Teenage Dream escrita por Sophie Queen


Capítulo 26
Calor da Califórnia


Notas iniciais do capítulo

Disclaimer: TWILIGHT não me pertence, muito menos a música TEENAGE DREAM, porém as diabinhas briguentas: Estraga Prazeres e Maria Inconsequente, sim! Então, por favor, respeitem.
.....................................
.
N/A: Olá amores...
.
Tudo bem com vocês?! Eu sei, vocês fizeram tudo direitinho, me encheram de reviews até mais do que as que eu pedi, e eu uma autora desnaturada, sem noção demorou eras para postar. Eu sei tudo isso. Eu sou uma bitch, e me odeio por demorar tanto assim para atualizar, ainda mais quando estipulo prazos poxa sou formada em Direito, o mínimo que deveria fazer era cumprir prazos; mas como vocês já estão carecas de saber, a minha vida é uma inconstante: problemas familiares, problemas pessoais, tudo parece vir ao mesmo tempo me atolar, então peço perdões a vocês pela demora injustificável.
.
Para compensar o meu atraso eis que eu fiz um capítulo bem grande (27 páginas e mais 13 mil palavras normalmente os capítulos daqui tem 10 páginas e no máximo 5 mil palavras), com uma situação que não sei se é da forma que todos queriam, mas eu adorei demais o resultado. Ficou da maneira que eu pensei e elaborei. Para quem terminar este capítulo impaciente, um aviso: será no capítulo 30, segura o tchan aí que tudo vai acontecer ao seu tempo, no momento que deve ser.
.
Sei que to meio sem moral, mas acho que vocês podem me perdoar pela demora já que o capítulo ficou imenso e porque respondi todas as perguntas lá no tumblr da fic, quem ainda não acessou dá uma olhada lá: youngforeverlikeateenagedream(PONTO)tumblr(PONTO)com/ (basta trocar a palavra(PONTO)pelo símbolo, se não conseguiu acessar vai no meu profile que lá tem o link), perguntem-me o que quiserem, que verei se posso fazer a minha mágica e responder.
.
Voltando sobre o fato de que eu estou sem moral para pedir alguma coisa para vocês, mas mesmo assim eu vou pedir porque eu sou assim, nonsense. Deixem-me muitas reviews, opiniões, perguntas, tudo. Eu preciso disso.
.
Desculpas dadas, chantagens feitas, explicações elaboradas. Obrigada a todos que leram e comentaram só pedindo números absurdos mesmo para alguns leitores aparecerem, qual é gente eu não mordo, juro! O capítulo como eu disse vai agradar, acredito, que 95% de vocês, algumas pessoas vão ficar querendo mais, como já disse ali em cima, mas tudo ao seu tempo. Sempre.
.
Já falei demais, já enrolei demais.
.
Vou deixar vocês com o capítulo. Boa leitura amores! ;D



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/108737/chapter/26

CAPÍTULO 26 – Calor da Califórnia

.

- Hey dorminhoca. – ouvi uma voz suave e sexy falar baixinho em meu ouvido, enquanto pontas quentes e serenas de seus dedos deslizavam tranquilamente por minha bochecha. Apesar do cansaço que sentia, e da não vontade de abrir os meus olhos, eu o fiz da maneira mais preguiçosa que podia.

Edward sorria brilhantemente para mim. Nem mesmo os dois últimos dias em que ele conduziu o seu Volvo prateado de Forks até San Diego, fazendo uma breve pausa para dormirmos por algumas horas em Yreka, já na Califórnia, parecia afetá-lo. O seu rosto, apesar de pequenas olheiras sob seus olhos, não demonstrava nenhuma espécie de cansaço ou arrependimento por ter dirigido por mais de 22 horas em dois dias.

- Onde estamos? – questionei tolamente, notando que ainda estava sentada mal acomodada no banco do passageiro do seu carro, e que a noite negra que via pelos vidros do mesmo era pontuada por inúmeros letreiros luminosos.

- Aonde deveríamos estar. – respondeu com um sorriso torto e dando um suave beijo em meus lábios entreabertos.

O encarei sob os meus cílios em um misto de luxúria e irritação por ele não ter respondido a minha pergunta e por tentar me seduzir, como se realmente fosse necessário.

