The Bakery escrita por melisica


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Não tenho juízo mesmo ¬¬'



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Quinta à noite. Eu estava na aula da faculdade quando meu celular tocou no meio da explicação do professor. Ele estava na mochila, num bolso que eu não encontrava. O toque do Kings of Leon soava de forma ensurdecedora e incômoda pelo amplo salão de oratório e formava ecos ao meu lado. Eu estava desesperado a fim de encontrar o aparelho e não o encontrava. E para completar, a pessoa que me ligava era insistente.


-Mamãe tá ligando Gerard? -Synyster Gates, o cara popular da turma perguntou debochado.

-Sr. Way pode desligar o aparelho ou fazer o favor de atendê-lo lá fora? -Sr. Campbell, meu professor, pediu polidamente -E Sr. Gates, não o importune, caso não se lembre, seu celular também já tocou varias vezes durante a aula.

Gates apenas rolou os olhos e me olhou com uma olhar "você tá fudido hoje". Saí da sala com toda a atenção em mim e retornei para o número desconhecido que havia me ligado. Encostei-me na parede ao lado da porta verde que escondia a grande sala de oratório 28. Esperei três toques até que o dono da linha atendesse.

-Alô? -uma voz envergonhada sussurrou na outra linha.

-Quem é? -perguntei tentando arrancar mais palavras da pessoa que falava comigo -Diga rápido porque estou no meio do horário de aula da faculdade e...

-Me desculpe! -a voz logo se apressou em dizer -Eu sabia que você estava ocupado e continuei insistindo... De qualquer forma eu te ligo depois, pode ser?

-Ah não! -exclamei contrariado -Eu já atendi mesmo e levei uma bronca tensa do professor que estou pensando em matar os últimos minutos de aula... Você me fez um grande favor de me tirar daquela aula horrível. -a voz do outro da linha apenas riu suavemente -Ainda não disse quem é...

-Sou eu, Frank. O filho da Sra. Iero sabe? Eu fui na sua casa no sábado...

-Acha mesmo que eu fosse esquecer de você tão rápido? -me espantei com toda a identificação que o garoto se empenhou em dar -Só com Frank eu saberia quem era você. Pena que eu não reconheci sua voz seria mais divertido.

-Bem... Eu te liguei porque eu quero te perguntar uma coisa. -disse nervosamente e eu podia jurar de pés juntos que ele estava vermelho de vergonha ao falar comigo no telefone.

-Me deixa perguntar primeiro... -falei meio desconfiado -Como conseguiu meu número?

-Ah droga! -ele disse mais do para ele do que para mim -Você deve me achar uma daquelas menininhas ridículas, não é? Eu peguei com seu amigo, um cara branquinho com os olhos meio verdes e cabelo castanho meio comprido... William. -se explicou -Encontrei com ele no supermercado há dez minutos... Ele ficou me encarando daí lembrei que ele trabalhava com você. Então eu tive cara de pau de pedir seu número pra ele. Mas se quiser posso não te ligar mais. -finalmente concluiu quase sem ar.

-Frank, isso é uma conversa, não um depoimento policial em que você tem que se defender. -falei rindo do nervosismo do garoto -Acalme-se.

-Não consigo... -confidenciou baixinho -Na verdade, você é a única pessoa com quem eu fico desse jeito.

-Espero que seja mesmo, não suportaria a ideia de ter de te dividir com outras pessoas. -acabei falando demais, mas foda-se -Onde você está?

-No supermercado ainda, por quê?

-Você me espera quinze minutos? Eu posso pra aí...

-Não! -o tom de sua voz saiu hesitante -E a sua aula?!

-Eu não to a fim de ver aquele velho gordo falando um monte de coisas inúteis. Eu quero ver você falando coisas "legais" pra mim. -dei ênfase ao sentido duplo do "legais" da frase -Me espera ou não?

-Eu tenho outra opção? -indagou em meio ao barulho que se formava no ambiente.

-Não. -respondi preciso.

Desliguei o aparelho quando o sinal tocou anunciando os dez poucos minutos de intervalo. Quando o professor saiu, fiquei parado atrás de um vaso e quando a sala esvaziou, peguei minhas coisas discretamente e fui saindo pela tangente para que ninguém notasse minha falta. Eis que quando estou no corredor equilibrando as cinco apostilas teóricas, Synyster Gates bloqueia minha passagem.

-Matando aula boneca? -perguntou segurando meu rosto com força -Vai pra casa da mamãe ou encontrar seu namoradinho viadinho?

