Nossos Caminhos escrita por Gil Haruno


Capítulo 25
Nossos Caminhos


Notas iniciais do capítulo

Gente, desculpem pela demora do capítulo, e muito obrigada, de coração, por ler mais uma história minha. ÇÇ
São 116 favoritos, 647 reviews, 180 leitores, e 7 recomendações.
Muitos eu não conheço, outros conheço e desde sempre me acompanham.
Queridos, obrigada a todos e sucesso para todos nós! Sempre!
Beijos, beijos!



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Depois de ter descansado quase toda à tarde, acordei empolgada, pensando como seria o jantar, e o que Ino me diria depois que Gaara a pediu em namoro.

Enfim, eu estava pronta, e sinceramente não me lembro quando foi que passei tanto tempo na frente do espelho.
Apesar do longo tempo de produção, eu estava, razoavelmente, bem produzida. Acabei optando por usar um vestido preto tubinho, tomara que caia, e uma sandália preta, oito centímetros de salto. Deixei o cabelo solto, repartindo-o desordenadamente, e por último a maquiagem, resumida em batom e rimel.

Quase pronta!Agora só faltava escolher a bolsa, a parte mais fácil depois da maquiagem, e encontrar meu celular que começou a tocar, justo quando eu estou mais agitada que ele!

–Oi, Paty.

–Animada para hoje à noite?

–Empolgadíssima, meu amor! – peguei a bolsa e joguei dentro dela tudo o que eu precisava. –E você?

–Você me conhece, não é? – rimos juntas. –Eu te liguei para saber o que você vai usar.

–Preto. Aquele vestido tubinho que você avistou na vitrine a cinquenta metros de distância. Lembra-se dele?

–Como eu ia me esquecer de uma divindade como essa?

–Pois é. Já estou dentro dele, e quase de saída.

–Já?

–Que horas você pensa que são, Paty?Sasuke não te disse que estaríamos lá às sete?

–Ele disse, e eu já estava começando a me arrumar, mas Gaara chegou e me pegou de surpresa!Eu não sabia que o ruivinho foi convidado também.

–Ah! – mordi a língua para não dizer a ela que Gaara e Sasuke combinaram o jantar por pura estratégia. –Eu também não sabia, mas Sasuke me disse logo quando cheguei.

–E, por falar no sensei, ele não para de nos surpreender.

–Do que você está falando?

–Eu não posso dizer nada, pois logo, logo estaremos sentadas na mesma mesa, daí é só deixar as coisas acontecerem.

–Você está me enrolando, Paty.

–Olha, eu tenho que desligar, então...

–Tudo bem então, mas você perdeu a chance de está mais informada sobre o propósito desse jantar, e não tem nada haver com a gente, é entre você e Gaara. Bem, agora vou desligar.

–Por favor, Sakura! – choramingou como sempre fazia quando queria algo. –O que Gaara planeja?

–Sasuke vai me matar se souber que abri a boca.

–Você não vai se arrepender se falar.

–Tá bom, mas prometa que você vai agir normalmente, como se nada estivesse acontecendo.

–Fala logo!

Ela quase berrou no meu ouvido, e ainda estou mega dividida se posso ou não abrir a boca. Mas, ela sabe de algo que eu não sei, e que estou louca para saber, não é?Nesse caso, nada mais justo.

–Gaara vai te pedir em namoro. Agora fale o que Sasuke está planejando fazer.

Disse autoritária, ansiosa por saber do que se tratava, mas escutei um barulho forte de coisas caindo no chão, e um ruído horrível no celular.

–Ino?Ino, você está aí?

Sakura está pronta?

Desliguei o celular, e o guardei na bolsa, depois corri até a porta. Respirei fundo antes de abrir, e ligeiramente passei as mãos pela cintura, certificando-me de que tudo estava perfeito.

–Estou sim.

