Ensina-me a Viver escrita por Graziele


Capítulo 9
Primeiro Contato


Notas iniciais do capítulo

Big thanks to: Elinha, ivis, Stefannymarie, liviagabi4, lecullen, iarinha_tp, sheilaalves, Ruthmasen, bonno.


Oi, amores! :)
Eu sei que vocês estavam esperando o capítulo ontem - que não veio -, mas eu não consegui terminá-lo decentemente e, sério, eu precisava desse aqui perfeito, e ACHO que vocês vão gostar, hehe.


Boa leitura!



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- Eu volto a repetir que sua ajuda veio muito bem a calhar, Edward – Jasper Whitlock repetiu novamente, rindo descrente. Edward concordava, definitivamente.

Não sendo prepotente – longe disso –, mas quando Jasper se referiu aos seus ajudantes como ‘molengas’, ele não estava exagerando. Os homens arrumavam todo e qualquer tipo de desculpa para não exercer o serviço para o qual eles eram pagos. Edward sabia que aqueles homens não aguentariam nem um mês na guerra e que não teriam medo na hora de inventar alguma doença contagiosa pra poderem ser exonerados e voltarem pra casa.

Hilariante.

Por fim, o trabalho não estava sendo difícil e a convivência com Jasper também não. Tudo bem que aquele homem falava mais rápido do que um feirante, mas – com muita concentração – Edward conseguia entender o que ele dizia. O alemão tinha uma aura muito animada e sempre arrancava sorrisos de Edward por conta das bobagens que dizia. Lembrava-o vagamente de Emmett Cullen, mas Edward tentava a todo custo não pensar nisso, pois, por mais que doesse, o amigo representava sua vida antiga. Aquela vida que ele já desistira de viver.

Acabara percebendo que Jasper realmente gostava mais do que devia da tal amiga de Bella, porque, toda vez que o nome dessa era mencionado, o soldado percebia os olhos do outro brilharem e os ombros dele relaxarem instantaneamente. Ao que parecia, só faltava coragem de admitir o que sentiam. Ou, talvez, eles estivessem confusos e não soubessem o que era que tinham.

Ele tenha talvez mencionado uma ou duas vezes o fato dele ser primo da mãe de Bella, e isso o ajudou a perceber a lorota que foi contada, para que ele pudesse confirmar.  O modo como Jasper acreditou rapidamente em toda aquela mentira deixou Edward se divertindo por dentro. Tinha a plena certeza que, se estivesse numa missão para o Exército e, nessa, ele tivesse que aniquilá-lo, o faria com a maior tranquilidade que lhe fosse possível, tamanha a confiança que o alemão depositou nele.

Mas aquilo não era uma missão para o Exército. Era um trabalho honesto, digno e que selava sua nova vida, longe das batalhas, longe do sangue e longe daquilo tudo que ele tanto ansiou pra largar.

Edward chegava em casa mais cedo do que a alemã e ainda ficava uns bons longos minutos esperando-a. O que era ótimo, porque ele, estranhamente, não gostava da ideia de Bella ficar sozinha em casa, principalmente com todas aquelas Bases Militares por perto. Ele bem sabia que o inimigo poderia atacar da maneira mais sorrateira possível e que sua alemã era um alvo super fácil. Ela era inocente demais, sempre acreditava no melhor das pessoas e dava confiança a quem não devia. Certamente, atacá-la seria fácil como roubar doce de criança.

- Então... O que você fazia antes de vir para Nagold? – Jasper perguntou. Mas não era como se fosse uma pergunta feita por algum inimigo, para obter informações importantes. Era curiosidade, Edward percebia. Tudo inocentemente.

- Eu meio que... – Edward começou, vasculhando sua mente à procura de alguma história convincente. – Estava cursando medicina. – E deu um sorriso satisfeito. Não era totalmente mentira, afinal, ele iria mesmo cursar medicina antes de ir pra guerra. O que acabou se tornando uma ironia sem tamanho; ele, um verdadeiro assassino, cuidando de alguém? Não daria muito certo.

- Oh – Jasper exclamou, totalmente surpreso. – E deixou tudo lá, só pra dar os pêsames pra Bella?

- Não exatamente. – Respondeu rapidamente, se arrependendo logo depois, porque não via como continuar. – Hm... Eu não estava indo para as aulas há algum tempo, você sabe, a guerra e tudo mais...

