(Nem) Todo Mundo Odeia a Emily escrita por May_Mello


Capítulo 51
Todo mundo odeia gostar de alguém.


Notas iniciais do capítulo

Ai, que depressão. :/
Ja era pra esse capitulo ter sido postado a três horas atras, mas eu consegui quebrar minha tecla de acento (e esta doendo meu coração) e eu tava tentando arrumar. Sabem o que isso quer dizer? Quer dizer que vou ter que me mudar para os EUA agora pq em inglês não se usa acento. Isso mesmo. Ai, vida. Ai, mundo....

Mas enfim. Voltei :D *sambando*
Vim postar mais um capituluzinho o/
E esse é mais um capitulo de transição mesmo. Temos so mais dois pela frente *todos chora*
Espero que gostem. Bjos :*



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—Nós vamos voltar pra Alemanha.

 

...

 

Ok. Calma. Respira.

— O que você quer dizer com “vamos voltar pra Alemanha”?

—Quero dizer que eu sou o Batman. – Tirou com a minha cara. – Emily, eu quis dizer que a gente vai voltar pra lá. E só.

—E só? – Desviei minha atenção pra qualquer coisa que não fosse o Thomas. E minha cara de indignação estava tipo... Tipo... Nem tem comparação. Nossa.

—E só. – Ele estava normal demais, como se não estivesse ligando pra esse fato. Como se nem tivesse dito que gostava de mim e agora não estava nem aí. Como se nem fosse fazer falta. Honestamente? Eu estava com vontade de mandar ele tomar no c* por ser tão babaca. E retiro o que eu disse, ele não vai fazer falta nenhuma.

—Mas por quê?

—Por causa do emprego do meu padrasto. Eles precisam dele de volta.

—Que seja. – Dei de ombros com a maior cara de “poker face” que já fiz na vida, tentando mascarar minha raiva, e me virei novamente pra ir embora.

—Que seja?! – Ele perguntou indignado. Agora era ela que devia estar querendo me mandar tomar no c*. – E por que você veio bater na minha porta mesmo?

—Ah, é. – Me lembrei do real motivo pelo qual tinha batido na porta desse chato. – É sobre ontem. O que aconteceu? Os gritos da Zooey atrapalharam o meu momento de meditação.

—Aah... Não foi nada demais. Ela e o pai dela vieram, fizeram um pequeno show aqui na minha varanda por eu não ter levado ela no baile, aí eu bati palmas e eles foram embora.

Olhei pra ele com cara de tomate podre e ele riu de leve, perdendo a cara de indignado que ele estava antes.

—Eles vieram e quando a Zooey me viu começou a gritar histericamente. O pai dela conversou com o meu padrasto. Eu escutei um monte, levei uns tapas da minha mãe e estou de castigo por umas dez vidas.

—E só. – Fiz uma voz fininha debochando dele.

—É. Só isso. – Disse sério.

—Será que ela não falou nada com o pai sobre o fato de todo mundo ter esculachado ela no baile?

—Acho  que não.

—Thomas! – Escutei a mãe dele gritando. – Quem está aí?

—A Emily, mãe. – Ele revirou os olhos devido a pergunta.

—E não vai chamá-la pra entrar? Eu não sei o que está acontecendo com você Thomas, acho que de repente toda a educação que eu te dei foi deletada da sua cabeça! – Simone gritava, e de repente começou a murmurar uns xingamentos em alemão.

—Quer en - – O cortei no meio da frase.

—Não. Eu já tô indo. E sinto muito pelo lance da Zooey.

Ele encostou a cabeça no umbral da porta e eu juro que não queria mais ir embora. A única coisa que queria ir embora nesse momento era a minha raiva. E no caso, os pais de Thomas, que queriam voltar pra Alemanha.

—Quando vocês vão?

Impressão minha ou ele estava pensando muito na resposta? Estranho.

—Não sei. Mas acho que vai ser logo.

