Teenage Dream escrita por Sophie Queen


Capítulo 8
Noite das Garotas


Notas iniciais do capítulo

Disclaimer:TWILIGHT não me pertence, muito menos a música TEENAGE DREAM, porém todo esse universo adolescente de 1997 que acontece aqui, sim! Então, por favor, respeitem.

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N/A: Hey amores...

Como todos estão?! É eu sei... sou uma autora relapsa e fiquei sem atualizar isso aqui por um mês, mas juro não era a minha intenção, foi simplesmente por que exigiram (inclusive a beta, dona Patti) que eu escrevesse JUST JUSTICE, ao invés deste capítulo. Juro que comecei a escrever este capítulo, mas parei para ler um livro e depois fui viajar de férias, mas voltei e aqui estou eu atualizando TEENAGE DREAM e para a felicidade geral de todos que lêem, essa semana eu vou postar 3, sim TRÊS capítulos disso aqui. Este e mais dois, então esperem, porque o que o que vocês mais querem nesta fic está se encaminhando para acontecer!

Obrigada a todo mundo que leu, comentou ou não, favoritou, recomendou ou colocou em alerta; vocês são incríveis! E são esses pequenos gestos de vocês que me motivam todos os dias. OBRIGADA MESMO POR TUDO, AMO MUITO CADA UM DE VOCÊS!

Chega de enrolação e vamos ao capítulo, espero que vocês se divirtam! ;D

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CAPÍTULO 08 – Noite das Garotas

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Para tudo.

Quer dizer, para o mundo que eu quero descer.

Esse meu sonho adolescente é muito, mas muito audacioso. Sim, me convenci que isto é um sonho, afinal nunca na vida real Edward me convidaria para ser seu par no baile de Homecoming. E se isso aqui é mesmo um sonho, posso me dar o luxo de fazer o que bem quiser, certo?

Claro.

Sorri maliciosa internamente.

- Bella? – chamou-me Edward incerto, me fitando com seus incríveis olhos verdes esmeraldinos.

- Oi? – disse reflexivamente, sendo tirada da minha própria contemplação.

- Você ouviu a minha pergunta? – pediu duvidoso. – De ser meu par... hum... er... no Homecoming? – questionou outra vez.

Sorri timidamente, tanto pela incerteza de Edward, quanto pela minha timidez. Eu não sabia como responder... quer dizer, se eu ficar muito animada poderia assustá-lo, se eu ficar meio desanimada ele poderia achar que eu não queria ir, somente estava aceitando por piedade. Como deveria proceder?

Optei pelo meio termo.

- Hum... baile... dançar... – murmurei vacilante.

- Nós não precisamos dançar se você não quiser, mas eu sou um bom condutor. – respondeu rapidamente devido a minha hesitação, sorrindo torto.

Mordisquei meu lábio, em um gesto tão meu que é um misto de expectativa e nervosismo.

- Então? – incentivou, quando continuei muda.

Sorri largamente.

- Eu adoraria ser seu par no Baile de Boas Vindas. – respondi acima de um sussurro, ficando completamente vermelha.

- Hum... desculpa, mas não ouvi. O que você disse Bella? – inquiriu Edward ligeiramente nervoso, analisando clinicamente meu rosto.

“Por que isso tem que ser tão difícil? Se isso é um sonho, é suposto tudo ser mais fácil, certo?” – me questionei internamente, fechando meus olhos e tomando uma respiração profunda.

“Vamos lá Isabella, é só responder a mesma coisa, mas agora em um tom de voz humanamente audível.” – comandei a mim mesma, respirando fundo mais uma vez.

Lentamente abri meus olhos, encontrando a espetacular face de querubim de Edward, com seus belíssimos olhos verdes me encarando com uma intensidade perturbadora. Naquele segundo, eu sabia que não devia temer nada. Ele estava ali para mim, esperando uma resposta minha.

Este sempre foi meu sonho, por que agora eu hesitava tanto?

Tirando uma coragem estrangeira, repeti mais uma vez a minha resposta. Desta vez, alto o suficiente para que ele ouvisse.

- Eu adoraria ser seu par no Baile de Boas Vindas. – imediatamente senti minhas bochechas esquentando, enquanto Edward ampliava de maneira proibida seu sorriso torto.

- Certo... hum... eu vou comprar nossos convites então. – comentou com um sorriso largo que não se desvanecia de seu rosto.

- Você quer que eu te ajude com isso? – questionei.

