Nossos Caminhos escrita por Gil Haruno


Capítulo 19
Uma pedra no caminho!


Notas iniciais do capítulo

Capítulo dedicado à Anizinhaw!
Obrigada pela recomendação,flor!
Beijos!
Boas Festas Para Todos!
Sakura POV's!



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Aya é do tipo de pessoa que não demonstra abertamente seus sentimentos, mas dessa vez, eu via seu ódio.Ela me observava como se eu estivesse cometendo um clime, como se eu estivesse lhe testando.Mas seu olhar de ódio não me incomodou, eu queria que ela ferisse a ponta da língua com os próprios dentes, que interpretasse minha aproximação com Sasuke da maneira que bem entender...



Aya, aqui há essa hora da noite?-Sasuke foi até ela, e eu passei a encarar suas costas, e olhar com deboche o rosto abatido de aya.


Estou sempre entrando em sua casa sem ser convidada, não é?


–Não é isso, eu só acho que é perigoso para você sair por aí sozinha.


–Estou bem, não se preocupe.Não pensei te encontrar acordado há essa hora.


–Tive que sair e resolver um problema.Sakura me fazia companhia.


Aya me encarou, por cima dos ombros de Sasuke.Eu sorri para ela, debochando de sua importância nessa casa, que há cada dia se tornava desnecessária.


–Vir dormir aqui, como sempre faço.


Meu sorriso morreu imediatamente, mas o dela surgiu com vigor.Aya abraçou Sasuke com muito cuidado, beijou seus lábios ligeiramente, depois descansou o queixo nos ombros dele, e me observou.

Algo dentro de mim começava a me torturar.Eu não tinha controle sobre meus sentimentos, nem mesmo entendia o que se passava comigo.Desejei abraçar Sasuke, e provar de qualquer forma que sou eu a mulher que rodeia seus pensamentos.Senti vontade de arrancar Aya dos braços de Sasuke, de esmagá-la como se ela fosse um pequeno inseto.

O quê acontecia comigo? Por quê tanta confusão em minha cabeça? Isso é sentir ciúmes de alguém?

Aya continuava com seu olhar debochado, se sentindo superior.Dominada pelo ciúme, levantei e nos encaramos na mesma altura.Naquele momento, nascia outra Sakura em mim, a qual eu não conseguia dominar.

Debaixo desse momento tenso entre nós duas, meus olhos se estreitaram ainda mais.Aya correspondeu meu ódio, então percebi que nossa antipatia ia além daqueles olhares.Ela não era a namoradinha secreta do meu tutor que eu não gostava, ela é minha rival.


Tenho que sair muito cedo amanhã, e eu não quero que vocês briguem por besteiras.-afastou-se de Aya para conseguir me visualizar.-Vou te levar pra casa.


–Tudo bem.-não, não estava nada bem, mas para mostrar que eles se entendiam, ela fez cara de boa moça.


Sakura...


–Vai com ela, Sasuke, eu sei que você vai voltar logo.-provoquei.


Sasuke olhou-me antes de sair.Ele estava se culpando, mesmo me vendo bem.Foram poucas as saídas noturna dele, pois estava sempre preocupado com minha segurança.

Tranquei a porta, andei até o sofá e me deitei.Eu pensava nele, mesmo resistindo aos meus pensamentos.Eu poderia dizer que nada aconteceu entre nós, mas não conseguiria esconder o que ainda acontece.Posso está sendo preciptada, criando imaginações em minha cabeça, porém, algo grita dentro de mim,grita como se quisesse se libertar.

Posso está mesmo me apaixonando por esse homem?




*x*x*x*x*x*x*


Manhã de sábado...



Eu tenho o hábito de dormir até mais tarde nos fins de semana, mas hoje, acordei muito cedo.Sasuke não estava, provavelmente saira bem cedo.Passavam das sete da manhã, depois do banho e o café, começei com a faxina na casa.

A campainha tocou.Pensei na possibilidade de Sasuke ter perdido a chave, ou Ino está me atormentando aquela hora do dia.Abri a porta, e a presença do indivíduo não me agradou.


Você aqui, Aya? Sasuke não está.


–Eu sei, ele me disse que sairia bem cedo.Posso entrar?


–Imagino que você venha falar comigo, não é? Entre.-pedi com um sorriso sarcástico.


Mexendo nos móveis da casa... Você sabia que Sasuke não gosta que desorganizem a casa dele?


