(Nem) Todo Mundo Odeia a Emily escrita por May_Mello


Capítulo 43
Todo mundo odeia o trabalho de Biologia.


Notas iniciais do capítulo

Tchãram....
Cá estou eu. Demorei? Demorei. Mas foi menos um pouco.
Eu juro que iria postar semana passada, mas aí o pc do serviço deu pau e só voltou ontem. E como eu tô sem net em casa tive que ficar esperando voltar. Eu devo ter alguma coisa com estragar computadores, porque não é 'possívi.

Gente, espero que gostem de mais um capítulo escroto e me escrevam nos comentários o que acharam, ok?
Muitos e muitos bjos. :*



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E lá estava eu, sentada em minha cama com as pernas cruzadas, os cotovelos apoiados na perna e a cabeça apoiada em minha mão. Enquanto contava as minhas respirações, algo que aconteceu mais cedo me atingiu o pensamento.

Não, não a parte em que eu caí por cima do Thomas no ônibus. A parte em que Tyler foi à nossa mesa no intervalo e quase apanhou de novo do Thomas por ter me chamado para conversar em particular. Aí eu fui, né? Aí ele me disse que era gay e era pra eu esquecer o que ele disse no dia anterior sobre gostar de mim. Não, mentira. Ele... Ele me chamou pro baile. Você tem noção do é que ser chamada para um baile por um garoto bonito?!

Mas aí eu lembrei que esse garoto bonito é o mesmo que já me humilhou num outro baile e também me lembrei das palavras do Thomas, porque elas nunca saem da minha cabeça. Eu bem conheço a peça, por isso eu recusei. Recusei com um “olhar do capeta”, já que estava tomada de raiva por relembrar tudo que Tyler já me fez passar. Saí e o deixei com cara de cachorro que caiu da mudança, mas conhecendo o Tyler... ele não vai desistir tão cedo.

–E EU JÁ DISSE QUE NEM VOU NA PORCARIA DESSE BAILE! – Gritei comigo mesma, socando o colchão.

–Não vai, é? – Thomas sorria fofamente parado na porta da sacada, provavelmente o sorriso era um disfarce pra me distrair e ele ligar pra ambulância de algum manicômio vir me buscar por estar gritando sozinha.

–Escuta aqui, garoto, como é que você entra se todo dia eu checo se essa porta está fechada?

–Ela é bem fácil de abrir. É só empurrar uma e puxar a outra. – Deu de ombros, fechando os olhos demoradamente. Só faltou cantar aquela música do Michael Jackson: “ABC, fácil como 1, 2,3.” Eu acho que estou com medo.

–Moleque dos infernos! – Bufei. – E o que você está fazendo aqui?!

–Ué, eu vim pra fazermos o trabalho. – E jogou o livro de Biologia na minha testa. Como se fosse muito normal ter seu quarto invadido.

–Eu já disse que não vou fazer porcaria nenhuma.

–É claro que vai. Pois como você bem disse uma vez, eu sou mestre em persuadir as pessoas. – E se jogou no meu lado na cama.

–Então veremos, Schultz! Você só vai perder seu precioso tempo! – Emburrei-me.

–Eu tenho todo tempo do mundo. – E deu uma piscadela, enquanto nos encavamos. Aí eu voltei a raciocinar e não pensei duas vezes, dando-lhe um tapa na testa.

–Au! – Thomas se endireitou na cama, agora ficando sentado ainda ao meu lado.

–Deveria era ter colocado mais força.

–Você deveria era não ter feito isso. – E me empurrou, fazendo com que meu corpo girasse umas quinhentas vezes e eu quase caísse da cama. Quase, porque eu parei bem na beirada da mesma. Só que aí ele me empurrou de novo, piorando a desgraça e me fazendo cair feito um saco de batatas no chão.

–Inferno de menino chato! – Esgoelei enquanto ele gargalhava.

–Tadinha dela. – Thomas debochou, me olhando com a cara pra fora da cama.

–Vai embora, Thomas!

–Depois que fizermos o trabalho com certeza eu irei. Eu não vou perder nota por sua culpa. – E quando eu pensei que ele pisaria na minha cabeça ao descer da cama, ele apenas se prestou de pé ao meu lado e esticou a mão para mim.

–Ótimo. Então faça você o seu trabalho sozinho. – E vendo que eu nem me mexia, ele mesmo agarrou minha mão e me puxou para que eu me levantasse. – E, sério, você tem que parar de me puxar assim. – Falei, já que mais uma vez estávamos próximos um do outro, pois ele tinha me puxado com uma considerável força novamente.

E ele deu aquele sorriso que não via há muito tempo. Aquele meio escondido, aquele que quase me faz acreditar ser possível que ele sinta vergonha de alguma coisa.

Acho que ele iria dizer algo, mas fomos interrompidos pelo som abafado do meu celular tocando em algum canto do quarto. Foi até fácil de achar, porque ele estava embaixo da cama.

–Oi, esse número de telefone não existe. Por favor não tente ligar novamente. Passar bem. – Atendi super carinhosa, fazendo Thomas rir enquanto voltava a se jogar na minha cama.

Espera, “E”. Eu preciso falar contigo.

–Tyler? – Minha surpresa foi quase tão grande quanto a de Thomas quando escutou eu dizendo esse nome. Como eu iria saber que era o garoto já que meu ecrã está quebrado e eu não tenho bola de cristal? Não tenho culpa. – Você não desiste, não? Pare de me perseguir, garoto. – E desliguei na cara dele. E também desliguei o celular, jogando-o em qualquer lugar.

–Do que ele não desiste, Emily? – Thomas novamente estava sentado na cama, me encarando com curiosidade.

–Nada que seja da sua conta. Ele só me convidou pro baile. – Revirei os olhos. E ele também disse mais um monte, mas o Thomas não precisa saber.

–O baile? Só pra te humilhar como da outra vez? – Ele parecia mais indignado do que eu. Vai entender.

–Como você sabe disso? – Arquei uma sobrancelha.

–Lukas me disse no dia em que viu Tyler e eu indo pra nossa casa. Ele me disse tudo o que você tinha contado pra ele, e esse foi um dos motivos pelo qual eu me afastei desse babaca. – Ele gesticulava com as mãos enquanto eu me jogava de qualquer jeito na outra ponta da cama. Tenho a leve impressão de Tomas esteja bravo.

–Ah, agora está explicado por que vocês deixaram de ser amigos tão rapidamente.

–Mas... Você aceitou? – Ele se aproximou com um olhar interrogativo.

–Aceitei o quê, garoto? – Empurrei, fazendo-o cair deitado ao meu lado.

–O convite para o baile.

–Ai, Thomas. Às vezes você é mais burro do que eu. – Bati na minha própria testa. – Claro que não, ou nem o teria tratado com tanto “amor” no telefone.

–Ótimo. Porque eu quero você longe desse cara.

–O quê? – Comei a rir da cara dele. Eu falei que ele não estava bem hoje. – Como se você se importasse muito comigo.

–Eu já te falei um milhão de vezes que ele é um idiota. E é sério. – Seu olhar se encontrou com o meu, e ele tinha uma expressão super séria que começou a me botar medo.

–Eu sei. Eu sei. – Parei de rir, afirmando. – O problema é que ele não quer se afastar de mim. Ele disse que gosta de mim.

–Ele... O quê? – Thomas perguntou calmamente num murmúrio, se confundindo nas palavras.

Um dia ainda produzirei um filme chamado “Dona Emily e sua maldita matraca”.


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Notas finais do capítulo

Err... tô com fome gente. Alguém tem chocolate aí?