- Entendo. – O outro disse simplesmente, não parecendo realmente entender. – Vai ficar muito tempo?

E Edward parou, sem saída.  O martelo com o qual ele pregava alguns pregos numa madeira clara parou abruptamente, dando a certeza de que o inglês estava numa berlinda. A verdade era que ele não iria ficar muito tempo, mas o que imperava dentro de si era o desejo de ficar pelo resto de sua vida ao lado da alemã.

Completamente confuso e estranho, mas verídico.

Não era como acontecera com tantas mulheres que ele saíra na vida. Não tinha somente desejo – embora a alemã fosse linda – era um estranho anseio de proteção, de carinho...

E aquilo deveria ter nome... Algum maldito nome para acabar com a confusão que habitava a mente do soldado.

Mas Jasper ainda esperava alguma resposta, olhando para o de cabelos bronzeados com uma sobrancelha arqueada. Edward deu um sorriso amarelo antes de voltar a dar marteladas no pobre prego que era esmagado para dentro da madeira, auxiliando na colagem da mesma com outra.

O soldado olhou para o alemão com o ‘sim’ entalado na garganta. Mas não podia proferi-lo, porque sabia que não iria ficar muito tempo. Somente o necessário para que arrumasse dinheiro pra poder ir embora decentemente.

- Não – disse, por fim, desviando o olhar.

- Oh, isso é uma pena – o outro lamuriou. – Mas acha que dará tempo para podermos terminar essa casa ao menos? Não quero ficar a ver passarinhos, sabe...

Edward olhou em volta. Era uma casa bonita e certamente pertencia a alguém de posse, e – pelo andar da carruagem – levaria algum tempo até que pudesse ser terminada.

Entretanto, Edward sentiu-se feliz ao ver que tudo ali demoraria em ser pronto. Porque era um claro sinal de que seus dias com a alemã não estavam à beira do abismo, para serem aniquilados.

- Claro que sim. – E deu um brilhante sorriso.

O outro sorriu também, e logo um novo silêncio se instalou. O ‘toc toc’ do martelo de Edward e os outros homens trabalhando eram os únicos barulhos a quebrá-lo.

- Quantos anos você tem, Edward? – Jasper voltou a falar.

Revirando os olhos internamente, Edward logo percebeu que o outro era do tipo de pessoa que não gostava de silêncio e inventava qualquer coisa para preenchê-lo.

- Vinte e três – respondeu, simplesmente.

- E ainda não foi mandado a guerra? – Jasper perguntou, quase com um tom de reprovação na voz.

Edward teve vontade de esfregar na cara daquele alemão petulante todas as inúmeras cicatrizes que jaziam em sua pele pra ele ver como ele nada sabia da guerra.

Estava se irritando com as perguntas atrevidas dele, porque tinha medo de cometer algum deslize e acabar contando mais do que realmente podia.

Mas se controlou, porque, novamente, viu que Jasper estava apenas curioso.

Ora, Edward via a ironia do momento. Era um guerreiro que podia enfrentar inúmeros inimigos com olhos e ouvidos tapados e mãos amarradas, mas ali estava ele, temeroso por conta de algumas bisbilhotices de um pobre alemão construtor de casas!

- Ainda não – Edward respondeu por fim, na maior cara de pau.

- Que coisa, hein. – Jasper disse, parecendo levemente perplexo.

Edward apenas assentiu levemente, voltando a seus afazeres. O outro não voltou a fazer perguntas sobre sua vida e tão logo voltou a trabalhar também.

O dia naquela construção passava bem rápido – talvez pelo fato de sempre ter algo a fazer e o marasmo simplesmente nunca acontecer – e logo o horário da despedida chegava.

Edward arrumava seu casaco preto sobre os ombros, para logo depois apertar a mão do amigo alemão despedindo-se amigavelmente.

Normalmente, ele andaria alguns metros a Norte até virar a esquina da Rua Frieden. Mas, naquele dia friorento de janeiro ele resolveu fazer diferente.

Com um sorriso alegre nos lábios, ele se voltou para leste, rumo a floricultura de Bella.

Queria levar sua alemã pra casa.

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Bella bocejou pela centésima vez naquele dia.

