(Nem) Todo Mundo Odeia a Emily escrita por May_Mello


Capítulo 32
Todo mundo odeia ser desnaturado.


Notas iniciais do capítulo

FEEEEEELIZ NAAAATAL! HO HO HO!
É, só queria dizer isso antes de mais nada, porque provavelmente essa vai ser a única coisa que vai prestar do testamento que vou escrever aqui. HUASHDAHDAD'Não, mentira, isso aqui vai ter avisos importantes do tipo:
-Essa história vai ser continuada no fórum oficial do Tokio Hotel onde já era postada. Obrigada a todos que me mandaram MP's de fóruns mas achei mais fácil continuar a postar lá. Só tenho que dar uma adiantada nos capítulos lá porque estão ainda mais atrasados que aqui.KKKK'
Olha aqui o link, ó: http://thbrasil.ativo-forum.com/t8788p210-nem-todo-mundo-odeia-a-emily
-MAS, MÃÃÃS, TAMBÉM VOU CONTINUAR POSTANDO AQUI NA CATEGORIA DAS ORIGINAIS! Vai dar muito trabalho, mas fazer o que? Eu não prometi que ainda ia responder todos os reviews? Pois é, pois é, pois é. Só preciso de mais sugestão de nomes pra mudar a bagaça. /corre
Enfim... Acho que é isso. Se alguém não entendeu alguma coisa é só me mandar MP.
E só pra constar, esse capítulo tá um cocô de lhama mas vai servir pra alguma coisa, é.
Tava com saudades de vocês *-*
Boa leitura! ♥



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–Animação, animação, animação! – E lá estava eu, cantarolando embaixo do chuveiro quando, de repente, enquanto tentava tirar o shampoo do olho, alguém abre a porta do box num baque só e me puxa com tudo pra fora da água quente.

–Emily, eu disse pra você não usar drogas, querida. O que está acontecendo? Você está grávida? Pode desabafar com a mamãe. – Demorou um pouco pra eu perceber onde é que eu estava e por que minha mãe me chacoalhava preocupadamente enquanto eu estava completamente desprovida de roupas e com o olho ardendo de shampoo.

–Mãe! – Finalmente voltei para a Terra, agarrando minha toalha dos Bananas de Pijamas e me cobrindo. – O que é isso agora?!

–Sou eu quem te pergunto isso! O que é isso agora, hein? – Minha mãe colocava a mão na minha testa, acho que pra medir a temperatura.

–O que há, mãe? Uma garota não pode mais cantarolar no chuveiro?

–Não quando se é seis da manhã de uma segunda e você se chama Emily Evans.

–Ah, mãe, menos, bem menos. Quase nada. Pra que todo esse drama? – Agora dá pra se ter uma noção de pra quem eu puxei um pouco de todo o meu drama.

–Ora, só fiquei assustada. Era pra você estar dormindo, como sempre, e chegar atrasada na esco- Ah, meu Deus! Você está apaixonada!

SIM!

–Não. Que idéia, mãe. – Joguei a toalha em qualquer canto e voltei pra debaixo do chuveiro. -Como é que você pode chegar a essa conclusão só por que acordei mais cedo e pareço feliz numa se – engoli um tanto de água – gunda?

–Porque eu sou sua mãe, bobinha! Então... Qual é o nome dele? – Aí já é demais. Bufei e bati com tudo a porta do box na cara dela. É, eu sou uma boa filha.

Ela continuou discursando sobre o amor e sobre como ele muda e torna as pessoas mais bonitas até depois de eu ter saído do banho e começar a secar meu cabelo. Acho que ela se irritou com o barulho do secador e percebeu que eu não estava prestando atenção, pois foi nesse comento que ela saiu “pisando duro”.

Valeu por tentar me ajudar, mãe, mas eu não preciso de mais nada quando se tem o Anthony como conselheiro amoroso. Só com algumas poucas palavras dele eu já sei que o balofinho mais querido do mundo é fera nesse assunto – vai ver é porque ele não consegue uma namorada e fica pesquisando sobre como conseguir uma. O Lukas já está no papo. Quer dizer... Está quase lá. Anthony só me passou pouquíssimas dicas, mas já me sinto bem mais confiante do que quanto era o Thomas quem ditava as “regras”. Tsc. Tudo bem que em troca eu vou ter que dividir meu lanche com o Anthony até o fim da minha curta vida, mas vai valer à pena. E ainda bem que ele desistiu da idéia do chocolate!

