'Sasuke... por favor, não me deixe agora! '

–Senhor, por favor vá mais rápido!

–Estou no meu limite, mocinha! O trânsito também não ajuda, veja que porcaria de engarrafamento!

–Tudo bem, eu vou à pé.

–Mas o hospital ainda está longe...

–Não importa- saí do carro determinada, nada me impediria de estar com Sasuke.

Meus passos suplicavam por mais velocidade, mas eu sentia o limite se esgotar em mim.Estava nervosa, aflita, o que me prejudicava drasticamente.Eu só quero vê-lo, senti-lo perto o suficiente para que ele saiba que estou ao seu lado.

Por quê isso está acontecendo de novo em minha vida?

Anos Atrás...

Eu era pequena naquela época, tinha nove anos, Sasuke estava com dezoito.

Eu tinha um sonho secreto dentro de mim, que me fazia ser a pessoa mais cômica do mundo.Eu vivia dizendo que me casaria com Sasuke um dia, não importava o quanto ele seria mais velho que eu.

–Oi, tia!

–Ah, até que fim minha bonequinha apareceu hoje!

–Vir falar com Sasuke.

–Hum... Ele está, mas Fugaku está com ele no quarto.

–O primo tá levando uma bronca? -sorri, contente.

–Não, só está conversando.Você diz que gosta muito do Sasuke, mas fica feliz quando ele leva uma bronca?

–É que ele acha engraçado quando meus pais brigam comigo.

–Agora entendi.Vá para a sala, lhe darei um chá quentinho.

–Obrigada, tia.

Fiquei esperando o chá na sala, como minha tia Mikoto pediu.

–Eu quero ter certeza que você está indo estudar, Sasuke.

–Pai, eu nunca fui de baderna, o senhor sabe disso.

–Eu sei, mas sua mãe e eu estaremos longe de você agora.Não é difícil vê um jovem de dezoito anos se aventurar por aí sozinho.

Andei nas pontinhas dos pés até o quarto de Sasuke.Eu tinha muito medo da seriedade do tio Fugaku, por isso eu evitava certos encontros com ele.

–Pai, entenda que nessa cidade pequena eu não posso ter um futuro promissor.

–Está bem, Sasuke.Itachi estudou e voltou para casa, o mesmo exigirei de você.Vou falar com sua mãe, e prepararei o dinheiro para a viagem.

Corri até o lugar que eu estava.

–Sakura, o quê faz aqui sozinha?

–A tia Mikoto está preparando um chá, tio.

–Hum.Seu pai está em casa?

–Sim, levantou bem cedo.

–Vou falar com ele- fez um pequeno cafuné em minha cabeça antes de sair.

Corri até o quarto de Sasuke, ele arrumava alguns cd's.

–Posso entrar?

–Mas que surpresa acordar e da de cara com uma boneca.Você já tomou café?

–Sim, mas minha tia tá fazendo um chá- respondi, baixando a cabeça.

–Ei, por quê essa cara tristinha?- agachou, levantando meu queixo. -Brigaram com você?

–Não, não é por isso.É verdade que você vai embora?

–Vem cá- me segurou nos braços, acomodando-me na cama.- As pessoas crescem, tornam-se adultos e querem ter seu próprio espaço.Além do mais eu preciso estudar.

–Você não vai mais cuidar de mim?

–Não faça essa carinha, Sakura, as coisas se tornam ainda mais difícil para mim- olhou em meus olhos. -Olha, vamos fazer um juramento eterno.

–Como? -Sasuke levantou a mão direita.

–Eu prometo que sempre vou cuidar de você, não importa o quão distantes estivermos.

–Sério, Sasuke? -sorri.

–Promessa de sangue.

–E quando você volta?

–Primeiro eu tenho que terminar a faculdade, depois eu volto.Mas estarei aqui nos fins de semana, não se preocupe- sorri, confiante de que ele voltaria para me vê.- Agora me dê um abraço e um beijo bem gostoso.

Lhe dei um abraço bem forte, depois um beijo.

–Quê tal tomarmos esse chá juntos?

–Tudo bem!

–Ótimo, vou buscar, mas não mexa nas minhas coisas.

Sasuke sempre dizia para não mexer em nada, mas eu acabava desobedecendo as regras.O celular dele tocou, mas como ele não estava, me senti no direito de atender.