Tudo bem que um ou dois clientes apareceram para comprarem arranjos de flores caríssimos e que, com isso, Alice e ela faturaram um bom dinheiro, mas... Ela não queria estar ali.

Não doía muito admitir que ela preferia mil vezes estar na sua casa, com seu soldado, conversando sobre qualquer coisa.

O que a consolava era o relógio grande marcando 17h55min da tarde. Ou seja, só mais alguns minutos e ela poderia ir embora, finalmente.

Esticou os braços, espreguiçando os músculos de seus braços. Já ia se virar para gritar o nome de Alice para avisar-lhe de que já podiam começar a fechar a floricultura, quando parou abruptamente, fitando a porta em sua frente.

Porque ele estava lá. Edward adentrava a floricultura com imponência, o casaco negro posto com certo desleixo encantador sobre os ombros largos, enquanto o mesmo esvoaçava com o bater do vento, os cabelos bronzeados bagunçados de um jeito que parecia ser proposital, um sorriso enfeitando-lhe a face pouco rubra, devido o frio e os olhos... Ah! Os olhos, Jesus! Estavam claros, brilhantes, verdes... Quentes.

E ele sorriu. Mostrando todos os dentes, curvando aquela maldita boca fascinante e jogando para o espaço a sanidade de Isabella.

-Er... Oi – Bella murmurou debilmente, ainda extasiada. Observou-o dar uma leve piscadela, enquanto se aproximava do balcão. – O que você... Não era pra você ter ido pra casa?

Edward deu os ombros, dando mais alguns passos para apoiar as mãos no balcão.

- Vim te buscar – disse simplesmente. E esse sotaque? Era só para matá-la que ele fazia aquilo, ela sabia. – Está escurecendo e eu não achei prudente você andar por aí sozinha.

Bella engoliu em seco, tentando a todo custo desviar sua atenção da boca dele. Por fim conseguiu, mas não ajudou em nada, porque os olhos verdes conseguiam ser ainda mais fascinantes.

- Claro... – concordou, recobrando a consciência. Abanou a cabeça repetidas vezes para ter a certeza de que não ia mais parecer uma idiota enquanto fitava o soldado. – Eu só... Tenho que fechar aqui direito... Vou chamar a Alice.

Mas nem precisou, pois logo a outra mulher aparecia na vista dos dois, praticamente gritando que já se passava da hora de fechar o estabelecimento. Entretanto, Alice Brandon logo estacou ao ver que o soldado ali estava.

E a cena foi cômica. Ela colocou a mão no peito, devido ao susto e empalideceu tanto, mais tanto que Bella quase teve a certeza de que a amiga tinha morrido em pé, não fosse os olhos azuis brilhando, enquanto fitava o homem que tinha um sorriso matreiro. Isabella revirou os olhos internamente. Poxa, o soldado não sabia o efeito que causava nas pessoas, não?

- Jesus, Maria e José. – Alice esperneou. E Edward imediatamente lembrou-se de sua alemã, pois a mesma vivia lamuriando isso pela casa.

- Ele veio me buscar. – Explicou Bella.

O inglês logo percebeu a mudança repentina na fisionomia daquela que Bella considerava quase como sua irmã. Alice deu um sorriso sacana e logo pegou seu casaco em cima de uma cadeira.

- Então fechem a floricultura. – Ela comandou. – Tenho que fazer a comida pra minha mãe hoje.

Edward não entendeu o que ela havia dito, mas deduziu ser uma despedida, já que a moça logo deu um aceno para os dois e saiu da floricultura, deixando Isabella praticamente espumando de raiva enquanto corava tempestuosamente.

Edward sorriu, brincalhão.

- Então... como é que faz pra fechar isso aqui? – ele perguntou, vistoriando o local com os olhos.

Bella encolheu os ombros, ainda irritada com a amiga. O que é que ela estava pensando quando os deixou a sós? Que Bella agarraria o soldado? Que os dois repetiriam a idiotice de algo que aconteceu há um mês? Não que fosse má ideia...

Jesus! Bella tratou logo de balançar a cabeça com certa violência pra se livrar daqueles pensamentos – que, aliás, a perseguiam desde que conhecera o soldado.

- Está brava com a sua amiga? – Edward perguntou inocentemente, enquanto Bella dava a volta no balcão e pegava a chave e seu casaco, preparando-se para ir embora.