- Com o quê? – perguntou ofendido. – Com a compra dos convites? – concordei com a cabeça. – Não precisa Bella, sei que você terá que gastar com hum... er... seu vestido, apesar que você fica linda de calça jeans e camiseta de bandas. – elogiou, tingindo as suas bochechas de vermelho, enquanto as minhas intensificavam a cor rubra.

- Er... obrigada. – agradeci timidamente.

- Não por isso. Bom... eu devo ir, já é tarde... Emmett e o xerife Swan daqui a alguns minutos vão começar a me caçar por não te devolver na hora certa. – divertiu-se, porém um tanto sério.

- Hum... não acredito nisso.

- Não duvide, seu irmão e seu pai podem ser bastante ciumentos. – sentenciou. – De qualquer maneira, boa noite Bella. Nos vemos na escola segunda. – despediu-se já caminhando de volta para o seu carro.

- Boa noite Edward. – me despedi, enquanto ele entrava no carro com seu sensual sorriso torto.

“Como pode? Um menino de dezoito anos ter um sorriso e um poder de sedução assim? Deveria ser proibido.” – ponderei.

Mal notei quando o Volvo prateado acelerou e desapareceu pela rua escura da minha casa. O estado de felicidade que me encontrava não permitia sequer que eu percebesse as coisas ao meu redor. E fora esse estado de euforia que me levou a soltar um grito extremamente alto, contudo, perfeitamente de uma adolescente apaixonada em frente da minha casa.

- AGHHHHH!

Sim, eu literalmente fechei meus punhos próximos ao meu rosto, enquanto gritava e tremia de tamanha felicidade. Quando foi que virei uma adolescente tão típica?

Assustei-me quando a porta de minha casa abriu de súbito, aparecendo um Emmett sem camisa e com feições preocupadas em seu rosto.

- Está tudo bem, Bells? – questionou preocupadamente.

- Melhor impossível, irmãozinho. – respondi animadamente, dando um ligeiro pulinho e beijando-o na bochecha antes de entrar em casa literalmente saltitando. Só consegui vislumbrar o rosto de Emmett confuso, mas não tinha possibilidade que eu explicasse o que tinha acontecido. Hoje sem dúvidas fora o melhor dia da minha vida.

XxXxXxXxXxXxX

Domingo se passou sem nenhuma novidade, a não ser a minha felicidade palpável que fizeram meus pais e Emmett me questionarem o que havia comigo. E todas às vezes respondia com um: “algo que um passarinho verde me contou”.

Segunda despontou promissora assim como fora o final de semana. Alice estava mais elétrica do que nunca e Rosalie veio me fazer um questionário sobre as preferências de Emmett. Edward trocou poucas palavras comigo, mas mesmo assim todas as vezes que nos vimos seu sorriso torto era lançado para mim e uma piscadela era acompanhada.

Se for possível, eu estava mais apaixonada do que nunca por Edward. Nem mesmo as provocações de Tanya à tarde, durante o treino das cheerios, fez com que meu estado de torpor se esvaísse.

Terça era dia de dois tempos de Biologia, o que significava que ficaria um tempo demasiadamente longo ao lado de Edward. E apesar da exigência de silêncio do professor, o Senhor Banner, Edward e eu passamos os cem minutos, que eram reservados para aquela aula, trocando bilhetinhos.

Era engraçado como as coisas eram fáceis entre nós. Parecia que sempre fomos amigos. Tínhamos gostos parecidos e às vezes divergíamos em determinados assuntos, mas por fim aceitávamos as diferenças um do outro. Em alguns casos, éramos extremamente aleatórios, falando de coisas sem o menor sentido. Definitivamente, se eu não estivesse já apaixonada por Edward, eu iria me apaixonar. Era maravilhoso tê-lo como amigo e parceiro de Biologia.

Durante a semana nada mudou. A não ser, é claro, que essa nova amizade entre Edward e eu atraiu a atenção das plastics, e vire e mexe as ouvia cochichando alguma coisa. Poderia apostar que era sobre mim. Tanya como sempre continuava me tratando mal, mas tinha algo no olhar dela que me deixava preocupada, só não sabia exatamente o que.

Alice, apesar de continuar eufórica, se esquivava com demasiada maestria das perguntas sobre Jasper. Eles estavam próximos – como todo o colégio logo percebeu -, mas algo que chamou e muito a minha atenção, é que eles não pareciam ou se tratavam como um casal. Era algo mais como eu e Edward, amigos. Não sei o que isso significava, e a baixinha, Mestre dos Magos, não estava nem um pouco disposta a dizer o que era, ou o que tinha acontecido entre os dois quando deixaram Edward e eu sozinhos no mini-golfe ou quando o loiro a levou para casa. Sinceramente isso me frustrava, mas não podia exigir nada, porque também não contava nada sobre o que se passou e passava entre mim e seu irmão.