Abri a porta, e encontrei Sasuke encostado à parede, de frente para meu quarto, olhando-me de cima abaixo sem o menor pudor.
Corei ligeiramente, sem conseguir conter a excitação que se desenrolou dentro de mim, tão desapropriadamente.
Sasuke estava como eu nunca o vi antes. Mais sexy, provocativo, e completamente sedutor. Ele usava uma camisa clara de listras, um colete preto, e adequadamente uma gravata preta de listras largas. E, estranhamente, vestiu uma calça jeans de lavagem simples, e um sapato de aparência surrada.

–Irresistível... – murmurei me aproximando. –Você se produziu todo por minha causa?

–Você não está pensando que passarei o resto dos meus dias usando terno e gravata, não é? – balancei a cabeça afirmando que sim. –Pois trate de apagar esse pensamento de sua cabeça, Sakura. Além do mais, minha namorada não ficará muito à vontade se o namorado dela não for flexível.

–Com você, eu fico à vontade de qualquer jeito. – e ele me arrastou pela cintura. –Menos ao ser agarrada no corredor, correndo o risco de sermos pegos. – disse me livrando dele, o que o fez rir.

–Você está linda.

–Fico feliz que você tenha gostado.

O telefone tocou, quebrando o clima que voltara a esquentar entre nós.

–Vou atender.

–E eu vou pegar minha bolsa.

Voltei ao quarto às pressas, pegando a bolsa em cima da cama, e ao virar para a porta deparei-me com Sasuke.

–Quem era?

–Gaara. – ele me deu passagem, e andamos juntos até o carro, onde meus tios já nos esperavam. –Parece que eles vão se atrasar um pouco, ou se Ino não se sentir bem devemos prosseguir com o jantar, sem eles.

–Mas o que aconteceu? – parei, preocupada, relacionando o mal estar de Ino ao barulho no celular.

–Ele encontrou-a desmaiada.

–Argh! – murmurei alto, impressionada com a disposição de Ino para ser tão dramática. –Eu sabia que ela ia aprontar.

–Como assim? – perguntou Sasuke, enfiando as mãos nos bolsos.

–É que eu conheço Ino tão bem que às vezes me espanto. – prendi o riso ao imaginar a cena, pensando como iríamos agir quando eu a encontrasse.




X*X*X*X*X*X*X*X






Chegamos ao restaurante e, enquanto Sasuke conferia a reserva, fiquei observando, minuciosamente, cada detalhe dentro daquele lugar.



–O que aconteceu com Gaara e sua amiga?Pensei que eles jantariam conosco.

–Sim, tia, mas aconteceu um imprevisto.

Sasuke se juntou a nós, e fomos levados até a mesa.

Fomos guiados a subir um lance de escada, indo ao segundo andar, ao lado da grande janela de vidro onde era possível sentir o cheiro das árvores de cerejeira, no lugar mais privilegiado do restaurante.
A vista era impecável dali, tornando o programa romântico e inesquecível, como imaginei que seria sempre que passava por ali por perto.

–É impressão minha ou você está encantada?

Olhei Sasuke, sentado a minha frente, e sorri como uma boba.

–Encantada e boba. – respondi fazendo-o sorrir, e ao longe escutei uma voz muito familiar.

–Já os vi. Obrigada.

E toda sorridente, ao lado de Gaara, Ino se aproximou da mesa.

–Boa noite.

–Boa noite. – nos cumprimentamos.

–Sentem-se, por favor. – disse tio Fugaku indicando os lugares.

–Você está bem, Ino?

Perguntei com sarcasmo, fixando o olhar como se eu tentasse lhe dizer algo.

–Estou sim. – se sentou. –Nunca pensei que eu desmaiaria em cima da hora de ir a um jantar. – todos riram. –E, por falar nisso, será que você pode me acompanhar ao toalete, Sakura?

–Claro. Não vamos demorar. Com licença.

Andávamos rumo ao banheiro, e não deixei de comentar a roupa que Ino usava. O vestido era de tecido leve, cor roxa; na altura dos joelhos, corte em V, marcado na cintura, e costas nuas.

–Você caprichou.

–Obrigada. Apesar de eu ter desmaiado e me arrumar às pressas, a produção é bem válida. Graças a você eu quase enfartei no meio do quarto.