–Sim, mas eu quero tentar.-continuei arrumando os móveis.-Seja breve no assunto, se é que você tem um.


–O que eu tenho pra falar, não é dito em dois minutos.-ouvi o salto trincar no chão, então me virei, encontrando-a sentada confortavelmente.-Começamos mal, Sakura, muito mal.Se eu tivesse parado pra pensar, as coisas não chegariam à isso.


–Do quê você está falando?


–Estou falando sobre você e Sasuke.Não é assunto de tutor e protegida, mas de homem e mulher.Eu sabia, desde o momento daquela reprodução, que você seria um problema.


–Imagino que continuo sendo, não é?-sorri.


Agora mais que nunca.


–Não posso evitar isso, também acho que Sasuke não poderia.-nos encaramos.-Estamos juntos cada vez mais, Aya, você goste ou não.


–É apenas uma atração, nada demais.


–Uma atração que nos levou a darmos mais de um beijo.-cuspi as palavras em seu rosto, não me importei com seu espanto.


Eu não vou acreditar nisso...


–Foi nessa sala.Ficamos bem juntinhos, depois compartilhamos as mesmas emoções.Nossos lábios, nossas línguas se tocavam...


–Ridícula! Você acha mesmo que ele teria coragem de cometer tal besteira?


–Pense como quiser.-dei de ombros.Aya baixou a cabeça lentamente, demonstrando seu desapontamento.


Quanto você quer para ir embora dessa cidade?


–Como é?


–Te dou dinheiro, o quanto você quiser, eu arrumo o que for preciso, mas quero você longe.-sem reação alguma, permaneci quieta.-Vá viver sua vida livremente, como a maioria dos adolescentes querem.


–Eu... não posso acreditar que você está me propondo isso.


–Sasuke não saberá onde você está, ninguém saberá.Você é bonita, se dará bem na vida se saber...


–CHEGA!-gritei, atirando um jarro de flores ao chão.-Você tem ideia da besteira que está falando?


–Não me importa, eu decidi que quero você longe!


–Mas não me verá!-ela calou-se.-Quer lutar por um homem? Seja uma mulher inteligente.Você não vai arrancar os sentimentos de Sasuke porque estou longe.Sabe, Aya, não perca o seu tempo aqui, se Sasuke quisesse algo de verdade com você, já teria te pedido em namoro.Você não passa de uma parceira de transa,uma companhia nos dias de solidão!


–Sua maldita!-gritou.-Escute bem o que eu vou te dizer : você se tornou minha inimiga, e eu vou fazer de tudo para acabar com você.


–Faça, Aya, estou preparada para enfrentá-la se for preciso.-desafiei.-Quer saber de uma coisa?-me aproximei, ficando cara à cara.-Eu estou louca para me deitar na cama dele.


A bofetada foi certeira em meu rosto, o som do impácto se instalou por todo cômodo.Virei minha face inconscientemente, meus cabelos balançaram com movimento.


Comparada à mim, você não é nada!


Apertei meu punho direito com toda minha força, e ao ouvir seu deboche, me virei.Não houve tempo para conversas, nem mesmo para ofensas, eu só queria acertá-la.Meu punho voou até o rosto dela, atingindo-a, ferindo-a, machucando-a, sangrando seu nariz.Aya caiu sobre o sofá atrás de si, e eu a olhei com ódio.


Vá embora!-falei, observando-a.


Você vai me pagar por isso, eu juro que vai!-pegou a bolsa, e saiu porta à fora.


Deus, que angústia!


O que não poderia acontecer, havia acontecido.Nos intimidamos seriamente, agimos como duas inimigas, e, de fato, éramos.Aya não me causava medo, mas me deixava de sobreaviso.Era como se ela não fosse capaz de cumprir suas palavras no momento que as cuspiu, mas que cumpriria um outro dia, horário, e tempo.

Eu vi seu ódio nas palavras, em seu olhar... Ela seria capaz de fazer algo contra mim?


Sakura?-me assustei.Era Sasuke, que, gentilmente,acariciou meu ombro.-Você está tão absorta... Aconteceu algo?


–Não.-balançei a cabeça negativamente.-Dormi muito bem à noite, acordei mais cedo que o normal e encarei essa faxina.Espero que você não se importe, sei que ordem é seu forte, mas prometo organizar tudo.


