Teenage Dream escrita por Sophie Queen


Capítulo 38
Sinceridade


Notas iniciais do capítulo

Disclaimer: TWILIGHT não me pertence, muito menos a música TEENAGE DREAM, porém a Bella lendo o seu diário para relembrar de sua adolescência, sim! Então, por favor, respeitem.
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N/A: Olá amores...
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E aí?! Como todo mundo foi de carnaval?! Pularam muito?! Eu particularmente pulei muito na minha cama. *risos* Antes que vocês me venham com 10 pedras nas mãos me culpando por não ter postado no feriado, eu tenho uma boa desculpa: eu não estava muito inspirada para escrever e a minha beta Patti estava viajando, então em um consenso decidimos as duas entrar de férias.
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Todo mundo ficou cantando Aleluia pela a Bella ter finalmente se lembrado de tudo, mas teve um fato a Bella decidir ir atrás de Tanya e Jacob que dividiu opiniões. Muitos acharam a Bella uma idiota por remexer nessa história, outros acham que a Bella deve dar na cara da Tanya. A realidade é que nada disso irá acontecer. O que vai acontecer vai atordoar todos vocês, alguns não entenderão a aceitação da Bella, outros sim; mas já deixando claro: ela não é mais uma adolescente, ela é uma mulher adulta e tem coisas que fazemos na nossa adolescência que no futuro percebemos o quão idiotas nós fomos, e que aquilo não serviu para porcaria nenhuma, mas só para atrasar a nossa vida. Desde já peço para que tenham isto em mente, antes de vir me importunando nas reviews, ok?! Maturidade é algo essencial para entender, compreender e absorver esta fanfic.
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Apesar de faltarem 2 capítulos para acabar tudo isso aqui, quem ainda tiver dúvidas, perguntas, curiosidades, saber da fic, minhas ideias do que eu pensava enquanto escrevia, o que vocês tiverem vontade de saber, não deixem de ir ao tumblr da fic e me perguntar - youngforeverlikeateenagedream(PONTO)tumblr(PONTO)com/ ou senão quem preferir o formspring pode ir lá me perguntar também, ok?! www(PONTO)formspring(PONTO)me/carolvenancio prometo responder todas as perguntas da maneira que puder, ok?! Só lembrando que para acessar qualquer um dos dois basta trocar a palavra (PONTO) pelo símbolo, ok?!
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Obrigada a todos que leem e comentam, isto aqui como já disse tantas vezes é feito pra vocês! Lembre-se de manter a mente aberta ao ler esse capítulo, ok?!
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Boa leitura. ;D
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CAPÍTULO 38 – Sinceridade

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Algumas pessoas, provavelmente Alice e Rosalie, podem não compreender a minha motivação ao procurar Tanya e Jacob, afirmando que já se passaram 12 anos e que eu deveria deixar tudo isso para trás. Não nego que elas têm razão, entretanto, saber o porquê pelos responsáveis, entender seus motivos – não que isso mudaria alguma coisa atualmente –, seria uma maneira de superar o que aconteceu, e finalmente compreender o porquê eu bloqueei todas as lembranças do meu senior year devido ao que aconteceu aquela noite, em que fui muito clara em meu diário que gostaria de esquecer.

Agindo mais impulsivamente do que conscientemente, decidi ir à procura de Tanya primeiramente. Não porque eu esperava que ela fosse a pessoa mais fácil de lidar, mas sim porque esperava entender tudo o que ela me fez, não só a motivação para separar Edward e eu.

A vantagem de viver em uma cidade pequena é que é fácil saber onde qualquer pessoa vive. Assim, localizar a casa onde Tanya vive com seu marido e filhos era fácil, desta maneira, alguns minutos depois que deixei a casa dos meus pais conduzindo o carro que havia locado em Seattle, cheguei a casa em que ela vivia.

Era uma casa como muitas de Forks – amarela clara, com janelas e portas brancas, uma varanda ampla e um grande jardim. O sonho americano da maioria dos habitantes desse país. Inúmeros brinquedos espalhavam-se pelo gramado, indicando que crianças viviam ali. Tomei uma respiração profunda antes de deixar o carro e caminhar a passos decididos até a varanda. Todavia enquanto fazia isso uma mini-van vermelha entrava pela garagem. Uma rápida olhada para o motorista eu reconheci a cabeleira loira morango e os frios olhos âmbar.