–Alô.

–Sasuke?

–Sou a prima dele, Sakura.

–Ah, é a pestinha da família.

–Pestinha é seu nariz! Não ligue mais para ele, Sasuke te acha feia, chata e ...

–O quê está fazendo? -perguntou Sasuke, arrancando o celular da minha mão. -Alô? Ótimo, desligou.Sakura, eu disse pra você não mexer nas minhas coisas.

–O celular estava tocando.

–Até aí eu entendo, mas ser mal criada com minha namorada não é bom.

–Eu não gosto dela.

–Você não gosta de nenhuma garota que eu me interesso.Posso saber por quê você faz isso?

–Eu vou me casar com você um dia- Sasuke riu, depois balançou a cabeça negativamente. -Minha mãe disse que temos que cuidar do que é nosso.

–Certamente não é nosso caso.

–Como assim?

–Esqueça, tome seu chá.

Três anos depois...

–Mãe, cheguei!

–Querido!

Ele voltava para casa, mais um fim de semana com a família.Mas isso não importava mais, não para mim que estava longe dele nesse momento.

–Sasuke, como pôde parar de nos visitar?

–Ando muito ocupado, mãe, o trabalho e a faculdade estão tomando minha liberdade.

–Outra faculdade?

–Eu disse que quero um futuro promissor, não é? -olhou para os lados, ansioso.- Onde está, Sakura? Estou louco para vê-la!

–Seu tio se mudou há um mês- ele entristeceu. -Tadinha de Sakura, chorou tanto... Chegou a implorar para não ir embora, ela sabia que você estava voltando.

–Que pena, eu queria vê-la.

–Vou te dar o novo endereço, Sakura vai gostar de vê-lo.

E Sasuke foi à minha procura, levando na consciência a culpa por ter se afastado tanto de mim.

–Madara, fale com Sakura, eu não sei mais o que dizer para ela.

–Ela precisa entender nossos motivos, Yume.

–Querido, ela só tem doze anos, é normal esse comportamento negativo.

–Mas...

–Ela é sua princesinha, nunca esqueça disso!

–Está bem, você venceu!

Meu pai sempre foi reservado, até mesmo comigo, mas sabia ser outra pessoa quando me via triste.

–Sakura?

–Entre, pai, estou apenas descansando- sentei na cama, ele fez o mesmo ao meu lado.

–Filha, eu não gosto de vê-la tão triste.

–Minha casa ficou para trás, pai, minha família e meus amigos também.Eu não vou me adaptar nesse lugar.

–Querida, temos uma casa maior agora, estou ganhando bem e você terá um futuro bem melhor, mais seguro.Quanto a nossa família, iremos vê-los todo fim de semana.

–Sasuke disse o mesmo e nunca mais voltou.

–Não é verdade, ele sempre veio nos visitar.

–Mas se afastou há algum tempo.

–Filha, temos que escolher o melhor para nós, mesmo que não seja a mais feliz das decisões.

Eu não me contentei.Baixei a cabeça pensativa.

–Tome isso, é um presentinho.

–O quê é?

–Abra.

Abri o presente.Era um celular, o primeiro que ganhei na vida.

–Meu Deus!- sorri, abraçando meu pai com muita força.- Obrigada, eu não esperava isso.

–Você já tem doze anos, está se tornando responsável.

–Valeu, pai!

Meu pai saiu do quarto, feliz por ter animado meu dia.

–E aí, como foi?

–Ela está muito triste, coisas de pré-adolescente.

–Entendo.Lembro-me quando meus pais fizeram a primeira mudança.Eu tinha quatorze anos.Foi uma época difícil, mas graças aquela mudança acabamos nos conhecendo.

–Sim, levamos tempo para darmos um `oi´ bobo.

–É verdade- sorriram.- Vou ficar um pouco com ela, talvez eu consiga animá-la.

–Não se preocupe, ela está mais ativa.Lhe dei o presente que compramos, ela estava muito feliz.

–Claro, nessa idade um telefone celular é bem-vindo- a campainha tocou.- Vou ver quem é.

Era Sasuke, depois de ter viajado uma hora para nos ver.

–Olá, tia.

–Sasuke!- lhe deu um terrível abraço.-Entre, querido! Que bom que você chegou, Sakura precisa mesmo vê-lo.

–Como ela está?