Os treinos de líder de torcida a cada dia ficavam mais fáceis. Era no mínimo irônico como eu estava me dando bem neste aspecto, parecia que havia nascido para aquilo – quer dizer, ainda tinha algumas dificuldades com as acrobacias, mas a minha melhora nelas eram visíveis, para a felicidade de Rosalie que era como uma mãe de felicidade por sua cria conseguir algo.

Em uma semana vivendo neste sonho que mais parecia uma realidade alternativa, a minha popularidade ainda era algo que me intrigava, principalmente por conta daqueles que assim como eu era antes, são invisíveis. Estes viviam me parando no corredor, me parabenizando pela mudança, ou dando apoio a mim pelas minhas atitudes ou falando alguma coisa que me motivasse a continuar assim.

Alistair parecia ser o membro de honra desse meu novo fã-clube. Todo dia deixava bilhetes com mensagens positivas em meu armário. Ele era um bom amigo, e algo no meu íntimo me dizia que deveria ajudá-lo, já que ele ainda se encontrava trancado no próprio armário.

Ah, sim, ele é gay.

Outra coisa estranha dessa popularidade era que, do dia para noite, além de passar a ser imitada por algumas meninas, outras passaram a me odiar. Tudo porque de repente, do nada, eu havia entrado para o radar dos meninos. Era algo embaraçoso e principalmente nojento o que alguns deles falavam para mim. Os membros da equipe de natação eram os piores, sempre com comentários que definitivamente fariam a minha bisavó revirar no caixão, seguido de perto pelos membros da equipe de basquete e de atletismo, que eram tão vulgares, que eu pensava sinceramente em contar a Emmett para que este desse uma boa surra nestes folgados.

Os comentários menos agressivos, e mais respeitosos, vinham da principal equipe da FHS, o time de football. Não sei se era porque meu irmão era membro ou se era porque a maioria tinha uma namorada entre as cheerios, mas era definitivamente um dos motivos que fazia com que me sentisse bem ao lado deles.

Quer dizer a não ser ao lado de Jacob Black, que assim como todos os garotos da escola passou a me notar.

Primeiro começou com olhares que praticamente me despiam; depois com cumprimentos e brincadeiras bobas no corredor. Porém, depois que me viu conversando com Edward, ele simplesmente começou a se impor a mim, querendo ser meu amigo, puxando conversas estúpidas e sem sentido. Mas talvez o pior momento foi quando ele me pediu para ir ao baile de Homecoming com ele, e eu, claro, disse não.

O moreno de feições típicas das tribos indígenas norte-americanas tinha pele avermelhada, olhos e cabelos negros como a noite. Era alto para a sua idade – dezessete anos -, e tinha músculos definidos – por conta dos treinos de football. Jacob era bonito, não podia negar, mas ele tinha algo que me fazia temer. A sede de vingança marcava o seu olhar, assim como a clara inveja de Edward. Ele parecia querer tudo o que Edward tinha, custe o que custar. E parecia que a aproximação entre o ruivo e eu era algo que o perturbava, tanto que inesperadamente ele e seu pai, Billy Black – parceiro do meu pai na polícia de Forks –, apareciam com muito mais frequência à nossa casa para jantar ou então para assistir algum jogo que passava na televisão, para o desgosto de Emmett, minha mãe – Renée – e o meu, que limitava a nossa intimidade em casa.

Não demorou a Alice, Rosalie e Angela perceberem as intenções do moreno comigo. E nenhuma das três deixava que eu andasse sozinha pela escola, tudo para impossibilitar qualquer avanço de Jacob. Outro que parecia disposto a acabar de qualquer maneira com os avanços do moreno era Edward. Seja nos intervalos de aula, ou nos intervalos de almoço, ele sempre trocava uma palavra comigo por mais dispensável que fosse. Sinceramente eu estava gostando dessa atenção dele, mas depois de um dia inteiro falando trinta e cinco vezes ‘oi’ a ele, eu comecei a ficar irritada. Era como se o ruivo tivesse marcando território.

“Marcando território?” – desdenhou a Prazeres. Fazia tempo que essa desgraçada não aparecia. “Por acaso além da atrofiação de sua idade seu cérebro também atrofiou queridinha? Será que você não percebeu que Edward Cullen está te tratando somente como um projeto de caridade?” – provocou.