Mal o carro havia estacionado em sua vaga, as 3 crianças que ocupavam o banco traseiro saíram agilmente correndo em direção a porta da casa onde eu estava parada. A mais alta das crianças – uma menina de cabelos loiros avermelhados e olhos azuis – foi a primeira a chegar onde eu estava. Pelas suas feições ela deveria ter uns 7 ou 8 anos.

- Quem é você? – perguntou diretamente para mim.

- Você é a nova babá? – replicou um menino que poderia ser o filho do meio de Tanya, pois aparentava ter uns 6 anos, com seus cabelos castanhos e os similares olhos azuis da irmã mais velha.

- Você é bonita. – disse uma menina menor, parecida com a mãe na cor dos cabelos e dos olhos. Ela, ao contrário dos irmãos deveria ter uns 3, no máximo 4 anos.

Sorri para as crianças.

- Obrigada. – agradeci, observando sobre a cabeça das 3 crianças sua mãe aproximando-se de onde estávamos.

- Esta é a nova babá, mãe?! – questionou o menino, soando rude com a própria mãe. Tive que morder a minha língua para não repreendê-lo. Eu podia não ser a maior fã de Tanya, mas uma criança não deve tratar sua mãe dessa maneira.

- Thomas! – exclamou em tom de aviso. – Respeito. – pediu, finalmente encarando o meu rosto.

A versão mais velha de Tanya ainda se assemelhava e muito à adolescente. Seu corpo, apesar das 3 gestações, ainda era curvilíneo e delgado. Sua pele apesar de lisa e visivelmente sedosa já carregava algumas marcas da idade – nada muito preocupante, mas ainda assim claras. Tentei sorrir amigavelmente, ela retribuiu o sorriso com sinceridade.

- Crianças, esta é Isabella. Ela estudou comigo na escola. – informou às crianças. – Bella, estes são meus filhos, Megan, Thomas e Emma. – apresentou com delicadeza.

- Prazer em conhecê-los. – disse com demasiada sinceridade. – Tanya, como está? – inquiri com curiosidade diretamente para ela.

- Bem, surpresa em vê-la em Forks, eu acho. – replicou com um sorriso enviesado. – Seus pais estão bem? – pediu visivelmente preocupada.

- Quem é o papai e a mamãe dela?! – pediu a pequena Emma a sua mãe. Sorri com a curiosidade da criança.

- Lembra-se da tia Renée Swan?! Aquela que ajuda na igreja? – a pequenina menina assentiu com a cabeça. – E do chefe Swan?! Você ainda se lembra, Emma?! – ela tornou a assentir. – Eles são o papai e a mamãe da Bella. – explicou a mulher à filha.

- Então ela não é a nova babá?! – pediu o garoto, Thomas, visivelmente aliviado.

- Não, Thomas, ela não é a nova babá. – disse a mãe com a voz cansada.

- Podemos assistir Hannah Montana? – pediu a mais velha das crianças, visivelmente entediada.

- Claro, mas primeiro subam para tirar o uniforme. – orientou Tanya, mas as crianças já corriam para entrar na casa. – Desculpa pelas crianças, eles são... muito parecidos comigo, acho. Só Emma que não, felizmente. – explanou com sinceridade.

- Eles são lindos. Parabéns. – disse com um sorriso.

- Bom, acredito que você não esteja aqui para falar sobre a maternidade, e se os seus pais estão bem, o que te trás a Forks?! Melhor, o que te trás a mim? – inquiriu com genuína curiosidade.

- Respostas. – respondi, e pela feição de seu rosto, deu para perceber que ela já sabia que tipo de respostas eu queria.

- Doze anos depois? – replicou surpresa. Assenti com a cabeça. – Vou precisar de um café bem forte, ou melhor, uma bebida bem forte. – suspirou passando suas mãos delicadas por seu rosto. – Venha, entre. – convidou para que eu a seguisse por sua casa.