–Não tenho culpa se você é tão tapada! – algumas mulheres passaram por nós, e discretamente lançaram olhares de curiosidade. –Bonita noite, não acha? – indaguei sarcástica, fazendo que elas se apressassem. –Mas o que deu em você para desmaiar depois de ter ouvido algo tão... normal?

–Normal?Gaara vai me pedir em namoro. Não tem nada de normal nisso!

–Eu acho que ele ia te pedir em namoro. – ri. –Mas você ia me falar algo. Agora que estamos aqui, desembucha.

–Nada que você não saiba. – pacientemente Ino abriu a bolsa, pegando batom e rimel, retocando a maquiagem impecável. –Sasuke vai oficializar o noivado, hoje à noite.

–Na frente de todos? – perguntei surpresa.

–Mas é claro. Se seus pais estivessem aqui seria a coisa mais certa a fazer. Como eles não estão, o sensei quer fazer bonito para os pais dele.

–Estou surpresa, e nervosa... um pouco.

–Vamos voltar então. Estou muito ansiosa!

Voltamos à mesa, o prato de entrada estava sendo servido.

–Eu estava perguntando a Sasuke se vocês pretendem ficar aqui depois do casamento. – comentou tia Mikoto delicadamente.

–O que ele decidir está ótimo. – sentei-me ao lado de Sasuke, que me observava.

Talvez não conseguíssemos se lembrar de quantos assuntos falamos, mas eu conseguiria dizer, detalhadamente, quantas vezes, Ino olhou Gaara e suspirou fundo.
A ansiedade nela era quase incontida, o que me fazia pensar como ela reagiria quando ele a pedisse em namoro, ali mesmo, ou em qualquer outro lugar. Vou torcer por Ino, sempre, e esmagar, como estávamos fazendo dia após dia, as diferenças bobas e indefinidas que criamos.

Seja muito feliz, Paty, e não se esqueça de que pontas duplas acabam com o cabelo. ‘

Sorri observando-a, e por momentos ela também me observou, até seu rosto ficar sério, depois sorriu, contagiando-me.

–E como está a parceria de vocês? – perguntou tio Fugaku olhando de Gaara para Sasuke.

–Por enquanto, estamos analisando projetos, investimentos... Só assim poderemos entrar com o capital, que é a parte mais complexa. – disse Gaara.

–E é muito caro esse capital? – perguntou Ino.

–É um valor um pouco alto, por isso deve-se ter um bom planejamento antes de investir qualquer quantia. – disse Sasuke.

–E vocês pretendem pedir empréstimo ao banco? – indaguei pensativa.

–É o único jeito. – respondeu Sasuke.

–Talvez não seja preciso. – disse chamando a atenção de todos, principalmente de Sasuke e Gaara. –Meus pais me deixaram um bom dinheiro no banco, não é?

–Nem pensar! – disse Sasuke. –O dinheiro é seu, então...

–Se o dinheiro é meu devo investir da melhor forma possível. – falei interrompendo. –E, não estou arriscando meu pescoço porque vamos nos casar, mas porque quero multiplicar o que tenho. Vocês entram com a administração e mão de obra, eu entro com o capital da empresa. Então?Aceitam a sociedade?

Sasuke e Gaara se entreolharam, aparentemente surpresos, enquanto eu esperava, independente do que eles decidissem, a resposta.

–Vamos pensar no assunto, mas não te prometo nada. – Sasuke queria disfarçar, mas se mostrava tentado pela proposta.

–Já é um bom começo. – respondi arrancando risos de todos.

Levei a taça à boca, sentindo a garganta seca depois daquele breve discurso, que havia me deixado levemente ansiosa, e sem muito perceber achei que tinha algo brilhando no fundo dela.

–O que foi, Sakura? – perguntou Ino, olhando-me curiosa.

–Não sei, mas acho que tem... – olhei de novo o fundo da taça. –Você não fez isso. – sorri olhando Sasuke que fez pose de sonso. –É um anel.

–Puxa ele logo! – falou Ino, já eufórica.