Sinceramente eu duvidava que essa infeliz fosse a minha consciência. Ela mais parecia uma típica bruxa de um conto de fadas da Disney, afirmando com toda a certeza que o meu eu adolescente era uma merda, um fracasso. Se ela realmente for a minha consciência de trinta anos que acaba com o sonho de uma adolescente por ser tão mesquinha, eu devo imediatamente procurar um psiquiatra para me tratar quando voltar ao normal, porque com certeza entrarei na menopausa totalmente frustrada.

“Não! Eu estou tão paranóica com tudo que já estou pensando em menopausa! Por Deus, Isabella! Seja racional!” – minha mente comandou autoritária.

E foi por causa do Jacob-tracker que Alice intimou eu, Rosalie e Angela para uma noite do pijama em sua casa na sexta-feira. A loira ficou irritadíssima, porque teria um encontro com Emmett àquela noite. Mas Alice, com seus indiscutíveis e maldosos olhos de cachorro pidão, conseguiu convencê-la tão rápido que parecia mágica. Angela ficou extremamente feliz por ser incluída em nosso grupo. Eu, bem, eu estava dividida com o meu sentimento. Ao mesmo tempo em que passar uma noite com as meninas seria fantástico, fazia muito, mas muito tempo que não fazia isso, e as únicas participantes eram eu e Alice. Entretanto, passar a noite na grande casa dos Cullen era ter que ficar sob o mesmo teto que Edward, possivelmente o encontrando quando tivesse descendo para ir tomar café ou no meio da noite quando fosse buscar um copo d’água.

Contudo consegui me convencer que não seria tão ruim. Talvez Edward fosse para a casa de um amigo, ou então ficasse trancado em seu quarto exatamente como ele fazia na minha outra realidade, ouvindo música extremamente alta ou então jogando vídeo-game. Provavelmente as chances de encontrá-lo naquela imensa casa eram iguais a zero: impossíveis.

E foi com esse pensamento em mente que arrumei as minhas coisas para ir à casa dos Cullen depois que cheguei do treino das líderes de torcida. Alice disse que iríamos jantar em sua casa, que Esme, sua mãe, estava empolgada por nos ter lá e por conta disto estava preparando um banquete mexicano – comida preferida de Alice – para nós.

Uma muda de roupa, pijama, meus CDs dos Backstreet Boys, escova de dentes e de cabelo, e alguns artigos de higiene pessoal se encontravam dentro de minha bolsa. Minutos depois de terminar, ouvi a buzina da BMW de Rosalie em frente de casa. Despedindo-me rapidamente de meus pais e Emmett, corri para o carro onde já se encontrava a loira e Angela.

- Pronta para ir? – inquiriu a loira.

- Prontíssima! – exclamei num claro misto de nervosismo e ansiedade.

- Então vamos antes que seu irmão venha me persuadir a sair com ele hoje. – disse divertida, dando uma ligeira piscadela, mas não tirando o olhar para a janela da sala em que Emmett nos observava.

- Rose? – chamou Angela, minutos depois enquanto eu e ela riamos da cara de boba apaixonada de Rosalie.

- Sim? – respondeu a loira sem tirar o olhar da janela onde Emmett estava a encarando.

- Podemos ir? – incentivou. – Alice está nos esperando.

Definitivamente citar o nome de Alice fez com que Rosalie saísse do seu transe. Como se ver, até a menção do nome da diabólica daquela Mestre dos Magos fazia a mais apaixonada das adolescentes sair do transe.

- Sim, claro. – afirmou, piscando seus olhos seguidas vezes, provavelmente para afastar a imagem de Emmett deles. – Vamos.

Não foi surpresa nenhuma que a trilha sonora do carro de Rosalie fosse Spice Girls, e foi menos surpresa ainda que eu, Rose e Angela cantamos em alto e bom som as músicas pelo breve caminho que durou menos de dez minutos até a mansão Cullen. Alice já nos esperava impacientemente em frente à porta de entrada.

- Finalmente! – exclamou quando saímos do carro. – Já estava pensando em ligar para as Forças Armadas.

Nós três rolamos os olhos diante do exagero da pequena, mas fora uma voz de sinos que disse o que se passava por nossas cabeças.

- Menos Alice. – disse Edward. – Você falou que combinaram as sete, e ainda falta cinco para as sete. Larga de ser ansiosa assim! Não é a toa que você nasceu de sete meses. – provocou a irmã.

- Cala boca, Edward! – vociferou, com um bico, fazendo com que todos ríssemos, inclusive um Edward suado e agora sem camisa que a abraçava.