- Ok! – exclamou levantando suas mãos em sinal de rendição, porém mantendo o seu sorriso torto, mas afastando-se minimamente de mim. – Chegamos no hotel em que ficaremos pelos próximos 5 dias. – respondeu apontando para a fachada luxuosa do lugar em que ficaríamos hospedados.

- Uau! – suspirei impressionada com a grandiosidade do hotel em que ficaríamos. Rosalie e seus pais realmente estavam dando um presente impressionante para o meu irmão de aniversário. – Er... onde estão os outros? – perguntei procurando sinal dos nossos amigos.

- Fazendo check-in. – respondeu sorrindo. – Está tudo bem mesmo se dividirmos o quarto? Qualquer coisa eu posso dividir um com Jasper e você fica com a Alice. – disse com uma preocupação palpável.

Sorri amplamente para ele por sua hesitação e timidez. Alice havia me dito que Edward ainda não estava acreditando que Emmett havia concordado em que nós dois dividíssemos um quarto e que por conveniência ele deixou que a irmã dividisse um com Jasper.

- Tudo bem Edward. – tranqüilizei. – Eu quero dividir o quarto com você. Agora se você prefere ficar com Jasper, tudo bem. – dei de ombros, mas o meu tom de voz estava carregado de desanimo caso ele aceitasse essa minha sugestão.

- Não! – exclamou rapidamente. – Não, prefiro ficar com você. – sorriu torto dando mais um sereno beijo em meus lábios para demonstrar o seu ponto.

- Então vamos? – ofereci. – Eu realmente preciso de um banho quente e uma cama confortável. – falei com um bocejo.

- Vamos lá. – sorriu torto com uma piscadela.

Levando as nossas bagagens até a recepção fizemos o check-in. Como bem sabíamos o recepcionista ligou para as nossas residências – já que eu, Alice e Rosalie éramos menores de idade, para confirmar que estávamos ali em uma viagem de férias e não com a intenção de fugir do país seguindo uma rota até Tijuana no México. Após a confirmação de que não iríamos fugir ou que os meninos não nos fariam mal, recebemos as chaves para os nossos quartos.

Como o hotel se preparava para a virada de ano, ele estava praticamente lotado ou com reservas, acabou que cada um de nós ficou em um andar diferente. Edward e eu iríamos ficar no sexto andar, no apartamento número 608. Combinamos com os outros a hora que nos encontraríamos no salão para tomarmos o nosso café da manhã, e seguimos cada um para o seu quarto.

Por mais que já soubesse que iríamos dividir uma cama de casal, realmente vê-la com meus próprios olhos despertou um sentimento diverso em mim. O carpete areia, os móveis de madeira claríssima, as paredes de um azul claro como se fosse o céu a luz do dia, a cama com lençóis brancos, coberta por um edredom azul anil. Abaixo da janela tinha um pequeno sofá azul escuro com almofadas azul anil. O quarto era simples, mas ao mesmo tempo perfeito.

Edward colocou as nossas bagagens em cima do sofá, e depois voltou os seus olhos verdes brilhantes para mim, com um sorriso preguiçoso estampado em seu rosto. Não consegui resistir e copiei o gesto, sorrindo timidamente para ele. Era estranho que apesar de sermos namorados e dividirmos tantas coisas, tornando-nos realmente muito amigos, em momentos como este que nos encontrávamos agora, toda a timidez, insegurança e temor me tomavam com fervor, sentia as minhas bochechas enrubescendo com o olhar intenso que ele me dava.

- Hum... você está com fome? – Edward perguntou incerto, passando seus dedos longos por seus cabelos bronzes os bagunçando mais do que já estavam.

- Morrendo. – confirmei, sentindo o meu estômago roncando na necessidade de alimento. – Mas podemos pedir algo no restaurante do hotel. – dei de ombros.

- Bom, eu vi um Mc Donald’s aqui do lado, estava pensando em ir lá buscar algo enquanto você toma banho, pode ser? – pediu com um sorriso enviesado.

- Por mim tudo bem, mas se você quiser posso te acompanhar. – ofereci complacente.

- Sem problemas Bella. Tome o seu banho, eu não devo demorar. – disse andando pelo quarto em direção a porta que era próximo de onde ainda me mantinha parada. – Você vai querer um Mc Chicken com fritas e um milkshake de chocolate, certo? – perguntou, sabendo perfeitamente o que eu gostaria da famosa lanchonete.