O primeiro passo que Anthony sugeriu (passo, não regra) foi acordar cedo e chegar na hora certa na escola. Por quê? Eu também não sei, mas estou “dando esse passo”. Dessa vez vou fazer tudo certo!

O segundo passo é controlar o ódio pelo mundo. Tá aí uma coisa dificílima, mas vou me esforçar. Aliás, já estou me esforçando, ou você acha que eu estava cantarolando “animação” embaixo do chuveiro por quê? De besta? É, talvez um pouco...

No terceiro passo ele disse que era pra cuidar da minha aparência. Não mudar, só melhorar. E aqui estou eu com um delineador para olho em mãos; nem sabia que tinha isso, mas já que o achei dentro do meu all star vermelho que tinha escolhinho pra combinar com a gravatinha vermelha do uniforme (que eu tinha ajeitado de um jeito desleixado mas “elegante”), está valendo.

–Ah, não pode ser tão difícil passar essa coisa. – Falei sozinha e encarei o pobre tubinho, descochando a parte com o pequeno e comprido pincel dali. – Mamãe me ensinou uma vez, acho. O negócio é não tremer e ir devagar. – Olhei para o meu reflexo no espelho. – Vamos lá! – Minha mão estava tremendo mais que vara verde, aí eu taquei o pincel com tudo no olho e fiquei cega. Brincadeirinha. Eu até me saí bem, exceto ela borradela irrelevante no final do olho direito; e isso só aconteceu porque o gesso no outro braço me atrapalhou na hora de puxar o olho um pouco. Mas eu definitivamente me saí bem! Até sorri pra mim mesma no espelho.

–Ai, que orgulho! – Minha mãe bateu palminhas lá do umbral da porta, e eu me dei conta de que preciso urgentemente fazer um curso sobre como perceber que tem alguém te olhando. – Vem, me deixa arrumar direito isso aí! – Ela se aproximou de mim, me puxando elo braço.

–Mas já está bom! – Protestei.

–Quieta, Emily! Vou só dar uma arrumadinha e passar rímel. – Me puxou para mais perto depois de tirar umas quinhentas mil coisas da bolsa que ela tinha sobre o ombro e colocar tudo dentro da pia do banheiro.

Ficamos em silêncio, enquanto ela fazia o que bem entendia na minha cara. Foi aí que senti uma necessidade de dizer uma coisa do fundo do meu coração. Chamei-a baixinho:

–Mãe?

Quié? – Ela resmungou muito concentrada.

–Me dá dinheiro?

–Pra quê? – Claro que é pra gastar. E por que eu tenho eu ficar dando satisfação?

–Pra eu ir no salão... Vou pintar o cabelo de novo e fazer umas coisas aí. – Talvez eu faça uma tatuagem! Ok, só talvez e num futuro distante.

–Tá. Vou deixar o dinheiro em cima da mesa da cozinha.

–Ok. – Muito estranho. Ela é fissurada por esse negócio de salões de beleza, então é mesmo estranho que ela não tenha se oferecido pra ir junto comigo.

E aí vem o silêncio novamente.

–Mãe?

–Hum?

–Por que você nunca está em casa? – E por falar em salões de beleza, eu sei que ela vive neles; é uma perua assumida. Mas essas coisas não podem durar o dia todo... Ou podem?

–Porque eu trabalho. – Meu Deus! Alguém trabalha nessa casa e eu nem sabia? – Ou achou que as coisas caiam do céu? – É, acho que já faz muito tempo que meu pai parou de mandar algum dinheiro pra gente, e é minha mãe quem trabalha muito pra nos sustentar. —Ou como você acha que eu mantenho toda essa beleza? – Sorriu, balançando as mãos e fazendo aquelas pulseiras irritantes tintilharem. Depois voltou ao que fazia.

–Mãe?

–Hum? – Parou novamente de me maquiar e ficou olhando pra minha cara. Acho que já estou irritando-a com todas essas perguntas.