Oh. Meu. Deus. Como esse menino podia ser tão bonito assim? Se existia uma fila para beleza eu poderia apostar que ele entrou nela pelo menos um milhão de vezes antes, porque olha... a sua beleza era algo ultrajante.

- Ew, Edward! – protestou Alice, afastando-se do irmão. – Que nojo! Você está todo suado e eu acabei de sair do banho.

Fora a vez de Edward rolar os olhos.

- Menos drama Alice. – disse cansado. – Oi meninas. Oi Bella. – nos cumprimentou, fazendo com que eu enrubescesse uns três tons de vermelho, fazendo com que Alice e Rosalie se segurassem para não rir.

- Oi Edward. – murmurei timidamente.

- Edward vá tomar um banho, ou senão, juro, obrigo a mamãe a te colocar para dormir naquela sua maldita casa da árvore. – comandou Alice.

- Você não faria isso – disse lentamente Edward. -, por mais que eu ame a minha casa na árvore, não acho que seria uma boa ideia eu dormir nela durante a tempestade que irá cair essa noite.

- Tempestade? – interveio Rosalie.

Ah sim, se tinha algo que tanto a Rosalie adolescente, quanto a Rosalie adulta de trinta anos tinha medo era tempestade. Era um medo tão crônico que nem mesmo os inúmeros tratamentos que esta fez para que abrandasse ou sumisse adiantaram. Quem sofria com esse medo paranóico era Emmett, apesar de que ele afirmava ter criado uma técnica perfeita para fazer com que ela não se preocupasse com os raios, trovões, ventos ou a água. Eles não revelavam que técnica era essa, mas poderia afirmar com certeza absoluta que essa técnica, nada mais era do que sexo, já que pareciam mais dois coelhos do que humanos quando se tratava deste assunto.

- Não deve ser nada muito assustador Rose. Acredito que Forks nem vai ser muito afetada se comparado a Port Angeles ou La Push. – respondeu solidariamente Edward.

- Espero. – disse temerosa a loira, olhando para o céu. – Será que podemos entrar Allie? – pediu.

- Claro! – exclamou Alice, dando um olhar irritado ao irmão, que somente deu de ombros antes de entrar na casa e sumir de nossas vistas. – Não fica preocupada Rose, você sabe como Edward é idiota às vezes, ele só está te provocando, querendo chamar a atenção. – sorriu apologética.

A casa dos Cullen mantinha a mesmíssima decoração que as minhas lembranças de adolescente mantinham. Os móveis de madeira escura, contrastando com as paredes brancas e as cortinas pálidas. O sofá de couro branco era iluminado de maneira exótica pela luz crepuscular que entrava por uma das janelas que iam do teto ao chão. O imponente piano ébano pertencente a Edward – como Alice há muito tempo havia me contado – ainda ficava no canto extremo da sala, em uma área circular em um nível mais alto. Imediatamente minha mente fantasiou com o garoto de cabelos bronzes tocando uma música que havia composto ali. Sorri com este pensamento.

Alice nos guiou até o seu quarto, indicando para Angela – que nunca havia ido ali – o que era o que. O quarto da baixinha era lindo, definitivamente um quarto de princesa. Rosa e branco, com uma imensa cama de casal, prateleiras e mais prateleiras com bichinhos de pelúcia e bonecas de porcelana dos mais diversos países. Sua escrivaninha tinha um computador – que parecia recém adquirido -, um aparelho de som, alguns CDs e livros, e uma infinidade de post-its das mais diversas cores e estilos, assim como muitas canetas coloridas. As duas portas brancas indicavam o closet e o banheiro de Alice. Angela se acomodou na imensa poltrona de estampa listrada rosa e branca próxima a cama, enquanto eu me sentava na cadeira do computador e Alice e Rosalie se jogavam na imensa cama.

Ficamos um bom tempo no quarto de Alice falando sobre nada. Segundo ela, sua mãe estava terminando de preparar o nosso jantar e não queria ninguém zanzando pela cozinha. Óbvio que se tratando de um grupo de quatro meninas não tardou muito para que o nosso assunto fosse meninos.

Angela foi a primeira a falar sobre Ben, um garoto magricela e alto de cabelos negros desalinhados e olhos cinzas, que jogava no time junto com Emmett e Edward por exigência de seu pai, cuja verdadeira paixão era a fotografia, onde Angela o havia conhecido. Segundo ela, eles ainda não haviam se declarado, ou saído para um encontro. Contudo flertavam um com o outro descaradamente, mas que não demoraria muito para eles terem um encontro.