- Isso. E também um er... cheeseburguer e uma torta de maçã. – pedi sentindo as minhas bochechas ficando intensamente vermelhas.

- Realmente você está com fome. – divertiu-se Edward. – Quer pedir algo que sustente mais? Algo do restaurante? – ofereceu com um sorriso. Neguei veemente com a cabeça.

- Mc Donald’s está perfeito para mim. – respondi sorrindo.

- Ok, eu já volto. – disse, me dando uma beijo rápido e deixando o quarto em que iríamos dividir pelos próximos dias.

Com um sorriso pateta em meu rosto caminhei até a minha mala retirando minha necessaire, uma calcinha e o pijama que usaria. Digamos que propositalmente eu havia levado um pijama não tão infantil como o que havia usado em Seattle após o show do Foo Fighters; este, apesar de também ser de inverno, era uma camisola de mangas compridas.

Sim, eu estava disposta a fazer qualquer coisa para seduzir Edward nem que para isso eu começasse com simples camisolas de algodão de mangas compridas na cor preta com uma estampa de coração na cor rosa.

Tomei um banho revigorante e provavelmente demorado. O poderoso chuveiro do hotel massageava com exatidão os lugares que precisava. Nós de tensão e pelo fato de dormir mal acomodada no carro se estendiam pelas minhas costas, mas que felizmente a água quente e forte os desfez com veemência. Vesti o pijama que havia trazido, penteei meus cabelos os prendendo em um rabo de cavalo frouxo e retornei ao quarto, para encontrá-lo vazio. Edward ainda não havia retornado.

Com um suspiro pesado me acomodei na enorme cama, enquanto zapeava os canais da televisão com o controle remoto. Fiquei assistindo uma reprise de The Real World: Boston que passava na MTV. Felizmente, poucos minutos depois que havia deixado o banho Edward retornou com o nosso lanche. Percebi que seu olhar ficou por alguns segundos em minhas pernas desnudas, contudo ele não disse nada, puxando uma toalha reserva do banheiro e colocando sobre a cama para que pudéssemos comer sem sujar os lençóis.

Riamos e comentávamos todas as aleatoriedades e idiotices do programa, uma vez que Edward juntou-se a mim para assistir enquanto comíamos os nossos lanches. Mc Chicken, cheeseburger, fritas e milkshake nunca foram tão saborosos como estes que comia agora. Depois de alimentada, o sono que sentia quando estávamos no carro mais uma vez me pegou e logo estava bocejando e meus olhos estavam pesando, contudo eu lutava contra eles para continuar assistindo a maratona de The Real World que a MTV transmitia.

Edward havia ido tomar banho, e por mais que eu gostaria de imaginá-lo nu atrás da porta branca a poucos metros de mim, não conseguia. Minha imaginação estava completamente adormecida. Estava com meus olhos fechados, semi-adormecida, quando o meu namorado saiu do banheiro. Tentei focalizar meus olhos em sua beleza angelical e perfeita, mas não conseguia, meus olhos tornavam a pesar e fechar me obrigando a abraçar a inconsciência. Ouvi a sua risada musical próxima ao meu ouvido, e mais uma vez tentei lutar contra minhas pálpebras pesadas e focalizar o seu rosto.

- Você está cansada. – disse afagando o meu rosto. – E gelada. – censurou com um olhar. – Você não acha melhor vestir uma calça? – perguntou lançando um olhar para as minhas pernas pálidas. Se eu não estivesse tão inebriada pelo meu sono, com toda certeza eu iria comemorar tal fato, ou até mesmo provocá-lo. Todavia, pensar em qualquer coisa neste momento era impossível e desgastante.

- Não estou com frio. – murmurei com impertinência. – Sem contar que eu já vou me cobrir. – completei com a voz grogue de sono.

- Ok. – ouvi Edward suspirar. – Então vamos te cobrir com o edredom Bella. – disse, me ajudando a ficar sentada com seus braços enquanto puxava o cobertor azul debaixo de mim, colocando-o depois confortavelmente sobre mim. Me ondulei sobre o colchão ficando confortável, porém sentindo que faltava algo.

- Você não vem? – perguntei com os olhos fechados e com um biquinho em meus lábios. Ouvi Edward rir debochado em minha orelha, mas acomodando-se ao meu lado na cama. Encostei o meu corpo ao seu, sentindo o calor de sua pele infiltrando-se sobre o tecido da minha camisola e tocando o meu corpo, me arrastando para a maravilhosa terra dos sonhos.