–Você quer ajuda?


–Ah, seria ótimo!-sorri, maravilhada.-Você sabia que tem casinha de aranhas debaixo dos móveis?


–Mesmo?


–Não, estou brincando.-ri da sua expressão incrédula.-Onde você foi?


–À escola.Deixei meus trabalhos na sala dos professores.


–Hum.Me ajuda com essa mesinha? Ela é um pouquinho pesada.-antes de eu me aproximar, ele arrastou a mesinha de centro.-Obrigada.


Quer pedir comida hoje?


–Claro que sim!-sorri, tirando o pó dos móveis.Ele me observou, abaixei a cabeça, e lembrei de algo.


'Se você me beijar outra vez, eu juro que vou... '


'Você vai fazer o quê, hã?


Atrevido, ele não passava de um homem convencido e atrevido, e que estou gostando cada vez mais...




*x*x*x*x*x*x*



–O quê você fez hoje pela manhã? Tá com cara de mulher apaixonada.


Encarei Ino com certa seriedade, mas ela sorriu, fazendo-me rir também.Cinco da tarde, o sol ainda brilhava fracamente sobre a cidade.A chuva ameaçava cair com força mais uma vez, apesar do resto do dia está sendo quente.A sorveteria, como sempre, estava cheia, então resolvemos andar pelo parque mais próximo.


Por incrível que pareça, eu tive uma manhã normal com Sasuke.Fizemos faxina juntos, pedimos almoço, e almoçamos juntos.Eu já disse que não brigamos?


–Mais de oitocentas vezes.-brincou Ino.-Fico feliz por você, é importante ter um bom relacionamento com seu tutor.


–Claro.-sentamos.


Joe me procurou.


–Que canalha! Aposto como ele queria uma reconciliação.


–Não, ele foi frio, esquisito comigo, parecia outra pessoa.


–Nos falamos ontem.Eu ia te contar, mas não houve tempo, e a conversa era chata.


–Conta agora.


–Bem, ele queria uma nova chance.Disse que nós dois juntos podemos ir muito longe.-Ino, indignou-se.-Eu dei um puta fora nele, acho que ele desistiu de mim, e para sempre.


–Aquele filho da mãe! Ele me disse que você foi procurá-lo, mas ele recusou a ouvi-la.


–Hum.Como podemos ver, ele está muito desesperado.-rimos juntas.-Eu tenho mais com o que me preocupar.


–Como o quê, por exemplo?-eu não me sentia preparada para contar a verdade a Ino, tenho medo dessa situação entre Sasuke e eu abalar nossa amizade.


O carinha me beijou de novo.


–Conta mais! Você correspondeu?-balançei a cabeça positivamente, e Ino gritou.-Cara, minha melhor amiga nos amassos por aí! Quem é ele, Sakura?


–Eu não posso contar, não agora.


–Aff! Por quê tanto mistério? Ele é casado?


–Nem de palavras! Sério, Ino, aguarde mais um pouco, você saberá quem é.


–Tá bom, já que não tem solução mesmo.-suspirou conformada.-Sasuke vai deixar você andar de rolo por aí?


–Isso não importa.-dei de ombros, fugindo da conversa.


Ele é especial?-perguntou.


Como é que eu vou saber?


–Pelos toques, os beijos, as palavras, o carinho, a atenção... Tudo isso torna um cara diferente dos outros.


–Eu não sei, me sinto outra pessoa quando estou com ele.É como se eu fosse a única mulher do mundo.Me sinto especial, mais bontita, mais atraente, mais sincera... Ele me dá tanta segurança que eu não sei explicar.


–É, parece que ele é especial.-Ino sorriu.-Você e ele já...


–Já o quê?-corei, percebendo as intenções de Ino.-Não seja pervertida, Ino, eu não sou assim!


–Você me disse que faria amor pela primeira vez com um cara especial, o dono do seu coração.Isso não é possível?


–Claro que é, mas... eu não cheguei a pensar nessa etapa, eu mal estou na primeira.


–Não pensou? Confessa, amiga.-ela sabia como me pressionar, nessas horas eu não sabia fugir dela.


Está bem, você venceu! Eu penso, mas é algo tão distante para mim, para nós.Eu não sei até onde isso vai dar, por isso não quero imaginar que viveremos uma linda história de amor.Você entende? Eu não posso me iludir, nem ele.