Rosalie foi a segunda a falar sobre o assunto. E não foi nenhuma surpresa que já na sua primeira frase começasse a declamar sua paixão por Emmett. A loira não privou em elogios e detalhes sobre o que aconteceu em seu primeiro encontro com meu irmão. E quando descreveu o beijo que ambos partilharam na quarta-feira, depois do cinema, quando ele a acompanhou até a sua casa, eu pude sentir as fagulhas de desejo e amor que cresciam entre eles.

Já Alice, ao falar sobre Jasper, foi mais sonhadora do que realista. Algo extremamente estranho, uma vez que na minha concepção os dois partilhavam certa intimidade, afinal eles já haviam se beijado pelo menos uma vez, quando sumiram no mini-golfe. Quando questionei Alice sobre isso, ela por pouco não se esquivou, contudo, Esme, sua mãe, nos chamou para jantar.

Esme era uma mulher com um rosto em formato de coração, cabelos caramelos com fios bronzes, olhos verdes claríssimos e feições extremamente bondosas. Além, é claro, da beleza quase sobrenatural da progenitora de Edward e Alice. Ela estava elegante, apesar de ser uma sexta-feira e estar em casa. Esme Cullen estava vestida com uma calça preta e uma camisa de seda vermelha, maquiada e cabelos bem penteados. Era como uma daquelas donas de casa dos filmes de Hollywood, nem mesmo parecia que havia passado um longo tempo na cozinha preparando os mais diversos pratos da culinária mexicana.

O pai de Edward e Alice, o doutor Carlisle Cullen, médico chefe do Hospital Geral de Forks era um dos homens mais lindos que já vi na minha vida. E isso inclui: George Clooney, Brad Pitt, Tom Cruise, Leonardo DiCaprio, Johnny Depp, e qualquer outro ator de Hollywood que seja perfeito. Seus cabelos loiros claríssimos escondiam os fios brancos de sua idade, seus olhos verdes eram idênticos aos dos filhos, esmeralda. Sua pele era pálida, e reluzia contra a luz, assim como a de Edward. Seu rosto mostrava os sinais da idade, contudo não era nada preocupante. Era fácil notar a similaridade entre Edward e seu pai. Ambos tinham a mesma altura, o mesmo porte físico, e até o mesmo formato do rosto.

Eu poderia apostar que Carlisle Cullen era excepcionalmente lindo quando tinha a idade de seu filho. Não é a toa que ele e Esme estão juntos desde o colegial, e ainda hoje apaixonados.

O jantar temático, apesar de ter a companhia de Esme, Carlisle e Edward, se passou divertidíssimo. Os Cullen faziam diversas brincadeiras entre si, e na maioria das vezes incluindo a mim, Rose e Angela. Mas o ponto alto de todo jantar, fora Edward sentado ao meu lado, comendo nachos e tacos com tamanha sensualidade e às vezes oferecendo um pedaço para mim.

Mas nenhuma foi tão sensual – se é que posso afirmar isso – quando Edward comeu Chilli Beans comigo. Possivelmente ele estava fazendo aquilo para me provocar, mas afirmo que em toda a minha vida, nunca quis tanto ser um objeto inanimado – um garfo – como naquele momento. Claro que não foi nenhuma surpresa que eu me engasgasse com a comida, por sorte havia um médico bem diante de mim, a postos para ajudar em qualquer dificuldade.

Resumo da história: tive que encerrar a minha noite de comida mexicana mais cedo e me enclausurar no quarto de Alice para descansar por um tempo, sendo impossibilitada de continuar visualizando Edward comendo Chilli. Maldição de uma vida.

Não demorou para que as meninas viessem me fazer companhia, e começarem a tagarelar meninices. Após a refeição regada à pimenta, Alice parecia muito mais inquieta do que normalmente é, atropelando Angela e Rosalie quando estas estavam contando algo. A desenvoltura de Alice fora tanto, que ela acabou nos confessando que quando desapareceu com Jasper no dia do mini-golfe, foi porque os dois tinham ido à sorveteria para dar privacidade a mim e Edward.

E quem, assim como eu, esperava uma historia eletrizante da baixinha sobre o que aconteceu naquela sorveteria, ficaria decepcionado. O fato dos lábios dela e de Jasper estarem inchados aquele dia, nada mais era porque ambos competiram – infantilmente – quem conseguia engolir mais bolas de sorvete. Não tinha o porquê duvidar de Alice, ainda mais quando Rose disse que Jasper adquiriu um resfriado, principalmente porque suas amídalas incharam a ponto de que ele não conseguisse falar durante a semana.