.

Quando se pensa em Califórnia, praias, calor e festas fazem parte desse pensamento, e para mim também faziam; por mais que estivesse mais interessada em ficar trancada no quarto do hotel com o meu namorado o seduzindo, essa viagem ao estado mais povoado dos EUA tinha uma razão: a comemoração ao aniversário do meu irmão, e o ano novo. Assim, na manhã seguinte a que havíamos chegado, encontramos com nossos amigos para tomar café da manhã e depois curtir a cidade.

Parques, museus, praças. San Diego era linda, e em cada detalhe o ar californiano estava presente. Passamos o dia desbravando a cidade, que mesmo sendo inverno no hemisfério norte, um calor anormal assolava a cidade, era tão quente que facilmente dava para se comparar ao verão em Forks, o que para todos nós veio muito a calhar. Ao retornarmos ao hotel, após um jantar em um restaurante de frutos do mar, mal consegui tomar um banho e assim que meu corpo tocou a cama eu já estava profundamente adormecida, mal tendo tempo de pensar em alguma maneira de seduzir Edward.

Antevéspera de ano novo, decidimos que iríamos a Anaheim, uma cidade do Condado de Orange a 40 quilômetros ao sudoeste de Los Angeles, para passar o dia na primeira Disneylândia. Como no dia anterior, fazia-se um anormal calor, o que acabou sendo excelente para o dia no parque. Apesar de Rosalie, Alice e Edward conhecerem a Disneylândia da Flórida – a melhor e mais completa também -, o passeio no parque acabou sendo muito melhor do que a vez que foram a Orlando, segundo eles mesmos.

Disney California Adventure Park foi o lugar que me fez sentir criança, adolescente e adulta ao mesmo tempo. Os brinquedos, as atrações, os personagens, a magia que todo o universo Walt Disney passava em seus filmes estavam ali diante dos meus olhos, presentes no meu dia, fazendo com que eu tivesse o meu próprio conto de fadas. Edward era um namorado perfeito, como sempre era, oferecendo para carregar minha bolsa ou para comprar água, ou para me convencer a ir em alguma atração – prometendo que não soltaria a minha mão quando estivéssemos em algum brinquedo que eu tinha medo.

Emmett que sempre insistiu para os nossos pais nos levar ao famoso parque temático, estava deslumbrado com todas as atrações, e por mais que o parque da Califórnia não fosse aquele que sonhou quando íamos para a casa da nossa avó em Jacksonville, a intenção e a animação de estar na terra do Mickey Mouse eram excitantes, até mesmo para o meu irmão e seus quase 19 anos – que estaria completando em dois dias.

Alice e Jasper também curtiam o passeio, contudo da forma deles. Por mais que nos acompanhassem em todas as atrações, eles pareciam alheios a nós, vivendo a sua própria bolha mal se importando com quem estivesse de fora. Não me incomodava com isso, afinal eu também estava me sentindo alheia a tudo a minha volta, somente conseguindo focar meus olhos em meu príncipe encantado. Meu Edward.

Evidentemente que o castelo da Bela Adormecida que havia no parque virou motivo de piada para os meus amigos, que afirmavam que ali era a minha casa. Sério, se eu fosse contar quantas vezes já haviam feito na minha vida a piadinha com o nome do conto eu estava perdida. Sempre me relacionavam à jovem e doce Aurora que aos 16 anos foi amaldiçoada pela bruxa Malévola, fazendo com que dormisse por 100 anos, e só sendo desperta quando o seu amor a beijasse.

Por que será que em todos os contos de fadas a princesa sofria alguma coisa – ser presa, ser envenenada, vítima de algum feitiço ou qualquer coisa trágica – e só quando o príncipe, depois de enfrentar dragões, espinheiras, escalar paredes para encontrar a jovem princesa que era o amor de sua vida, ao beijá-la trazia a vida? Por que a princesa não podia lutar ao lado do príncipe, ou pelo príncipe, mostrar as bruxas, vilãs ou vilãos que a história levava o seu nome por uma razão? E que ela, como tal, deveria lutar e provar a todos que era forte o suficiente para se proteger sozinha, ser a heroína, e não ser facilmente enganada por uma maçã envenenada ou uma agulha que a arrastaria para um sono secular.