Tanya caminhou na frente, visivelmente seguindo para a cozinha. Ao longe eu podia ouvir as crianças cantando a música de abertura do seriado que queriam assistir. Não demorou para que chegássemos a sua cozinha de madeira de bordo. Tampos de mármore Carrara, pastilhas em branco porcelana na área do fogão e pia, eletrodomésticos de aço inoxidável emolduravam o que claramente era uma cozinha belíssima, sonho de qualquer dona de casa.

- Sua casa é linda, Tanya. – elogiei com franqueza.

- A única vantagem de ser casada com Eric, se você me entende. – replicou com um rolar de olhos. – Agora, cá entre nós, você está realmente linda. Os ares da cidade grande definitivamente fizeram bem a você. Você olha incrível. – elogiou com um sorriso.

- Obrigada. – agradeci incomodada.

- Sente-se. – ofereceu. – Vejo que você ainda se sente incomodada com elogios. – sorriu com um olhar divertido.

- Pequenos detalhes não mudam. – ofereci dando de ombros e sentando em uma banqueta em frente à imensa ilha do meio da cozinha.

- Você tem razão, alguns detalhes nunca mudam. – suspirou cansada, virando-se de costas para mim e encarando a janela sobre a pia. – Me perdoa Bella. Desculpe-me por todas as maldades que fiz para você quando éramos mais novas. Sei que não mereço o seu perdão, mas desde que me tornei mãe eu só consigo pensar no fato que o que fiz com você foi terrível. E é uma graça divina que tudo o que fiz não afetou a sua vida. – ela finalmente voltou o seu rosto para mim. Seus olhos estavam marejados e uma clara fisionomia de culpa dominava o seu rosto, algo que nunca imaginei ver. – Eu fui, quer dizer, eu sou uma péssima pessoa pelo que eu fiz a você, e me odeio por isso. – confessou engolindo em seco.

Pisquei atordoada. Eu estava sem palavras diante de seu discurso apologético.

- Todos os dias eu acordo com a missão de não deixar que meus filhos sejam iguais a mim, mas sinto que estou falhando, principalmente com Megan e Thomas. – suspirou pesadamente. – Esse deve ser o meu castigo pelo que fiz. – ela riu sem humor. – Claro, além do meu marido, que adora foder outros homens. – completou com amargor.

- Você é uma ótima mãe, Tanya, as crianças hoje em dia que são difíceis de lidar. Tenho certeza que você não irá falhar com eles. – intervi com demasiada honestidade. – Desculpa por Eric, a propósito... hum... er... por que você não se divorcia dele? – pedi com interesse.

- Obrigada por sua gentileza, Bella. – sorriu com emoção. – Me separar de Eric significa ter que voltar para a casa dos meus pais e com 3 crianças não é uma boa coisa, se você me entende. – deu de ombros. – Felizmente, eu acho, Eric e eu temos um acordo. Eu não conto sobre a sua sexualidade e ele não conta sobre as minhas aventuras, por assim dizer. – ela deu uma ligeira piscadela.

A encarei confusa.

- Nenhum dos meus 3 filhos são dele, mas ele os reconhece e ama como pai. É isso que importa. – disse com um sorriso enviesado.

- Oh! – surpreendi-me com a sua revelação.

- Sim, imagine o escândalo que seria se descobrissem que meus filhos são na verdade frutos de relacionamentos não muito aceitáveis com 3 quarterbacks diferentes da FHS?! – perguntou soando quase que irônica com a sua própria vida. – Tudo bem Bella, não precisa ser gentil, eu sei que sou uma vagabunda por isso, mas – deu de ombros. – essa é a vida que escolhi. Infelizmente não tive a sorte de ir para uma faculdade, deixar essa cidade. O que eu poderia fazer senão viver continuadamente a glória de ser a conquista de garotos que são populares na escola?

- Você não foi para a faculdade comunitária de Port Angeles?! – questionei a interrompendo.

- Eu fui, por um semestre. Não sei se você se recorda, mas nessa época eu tinha uma fixação em ser miss. Estudar não era a minha prioridade. – pontuou com um sorriso. – Você prefere suco, café, refrigerante, vinho ou algo mais forte?! – pediu em frente a sua geladeira.

- Refrigerante está ok. – respondi. Percebi que Tanya tirava uma garrafa de soda limonada e vodca da geladeira.