–Chateada com a mudança, mas ficará feliz com sua visita.

–Quem é, Yu...

–Olá, tio.

–Mas que surpresa boa!- cumprimentaram-se- Suba e converse com Sakura, você é o único que sabe animá-la de verdade.

A mudança foi a pior coisa que aconteceu na minha vida, depois de Sasuke ter ido embora.Mas o quê eu posso fazer? Nada.Eu confio em meus pais, e se eles dizem que será melhor para nós eu não vou discordar.

–Com lincença, senhorita- virei assustada, eu sabia eu quem era o dono daquela voz.-Procuro pela garota mais bonita do mundo.Você a conhece?

–Seu bobo! -corri até ele com as lágrimas caindo involuntariamente.-Sasuke!

–Que saudade!- nos abraçamos.

Fechei meus olhos e me pendurei no pescoço dele.Eu não conseguia respirar, a alegria de vê-lo, de senti-lo perto estava me sufocando.

–Por quê você se foi?

–Já conversamos sobre isso.

–Não percebe o quê está acontecendo?- nos separamos, então pude encará-lo com raiva.- Minha vida está mudando, Sasuke.

–Sakura, precisamos mudar um dia, é a lei da vida.

–Se mudar é perder você e meus amigos então eu prefiro ser a mesma Sakura de sempre.

–Não diga besteira.Quando você crescer, verá que o mundo lá fora têm seus encantos.

–Não acha que eu já cresci? Até ganhei um celular.

–Cresceu sim, mas continua sendo uma pirralha.

–Não é verdade, eu já sou uma pré-adolescente- Sasuke sorriu, dando um beijo no topo da minha cabeça.-Você ainda está estudando?

–Estou.

–Não vai parar nunca?

–Nunca é muito tempo, mas eu pretendo estudar um pouco mais.

–Hum... Eu não vejo a hora de entrar no ensino médio e terminar essa coisa chata de estudo.

–Vai ter que fazer faculdade.

–Mas faculdade não conta como escola, todo mundo diz que ela é diversão e liberdade.

–Não é verdade, temos que nos esforçarmos mais para conseguirmos boas notas.

–Argh! Você voltou de vez?

–Não, Sakura, eu disse que estou estudando e tenho um emprego.

–Então você ficará por lá?

–Parece que sim.

–Me leva pra ficar uns dias com você? Eu prometo ser uma boa garota.

–Eu não duvido disso, mas seu lugar é aqui, ao lado dos seus pais.

–Tá legal.

–Nada de tristeza, eu disse que sempre virei vê-la.

–Promete?

–Eu sempre prometi.Não esqueça que eu já lhe fiz uma promessa antes.

O tempo passou e não nos vimos mais.

*x*x*x*x*x*x*x*x*

–Com licença...

–Pois não?

–Procuro um rapaz que se acidentou horas atrás.O nome dele é Sasuke Uchiha, tem vinte e seis anos.

–Um momento.

Enquanto ela verificava algo, meu coração disparava como se fosse sair pela boca.

–Sim, ele está aqui.

–E onde ele está? O quê aconteceu com ele? Por favor, me dê alguma notícia!

–Calma, você está trêmula.É parente dele?

–Sim, sou namorada, quer dizer, eu sou prima dele.

–Espere mais um pouco, por favor, vou verificar o estado dele e já lhe informo.

–Senhorita, eu não posso esperar por notícias, eu só preciso vê-lo, tocá-lo!

–Sakuya!

–Sim?- falava com outra enfermeira.

–Leve essa menina para um lugar mais tranquilo e tente acalmá-la.

–Venha comigo.

–Eu quero notícias, não respirar ar fresco! Por acaso vocês sabem o que eu estou sentindo?- gritei, irritada.

–Está bem, vou agora mesmo saber o que está acontecendo.

Saiu.Me sentei, mas eu não conseguia controlar a ansiedade.Levantei andando de um lado à outro, fazendo o possível para não ir procurá-lo.

'Sasuke, será que é justo te perder também? E o quê eu farei sozinha?'

–É essa garota, doutor.Está nervosa e impaciente.

–Você é parente de Sasuke Uchiha?

–Sim, doutor! Como ele está?

–Acalme-se.Ele já saiu do centro cirúrgico, teve duas costelas fraturadas.

–Meu Deus...