Claro que após a confissão de Alice, foi a minha vez de falar – ou as três não me dariam paz. A minha paixão secreta por Edward, não era tão secreta assim. Pelo que Angela disse, muita gente já havia percebido que eu tinha uma queda por ele, o que por muito tempo fora motivo de piada entre as plastics, mas desde que Edward havia se tornado meu ‘amigo’, Tanya estava enfurecida. As três afirmaram com uma certeza quase que paranóica que estava acontecendo algo com Edward e que ele estava tão interessado em mim como eu estava nele.

Ou como Rosalie disse: “Vocês parecem magneticamente ligados. Um se move, o outro também. É bizarro.”

Alice afirmou que Edward estava estranho nos últimos dias, lhe perguntando coisas que meninas gostavam e vez ou outra citando meu nome, ou perguntando algo sobre mim. Ela também contou que pela primeira vez desde que ingressaram no High School, foi a primeira vez que Edward não lhe pediu ajuda para o par no baile de Homecoming, afirmando que já tinha um, mas que se recusava a contar a Alice.

Foi com grande timidez que confessei as três que Edward havia me convidado para ser seu par no Homecoming. Óbvio que as próximas duas horas, Alice, Rosalie e Angela, ficaram fantasiando o que aconteceria no baile e como cada uma de nós iríamos vestidas.

Como não estava participando muito do assunto, e também porque corsages, sedas, chiffon, tomara de caia, saias e saltos não era lá muito meu assunto favorito, disse às três que iria até a cozinha buscar um copo de água e que logo voltaria.

Vestindo o meu pijama, que na verdade era um shorts-doll de seda lilás, curto e decotado, desci as escadas da imensa casa dos Cullen. Quando terminei os degraus, um forte raio, seguido de um trovão ressoou, fazendo com que a luz de alguns abajures na sala da casa se apagassem.

“Ótimo, acabou a energia. Estou vendo eu, o desastre ambulante, subindo essas escadas para voltar ao quarto de Alice. Foda-se a minha vida.”

Tateando as paredes para evitar cair, e vislumbrando o caminho em meio aos raios que iluminavam o andar térreo da casa, consegui chegar à cozinha. Felizmente alguns copos limpos estavam sobre a bancada. Peguei um destes e segui para a geladeira para enchê-lo de água. Estava com tanta sede – provavelmente por causa da pimenta ingerida no jantar – que literalmente virei no mínimo uns quatro copos de água.

Estava tão distraída e com os pensamentos límpidos que mal ouvi alguém se aproximando, só percebendo quando esta pessoa colocou suavemente sua mão sobre meu ombro.

- O que você está fazendo aqui no meio da noite, Bella? – a voz serena e suave de Edward questionou, sem sequer me assustar.

- Água. – respondi, virando o último gole do meu copo. – Vim beber água, mas já estou voltando para o quarto. – disse, colocando o copo sobre a bancada e começando a me afastar.

Foi inesperado quando Edward segurou meu pulso não permitindo que eu me afastasse.

- Eu... eu... eu queria te mostrar uma coisa. – sussurrou timidamente.

- Agora? – perguntei surpresa.

- É... agora. Me acompanha? – pediu educadamente.

Dei de ombros, tenho certeza que não era nada demais.

- Claro. – respondi, para em seguida Edward segurar a minha mão com a dele e começar a me guiar para fora da cozinha.

Meu primeiro pensamento foi que nossas mãos se encaixavam com perfeição. Meu segundo pensamento era que não importava onde Edward me levasse, eu confiava cegamente nele.

Ele me levou até onde seu piano estava. Pediu, gentilmente para que eu sentasse ao seu lado em frente às teclas de marfim do mesmo. A escuridão tomava todo o lugar, a não ser por uns raios que vez ou outra cortavam o céu, possibilitando que eu visse seu rosto. Não existia nenhuma outra fonte de luz. Podia sentir Edward hesitante, como se estivesse ansioso para algo e esse algo o aterrorizasse. Apesar de estarmos lado a lado, ainda tinha um espaço entre nós, impossibilitando que nossos braços se tocassem. Entretanto, eu sentia o calor que emanava de sua pele.

- Escrevi uma música, e queria que você fosse a primeira a ouvir. – disse, quebrando o silêncio. – É sobre você. – sussurrou a segunda parte, me pegando totalmente desprevenida.

- Hum... er... obrigada, eu acho. – murmurei incerta, sentindo minhas bochechas esquentarem.