- Você não veio até aqui para saber da minha vida. O que aconteceu Bella?! Deve ter algum motivo... mas antes de tudo... hum... por que você e Edward não são um casal atualmente?! – perguntou, servindo refrigerante para nós duas, mas no seu copo colocando uma generosa dose de vodca.

- É exatamente por isso que estou aqui. – respondi com a voz contida. Ela imediatamente parou a sua ação de nos servir e encarou meu rosto com assombro.

- Vocês não estão juntos pelo o que eu fiz no nosso baile de formatura?! – replicou com urgência. Assenti com a cabeça. – Oh Deus! Me perdoa por isso Bella. – falou com visível lástima, decidindo tomar diretamente da garrafa um gole da bebida alcoólica.

- Por que Tanya?! Você já disse que se arrepende do que fez a mim, mas por que você fez?! Eu não consigo compreender. – inquiri soando um pouco desesperada.

Tanya riu sem humor.

- Não é óbvio Bella?! – retorquiu. – Eu sempre tive inveja de você. Todas as coisas que fiz pra você durante a nossa adolescência foi porque tinha inveja de você, porque queria ser você! Ter o futuro maravilhoso que você teve. – ponderou com fervor.

- O quê?! Você queria ser eu?! Você tinha inveja de mim?! – repliquei com incredulidade. – Tanya, você era uma das meninas mais lindas da nossa escola, tinha todos aos seus pés, todos os garotos queriam sair com você! – protestei com objetividade.

Ela riu torto.

- Não, Bella. Eles não queriam sair comigo por causa da minha beleza, por causa de mim. Eles queriam o que eu podia oferecer, no caso sexo. Você sabe muito bem que eu era bem rodada na escola. – ofereceu com um sorriso.

De repente me senti demasiadamente incomodada com a sinceridade de Tanya. Quando decidi procurá-la não imaginava que ela seria tão honesta e verdadeiramente arrependida com o que me fez. Exatamente por conta disso resolvi que não me custaria nada ser honesta com ela também. Talvez sendo sincera ela possa me ajudar encontrar a paz de espírito que procuro.

Bebi um gole do meu refrigerante.

- De alguma maneira o que aconteceu no... no nosso baile de formatura teve uma consequência duradoura. – comecei incerta.

- Como assim duradoura?! Não estou te acompanhando Bella. – ofereceu confusa.

Suspirei pesadamente.

- De alguma maneira confusa, até mesmo para mim, o que aconteceu no baile de formatura fez com que eu bloqueasse por 12 anos tudo o que me aconteceu no nosso senior year. Até domingo eu sequer sabia que eu havia namorado Edward um dia. – expliquei atordoada, decidindo beber mais um gole da minha bebida só para ter o que fazer.

- Você não se lembra de nada?! Nada do que você passou com Edward?! Como isso é possível?! Edward aceitou isso?! Aceitou por 12 anos?! – perguntou com espanto.

Dei de ombros.

- Ele também ficou sabendo no final de semana. Nós não nos víamos pessoalmente desde o baile de formatura. – disse timidamente, estudando as minhas unhas meio roídas. Pela minha visão periférica vi Tanya bebendo um longo gole de vodca, contemplando o que informei.

- Esse fim de semana foi seu aniversário, não foi?! – perguntou lentamente. Confirmei com um aceno de cabeça. Vi que ela abria um sorriso enviesado. – E será que aconteceu um ‘remember’ entre vocês?! – pediu, agitando suas sobrancelhas para cima e para baixo.

- Uhum... mas não me recordo o que aconteceu ao certo. – emendei uma explicação.

- E?! Provavelmente você estava bêbada. – desdenhou com objetividade e descaso. – Por que você não está com ele, ou então esperando ele em Nova Iorque para fazer uma surpresa para tirar toda a tensão pós-jogo ao invés de estar aqui na minha cozinha buscando respostas de coisas que... sinceramente não valem a pena?! – completou com indignação.

Sorri surpreendida.

- Você realmente mudou muito Tanya. – repliquei com um sorriso.

- Estou tentando Bella, mas você não respondeu a minha pergunta. Por que você está aqui em Forks querendo saber do passado comigo, no lugar de estar com o amor da sua vida, que claramente ainda te ama. – replicou com indignação.