Peguei o garfo e o mergulhei no champanhe, trazendo o anel do fundo da taça.

É lindo. – murmurei.

Vários homens se posicionaram em frente a nossa mesa, e com seus violinos balançaram os corações de todos os presentes.

–Sakura... – Sasuke se ajoelhou, segurando minha mão, fazendo que meu coração batesse no peito como se a qualquer momento fosse atravessar minha pele. –Nunca passou por minha cabeça vê-la como a futura mulher que eu ia me apaixonar um dia, tão pouco me casar. Mas esse dia chegou, como você previa. – sorrimos juntos, lembrando das vezes que eu o tirava do sério por falar algo tão sem sentido. –Nesse exato momento o que eu mais quero para minha vida, é te trazer para dentro dela, sem mais questões. – sorri, respirando fundo para não chorar. –Case-se comigo.

Inclinei-me, depositando um beijo na testa dele, e firmemente apertei sua mão.

–Claro que sim.

Fomos ovacionados por dezenas de pessoas que nos assistiam, maioria delas, mulheres, aos prantos.

–Pai, mãe – Sasuke virou-se para os pais. –Eu vou cuidar muito bem dela.

–Ainda é um pouco difícil para sua mãe e eu aceitar o relacionamento de vocês, por que mesmo Sakura não tendo o sangue Uchiha em suas veias, meu irmão a criou. – por um breve instante tio Fugaku ficou pensativo. –Bem, não podemos entender os caminhos da vida, então só nos restam desejar felicidade aos dois.

–Um blinde! – disse Ino no ápice da alegria, e ergueu o copo. –A felicidade!

A felicidade!

Gaara se virou para Ino, chamando nossa atenção, e eu podia jurar que logo, logo ela desmaiaria novamente.

–Eu ia te pedir em namoro quando estivéssemos a sóis, mas é quase impossível não ser romântico nesse lugar. – ela sorriu. –Você quer...

–Claro que eu quero namorar você!

E foi assim que o jantar prosseguiu... Depois de Ino enlaçar o pescoço de Gaara e lhe dar um beijo que fizeram meus tios corarem.
Por um breve instante tornei aquele momento só meu, e como se mais nada existisse, apreciei o anel no meu dedo, e não houve um só milímetro do meu corpo que não vibrasse de emoção.
Sorrateiro Sasuke se inclinou, rapidamente cochichou no meu ouvido, fazendo-me corar. ‘ A noite está apenas começando. ‘ Olhei o rosto dele, passivo como de costume, e sorri. ‘ Eu o proíbo de bater na porta do meu quarto. ’ Ele sorriu. ‘ Terei controle sobre meu corpo até o dia do casamento, já que a terei na minha cama todas as noites, principalmente nas noites frias. ‘ Sorrimos juntos, compartilhando o mesmo desejo intenso, a mesma alegria... E, naquela noite, tudo foi tão perfeito quanto nos meus sonhos.




XXXXXXXXXXX






Dois meses depois...





Muita coisa mudou nos últimos meses.
Infelizmente, ainda sou colegial e vou todos os dias para a escola. Mas essa não é a parte que mudou na minha vida, para falar a verdade, é a parte que mais me deixa entediada.




Faz exatamente um mês que meus tios estão nos fazendo companhia, tudo por que o casamento está muito próximo, e não há um dia sequer que minha tia não me deixe louca. Ela me leva à costureira todos os dias, fazendo-me provar o mesmo vestido, fofocar com as mesmas pessoas, e me obriga a fazer dieta sempre que ela acha que estou me entupindo de coisas doces.
Como se não fosse difícil sobreviver à ditadura dela, Sasuke tem que enfrentar o sensor antepassado do tio Fugaku. De fato, jamais os desrespeitaríamos, até por que nem nos casamos ainda, mas está se tornando cada vez mais complexa andar naquela casa e deixar uma única oportunidade escapar. Não sei quantas vezes quase fomos pegos aos beijos por eles.