Edward somente deu de ombros, colocando suas mãos sobre as teclas e liberando a sonoridade segundos depois. Era uma melodia suave, lenta, quase que melancólica. Tinha um quê de desespero, ao mesmo tempo um quê de felicidade, expectativa, e também um segredo não revelado. Era um claro carrossel de sentimentos e emoções, impossíveis de serem decifrados por mim. O ritmo calmo me embalava para uma terra de sonhos possíveis, sonhos compartilhados com Edward, em uma vida longe do que criei. Onde, com meus trinta anos, não estaria frustrada e sozinha, estaria compartilhando com ele aquele momento.

Não sei se dormi, ou se fiquei ali perdida em meus próprios sonhos e pensamentos. Mas, em um determinado momento, senti braços quentes, fortes, porém extremamente delicados me acolhendo com demasiado cuidado, compaixão e amor, me levando para um local que eu nunca imaginei ser possível estar.


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Notas finais do capítulo

N/A: Olá amores!

Depois de tanto tempo eu venho com esse capítulo sem vergonha, mas ele era necessário. A ligação Edward-Bella ainda é confusa para a maioria, alguns acham que o Edward adulto não é o mesmo do Edward adolescente, mas peço para que confiem em mim que isso será explicado também!

Jacob apareceu e veio para causar problemas, mas antes que vocês pensam que vêm aqueles dramas clássicos da Carol, Drama Queen aqui, já vou os avisando que não terão! Essa fic terá só um drama e ele ainda vai demorar a acontecer!

Tem umas coisas nessa fic que me divirto escrever, e uma das principais é essa inocência adolescente deles, nem mesmo a Bella com seus trinta anos consegue se afastar desse jeito adolescente e nota-se claramente que ela é tragada para esse universo, contrastando assim com a sua consciência e a Prazeres que tentam trazê-la a realidade. Sério me divirto com isso.

Próximo capítulo, vem essa semana ainda, talvez terça ou quarta, e já antecipo uma eleição perturbadora vem por ai, e muitos planos mirabolantes... é só aguardar mesmo, enquanto isso, não esqueçam de deixar reviews dizendo o que acharam do capítulo, ok?!

Obrigada por compreenderem a minha demora, por esperarem este capítulo e principalmente por lerem. ;D

Amo muito todos vocês!

Beijos,

Carol.

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N/B: Oi genteeee! *ABRAÇA*

Eu não sei que poder é esse que a Carol tem, que me deixa tão boba lendo TENNAGE DREAM. Eu leio, leio, leio... e esse sorriso bobo não abandona meu rosto de nenhuma maneira. Fala sério, até na parte em que a Bella fala da escola, na segunda-feira após o convite do baile, sobre os sorrisos e piscadelas que Edward lançava para ela, me deixa toda-toda!!!! É muito lindo esses dois. Tão tímidos!!! E o Edward então? Genteeeee .. tão diferente do Edward de trinta anos...

Alistair é gay? Babei. E eu achando que ele seria mais um para competir com Edward. Se bem que, na minha humilde opinião, não existe competição com Edward no meio, certo? Certo. rsrsrs. Nem Jacob é páreo para ele. Típico garoto problema de cidade pequena. Corra desses. Ainda bem que a Bella tem consciência que ele é chave de cadeia! Mas confesso que mesmo com a Carol dizendo que não vai haver muito drama, estou com medo do que ele pode aprontar...

E a Bella? Não fica chateada com o Edward. Não percebeu que ele está mesmo marcando território? Você tem o garoto na mão, menina!!! Deixa ele demonstrar um pouco de ciúmes. E manda a Prazeres voltar à praia que ela encalhou. HUASHUASHUASHUASHUASHUASHUAS

Edward sem camisa, suado. Oh.Meu.Deus. Carol!!!! Você é muito MALVADA. Como tirar essa imagem da cabeça agora? E a coitada da Bella!!! AAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHH!

Nossa, muita informação nesse capítulo. Edward provocando a Bella no jantar. Alice que não beijou Jasper. E esse final???????? Edward está carregando ela? Para o quarto DELE???? É ISSO????? Pensei na casa da árvore, mas com a chuva lá fora, acho impossível. Estou louca, quase arrancando os cabelos para ver logo esse beijo sair. Vai ser muito lindo. Eu já imagino! Diz que vai sair no próximo capítulo, Carol. Diz que sim, diz!!!!!!!!!! kkkkkkkkk

Bem... espero que todos vocês estejam tão empolgados quanto eu depois desse final, e cliquem no botãozinho logo abaixo para compartilhar conosco as suas impressões, enchendo o capítulo de reviews!!

Beijos,

Patti

;)

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Ficarei encantada em ler!