A encarei confusa, principalmente com a sua última sentença.

- Como você sabe disso?! – perguntei atordoada. Tanya rolou os olhos.

- Você o acompanha na NFL?! Já reparou em sua camisa?! Além do número 13 dos Giants, um pequeno cisne do lado esquerdo?! – explicou soando mais como uma série de perguntas.

Neguei avidamente com a cabeça.

- Uau! Espera um segundo. – pediu, levantando de sua cadeira e indo para a área de serviço que ficava quase acoplada a cozinha, voltando poucos segundos depois com uma camiseta azul do Giants que visivelmente pertencia ao seu filho Thomas, pelo tamanho.

Mordisquei meu lábio inferior, incomodada com o fato que seria Tanya a me mostrar algo sobre mim na camiseta oficial de Edward.

- Meu pai presenteou Thomas em seu aniversário em agosto, desde então ele não tira essa camiseta. – disse, me entregando a peça de roupa. – Assim que bati o olho nela eu soube que ele ainda era apaixonado por você, e me surpreendi pelo fato que vocês não estavam juntos até hoje. Edward nunca foi do tipo de deixar algo que ele quer escapar de si. – explanou, tornando a sentar-se em sua banqueta.

Perdi meu olhar pelo grande número 13 nas costas da camiseta com seu nome em letras garrafais sobre ele. Na parte da frente, novamente o número 13, e bem no cantinho superior esquerdo, do tamanho de uma foto 3 por 4,  um pequeno cisne estilizado.

- Como nunca ninguém te disse isso?! Como você nunca percebeu isso?! – perguntou com genuína curiosidade.

- Não faço ideia. – disse com honestidade.

- Bella, eu não sei o que aconteceu com você nestes 12 anos, mas eu estou realmente arrependida por ter feito o que fiz com vocês, e se eu pudesse voltar atrás eu nunca teria feito nada daquilo. – sua sinceridade em seu discurso era palpável. – Você e Edward merecem ser felizes juntos, vocês nasceram um para o outro. Pare de ficar perdendo tempo, procurando respostas onde não há necessidade de ter e seja feliz com ele. Supere o que aconteceu, nada tem importância agora. A vida é curta para ficar perdendo tempo em coisas que não valem a pena, Bella.

Fechei meus olhos, tentando conter a emoção que estava na baia dos meus olhos, pedindo passagem.

- Você realmente acha que nascemos para ficar juntos?! – perguntei com a voz miúda, mas cheia de expectativa.

Ela riu incrédula.

- Você não existe Bella. – divertiu-se. – Vocês são realmente almas gêmeas. Vocês eram há 12 anos, e ainda são, tenho certeza disso. Vocês merecem ser felizes juntos, construírem uma família linda, ter um casamento perfeito. Não espere mais para ter o homem da sua vida ao seu lado. Seja logo feliz Bella, por vocês, vocês merecem isso, de verdade. – afirmou apertando a minha mão que estava sobre o tampo de mármore, ainda segurando a camiseta do seu filho.

- Obrigada Tanya. – sorri envergonhada. – Eu nunca imaginei que teria uma conversa tão... amigável com você. – confessei com um sorriso.

- Prova de que a maternidade faz milagres! – brincou, fazendo um gesto com a sua mão em descaso. – Para compensar tudo o que fiz a você durante anos, por favor, jante conosco essa noite?! Sou só eu e as crianças, Eric nunca vem para a cidade durante a semana. Aparentemente o seu “namorado” quer mantê-lo 24 horas na sua cama em Seattle. – pontuou rolando os olhos.

- Você não se incomoda mesmo com o fato de Eric ser... hum... gay?! – perguntei com delicadeza.

Ela deu de ombros.

- Enquanto ele for presidente da empresa de sua família e dê tudo para mim e meus filhos, e posando como o pai e marido perfeito quando precisa, realmente não me incomoda. Para ser bem sincera é o melhor acordo que eu poderia ter feito em toda a minha vida. – explanou, caminhando até a sua geladeira para guardar a sua garrafa de vodca e começar a tirar os ingredientes para preparar o jantar.

- Você quer ajuda?! – pedi, vendo-a distribuindo os alimentos sobre a pia.