Tenho dividido meu tempo entre a loja e a escola, e ainda tenho que suportar os ataques histéricos de Ino, desde que Gaara a pediu em namoro.
O que posso dizer ou pensar sobre eles?Talvez eles sejam o casal mais quente de toda a cidade, ou o mais desavergonhado. Pode parecer exagero meu pensar assim, mas é constrangedor está com eles em lugares de privacidade. Enfim, agora posso dizer que Ino está realmente feliz, e madura. Parece engraçado, ainda mais se tratando de alguém tão Barbie como ela, mas isso resume, perfeitamente bem, o quanto ela tem mudado, embora continue sendo uma patricinha.

Sentei-me na calçada, em frente à escola, esperando Sasuke que havia prometido que hoje almoçaremos juntos. Não sei se devo acreditar mesmo nisso, mas não me custa nada esperar.
Acho que eu já disse que estamos cada vez mais apaixonados, mas tenho quase certeza de que me esqueci de comentar que, ultimamente, temos nos vistos muito pouco, mesmo dividindo o mesmo teto. Tudo por causa da empresa, e seus planejamentos inacabáveis. Mas tudo bem. Logo, logo nos casaremos e, quem sabe até, nos enjoamos um do outro; nem mesmo se tentássemos.

–O que você está fazendo sentada aqui?

Perguntou Ino, olhando-me confusa, e só agora eu tinha me dado conta de que só restávamos nós duas em frente o portão da escola.

–Estou esperando Sasuke. Combinamos de irmos almoçar juntos. E você?Pensei que já estava a caminho da loja.

–Fiquei para conversar com o professor de Química, sobre meu trabalho superatrasado.

–Eu te avisei duas semanas antes do prazo expirar, mas você estava concentrada demais em Gaara para me ouvir. Bom, e daí?

–Me ferrei. – deu de ombros, se sentando ao lado. –Você está meio apagadinha ultimamente. Aconteceu alguma coisa?

–Sei lá. Sinto-me um pouco deixada de lado às vezes.

–Você sabe que o sensei está dando duro no planejamento da empresa, não é?

–Eu sei. Claro. E não quero ser infantil por está reclamando disso. Na verdade eu o apoio, inteiramente, mas... Às vezes fico assustada com tudo o que está acontecendo. Eu mal me casei e já estou sentindo falta do meu futuro marido. E como se não bastasse, tenho que organizar uma baita festa de casamento... O meu casamento.

Ino suspirou, apoiando a mão no meu ombro. –O problema é que vocês não estão namorando.

–Não é bem esse motivo.

–Noventa e nove por cento que é isso. – disse ela cheia de certeza. –Vamos sair um dia desses. Que tal?

–Pode ser. – olhei o relógio, depois para os lados, e nada de Sasuke. –Acho que levei um bolo.

–É melhor você esperar mais um pouco. Eu te faço companhia.

–Valeu.

Meu celular tocou, e às pressas atendi, achando que Sasuke tinha se atrasado.

–Onde você está?

–Eu estava a caminho da escola, mas surgiu um imprevisto. Será que você pode me perdoar se não almoçarmos juntos?

Respirei fundo, ligeiramente olhei Ino. –Não se preocupe. Pelo menos ainda nos veremos à noite.

Sakura...

Beijo. – desliguei.

–Então?

–Ele não vem. Dá pra acreditar nisso?

Ino e eu almoçamos juntas naquela tarde, como há tempos não fazíamos, embora eu estivesse profundamente irritada com Sasuke.




XXXXXXXXXX






Na loja...





–Mocinha, por favor!



–Pois não, senhora?

Ino olhou para mim com cara de quem estrangularia uma cliente.

–Ajude-me a fechar o vestido. – apontou a mulher para o zíper que, nem murchando a barriga, fecharia. –Seja mais delicada!

–Que tal se a senhora experimentasse outro tamanho?Poderia ser... GG!

–Que insulto! – disse a mulher apressando-se para chegar ao provador.

–Como uma pessoa daquele tamanho quer vestir M? – perguntou Ino, fazendo-me rir. –Nem G era, mas M!