-A segunda opção, meu caro. -fiz o número com os dedos rindo ao lembrar que meu "namoradinho viadinho" era amigo dele.

-Então admite que é viadinho? -riu soltando meu rosto -Cara isso é nojento.

-Não é não, eu juro. -juntei as mãos em juramento -Qualquer dia você faz um ménage à trois com a gente. Eu prometo que te chamo. -sorri.

-Você tá querendo morrer seu filho da puta? -cerrou o punho.

-Então eu te ensino como faz pra chupar. Tem toda uma técnica no vai-e-vem e... -ignorei sua ameaça anterior.

-Cala a boca seu desgraçado! -gritou fazendo com que toda a atenção das pessoas se voltasse a nós -Você e esse seu namoradinho são dois nojentos! -falou se retirando -Nunca mais dirija uma palavra a mim.

-Como se eu quisesse... -rolei os olhos e caminhei até o portão. Passei meu crachá e peguei meu carro.

Cheguei ao supermercado em tempo recorde mesmo com todo aquele tumulto na faculdade e o pouco trânsito na interestadual. Deixei minha mochila no carro e andei apressadamente até o estabelecimento.

Andei olhando por entre os corredor em busca do menor. O encontrei perto da seção de pães, achei uma total ironia, mas relevei. Ele estava encostado à vitrine de doces, distraído lendo a revista de ofertas quando cheguei por trás dele e dei-lhe um beijo estalado em seu pescoço. Seus pelos se arrepiaram no mesmo momento em que minha boca encostou no local.

-Gerard? -ele perguntou sem se mover e eu o envolvi num abraço, passando meus braços em volta de seu corpo.

-Estava esperando mais alguém? -perguntei mordendo o lóbulo de sua orelha.

-Não.

-Espero que continue assim. -sorri virando-o para mim -Vou ganhar um beijinho?

-Mas aqui...? -ele parecia muito constrangido -Tá cheio de gente e...

-Vem comigo? -perguntei estendendo-lhe minha mão que ele logo juntou a sua -Tem um lugar secreto aqui sabia? -falei observando sua expressão meio curiosa meio assustada.

Andamos até o último corredor, o corredor de bebidas. Uma porta balcão submarino cinza de plástico se estendia ao lado das diversas cervejas e o arrastei para lá.

-Eu me perdi da minha mãe uma vez quando eu tinha onze anos e vim parar aqui... Não é demais? -disse mostrando-lhe o estoque vazio e com meia-luz

-É sim. - respondeu mordendo o lábio -E é vazio. -disse arregalando os olhinhos cor de avelã olhando para os lados -E escuro.

Eu não conseguia desviar minha atenção de seus olhos e de seus lábios. O abracei e ele sorriu encostando sua cabeça em meu peito.

-Posso te beijar? -perguntei cauteloso.

-Não precisa nem perguntar. -e logo colou seus lábios nos meus, apenas os acariciando de leve, num carinho inocente.

Ficamos naquele carinho até meu desejo falar mais alto. Deixei minha língua escorregar por seu lábio inferior e ele ofegou baixo. O segurei firmemente pela cintura e me permiti mergulhar minha língua em sua boca, entrelaçando à de Frank.

Ele segurava meus cabelos com a mão direita enquanto sua mão esquerda deslizava pelo comprimento de minhas costas até chegarem à barra da camiseta. Seus dedos quentes e finos brincavam com a pele de meu quadril arrepiando-me. Logo atrás de Frank, uma grande pilha de roupas de moletom dobradas se formou e o deitei desajeitado e lentamente sobre as peças.

Ele apertou o abraço me acomodando gentilmente sobre si e
deu-me uma série de beijinhos pela bochecha, pelos olhos, pelo maxilar, abaixo da região dos olhos acompanhados de pequenas risadas no meu ouvido. Era o ser mais doce e carinhoso do mundo. Minha vontade de beijá-lo ferozmente se esvaiu diante daquelas caricias ingênuas. Meu desejo de somente abraçá-lo e mantê-lo somente naquele calor e troca de olhares significativos foi maior.

Ele sorria enquanto afundava seus dedos em meus cabelos, do mesmo modo que se acaricia um animalzinho de estimação, com cuidado e paciência. Contornei seus traços com a ponta do dedo indicador e ele fechou os olhos imerso em seu pequeno deleite. Passei seus dedos pelo contorno de seus lábios e desci em direção à tatuagem de seu pescoço, um escorpião.

-Por que dessa tatuagem? -perguntei ainda contornando o desenho do animal.