- Nah! – exclamou com um novo gesto de desdém com a sua mão. – Me conte sobre a sua vida em Nova Iorque, faculdade, trabalho, amores perdidos, da sua noite de ‘remember’ com Edward. Por favor, me forneça todos os detalhes da sua vida. – pediu com animação.

Sorri com a sua animação, e agindo como se eu e Tanya fossemos melhores amigas que há anos não se viam, contei-lhe sobre a minha vida, sendo pontuada com comentários entusiasmados e histórias divertidas da própria Tanya. Mais tarde seus filhos se uniram a nós para o jantar, e da mesma maneira de quando os encontrei quando cheguei, as crianças me bombardearam com perguntas, mas desta vez não me incomodei com os questionamentos, principalmente porque Tanya foi categórica ao afirmar para o seu filho que o cisne na camisa de Edward era por minha causa, dizendo que eu era a sua namorada e que em breve casaríamos.

A descontração de Tanya foi a minha maior surpresa, e nem mesmo depois do jantar, quando a ajudava a limpar a louça e seus filhos haviam retornado para a sala de TV para assistir mais desenhos animados, diminuiu o nosso entusiasmo durante a nossa conversa. Foi estranhamente confortável e inspirador conversar com ela. Era claro que as diferenças que tivemos quando adolescente era algo que pertencia a um passado muito distante.

Era mais de onze horas quando disse para ela que deveria voltar para a casa dos meus pais. Ela muito gentilmente compreendeu meus motivos, me abraçando com sinceridade e pedindo para voltar a casa dela para passarmos mais um tempo juntas. Era visível que Tanya, apesar de sua descontração, era uma mulher sozinha, que necessitava de amigos e que sua única companhia era os filhos. Não me surpreende que ela tenha contínuos casos com quarterbacks da Forks High School.

Entretanto, quando já estava no último degrau da escada da varanda ela me chamou, atraindo a minha atenção.

- Você está pensando em se encontrar com Jacob Black, para saber dele o porquê de tudo, não é? – perguntou, afastando a sua alegria e assumindo uma postura visivelmente preocupada.

- Hum... sim. – confessei mordiscando o meu lábio inferior.

- Bella. – começou com um tom de voz carregado de lástima. – Não faça isto, por favor. – implorou. – Eu sei que você quer superar o seu passado, mas como eu te disse antes, não vale a pena, sem contar que Jacob... ele... ele não é mais a mesma pessoa. Eu tenho certeza que seu pai já deve ter te dito dos constantes escândalos envolvendo a bebida e a agressão a Leah que ele tem passado. Na verdade Jacob está respondendo um processo por agressão que claramente vai levá-lo preso. Leah e as crianças já nem vivem mais em La Push com ele, vivem na casa paroquial, recebendo proteção constante da polícia. – ela sorriu triste.

“Não vá até ele, por favor. Ele pode entender a sua visita de maneira errada, e Deus me livre se ele te agredir fisicamente como faz com Leah, eu nunca me perdoaria por isso.” – sua voz soava preocupada e claramente me implorando para não fazer o que queria. Ponderei suas palavras e toda a conversa que tivemos esta noite.

- Prometo a você que não irei. – sorri com sinceridade para ela. – Como você disse, não vale a pena ficar revivendo esta história. Está na hora de superar tudo e tentar ser feliz com Edward. – pontuei meio incerta.

- Vai dar tudo certo, você vai ver. – ofereceu com um sorriso.

- Obrigada Tanya, nos vemos por aí, ok?!

- Assim espero Bella. – sorriu com simpatia. – Tenha uma boa noite.

- Você também. – ofereci, destravando a porta do carro e entrando por esta.

Conduzi com tranquilidade para a casa dos meus pais, me sentindo mais leve e esperançosa do nunca me senti. Eu não sabia quando tomaria coragem e ligaria para Edward, mas sabia que não seria esta noite, nem amanhã – já que o Giants jogaria contra o New Orleans Saints – e também não sabia se teria coragem para telefonar para ele na quinta-feira. Eu tinha um certo temor que a minha reação no domingo possa ter causado uma certa aversão dele por mim.