–Que coisa triste, Sakura.-pensava.-Mas não se preocupe, dará certo, pense assim.


–Será, Ino? -levantamos.-Eu tenho tanta coisa pra te falar, mas não posso no momento.


–Fico triste ao ouvi-la, parece até que eu não sou de confiança.-saimos do parque.


Não seja dramática, você é confiável, mas no momento não posso escancarar meus segredos.


–Tudo bem, eu saberei respeitar seu silêncio.


A rua estava sem muito movimento, quase que deserta.Só precisávamos atravessá-la, virar a esquina e voltarmos para casa.Olhamos ambos os lados antes de atravessarmos.O assunto era outro, falávamos sobre roupas.

O barulho do pneu riscando o asfalto foi grande, e, do nada, um carro partir para cima de nós em alta velocidade.Não houve tempo para corrermos, nem pedirmos ajuda, sentimos o impácto da lataria contra nossos corpos.Tudo se movia em câmera lenta enquanto eu caía ao chão, era como se as coisas ao meu redor não fosse real.A dor era anormal, algo que eu nunca havia sentido.Meus ossos doíam como se alguém os quebrassem em pequenas partes.Meu rosto bateu contra o concreto do chão, e tudo se apagou.




*x*x*x*x*x*x*


Vá até o quarto 215, examine a paciente e volte com o prontuário.


–Sim, doutor.


Ouvia vozes longe do meu consciente, ruidos distantes, passos apressados.Minha cabeça doía, meu corpo estava cansado.Meu corpo repousava em algum lugar confortável.Abrí meus olhos com vagareza, e o teto branco foi meu único alvo.


Já estava na hora de você acordar, mocinha.


–Quem é o senhor?


–Doutor Daiki.Você é Sakura, não é mesmo?


–Sim.O quê estou fazendo aqui?


–Você sofreu um acidente.Não se lembra de nada?


Sim, eu começava a me lembrar do ocorrido, mas estava muito confuso.


Lembro-me de um carro vindo em minha direção.Doutor, eu estava com uma amiga.O quê aconteceu com Ino? Responda!


–Não se desespere, sua amiga está bem, só sofreu alguns arranhões.Infelizmente você quebrou o braço, mas se recuperará logo.


–Vou ficar aqui por quanto tempo?


–Até amanhã.Seu tutor está lá fora, ele está ansioso para vê-la.


–Quero vê-lo.


–Vou chamá-lo.-saiu.


Remexi sobre a cama, e todo meu corpo latejou em dor.O braço doía com qualquer movimento, então esperei por Sasuke pacientemente.


Oi.-sorri ao vê-lo, e foquei com espanto as flores em sua mão.


Oi.-como era bom tê-lo por perto, sentir seu cheiro, olhar sua expressão séria e desejar tocar seu rosto bonito.-Você está mais sério que o normal.-sorri.


Tem ideia do quê eu passei e estou passando?-deixou as flores a meu lado, não me disse uma palavra sequer.


Eu só queria passear um pouco, você sabia disso, mas não imaginei que seria atropelada.


–Como isso aconteceu, Sakura?


–Eu não sei.Lembro-me de um carro se aproximando e o resto você sabe.


–Você viu alguém? Se era homem ou mulher?


–Não, estava um pouco escuro.O carro era preto, vidro fumê , não deu para ver quem estava ao volante.


–Se eu pego esse desgraçado, ele morrerá em minhas mãos! Você poderia está morta agora, ou Ino.-Sasuke estava tão irritado, que era possível contar as veias que surgiam em seu braço, cada vez que ele apertava os punhos.–Eu já registrei o caso na polícia, só nos resta esperar pelo responsável, se é que ele vai aparecer.


–Esquece isso, Sasuke, estou bem.


–Esquecer?-perguntou indignado.-Alguém sem responsabilidades te deixou nesse estado.Você está aqui com um braço quebrado, dor pelo corpo, arranhões na pele, e...


–Eu sei, mas passou.Deixe que a justiça encontre o responsável.


Baixei a cabeça involuntariamente e o silêncio se acomodou pelo quarto.Sasuke sentou de frente para mim, acariciou meu rosto, como se tivesse certificando-se de algo, aproximou-se e abraçou-me.Ele murmurava meu nome, era tão baixo que eu mal ouvia.Em contato com seu corpo, fechei meus olhos sentindo sua pele roçar na minha, seus cabelos sedosos se encontrar com os meus, e o cheiro inesquecível do seu perfume tirar minha razão.