–Que sua mãe não perceba que você acabou de perder um cliente. – cochichei apontando para a senhora Yamanaka, concentrada na nova mercadoria. –Se você detestou atender aquela cliente, nem quero vê seu humor depois de atender aquelas.

Ino olhou na direção que eu olhava, e assim como eu, ela perdeu o restinho de humor que havia sobrado naquela tarde.

–Por que elas vieram justamente nessa loja?

–Você quer mesmo saber por quê? – indaguei arrastando Ino, ou chamariam nossa atenção, bem típico das populares. –Podemos ajudá-la?

–Nossa! – Amaya nos olhou de cima abaixo e sorriu. –Vocês ficam muito bem nesse uniforme.

–Obrigada. Mas você não veio aqui nos elogiar, não é? – perguntou Ino.

–Queremos vê a nova coleção de vestidos da Yuzi. – disse Emi.

–Venham por aqui, e digam seus números.

–Todos tamanhos P. – falou Amaya, nos acompanhando.

–Tem certeza que P serve? – indaguei sarcástica. –Desculpem a pergunta – me virei para elas. –, é que os vestidos da Yuzi são...

–Conhecemos muito bem cada peça de roupa da Yuzi. Agora querem, por favor, nos mostrar os vestidos? – perguntou Amaya, no ápice da irritação.

–Não vamos demorar. – e Ino me arrastou. –Vamos levar alguns vestidos M.

–E um G, só para ficar mais animado!

Já estávamos entediadas de vê tantas trocas de roupas, e a voz enjoada de Amaya toda vez que ela encontrava um número maior do que havia pedido. Para nós eram as partes mais divertidas, apesar de que, na maioria das vezes, sentíamos mais raiva.

–Vou levar o vermelho. – disse Amaya.

–E eu o verde.

–Finalmente! – murmurou Ino recolhendo as outras peças.

–Não sabíamos que você trabalhava aqui, Sakura.

–Pois é, Amaya, agora você sabe.

–Então foi por isso que você não estava no hospital.

–E o que eu faria num hospital? – perguntei confusa, e elas riram.

–Você não sabe? – indagou Emi, rindo sinicamente. –Aya acordou.

Deixei as roupas caírem no chão, chamando a atenção de Ino que logo se aproximou.

–Que mentira é essa agora?

–Não é mentira, Ino. – respondeu Amaya.

–A princípio também pensávamos que fosse, mas fomos até lá, no quarto dela, e a encontramos acordada. – Emi se virou para mim. –E adivinha quem encontramos por lá, segurando a mão dela?

Respirei fundo, recolhendo as roupas e a encarei. –Quem?

–Nosso querido, e idolatrado sensei.

–Ah, é mesmo? – ri. –E, por acaso, ele estava tão lúcido quanto vocês?

–Não faça pose, Sakura, pois temos certeza que você está louquinha para tirar essa história a limpo. – disse Amaya. –Boa sorte. – sussurrou.

–Suas compras. – empurrei as sacolas nelas e logo me retirei, ouvindo-as dizer milhões de coisas. –O que você acha?

–Mentira. Com certeza!

–Não sei se devo pensar assim.

–Qual é, Sakura?Você vai mergulhar na onda delas?

–Claro que não. Mas eu também não posso ficar com essa cara de paisagem, né? – Ino franziu a testa. –Vou ao hospital...


Esse é meu momento mais nostálgico.
De repente senti vontade de andar sozinha pela cidade, pensativa, talvez, sonhando com o futuro.



‘ Por favor, você pode me dizer se o quadro clínico de Aya continua o mesmo?’


‘ Ela abriu os olhos, dois dias atrás, mas não passou disso.’


Eu a procurei naquele mesmo dia, e comprovei que Aya estava acordada. Para os médicos aquela melhora não significa muita coisa e, sinceramente, para mim também não.
Na verdade eu não quero ter conhecimento do que está acontecendo com Aya, e não vou pensar diferente. Mas, e Sasuke?Qual é o problema dele?Por que ele escondeu isso de mim?
Tudo bem. Eu não sei o motivo. Mas seja lá qual for sua explicação, estou louca para ouvir.





XXXXXXXXX






–Oi, tia.