- Claro que não – respondeu, não convencendo muito.

- Seus gestos dizem outra coisa. – Ele observou, seguindo os passos raivosos de sua alemã com o olhar.

Isabella bufou, finalmente encontrando os olhos do soldado.

- Ela acha que nós vamos... – Ela começou, aproveitando-se do fato de ter mesmo que falar lentamente com o homem, para demorar mais do que o necessário com a escolha das palavras. – Você sabe... Algo como... Nos beijar. – Concluiu, gesticulando exageradamente, num claro sinal de nervosismo.

O soldado sorriu torto, masculamente passando as mãos pelos cabelos bronzeados.

Com passos deliberadamente lentos, aproximou-se mais de sua alemã, deixando uma distância perigosamente pequena entre os dois.

A mulher continuou estática, inebriada demais com o cheiro do soldado para andar pra trás. Notou que ele cheirava a algo extremamente forte... Um cheiro varonil, lascivo.

- Mas nunca fizemos isso, não é? – ele perguntou, umedecendo os lábios e acabando com a distância entre os corpos.

- P-pois é... – Bella gaguejou, sem nunca desviar os olhos do olhar penetrante e extremamente verde do inglês.

Observou, atônita, ele simplesmente elevar uma de suas mãos até a altura de seu rosto e afagá-lo, enquanto que – com a outra – ele segurava a base de sua coluna, impedindo-a de se espatifar no chão. Bella fechou os olhos por um breve segundo, aproveitando da carícia ousada, porém indiscutivelmente magnífica.

 - Então, presumo que ela não tenha motivos para ficar pensando essas coisas, certo? – o hálito frio e mentolado batendo contra seu rosto delicado.

- É... – confirmou a alemã, tentando se desvencilhar do aperto forte do homem de quase dois metros. Numa tentativa inútil, claro, pois ele a apertava tão intensamente que era praticamente impossível até mesmo respirar.

Olhando para o peito rijo dele, Bella amaldiçoou eternamente o Exército inglês por conseguir transformar os homens em verdadeiras muralhas musculosas.

Jesus! Ela era uma condenada mesmo.

- E não é nada agradável ser alvo de fofoca sem dar motivos pra isso. – Dessa vez não foi uma perguntas, e Bella logo se permitiu agradecer internamente por não ter que responder e se envergonhar com sua voz trêmula. – Portanto... Nada mais justo do que dar os motivos...

- Mas o quê...? – não deu tempo de terminar. Não deu tempo nem de pensar no que faria pro jantar, porque logo aqueles lábios tão encantadoramente sedutores eram prensados contra os seus.

Bella arregalou os olhos por um momento, socando o peito do soldado e o xingando de todos os nomes possíveis que lhe vinham a mente, mas tão logo amoleceu com as mãos másculas dele lhe apertando os cabelos da nuca, tão logo cedeu.

Seus braços caíram flácidos ao lado de seu corpo, deixando cair no chão com um baque seu grosso casaco e suas chaves, enquanto Edward lhe explorava a boca. Ela não sabia o que fazer, mas presumiu que imitá-lo seria uma boa coisa, deste modo adentrou a boca do soldado com a sua própria língua, deliciando-se com o som que ele proferiu no mesmo instante que ela o fez.

Seu corpo pequeno foi envergado pra frente, quando o inglês rodeou seus dois braços fortes e indecentemente musculosos na curva de suas costas. Automático e aturdidamente, ela colocou uma de suas mãos num dos braços dele e a outra posou nos cabelos macios e daquela cor estranha e deslumbrante.

Ela sabia que era errado, mas... Era tão bom, que somente a ideia de se afastar do homem lhe parecia simplesmente inadmissível.

Novamente, a alemã ouviu aquele som másculo e exótico pronunciado pelo inglês e, logo percebendo que sua carícia nos cabelos dele proporcionava aquilo, tratou de fazê-lo repetidas vezes, deleitando-se com as reações desconhecidas que provocava nele.

Sua respiração estava nula e seu coração estava indo pro mesmo caminho. Bella sabia que, talvez, ela teria uma parada cardíaca ali mesmo.

Pegou uma boa lufada de ar quando a boca do soldado finalmente deu descanso a sua, e se surpreendeu ao perceber que a mesma agora rumava para seu pescoço. Arfou e apertou mais suas mãos em torno do braço grande dele, dando passos para trás até bater ruidosamente no balcão da floricultura.