–Não há o que temer, o pior já passou, agora o paciente só precisa descansar e ser medicado.

–Eu posso vê-lo?

–Só amanhã, ele ainda está sedado.Vá para casa e descanse.

–Não, eu vou esperar.

Horas depois...

Quatro da manhã e as horas corriam sem pressa.Não sei se Sasuke já acordou ou se continuava dormindo.Perdi a conta de quantos goles de café tomei numa única noite.O chá me deixava relaxada, me faria dormir logo, por isso não me foi útil.

Abraçei minhas pernas e me encolhi na cadeira, observando o relógio com desespero.Pensei de ligar pra Ino, Gaara ou minha família, mas por algum motivo irracional resolvi esquecê-los.

–Ainda está aqui?-o médico respirou e sentou ao meu lado.- Estou tão cansado quanto você, mas tenho que fazer plantão.Além disso, meu lado emocional não está abalado como o seu.Quer vê-lo tanto assim?

–Não desejo outra coisa.

–Pois bem, vou te levar até lá.

–Mesmo?

–Sim, mas nada de falar alto, fazer perguntas ou algo parecido.

–Eu faço o que o senhor quiser.

–Venha comigo- o segui, movida pela esperança.- Ele acordou faz uma hora.Perguntou sobre alguém, acho que era Sakura, então deduzi que se tratava de você.Não disse nada para não alterá-lo.

–Obrigada, doutor.

–Entre e lembre o que combinamos.

–Pode deixar.

Abri a porta do quarto e o vi descansar serenamente.Sasuke deu um pequeno sorriso ao me vê entrar, ainda estava sonolento.

–Sakura...

–Shiii! Não fale nada, descanse apenas.

Lhe dei um beijo suave na testa, depois segurei sua mão fortemente.Ele fechou seus olhos com suavidade, dormiria até o efeito do sedativo passar.Sentei ao seu lado, acariciando seus cabelos.

Sete da manhã...

Acordei sentindo meus cabelos serem acariciados.Levantei a cabeça subitamente, encarando os olhos negros de Sasuke.

–O quê faz aqui, Sakura?

–Quê tipo de pergunta é essa? Por acaso esqueceu que você sofreu um acidente?

–Estou bem, ao contrário de você que está visivelmente cansada.

–Isso não importa.Como você se descuidou no trânsito, Sasuke, você não é assim.

–Não vou negar que sou culpado também, afinal eu não tinha nada que da um fora em Aya dentro de um carro em alta velocidade.

–Mas como isso aconteceu?

–Aya ficou furiosa quando lhe disse coisas que ela não esperava ouvir.Segurou o volante do carro e eu acabei perdendo o controle.

–Que mulher louca.E Aya? E seu filho?

Sasuke deu um longo suspiro, sem dúvida os médicos haviam lhe dado alguma notícia.

–O médico que atendeu Aya ontem à noite esteve aqui agora a pouco, pedi para vê-lo.

–Sim, você veio até aqui buscá-la.E como foi?

–Aya perdeu o bebê com a queda, mas não tinha intenção de me dizer nada- me surpreendi.

–Ela queria realmente nos separar com essa história de gravidez.E como ela está?

–Infelizmente... ela entrou em coma profundo.Pode acordar amanhã, daqui um mês ou anos, talvez nunca.

–Que coisa triste.

–Ela provocou tudo isso com seu egoísmo.

–Ainda assim não deixa de ser uma pessoa.

–Não se torture, Sakura, você é a única pessoa inocente nessa história.Antes do acidente Aya confessou que te atropelou.Desculpa por ter dado pouca atenção a sua sinceridade.

–Esqueça, acabou.

–Com licença!

Me assustei com a presença de Ino, acompanhada por Gaara.

–Como você está, Sasuke?

–Bem melhor agora.

–Sensei, trouxe cartas do seu fã club- tirou da bolsa centenas de cartões.-Tem muita gente aí fora querendo entrar, mas prepare-se para recebê-los.

–Obrigado, Ino-agradeceu, depois voltou sua atenção para mim.-Quero que você me faça um favor.

–Com certeza.

–Leve Sakura para casa e faça que ela descanse, se for possível obrigue-a.

–Pedido aceito.Vamos, Sakura?

–Não, eu vou ficar be...

–Por favor, Sakura, você está esgotada.