Entrei na cozinha, indo direto na geladeira.

–Ah, oi. O jantar está quase pronto!

–Vou comer uma maçã e irei para a cama mais cedo.

–Você anda muito cansada ultimamente. Por que você não sai da loja?

–Eu gosto de lá. – ela queria que eu me dedicasse a casa, completamente, assim como ela. –E o tio Fugaku?

–Foi se deitar, e acho que ele não vai jantar também?

–Ele está bem?

–Oh, sim!Só está muito cansado. Hoje fomos a dezenas de lojas, comprar umas coisinhas para a reforma do quarto de Sasuke, e aproveitamos para passear um pouco.

–Então a senhora deve descansar.

–Eu vou, mas só depois da janta está pronta. – ela sorriu, mexendo a panela, às vezes cheia de pressa. –Céus!Estou muito cansada.

–Vá se deitar, por favor, eu olho as panelas.

–Mas...

–A senhora está muito cansada. Dá pra perceber de longe.

–Ok. Você tem razão. Obrigada.

O jantar estava pronto, e a cozinha estava limpa. Eu estava tirando o avental quando me virei para a porta, e me deparei com Sasuke, de pé, sorrindo de canto, com as mãos dentro dos bolsos.

–O cheiro está ótimo.

–Então você deve elogiar sua mãe, foi ela que preparou o jantar, eu só dei uma força. – falei me sentindo nervosa, arrancando o avental antes que eu desse um nó cego.

–Você vai jantar comigo? – perguntou ele abraçando-me pela cintura enquanto eu estava de costas, fingindo arrumar alguns panos de pratos.

–Eu comi uma maçã quando cheguei. Estou sem fome.

Desviei dele, sem encará-lo, mas fui pega pela cintura e erguida. Ficamos nos observando por longos segundos, até nossos lábios se encostarem, e nos beijamos.
Aconcheguei meu corpo no dele, deixando minhas coxas abraçarem sua cintura, e aprofundei o beijo, sem ao menos pensar se seríamos pegos. Sasuke deslizou as mãos nas minhas costas, apalpando minhas nádegas, fazendo eu senti seu desejo, sua excitação.

–Sasuke... – murmurei afastando-o. –Aqui não. Seus pais podem entrar aqui.

–Você tem razão. – disse ele fazendo-me escorregar até o chão. –Eu realmente não pude ir encontrá-la. Desculpe-me, por favor.

–Tudo bem. Eu sei que você teve bons motivos para não ir a meu encontro. Como estão indo os projetos?

–Fim de projeto! – disse respirando com grande alívio. –Já achamos o espaço que precisávamos, e em breve começaremos a comprar os equipamentos. – ele segurou minha mão, e olhou-me com certo pesar. –Vamos ter que adiar o casamento.

–Adiar?Por quanto tempo?

–Eu não sei ainda, vai depender de como tudo ocorrerá.

–Sasuke...

–Eu sei que eu não mereço ser compreendido. Muito menos perdoado por está tão ausente ultimamente. Mas é nosso futuro. Todo o seu dinheiro está nisso, então eu não posso falhar. Você compreende isso?

–Eu compreendo. Eu juro, mas às vezes tudo é tão... pesado demais para eu suportar.

–Você é uma garota muito forte, Sakura Haruno, por favor, não me decepcione. – disse ele segurando meu queixo. –Hoje... Aconteceu uma coisa muito... estranha. – ele ia falar sobre Aya, e eu realmente queria lhe ouvir, mas não agora...

–Você vai falar sobre Aya, não é?

–Como você sabe? – perguntou surpreso.

–Fiquei sabendo hoje. – respondi esfregando as mãos. –Você falou com ela?

–Não. Eu só fui vê-la por que o médico disse que minha presença poderia ajudá-la.

–E como ela está?

–Só abriu os olhos e nada mais. A família dela está estudando a possibilidade de transferi-la para outro lugar, já que todos querem vê-la, ajudá-la como podem, e de muito longe. – Sasuke apertou minhas mãos fortemente. –Aya é passado, então vamos parar de falar dela, ok?