De forma bruta, - mas, estranhamente, ainda muito gentil – o homem a inclinou pelo balcão até que ela estivesse quase deitada em cima do mesmo. Instintivamente, Bella elevou as pernas até que essas estivessem completamente entrelaçadas no quadril do homem.

As mãos dele estavam ousadas e imorais enquanto passeavam livremente pela lateral do corpo da alemã e as dela continuavam a praticamente estourar todas as veias do braço dele, tamanho o aperto que faziam.

A boca necessitada agora estava risonha enquanto rumava novamente para o pescoço da mulher arfante e bagunçada deitada sobre o balcão.

E parecia que um fogo havia se instalado no corpo de ambos. Em Bella, o dito fogo preenchia desde o seu último fio de cabelo até seu dedo do pé, sendo transportado de bom grado pela boca do soldado que estava tirando-a do sério. Ela teve certa visão que a agradou como nenhuma outra: os olhos do soldado – aquele verde tão deslumbrante que desde o primeiro dia lhe roubara a atenção e o ar – chamuscado de preto, mas não era aquela tristeza que tanto a incomodava, era cobiça. Poderia ser errado, poderia ser insano... Mas, naquele momento, ela realmente não pensou e mandou todas suas malditas preocupações para o inferno, concentrando-se apenas no que era bom. Que, no seu caso, tratava-se daquele soldado másculo, desconhecido e perfeito sobre si.

Entretanto, de supetão, o soldado afastou-se, deixando-a completamente confusa. Como assim o homem praticamente se enrosca com ela feito um cão raivoso e de repente se afasta?

Mas Edward sabia que havia ido longe demais. A protuberância em sua calça que o diga!

Mas, Jesus, ele tinha que se controlar! Não podia fazer com a alemã o que normalmente ele faria com qualquer outra mulher. Ela era... Especial.

Separou-se dela rapidamente, passando as mãos pelos cabelos; não como se ele estivesse nervoso ou culpado – longe disso, realmente –, mas ele estava simplesmente arrumando a bagunça que sua alemã havia deixado ali.

Fitou-a de cima a baixo e sorriu torto. A moça encontrava-se toda desarranjada, com a confusão estampada no olhar. Ela pareceu notar que ainda estava sentada em cima do balcão e praticamente pulou de lá, passando as mãos freneticamente pelos cabelos. Encontrou o olhar do inglês e corou tempestuosamente, tendo a certeza que todo o resto do seu corpo estava sem sangue, visto que o mesmo havia rumado todo para seu rosto.

Pigarreou e seu queixo caiu ao ver Edward sair da floricultura, dando um sorriso zombeteiro antes.

- Agora sua amiga tem motivos para falar. – Disse simplesmente.

Sua boca abriu e fechou várias vezes, mas ela estava chocada demais para que algo de útil saísse da mesma.

Não havia algo de errado, não? Será que ele não tinha que dizer alguma coisa? Talvez... ‘desculpe, foi um erro e não voltará a acontecer’? Ou qualquer outra coisa! Mas, definitivamente, aquela frase não fora algo muito nobre de se falar.

Soltando fogo pelas ventas, Bella pegou seu casaco com fúria e saiu da floricultura, batendo a porta com mais força do que o necessário e chaveando-a na mesma intensidade.

Virou-se para a rua, já na expectativa de ter que ir embora sozinha mesmo, mas se viu surpresa ao avistar o maldito soldado esperando-a do outro lado da calçada. Estava com os braços cruzados sobre o peito e um sorriso torto naqueles lábios que, ainda há pouco, Bella beijava com furor.

Isabella revirou os olhos, no mesmo instante em que o homem colocava-se a andar.

- Soldado! – ela chamou.

O inglês parou seus passos e olhou para a mulher por cima do ombro.

- Sim? – ele perguntou, cinicamente.

Bella deu mais alguns passos e parou há apenas um metro do inglês. Engoliu em seco e, tomando uma coragem vinda do nada, perguntou, olhando diretamente nos olhos dele:

- Por que fez aquilo? – como não podia deixar de ser, ruborizou até onde não podia.

Edward, para aumentar ainda mais a irritação de Bella, apenas deu os ombros.