-É meu signo, sou de escorpião... -virou seu rosto para mim -Não que eu acredite muito nesse tipo de coisa, mas eu sempre tive um fascínio sobre esse animal.

-Interessante... -cocei o queixo em dúvida -Eu sou de Áries, eles combinam?

-É como eu disse, eu não sei. Não pesquiso sobre esse tipo de coisa. -ele sorriu se levantando -Já são nove horas, eu tenho que ir embora, minha mãe vai ficar louca sabe? Eu só vim comprar umas duas coisinhas que eu precisava pra amanhã...

-Quer que eu te leve pra casa? -sugeri pondo-me de pé ao seu lado -Eu to de carro.

-Não, imagina. Eu moro a quinze minutos daqui, vou andando. -sorriu recusando delicadamente.

-Está fugindo de mim Frank Iero?

-É lógico que não... -apressou-se em dizer -Só não quero dar trabalho pra você.

-Desde quando isso me daria trabalho?

-Você tem que desviar do caminho da sua casa e... -o interrompi colocando meu indicador sobre seus lábios.

-Frank, você dificulta muito. Deixa eu te levar está bem?

-Tá... -concordou com um suspiro.

-Vem, vamos pagar o que você tem que comprar. -o puxei de volta para a loja e fomos para o caixa.

Pagamos e nos dirigimos ao meu carro. Eu sentia que ele estava um pouco apreensivo e desconfortável quando entrou no carro. Não falamos nada muito relevante no caminho em que ele me indicava para sua casa. Chegamos em frente a uma casa azul com portões brancos. Um pequeno canteiro de flores amarelas adornava o trajeto até a porta.

-Bem, obrigado. -ele disse soltando o cinto sem olhar em meus olhos.

-Não está com vergonha de mim, não é? -perguntei segurando sua mão enquanto desligava o carro.

-Não... Quer dizer um pouco. -apertou os lábios -Estou.

-Que bobagem Fran... -dei-lhe um selinho e ele ficou vermelho em segundos.

-Gerard, eu queria te perguntar uma coisa, mas se não quiser não tem problema nenhum, eu entendo.

Eu assenti com um sorriso esperando ele falar.

-Quer ir no show do Kings of Leon comigo? -seu rosto ardeu em chamas -É que eu não conheço ninguém que está disposto a ir comigo e eu pensei que você pudesse ir. Mas você vai ter de faltar na sua aula e eu acho que isso pode te prejudicar e...

-Pra quem é tímido você tem muita iniciativa... -brinquei com seu cabelo -Mas é claro que vou com você, posso não ser mais tão fã, mas eu ainda gosto de Kings. E quanto à aula... Eu recupero depois, sem problemas.

-Que legal! -seus olhos brilhavam -Eu já tenho os dois ingressos, o show é as dez a gente podia se encontrar umas sete pra irmos juntos, tudo bem?

-Já tinha os dois ingressos?

-Ah! -ele corou -Eu tava pensando em te chamar pro show desde o dia em que você me disse que gostava do Kings lembra?

-Claro que lembro, mas se eu não aceitasse o que você faria com o outro ingresso?

-Provavelmente eu faria um amigo meu ir comigo.

-Você é muito espertinho... -falei rindo e ele corou novamente -Vai me dar um beijo de despedida?

-Você parece adorar me fazer ficar vermelho.

-Você fica lindo vermelho. -confidenciei me aproximando dele e o beijei com ferocidade -Até amanhã, eu te ligo na hora que eu for te pegar.

Admito, percebi que ele gelou ao pensar na outra conotação para o "te pegar".

-Bem, tchau. -saiu do carro e eu fiquei esperando ele entrar em casa para seguir para a minha.

XX

Sexta de manhã eu estava no maior tédio. Na verdade, minha cabeça estava era na sexta à noite. Eu estava simplesmente rezando para o meu expediente acabar. E quanto mais eu queria que acabasse logo, mas parecia que ele se arrastava devagar como o caramujo mais lerdo do universo.

O movimento estava fraco naquele dia e eu passei o tempo na cozinha conversando com o casal mais estranho do planeta: Spencer e Jon. Meus pais não sabiam da relação dos dois - que não era nada discreta - e achávamos melhor dessa forma. Na maioria das empresas, há uma política que não permite o envolvimento de funcionários e no estabelecimento do meu pai não era diferente.