–Ok. – respondi um pouco animada, olhando o anel de noivado brilhar no dedo dele.

–E você?Está pronta para se casar comigo?

–Ora!Você sabe que eu já nasci pronta para isso, não é?Mas não posso dizer o mesmo de você, afinal meu noivo, ultimamente, tem vacilado muito comigo!

–Eu te reconquisto em dois dias, ou em duas horas – olhou minhas pernas com malícia. –, se você quiser.

–Não seja descarado! – ajeitei a saia do meu vestido, fazendo-o rir. –Escuta, Sasuke. Que tal nos casarmos antes da inauguração da empresa? – ele pensava, atencioso.

–Teríamos que nos casar às pressas, e voltar da lua de mel o quanto antes.

–E daí? – perguntei dando de ombros.

–Você prefere mostrar a seus filhos três fotos do nosso casamento ou um álbum inteiro? – perguntou ele, sádico como sempre, mas não me convenceria.

–Claro que eu gostaria de me casar sem correria, mas...

–Mas tenha mais paciência, Haruno. – ele me pegou no colo. –Você acha que é fácil vê-la, cumprimentá-la, sentir seu cheiro e não poder levá-la para debaixo dos meus lençóis?

–Que desprezível é suas intenções de está casado, Uchiha. – ele riu, me levando para o seu quarto. –O que está fazendo?

–Eu não preciso está casado para amar minha futura esposinha, não acha?

Ponha-me no chão! – cochichei, vendo-o abrir a porta. –Sasuke!Estou falando com você!

Sasuke me deitou na cama, e sem desviar o olhar, arrancou do meu corpo cada peça de roupa... Cada suspiro e gemido que acumulamos todo esse tempo... Cada palavra terna que ensaiamos dizer... Cada gesto... Cada sensação.


Eu poderia dizer ‘ E foram felizes para sempre’, por que era o que pretendíamos fazer até nossos últimos dias de vida... Ser feliz, sempre. Mas vou resumir o que aconteceu depois daquela noite...


Sasuke e eu nos casamos uma semana depois, para o azar dos convidados, que não esperavam, e viajamos para nossa cidade natal, em lua de mel, para a casa que, secretamente, Sasuke arrumou para nos receber. E, por alguns dias, desfrutamos da paz da casa dos meus pais, e foram os dias mais felizes da minha vida.

Ino e Gaara noivaram logo depois que saímos da igreja, por que Paty pegou o buque da noiva, e encurralou o ruivo na parede, dizendo quase em prantos que era um sinal de felicidade. Sendo ou não, eles estão felizes.

Joe voltou para os Estados Unidos com os pais, mas os outros populares ficaram aqui, e eles realmente acharam que ainda seriam idolatrados. Tudo que sei é que Amaya engravidou, de um playboy, mais popular que ela, e está desesperada correndo atrás dos pais, a fim de amenizar a vergonha. Emi está trabalhando numa loja de sapatos, parece que os pais dela obrigaram-na a ganhar seu próprio dinheiro. Kumui e Yuuto foram pegos invadindo uma escola, agora estão trabalhando em um orfanato, como pena, por três meses. E sabe o que é mais estranho?Eles estão gostando.

Aya foi transferida para outro hospital, outra cidade, e tudo o que eu posso desejar a ela é sorte, ela está precisando muito.

Deixei meu emprego na loja, e agora trabalho com Sasuke e Gaara, sendo assistente. De fato, eu não queria invadir o local de trabalho do meu marido, mas o convite partiu dele.
O que mais posso dizer sobre minha nova vida?Acho que nada, ela está perfeita!

–Vamos, Sakura, estamos atrasados!

–Estou indo, Sasuke!

Estamos indo ao hospital, suspeito que estou... grávida. Sasuke pode até está com aquela pose ‘to nem aí’ dele, mas está tão ansioso quanto eu.

É isso aí, estou indo para outra etapa da minha vida, talvez a de ser mãe, e me pergunto quantas outras virão, e o que cada uma delas significa em meu caminho.



FIM

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 




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