- Porque é bom, ora. – Respondeu, como se aquilo fosse motivo suficiente para agarrá-la no meio da floricultura, faltando apenas tirar suas roupas.

Edward acabou com a distância dos corpos, somente com quatro passadas largas. Novamente, Isabella viu-se assaltada pelo cheiro demasiadamente bom que provinha dele. Era... Refrescante. Viciante.

O soldado curvou os cantos da boca num sorriso malicioso, enquanto rodeava a cintura de Bella com as mãos outra vez, chocando-a contra seu peito.

- E... Desculpe-me. – Ele sussurrou, mirando a boca dela.

- P-por quê, exatamente? – Bella estava inebriada pela beleza do homem, mas queria saber se ele estava se desculpando por beijá-la, por tê-la agarrado na floricultura ou por estar agarrando-a naquele momento no meio da rua pouco iluminada pela meia lua de começo de noite.

- Porque eu vou fazer de novo. – Ele murmurou, tão baixo que fez Isabella estremecer-se por completo.

A alemã não teve tempo de pensar quem, por que, onde e muito menos quando, porque os lábios ferozes de Edward já estavam sendo prensados novamente nos seus. Dessa vez, ela não esperou para ver o que ele estava fazendo – até porque ela já tinha muita noção – apenas agarrou os cabelos dele, cedendo a passagem de sua boca de bom grado quando essa foi solicitada.

Passeou suas mãos pelo abdome definido dele, infiltrando-as logo depois por dentro do casaco e levando-as até as costas viris do homem. Arranhou-a levemente por cima da camisa e, quando ouviu um gemido quase intimidador vindo dele, percebeu que estava fazendo certo e repetiu o ato.

Edward sentia o maldito controle indo pro inferno enquanto beijava sua alemã de maneira que poderia ser recriminada por qualquer pessoa. Ela tinha mesmo que provocar tanto assim, Senhor?

Ele a empurrou com seu próprio corpo para mais pra trás, subindo na calçada, sem nunca desgrudar os lábios tão famintos.

Quando ouviu o gemido sufocado de Bella, percebeu que estava – novamente – indo longe demais.

Separou os lábios e não conteve o sorriso largo de puro contentamento ao notar os lábios vermelhos e inchados dela que compunham aquele visual bagunçado e confuso que ele descobrira adorar.

- Isso é... Muito bom – ela admitiu, assentindo para si própria.

Nunca havia beijado – logicamente –, mas o fazia mais por falta de interesse em saber como era do que por realmente se importar com o que a sociedade fosse dizer. Mas, naquele momento, ela agradeceu por ter sua primeira experiência com aquele homem quase desconhecido.

Duvidava que existisse alguém com mais perícia no assunto do que seu soldado.

Edward gargalhou sonoramente com a confissão da mulher, despertando-a de seus devaneios.

- Eu disse que era. – Afagou-lhe as bochechas rubras gentilmente, depositando um beijo ali logo depois. – Sabia que você é uma graça corada? – Confidenciou sorrindo e contemplando a face da moça ficar ainda mais vermelha enquanto retribuia seu sorriso discretamente. – Vamos pra casa, alemã. Já está escurecendo.

Bella suspirou e ajeitou seus cabelos e casaco surpreendo-se ao ver que o soldado entrelaçava seu braço ao dela. Sorriu pra ele, recebendo em troca aquele sorriso torto de perder o ar. Se as mulheres fossem pra guerra, Bella pensou, Edward Masen as aniquilaria usando só esse sorriso.


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Notas finais do capítulo

O que acharam, huh?
Eu, particularmente, achei que pudesse ficar melhor, embora tenha adorado esse final *o* HAUAUAUAUAU'
Tá, parei.

Jesus, será que tem algum soldado desse me esperando por aí? *sonha*
ENFIM, espero que tenha ficado do agrado de vocês :D E vou ficando por aqui, porque to com sono e amanhã tenho que levantar cedo pra ir pra escola *--* Ai, graças a Deus, não aguentava mais ficar em casa mofando, rs.

Vou trazer o próximo... sexta OU sábado, mas ainda não sei. Só prometo não atrasar mais do que um dia, porque realmente me sinto super em falta com os posts aqui ):

É isso (: Comentem pra eu saber o que acharam, adoro receber suas opiniões, sugestões e tudo o mais ^^

Beijos e até o próximo! :*