Após um banho relaxante, caí exausta sobre a minha cama, dormindo quase que imediatamente, tendo uma noite recheada de sonhos adoráveis sobre um futuro muito melhor do que o passado que tive.

Na quarta-feira me sentia melhor do que eu poderia esperar depois do dia surpreendente que tive, e ainda curiosa com tudo, peguei novamente o meu diário, cartas, bilhetes e fotos da época do nosso namoro e passei o dia relendo, admirando, me perdendo nas minhas lembranças tão recentemente recuperadas.

No final da tarde uma chuva inesperada tomou toda Forks, e decidindo fazer uma surpresa para os meus pais, decidi preparar um jantar especial para os dois. Ambos se surpreenderam com o jantar e em meio a uma conversa tranquila e leve aproveitamos o alimento que fiz.

Às oito da noite meu pai se acomodou em frente da TV na sala para assistir ao jogo do Giants contra os Saints. Tentei assistir junto com ele. Ver Edward entrar em campo com o seu rosto com riscos negros em suas bochechas, a camiseta branca com vermelho onde seu número 13 chamava atenção e o pequeno cisne, quase imperceptível no lado esquerdo em seu peito, atraía a minha atenção de uma maneira atordoante. Era tão ridículo que eu nunca havia percebido aquilo ali. Era tão claro agora, ainda mais quando Edward fez o ritual característico antes do jogo; notei que a sua mão ia de seus lábios e depois em seu peito; era uma maneira de dedicar a mim o jogo, ou sei lá, algo a ver comigo.

Não conseguindo controlar a visível emoção que estava prestes a transbordar por meus olhos, deixei a sala, subindo ao meu quarto onde coloquei uma fita cassete que ele havia me presenteado no meu antigo walkman e deixei a mixtape que ele havia feito para mim há tantos anos me tranquilizasse e trouxesse-o mais próximo de mim.

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Despertei confusa e atordoada com o sol batendo sobre o meu rosto. Notei que ainda vestia a mesma roupa de ontem à noite, os fones de ouvido do walkman já não estavam mais em minha orelha e a fita há muito já havia encerrado a sua execução. Necessitando de um banho, deixei meu quarto.

Durante o banho tive uma ideia motivante, procurar a clareira em que eu e Edward passamos tantas tardes. Tomei um café reforçado, decidindo levar um lanche, pois não sabia quanto tempo demoraria a encontrar o prado e quanto tempo ficaria nele. Fazendo uma breve parada no mercado para comprar algumas pilhas para o meu walkman e algumas coisas para comer, conduzi o carro que havia alugado pelo caminho que vagamente me recordava.

Estranhamente acertei com incrível facilidade o lugar e quando cheguei à ampla clareira, minha mente foi tomada por recordações. A grama verde brilhante, as pequeninas flores lilases e brancas contrastavam diante do brilhante sol de final de verão. Caminhando lentamente por todo espaço encontrei a árvore que tantos anos atrás entalhamos nossas iniciais em torno de um coração. Sorri emocionada, deslizando a ponta dos meus dedos pelas letras e depois pelo coração.

Lágrimas inesperadas começaram a rolar por meus olhos. Um sorriso bobo e apaixonado brotou em meus lábios. Ali diante daquela recordação nosso amor era tão sincero, tão forte, que é atordoante que ficamos tanto tempo separados.

Decidindo ficar e absorver toda a energia, toda a paixão que tínhamos e temos um pelo outro que estava embutida naquele lugar, estendi uma toalha sobre a grama e colocando novas pilhas no walkman e uma nova fita cassete, deitei sob o sol quente e confortável, deixando que as canções suaves me embalassem em lembranças.

Não sei quanto tempo fiquei ali ouvindo aquelas canções, sentindo o calor do sol me envolvendo, mas em determinado tempo meu estômago protestou com fome. Tirando os fones dos meus ouvidos e absorvendo o som da mata ao meu redor, saboreei o lanche que havia feito com uma garrafa de Coca-Cola.

Estava perdida em meus próprios pensamentos, atenta ao som do vento entre as árvores e dos pequenos animais correndo pela mata, quando um som completamente diferente dos que já estava me acostumando a ouvir chamou a minha atenção. Passos partindo pequenos gravetos, folhas sendo afastadas de forma abrupta. Redobrei minha atenção, e inesperadamente a pessoa que menos esperava encontrar ali entrou no pardo, exatamente no mesmo lugar que horas atrás eu havia aparecido.