Só balancei a cabeça em sinal de entendimento e saí de lá lentamente, depois de murmurar um “tchau”.

Ai, vida. Como eu te odeio.

Meu ‘pai’ manda uma carta e deixa minha cabeça dando tilt, aí a única pessoa que disse gostar de mim está indo embora... Não é por nada não, mas a minha história acaba aqui.

Meu cérebro vai entrar estado vegetativo de tanto pensar nos fatos, minha mãe vai me encontrar desmaiada em casa, vai me levar pro hospital e após dois meses de internação  vai decidir que é melhor desligar os aparelhos que me mantêm viva e eu vou morrer.

Fim.  

—X_

—EMILY!!!! EMILY! ACORDA SUA IMPRESTÁVEL! VOCÊ ACHA QUE A VIDA É UMA FESTA PRA DORMIR O DIA INTEIRO? HEIN? –  Minha mãe entrou arrombando a porta do quarto. – ADIVINHA QUEM ME LIGOU ESSA MANHÃ LÁ NO MEU SERVIÇO. ADIVINHA!

— Hum? Que dia é hoje? – Dormir a tarde é a pior merda que tem. Eu devo ter pegado no sono de tanta exaustão mental.

—SUA FEDELHA! SEU PROFESSOR DE INGLÊS ME LIGOU! PERGUNTOU COMO É QUE VAI INDO OS TRABALHOS DE RECUPERAÇÃO!

Tá. Esquece a teoria do cérebro em estado vegetativo. Eu vou morrer é de tanto apanhar mesmo.

—TRA-BA-LHOS DE RE-CU-PE-RA-ÇÃO!

—Ah, esquece mãe. Tá indo tudo bem. – Ela me chutou pra fora da cama, me fazendo cair.

—Está indo tudo bem mesmo, Emily. É claro que está! Porque foi isso que eu respondi pra ele, e agora você vai dar contar de fazer tudo sair bem!!! Ou eu vou desfigurar você de tanto bater! Como é que você não me conta que pegou recuperação em Inglês?!

—Vai ver for porque eu fiquei com medo de ser desfigurada de tanto apanhar. Vai ver foi isso, mãe! Quem sabe né? – Me levantei do chão com a ajuda da ironia.

—Cadê os trabalhos? Você vai começar a fazê-los agora! E é melhor tirar nota boa na prova final, hein?

—Como que você quer que eu vá bem nos trabalhos e na prova sendo que eu tenho tantos problemas pra pensar?! Já esqueceu que o Josh mandou aquela bendita carta? E outra, eu fui falar com o Thomas como você disse que era pra fazer e descobri que os Schultz estão indo embora, mãe. Dá pra acreditar nisso?!

—Ah, Emily – Ela suspirou epareceu ter compaixão, segurou minha mão e me fez sentar com ela na cama, de onde eu fui chutada há poucos segundos – Eu sinto muito, muito mesmo, mas a vida continua! Seu pai mandou uma carta, mas esquece isso. Se você está em dúvida até agora se devia ou não ligar... Talvez seja porque você não quer realmente ligar. Dê um tempo pra nisso, ok? Talvez ele mande uma outra carta, talvez depois de algum tempo você sinta vontade de ligar... E se ele quiser realmente saber de você e está arrependido, ele vai te procurar. E no fundo, falando como sua mãe, eu quero que você esqueça isso. Seu pai nunca esteve presente na sua vida e agora, só agora, ele dá sinal de vida? Esquece. O que tiver de ser será, mas se ele quer realmente te conhecer e fazer contato com você, então ele que ache algum outro meio. Entendeu?

Nunca vi minha mãe falando tão sério. E será que ela e o Anthony tinham combinado esse discurso? Porque cara, ela disse as mesmas coisas que o Anthony também disse.

—Entendi. – Murmurei.