–Você trabalha aos domingos também? E toda noite?

–Sim. E algumas vezes, à noite, quanto não estou trabalhando vou para os salões de beleza. – Voltou a pintar minha cara. Só espero que eu não saia parecendo uma palhaça, no sentido literal da coisa. Parando pra pensar estou com medo, a julgar pela maquiagem escandalosa que minha mãe faz nela mesma.

–Você trabalha com o quê, mãe?

–Terminei! Vou deixar minhas maquiagens com você pra que você leve pra escola e retoque, porque é assim que se faz! Ai, que linda. – E voltou a bater palminhas.

–Você não me respondeu.

–Respondi o quê, Emily?

–Onde você trabalha, oras.

–Ah, já te falei um milhão de vezes e até deixei o telefone de um dos lugares lá na sala, filha desnaturada. – Quê? Esse tempo todo e eu não fui abandonada como pensava? – Trabalho como recepcionista numa clínica odontológica, e aos finais de semana em uma loja do shopping. Ai, como eu sofro e batalho nessa vida. – Olha aí, mais drama. – É sério que você nunca escutou quando eu falava antes? – Fez cara de triste com um “bico” enorme e eu ri de leve. – E por que todas essas perguntas agora? – Porque é bom falar contigo, mãe, mesmo você sendo uma louca, pensei, mas só dei de ombros. – Eu disse que você estava estranha. Pode ir parando com as drogas, mocinha! – Ela gargalhou e eu ri um pouco. – Enfim, estou saindo. – Cantarolou como sempre.

Ok, definitivamente sou muito desnaturada. Mas quando eu arrumar um emprego talvez ela não tenha que trabalhar tanto assim...

–Mãe!- Chamei-a de novo e ela se voltou para mim novamente.

–Hum? – Alguém aí também acha que essas falas já estão muito repetidas?

Conte-me toda a verdade sobre meu pai!, era o que eu queria dizer...

–O nome dele é Lukas.

–Nome bonito. – Ela sacou de primeira, sem eu precisar recordá-la que ela havia perguntando o nome do “garoto”. Pelo jeito a lerdeza eu puxei de outro alguém.

Sorrimos juntas novamente e ela finalmente me deixou. Eu funguei, antes de abrir o maior sorrisão, olhando para o meu reflexo no espelho. Meus olhos estavam bem marcados em um preto meio leve e esfumaçado, realçando a cor verde dos meus pobres olhinhos já tão sofridos.

Ajeitei a fina meia calça por debaixo da saia com pregas do uniforme, antes de tomar um susto, ao ver que minha mãe estava no umbral da porta novamente.

–Achou que eu iria antes de ver sua reação? Foi um trabalho perfeito. – E sorriu. – Ah, amanhã tenho uma pequena folga à tarde. Quer sair pra fazer compras?

–Claro! – Eu não resisti e sorri de novo.

–E passar vergonha com essa mãe... Hum... Essa mãe perua?

–Melhor passar com essa do que com outra. – Brinquei, e ela me surpreendeu com um abraço que não deu tempo de retribuir pelo susto. – Amo você! – Deu um beijo em minha bochecha e saiu, assim, como se fosse minha mãe de verdade. Ah, é, ela é minha mãe de verdade, só nunca havia visto ela assim, desse jeito.

Conclusão: Todos os passos do Anthony dados até agora funcionam. (Se servem pra me aproximar da minha mãe, também servirão pra me aproximar do Lukas. E não venha me dizer que são coisas opostas! E o melhor mesmo é que você cale a boca, consciência!)


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Notas finais do capítulo

Pra você que não pegou o link do fórum lá em cima, tá aqui de novo: http://thbrasil.ativo-forum.com/t8788p210-nem-todo-mundo-odeia-a-emily
E só fiquem atentos que muito em breve a história vai mudar de categoria, ok, xuxu?{?}
Essa história do pai da Emily ainda vai ser desvendada mais pra frente. Buu... Mistério.... HSAUHDAHD'
Bjos&Qjos:*
Obrigada por ler e não se esqueçam dos reviews. E já que o mundo não acabou na sexta nada me impede de respondê-los. *-*