Talvez eu nunca tenha explicado com a padaria do meu pai funciona, portanto vou explicar. Meu pai não tinha uma daquelas padarias de esquinas, era uma padaria grande, que a noite funcionava como vamos dizer... Pizzaria e lanchonete. Ela abria às seis e meia da manhã, fechava as sete, tinha uma pausa de uma hora para limpeza e reabria as oito. Eu nunca tinha trabalhado no período noturno até numa noite de minhas férias em que o movimento estava tão grande, que mesmo com seus quinze funcionários, meu pai teve de chamar eu e o Mikey para ajudar. Foi nesse dia que eu conheci o Jon e o Brendon. Os dois eram garçons e nem conversavam direito. Então, numa pausa entre um pedido e outro, Jon acabou por conversar comigo. Perguntou meu nome e se eu era novo no emprego. Quando eu disse que era filho do Sr. Way, o dono, ele ficou um pouco sem-graça por ter ousado puxar assunto com o filho do chefe, mas eu não achei nada de mais, porque se eu fosse um daqueles filhinhos mimadinhos de papai riquinhos, nem trabalhando eu estaria.

Depois do expediente, devia ser algo perto da uma da manhã daquele mesmo sábado, quando Jon me chamou para irmos num barzinho ali perto com mais dois funcionários, Adam e William. Estávamos quase virando a rua quando vi que Brendon, o outro garçom, estava parado no ponto de ônibus. Cheguei perto dele e o convidei para de juntar a nós. Ele aceitou de primeira e me agradeceu por "salvar sua noite".

Então no caminho, liguei para Spencer, um amigo meu desde o colégio, que devia estar saindo da faculdade de gastronomia, para ir até barzinho jogar conversa fora e beber umas cervejas. Ele topou e disse que estaria no local em uma meia hora.

Pegamos uma mesa de seis lugares e começamos a falar de qualquer coisa. Lembro que discutimos de futebol à política. Mas o que me fez suspeitar de certas coisas, foi não chegarmos no assunto "mulher" numa roda de homens bebendo, o que seria de praxe.

Cada um falou sobre sua vida, de seus desejos, de tudo. Lembro-me até de termos xingado meu pai quando falávamos de trabalho. Jon estava muito normal até que Smith chegou. Recordo de como seus olhos grudaram no loiro e de como quase o comia com os olhos. Não sei se só fui eu quem notei ou se ninguém se manifestou para o clima não ficar estranho, mas Jon estava praticamente enfeitiçado por Spencer.

No resto da semana, por não ter nada para fazer e para encontrar meus mais novos amigos, continuei indo à padaria no turno da noite. Quando conversava

Por um milagre, no momento, a padaria estava precisando de um padeiro e Spencer cursava gastronomia e estava se especializando em panificação. Na mesma semana, ele fez teste - e claro com um empurrãozinho meu - e conseguiu o emprego. A única coisa que recordo foi que quando contei a Jon que Spencer trabalharia lá a partir da próxima semana, seus olhos brilharam.

Foram poucas semanas de convivência e trabalho juntos para que Jon chamasse Spencer para saírem sozinhos. Lembro-me de quão nervoso Smith ficou por causa desse encontro e de quantos "Eu estou bem com essa roupa?" tive de ouvir naquele sábado à noite. O fato é que Spencer é muito perfeccionista no que faz o que chega a ser tanto uma qualidade como um defeito. Ele quer que tudo seja tão perfeito, que começou a brigar com Jon por motivos que nem eu acreditava. Talvez rolasse muito amor entre os dois - principalmente pela parte de Jon - por nunca terem terminado. Walker tinha um jogo de cintura incrível e nunca se irritava de verdade com o loiro, só irritações momentâneas.

Apesar dos apesares, eles se amavam demais. Era como se um tivesse sido feito para o outro. Eu podia ver como os olhos de cada um brilhavam falando um do outro, de como sentiam o que o outro sentia, de como se respeitavam, de como eram fiéis, de como não mantinham segredos um com o outro, de como aproveitavam a companhia que faziam um ao outro, de como planejavam um futuro mar-de-rosas para eles, de como se abraçavam com ternura e das poucas vezes que presenciei, de como se beijavam com carinho. De como não precisavam de mais ninguém, um completava o outro, como yin e yan. Já havia se passado quase três anos desde que eles namoravam e para provar seu amor pelo loiro. Jon havia feito um curso técnico em confecção de doces.