—E sobre os Schultz... Simone não me disse nada que ia se mudar. Que estranho. – Ela pareceu pensar. – Mas enfim, eu entendo que você esteja triste, mas não tem nada que você possa fazer. Épor causa do Lukas que você está assim?

—Que mané Lukas mãe. Já não falei que não gosto mais dele?

—Então por que é que você está tão triste?

—Sei lá, mãe. Eles eram meus amigos. – Dei de ombros.

Minha mãe pensou um pouco, desviando o olhar.

—Já sei qual o problema, é o outro irmão.

—Que outro irmão? O Thomas? Puff mãe.... Você é louca mesmo, hein. Nossa. É só que eles estão indo embora, ok? Eu ficaria igualmente triste se fosse o Gregory ou o Anthony que estivessem se mudando.  

—Ok então. Se você diz. – Minha mãe concordou com aquela carinha de quem só está concordando pra não discutir mais. – Agora, senhora Emily, esqueça todos esses acontecimentos e faça os trabalhos de Inglês.

—Não dá, mãe. Não é tão fácil de parar de pensar em tudo isso não.

—Vou te dar um desconto então, mocinha. Mas amanhã quero ver você pegando firme nesses trabalhos.

—Tá, tá, que seja. Talvez até amanhã eu já tenha morrido mesmo. – Dei de ombros e minha mãe deu um peteleco na cabeça antes de se levantar para sair com aquele olhar de piedade.

Ai, vida.

—Ah, e mais uma coisa. – Quando pensa que não, minha mãe abre a matraca de novo.– Acho que você tem que conversar com o Thomas mais uma vez, sabe como é ne, passar mais tempo com ele antes deles irem embora. – Ela ainda tinha aquela carinha de piedade.

—Aff mãe. Você tem cada ideia.  – Ela finalmente saiu do meu quarto, me deixando sozinha. Ai, que depressão.

Minha mãe fica querendo que eu fale com o Thomas, sei. Imagina se eu tivesse contado pra ela que ele disse que gostava de mim. Imagina. Ela já estaria marcando nosso casamento, nem que fosse na Alemanha.

Eu não posso ficar vendo ele mais não, é bom que eu vou me acostumando a viver sem ele por perto.

—MAS QUE MERDA!!! – Taquei meu travesseiro na parede.

Acho que minha ficha não caiu direito. A única pessoa que gosta de mim está indo embora!!! EMBORA!!!

Eu não quero que eles vão embora. Não quero! Eu não quero que ele vá embora!

Eu nunca vou me acostumar a viver sem ele por perto. Nunca!

E o pior de tudo é que não tinha nada que eu pudesse fazer pra que ele ficasse. Eu realmente queria ir falar com ele, passar o resto do tempo que ele ainda ficaria aqui em Seattle com ele. Mas esse sentimento de não saber o que dizer, não saber como agir, não saber o que fazer estava acabando comigo.

 

Por que, cara? Como é possível quealguém que gosta de mim tenha que ir embora?

 

E no fundo, bem lá no fundinho, pra ninguém ouvir, eu gosto do Thomas. E passei a gostar mais depois de saber que ele também gostava de mim. Eu só estava... Assustada pela forma “diferente” que ele gostava de mim, era isso. Apesar de ele dizer que não queria me assustar com aquela declaração, de alguma forma eu estava assustava. Tinha conhecido um lado dele que nunca antes havia conhecido. Eu não tenho certeza, mas apesar de me assustar, eu gostava daquele lado. Daquele lado que o fazia ser verdadeiro e dizer coisas bonitas. Eu também gostava do outro lado, o lado que me irritava e me xingava. Eu gostava dele por um todo, só não havia percebido antes...

E o que adianta perceber agora?

Nada. Não adianta nada. Porque agora ele vai embora e esses sentimentos idiotas nunca vão passar de sentimentos idiotas.


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Notas finais do capítulo

E ae, galera? Comentem. Podem ate me xingar. hahahaha