Definitivamente, estes contos em que os desenhos animados eram inspirados, eram demasiadamente machistas, o que não era por menos já que foram homens que os escreveram; homens que sempre têm a necessidade de provarem que são dignos de sua força, sua perseverança, e que sempre salvarão donzelas em perigo merecendo assim o seu amor. Isso tudo soa tão clichê, da mesma maneira que filmes sobre adolescentes apaixonadas pelos caras mais populares da sua escola, que fazem uma aposta com os amigos e se aproxima da boba apaixonada, e no meio disso o “príncipe” se apaixona pela garota sem nenhum atrativo, mas como os amigos dele o obrigam, ele faz algo que magoa a garota, mas no fim, depois de pedidos de arrependimento eterno são felizes para sempre.

Patético.

Apesar de que se eu fosse colocar na ponta do lápis realmente, a situação que atualmente vivia – estar novamente com 17 anos, vivendo um romance meloso e apaixonado com o garoto mais popular da minha escola – soava exatamente igual aos clichês dos contos de fadas ou dos filmes adolescentes. A única diferença é que eu esperava o golpe da vilã, pois sabia que tudo isso não era verdade, não passava de um sonho.

“E começou o drama.” – suspirou dramaticamente a Prazeres.

“Para de ser pessimista sua coisa, ela só está tentando não acreditar que a vida é um conto de fadas porque você acabou com essa esperança para ela!” – exclamou agudamente a infeliz da Maria Inconsequente, que ultimamente parecia uma presença constante em minha mente, assim como a Prazeres me atormentando com as suas palavras e suas brigas infantis.

Se eu pudesse comparar as duas com alguma caricatura seria algo como um anjinho e um diabinho, contudo não tinha como definir quem era a boazinha e quem era a má, as duas faziam os dois papéis, me levando a loucura. Ok. Talvez eu estivesse louca e precisava urgentemente me internar em uma clínica psiquiátrica.

De qualquer maneira, depois do dia na Disney fizemos uma parada rápida em uma loja de souvenirs na saída do parque para adquirirmos algumas lembranças. Eu peguei algumas camisetas, chaveiros e algumas miniaturas dos personagens que eu mais gostava. Edward que como sempre me surpreendia, havia comprado algumas coisas para si mesmo e para dar a sua mãe, mas o Mickey e a Minnie de pelúcia com as mãos dadas e com os narizes se tocando em um quase beijo, ele comprou para mim. E ao me entregar sussurrou uma simples frase em meu ouvido ‘de os dois eram parecidos com nós dois, feitos um para o outro’.

Sério, tem como não se apaixonar por esse garoto a cada dia mais intensamente?! Ele é perfeito.

No caminho para o nosso hotel em San Diego fizemos uma parada em uma lanchonete para comermos, já que estávamos demasiadamente cansados para sair e ir comer alguma coisa depois que chegássemos aos nossos respectivos quartos de hotel. Alice estava praticamente dormindo no colo de Jasper, Rose estava calada assim como Emmett, e eu controlava os bocejos que dava com o meu rosto apoiado no ombro de Edward.

Poderia estar caindo de sono algumas horas atrás, mas depois de tomar um banho relaxante e restaurador e me acomodar na enorme cama do hotel nos braços de Edward, todo o meu cansaço parecia ter se esvaído, todavia, a minha autoconfiança para tentar seduzir o meu namorado não estava dando as suas caras, por isso ficamos abraçados assistindo a um filme de Natal que passava na televisão por vezes fazendo comentários aleatórios ou simplesmente trocando beijos preguiçosos.

Se em algum momento no passado ficar em silêncio com Edward poderia ser constrangedor, atualmente era confortável. Não precisávamos estar conversando, ou dizendo qualquer coisa para que o clima não ficasse pesado a ponto de tornar insuportável, o silêncio entre nós bastava, e por mais que nossos pensamentos estivessem vagos, uma ideia fixa martelava em minha mente, e algo me dizia que na de Edward também.

Intimidade.

Éramos adolescentes, e como tais, pensar em sexo, ainda mais quando se está em um relacionamento sólido como o que estávamos, era normal. Eu sonhava acordada e dormindo com Edward e eu na nossa primeira vez, e podia apostar que ele também pensava nisso, afinal, não era normal uma pessoa tomar 4 banhos por dia e cada vez ficar trancado dentro do banheiro por mais de 30 minutos. Com certeza todo o tempo que ele não estava se banhando ele estava se tocando intimamente, e imaginar que ele se masturbava pensando em mim fazia com que um arrepio que nada tinha a ver com frio pinicasse a minha pele e imagens do seu corpo nu sobre o meu inundassem a minha mente.