Obrigada por está aqui.


–Não me agradeça, eu estaria mesmo que você não quisesse.-sussurrou, carinhosamente.


Nos afastamos, podendo observar o rosto um do outro.Eu cariciava sua face, enquanto ele fazia o mesmo comigo.Sasuke se aproximou, eu não exitei e nos beijamos.O cuidado e o desejo se misturavam, fazendo-me vítima dos seus toques, de sua presença.Os segundos corriam lentamente para nós, e não nos importamos com a falta de privacidade naquele cômodo.

Seus beijos eram novos para mim, mas eu já sentia a necessidade de tê-los, de possui-los.Nos separamos com covardia,e nos encaramos como dois cúmplices, dois amantes.


O médico deixou que eu entrasse porque você pediu, mas me deu pouco tempo.


–Você vai embora? Vai me deixar aqui sozinha?


–Não.Você terá alta às dez, já são cinco da manhã.Vou voltar pra casa, tomar um banho, e trazer uma peça de roupa para você.


–Há quanto tempo você está aqui?


–Não importa.-beijou meu rosto, depois olhou-me antes de sair.



O sol nascia em Tókio.Essa é a primeira vez que passo a noite fora de casa, e que faço Sasuke se preocupar tanto comigo.Tudo era entediante, principalmente a correria nos corredores.Faltavam muitas horas para minha alta, e o tempo parecia está sempre atrasado.


Com licença.


–O quê você faz aqui?-era Aya, adentrava o quarto como se ela fosse uma visita íntima.


Sasuke saiu, mas me deixou responsável por você.Vir assim que soube do acidente.Como você está?


–Vá embora!-gritei.-Você não quer está aqui, tenho certeza disso!


–Sim, não vou mentir para você, mas eu preciso marcar pontos com Sasuke, e seu acidente me caiu como uma luva.


–Desgraçada!


–Não se altere, logo, logo, você estará em casa.-sorriu.-Nosso destino é complexo, não é?Quem diria que você fosse ser atropelada ontem.-sentou, na poltrona ao lado da minha cama.-Seja mais cuidadosa, Sakura, tem gente capaz de tudo lá fora, até de matar alguém acidentalmente.


–Você acha que eu não tenho cuidado ao atravessar a rua? Por Deus! Eu não sou mais criança.Aquele carro saiu de algum lugar, como se tivesse esperando-me.


–Mesmo?-Aya sorria, parecia debochar das minhas palavras.-Pode ser que alguém estivesse realmente te esperando.


–Quê?-sua frieza, suas palavras firmes, diretas, me fizeram imaginar o que eu não pensei, nem poderia.-Foi você! Você dirigia aquele carro!


–Então prove! Prove que fui eu.-riu.


Maldita! Você tentou me matar!


–Não, eu só quero te dar um aviso e parece que consegui.Eu já disse, Sakura, não estou brincando com você.Saia de uma vez por toda do meu caminho!


–Imbecil! Você acha que eu vou ter medo de você? Está enganada!


–O quê você vai fazer? Vai correr atrás de Sasuke, e dizer que eu te atropelei propositalmente? E depois? Como você provará isso? Eu posso processá-la por uma acusação tão grave como esta.


–Como você pôde descer tão baixo,e pelo quê? Por Sasuke? O homem que não da a mínina pra você?-nos encaramos friamente.-Você poderia ter tirado minha vida, sabia disso? Você pensou nisso pelo menos?


–Eu só queria assustá-la, não pensei em matá-la.


–Você é louca, Aya, louca! Isso não vai ficar assim, Sasuke saberá que você me atropelou por ciúmes!


–Vai, conta pra ele! Ele não vai acreditar em você!


–Não, eu não vou contar nada, você tem razão.Eu vou começar a agir com você, e aposto como você vai me odiar de verdade.DOUTOR DAIKI, POR FAVOR VENHA!


–Pára de gritar sua louca!


–DOUTOR DAIKI, POR FAVOR! DOUTOR DAIKI!-Aya correu até a porta,abriu-a e se retirou.


Eu não imaginava até onde Aya poderia ir com suas palavras, mas agora sei que ela não estava mentindo com suas ameaças.Ela não se importou com meu estado, nem mesmo pensou na possibilidade de me ver morta, ela queria me da um susto, e conseguiu.