Segurei uma respiração.

- Para você estar aqui, isto significa que você se lembrou de tudo?!

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Notas finais do capítulo

N/A: Ei! E aí meus amores, quem é esta pessoa misteriosa que chegou a clareira. Palpites?!
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Eu sei que muitas pessoas não gostaram de ver Tanya amigável, mas como eu disse lá em cima, as duas não são mais adolescentes e depois de um tempo tudo o que fizemos contra certas pessoas não tem mais importância. Eu tenho os meus 25 anos e me arrependo de certas coisas desagradáveis que fiz a certas pessoas e se pudesse agiria da mesma maneira. Falem o que quiser, mas maturidade significa isso: enfrentar seus erros de frente e saber assumir que estava errada.
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De qualquer maneira Tanya foi muito sincera, muito simpática e muito objetiva ao dizer a Bella para parar de ficar remoendo o passado, que ele não leva a nada. Esta amistosidade dela que eu quero que vocês vejam como uma redenção da personagem, ainda mais que foi ela que deu a dica a Bella que Edward ainda a ama. Toda raiva que se tem por ela foi por água a baixo.
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E esse Edward, conseguir ter em sua camisa oficial a imagem de um pequeno cisne, o que vocês acharam dessa revelação?! Fofa não?! Esse Edward é um fofo.
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Próximo capítulo é o penúltimo aqui (comemora e chora ao mesmo tempo), espero que vocês estejam animadas para saber como será o grande desfecho se os dois continuaram juntos. Palpites sobre isso também?!
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Obrigada a todos que leram, comentaram, favoritaram, recomendaram, indicaram, perguntaram nas minhas redes sociais sobre a fic, são vocês que me motivam mesmo quando não estou motivada a escrever. Patti, obrigada por tudo baby, sempre. Sua ajuda aqui é algo fundamental.
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Espero reencontrá-los em breve, primeiro lá em EVERLONG e depois nos dois últimos daqui! ;D
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Amo todos vocês!
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Beijos,
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Carol.
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N/B: Fui ~dessas~ que queria a Bella fazendo com que os responsáveis por ela e Edward não estarem juntos nos dias atuais pagassem por todo o mal que fizeram aos dois, mas me surpreendi com o capítulo e confesso que amei como findou o diálogo com a Tanya. Sim, ela até poderia ter levado um belo de um tabefe na cara, mas na época, quando tudo aconteceu. Se passaram 12 anos e ambas não são mais as mesmas, cresceram, tornaram-se adultas e amadurecidas. Sem nenhum esforço por parte da Bella, a Tanya já pagou (paga) por toda a maldade e erros que cometeu no passado, a vida encarregou-se de castigá-la, e olha, até meio que passei a gostar um pouco dela, e até pensei aqui com meus botões, cogitei a possibilidade de serem amigas um dia, quem sabe. Kkkkkkkkkkk. Tanya ganhou alguns pontos comigo, especialmente após falar do cisne na camisa do Edward e falar sobre todas aquelas coisas de almas gêmeas!
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E o reencontro? Poxa, maldade da Carol, vai ficar para o próximo capítulo. E, vamos lá, claro que aquele é o Edward. Coração bateu acelerado aqui! Tão emocionante ela lembrando, lá na clareira. E apertadinho quando penso que estamos praticamente no fim =(
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Desculpem a demora de betar esse capítulo, mas estava viajando como a Carol explicou no início, e a nossa autora também merecia um descanso, vamos combinar né? Não é toda autora de fanfics que posta com tanta freqüência como ela (incluindo eu) hauhsuahsa.
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Agora já sabem qual é a hora, né? Hora de deixar reviews!
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Um bom fim de semana meus amores, nos vemos em Everlong :)
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Patti.
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Quer fazer uma pobre autora feliz? oO
Deixa uma review ou um comentário para mim, dizendo se você gostou, ou se odiou, se você tem alguma sugestão! Pois sugestões e palpites aqui são fundamentais! *.*
Ficarei encantada em ler!