–Está bem, virei à tarde-lhe dei um beijou no rosto antes de sair.

*x*x*x*x*x*x*x*x*x*x*x*

–Tome, vista esse vestido leve e seque os cabelos depois.

–Obrigada.Por quê está fazendo isso?

–Porque você é minha amiga, e eu não aceito que você fique andando por aí sem um pingo de maquiagem no rosto.

–Ino... -nos abraçamos fortemente- Eu tive medo de você nunca mais olhar na minha cara.

–Eu também tive, mas eu compreendi que não fomos tão sinceras uma com a outra como deveríamos ser.Bem, agora eu sei que você está mesmo apaixonada por Sasuke, foi distração minha não ter percebido isso antes.

–Às vezes eu não acredito que estamos juntos.Sei lá, ele me viu crescer, eu o vi sair de casa... Foram tantas coisas, tantos momentos juntos... E a vida deu tantas voltas ao mesmo tempo.

–Porque esse era o seu caminho, seu destino.

–Irônico, não é? Eu precisei sofrer para encontrar meu caminho.

–Mas acabou, vocês serão felizes agora.

–E por falar em feliz; Gaara me parece ser um homem interessante aos seus olhos.

–Mas isso não significa nada.

–Significa sim, você sabe disso.

–O quê uma garota como eu conseguirá com Gaara? Sou tão imatura, nova demais...

–Eu também pensava assim, Ino, mas nada foi capaz de me afastar de Sasuke.Err... Eu...

–Você tá corando! O quê aconteceu para você está tão nervosinha?

Nos olhamos com cumplicidade.Ino sorriu, lia meus pensamentos com clareza.Balançei a cabeça positivamente, deixando-a boquiaberta.

–Eu não acredito que você tran-sou!

–Fala baixo, Ino!

–AHHHHH! -gritou, como se fosse louca.-Anda me conta! Como foi?

–Ino, eu não posso entrar em detalhes sobre isso.

–Eu não quero saber, você vai me contar tudo!

–Tá bem, mas que fique entre nós duas.

–Até meus últimos dias!

Uma semana depois...

–Sim, claro que estou bem, mãe- Sasuke falava com a mãe, que só agora soube que o filho sofreu um acidente.- Não se preocupe, estou me recuperando bem- olhou para mim.- Sakura está cuidando muito bem de mim, melhor que uma enfermeira-sorri- Sim, a casa tem bastante espaço.Está bem, até logo.

–Eu acho que foi loucura seu silêncio.

–Eu sei, mas estou bem e é o que importa.

–Hum... -ajudei ele a sentar sem muito esforço, depois o servir.-Tenho uma novidade pra te contar.

–O quê é?

–Eu vou trabalhar!-Sasuke nada disse, mas me olhava confuso.

–Você não precisa trabalhar, Sakura, não agora.Tem que ocupar seu tempo com os estudos, já que o ano está acabando.Além do mais, seu pai deixou um bom dinheiro para você, e o que eu tenho é suficiente para nós dois.

–Não é por questão financeira, é por vontade mesmo.A senhora Yamanaka abriu uma loja de grife, ela mesma me fez o convite.

–Não vai prejudicar seus estudos?

–Claro que não.E Aya? Alguma melhora no quadro dela?

–Não.A família dela está aqui, eu prefiro visitá-la de vez em quando, pelo menos saber se ela continua no mesmo estado.Sakura, meus pais e meu irmão estão vindo para cá, eu pretendo abrir o jogo com eles.

–Tão cedo?

–Está insegura?

–Não por mim, mas por eles.Eu tenho medo deles não aceitarem.

–Não se preocupe, eu conheço meus pais, como eles me conhecem.Eu posso te fazer uma pergunta?

–Claro.

–Você quer se casar comigo?

Ele sorria confuso, enquanto eu tentava assimilar sua pergunta.

–Casar?

–Eu sei que é loucura, você ainda é muito nova, mas eu quero que meus pais sintam confiança em nosso relacionamento.Você entende?

–Sim- sorri, sendo envolvida por um suspiro longo e prefundo.-Eu aceito, mas... E se eu não for uma esposa perfeita? E se você perceber que eu sou muito nova pra você? E se...

–Sakura! Eu não vou exigir nada de você, somente que você fique ao meu lado-em resposta, lhe beijei.