Relatar o ocorrido me trará muita dor de cabeça, eu posso ser processada por incriminar alguém e não ter provas.Eu só preciso pensar e desmascarar Aya.Mas como?





*x*x*x*x*x*x*



Dias depois...



Agora posso mexer o braço sem aquela tipoia.-comentei, fazendo movimentos circulares.


Não abuse, Sakura, seu braço ainda está em recuperação.


–Já me sinto ótima!-falei, sentando-me ao seu lado.-Sasuke, descobriram algo sobre o carro?


–Não, parece que ninguém o viu.


–Hum.Aquele carro apareceu do nada, como se estivesse me esperando.


–Não fique tão impressionada, Sakura, isso te faz mal.-sim, ele acharia um absurdo.–Vem, deita aqui comigo.


Deitou-se no sofá confortavelmente, depois estirou o braço para que eu apoiasse minha cabeça sobre ele.Exitei, corei envergonhada, me sentindo uma tola, mas não deixei que aquela falta de experiência me fizesse recuar.Deitei com a cabeça sobre o braço de Sasuke, e fechei os olhos.Seus lábios roçavam minha nuca, seu braço livre abraçava minha cintura.Eu gostava desses carinhos, de cada coisa nova que ele me fazia sentir.


Sasuke?


–Sim.-continuava com as carícias.


O quê está acontecendo entre nós? O que somos um para o outro?


–Somos duas pessoas adultas, que estão se descobrindo.


–Você gosta de mim?


–Claro, Sakura.-virei, encarando-o.


Como um homem gosta de uma mulher.-ele me observava.-Eu gosto de você, gosto como homem, mas não quero me iludir achando que ...


–Quem disse que estamos nos iludindo?-perguntou, com seriedade.-Eu quero você, e ninguém mais.Ficou claro?


–Ficou.-sorri.-Então me dê uma prova disso.


–Qual?


–Afaste-se de Aya, e para sempre.Não quero vê-la nessa casa, nem na sua vida.Seria capaz de me prometer isso?-ele beijou minhas mãos, e sorriu.


Sim, por você eu prometo qualquer coisa.-em agradecimento, lhe beijei.




'Você me disse que faria amor pela primeira vez com um cara especial.Não é possível? '


'Claro que é... '


'Vai me dizer que você não pensa? '


'Tá, eu penso! '



'Quem disse que estamos nos iludindo? Eu quero você, e ninguém mais.Ficou claro? '


–Por quê eu não paro de pensar nisso? O que há de errado comigo? Por quê essa vontade ir vê-lo?


Passavam das duas da madrugada.O sono não aparecia, mas os pensamentos sim.Eu pensava em Sasuke, como ele me beijava, me tocava, me acariciava... Era uma tortura viciante, eu não parava de vê-lo há cada pensamento.

Saí do meu quarto, e fui até o quarto de Sasuke.Eu nunca havia entrado ali, mas estava prestes.Rodei a maçaneta com cuidado, e adentrei.O quarto estava mal iluminado, mas era possível vê-lo por completo.Como era de se esperar, tudo no seu devido lugar, absurdamente organizado.A decoração era discreta, mas de muito bom gosto.

Ele dormia profundamente, parecia cansado.Fiquei observando-o por alguns segundos e me senti satisfeita.Virei, pronta para abrir a porta, mas ouvi claramente meu nome ser chamado.


S-sasuke?


–Venha, estou acordado.


–Eu não queria acordá-lo...


–Eu vi você entrar, só não me pronunciei.-me senti patética.-Venha, Sakura.


–Não, eu vou voltar para o meu quarto, foi estupidez ter vindo.


–Você está com medo de mim?


–Claro que não, eu só não quero causar má impressão.-Sasuke levantou-se e andou até mim.Abraçou minha cintura gentilmente, e uniu nossos lábios.


Correspondi o beijo com euforia, parecia um vício em minha vida.Suas mãos passeavam por minhas costas, seus lábios desciam até meu pescoço com ousadia, subiam e desciam com mordidas e beijos.Eu chamava por ele, gemia seu nome com firmesa, apertava seus cabelos com prazer.Era caloroso a correnteza em meu corpo, prazeroso e tentador.

Será que ele é essa pessoa especial que eu espero? Será que será com Sasuke minha primeira noite de amor?




Continua....


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