. -ponderou -Sempre desconfiei que você fosse. 

-Tá ok Syn, vamos parar de falar sobre isso. -pedi sem jeito -É um pouco chato... 

-E quem é esse cara? 

-Ele trabalha numa padaria perto de casa. 

-Ele pelo menos é bonito? -Gates apertou os olhos em dúvida.

-Ah sim... -suspirei retomando a memória para Way mais velho -Ele tem lindos olhos verdes, pele branquinha, traços harmoniosos... Eu tenho vontade de ficar olhando pra ele o tempo todo. 

-Espero que dê certo cara, mas só te peço uma coisa. -disse dando play no filme. 

-O que?

-Não dê uma de menininha e venha me contar suas relações sexuais com ele, eu não estou interessado. 

-Relações sexuais?! -perguntei rindo -Eu nem mesmo sei o nome dele, como vou te contar experiência sexuais com ele?

-Franks, só não conte está bem? 

-Ok. -então o filme começou e adormeci logo nos primeiro vinte minutos. Novamente sonhei com ele. 

(Frank POV OFF)


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Notas finais do capítulo

reviews?