Também fazia uns três anos e meio que eu era amigo de todos esses caras que considero minha segunda família. Cada um tinha um espaço no meu coração. Spencer era o meu companheiro de sempre, daqueles que eu podia contar para tudo, desde desabafar até para ir comigo num show de alguma banda que ele odiasse só para me fazer companhia. Jon era meu amigo para conversar sobre qualquer coisa, o piadista, o que nos distrai dos problemas que viessem à mente. Brendon era o nosso amigo "balada grátis", se fosse ouvida a palavra festa, tenha certeza de que ele estaria nela. Adam era a máquina da verdade do grupo, era o cara que sabia quando estávamos mentindo. Era o cara em que podíamos realizar teste para saber se a mentira criada funcionaria. Já William era o amigo quebra-galho, aquele que se pode pedir qualquer favor que ele cumpriria de bom grado e era o mais cara de pau de nós.

Mas voltando ao presente, o tempo se arrastava enquanto eu ajudava Smith e Jon a raspar uma barra de chocolate para um pavê que fora encomendado.

-Então, como vai ser sua noite com o pirralho? -Spencer perguntou rindo enquanto decorava com chantilly um bolo de morango que parecia estar divino.

-Pedofilia é crime Gee, só pra te avisar. -Jon comentou gargalhando pondo duas massas de bolo em formas redondas no forno.

-Se não se lembra, quando você começou a namorar o balofo do seu namorado, ele só tinha dezessete e você já tinha uns vinte e três. -falei apertando os olhos para ele.

-Eu não sou balofo! -chiou o loiro sem tirar sua concentração de sua tarefa.

-Não é balofo não meu amor, e mesmo se fosse, eu ainda iria amar você. -Jon interviu dando um selinho rápido em Smith que ficou com as bochechas fortemente coradas.

-Se vocês ficam trocando beijinhos quando estou aqui, imagina quando não estou... -insinuei rindo e despejando o conteúdo que eu havia raspado numa pequena panela que Jon logo colocou para derreter no fogo -E eu ainda acho o Spencer balofo. -conclui rindo e vendo o loiro ficar vermelho de raiva.

-Mas como você é chato Gerard! -Jon deu um tapa leve na minha nuca -Você não é gordo meu amor, eu te acho muito lindo e fofo do jeito que você é. -falou olhando para Spencer.

-Tá vendo! -o loiro levantou o olhar para nós -Até você me acha gordo. Me chamou de "fofo" por que?

-Eu não quis dizer isso Spencer, você sabe. -Walker se defendeu.

-Não fale mais comigo, tá tudo terminado! -Spencer decretou arrumando com perfeição o bolo -Aonde já se viu... Até meu EX-namorado me acha gordo. -deu ênfase ao "ex".

-Spencer, bem menos meu amor. -Jon disse rolando os olhos -Você não é gordo.

-Meu amor uma pinóia! -o loiro bufou irritado -Acabei de terminar com você ou ainda não percebeu?

-Você não terminou comigo, você nunca conseguiria fazer isso comigo Spence. -Walker falou mordendo o lóbulo de Smith -Quando você acha que eu sobreviveria sem poder olhar nos seus incríveis olhos azuis, sem poder acariciar seus cabelos loiros macios, sem poder tocar seu rosto lindo e sem poder beijar seus lábios perfeitos hm? -falou beijando de leve o pescoço do namorado.

-Nunca é claro. -Smith falou maneando a cabeça para ambos os lados, ponderando -Mas eu consigo viver numa boa sem olhar nos seus olhos caramelo brilhando quando me vêem, sem acariciar seus cabelos castanhos cheirosos depois do banho, sem tocar sua pele macia e sem beijar essa sua boca deliciosa.

-Ah sim... Claro que sim. -Jon falou se distanciando fingindo ter acreditado. Parou ao meu lado e começou a mexer o chocolate para derretê-lo. Então sussurrou baixinho só para que eu ouvisse:

-Em cinco minutos ele pede desculpa, é sempre assim...

Não se passaram nem dois minutos e Smith começou a falar:

-Ah Jon... Me desculpe? -pediu -Eu sou um idiota, eu sei.

-Não meu amor, você não é um idiota. Só é um pouquinho cabeça-dura. -fez a medida com os dedos -É claro que eu te desculpo. -e infelizmente vi um beijo muito meloso deles.

-Mas que coisa melosa, deus que me livre! -conclui despejando o resto de chocolate na panela.

-Espero que o Frank seja muito meloso com você. -Spencer falou rindo -Olha à hora, você não deveria já estar saindo daqui, indo pra sua casa, tomando um banho e indo buscar o Frank? -perguntou.

-Nossa, é verdade! -olhei o relógio e tempo havia passado com um estalo, já eram cinco e meia e havíamos combinado que eu passaria em sua casa as sete.




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Notas finais do capítulo

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