Eu estava contando os segundos para o momento que deixaríamos a cautela de lado e agiríamos impulsivamente, dominados por nossos hormônios e por nossa paixão voraz. Todavia, a cada dia tudo parecia mais distante, era como se o fato de pensar em qualquer ato sexual fosse um crime entre nós.

Foi com estes pensamentos que acordei no dia 31 de dezembro, véspera de ano novo e do aniversário de Emmett, para o qual havíamos ido até San Diego comemorar. Acordamos, assim como nos dias anteriores, com o telefone do quarto tocando alto com Alice nos intimando para tomar café da manhã. Lentamente nos arrastávamos um de cada vez para o banheiro para fazermos nossa higiene matinal e trocarmos de roupas, e depois descer para encontrar os nossos amigos.

O desejum passou em silêncio entre nós seis, cada um saboreando o que havia selecionado no balcão onde o hotel havia posto os alimentos para o café da manhã. Emmett e Rosalie pareciam impossíveis de se desgrudarem, sempre trocando olhares apaixonados, se tocando, roubando beijos. Conhecendo os dois como bem conheço, que se comportam dessa forma pelo menos há 12 anos, eu posso dizer que os dois ultrapassaram a última barreira em seu relacionamento, tornando-se íntimos.

Pensar na vida sexual do meu irmão e da minha cunhada é miserável.

Alice e Jasper estavam quietos, pareciam como sempre presos em sua própria bolha. Desde que havíamos chegado à Califórnia, Alice não havia demonstrado nenhum minuto sequer a bola de energia que normalmente era, falando sem parar, sendo empolgada com qualquer coisa, dando seus pulinhos e gritinhos histéricos, e sinceramente aquilo me preocupava, quer dizer, não no mal sentido, só me deixava curiosa para saber o que se passava por sua cabeça, que a fazia ficar tão quieta. Será que ela assim como eu estava pensando em se tornar íntima de Jasper?

Tenho certeza que se for isso que está passando por sua cabeça, em breve eu saberei. Alice nunca conseguiu manter por muito tempo seus pensamentos e desejos para si mesma; sempre pedindo opiniões e sugestões para mim e Rosalie. Ainda me recordava muito bem quando no seu aniversário de 18 anos ela resolvera se tornar íntima de Jasper, e passou dias programando para que tudo saísse perfeito, como depois ela afirmou que foi. Os dois eram perfeitos juntos, sempre foram, por mais que a vida que haviam escolhido os havia separado por alguns anos.

Edward e eu também estávamos quietos, perdidos nos nossos pensamentos e no sono que sentíamos por ter ido dormir tarde no dia anterior e sermos despertos por Alice cedo demais. Não trocávamos palavras sussurradas como Jasper e Alice, ou beijos sôfregos como Emmett e Rosalie, olhares intensos bastavam para completar a nossa bolha, que era muitas vezes marcada por sorrisos no canto dos nossos lábios, ou bochechas rubras com algo que só nós entendíamos, mas não conseguíamos articular.

Ao terminarmos nosso café da manhã, voltamos para os nossos respectivos quartos para descansar para a festa de réveillon que iríamos à noite e que seria também a festa de aniversário do meu irmão. Hora para voltar para a cama era algo que provavelmente não teríamos para a noite seguinte.

Eu e Edward nos acomodamos confortavelmente nos braços um do outro sobre a cama de lençóis brancos e cobertor azul anil. Enquanto assistíamos a um filme aleatório que passava na televisão, ele deslizava lentamente a ponta de seus dedos pelo meu braço, fazendo com que o calor deles espalhasse por minha pele, formigando com o contato. Quando o filme não estava tão interessante como esperávamos, mudamos de canal, parando na MTV, que passava outra vez a maratona The Real World: Boston.

Inesperadamente os jovens do programa começaram a falar sobre o imenso elefante cor de rosa que estava rondando não só a cabeça deles, mas a minha também: sexo. Eles discutiam sobre posições, preferências, lugares, suas experiências sexuais e quando era o momento correto para tornar-se íntimo de alguém. Pela minha visão periférica eu podia ver o quanto Edward estava atento ao que os participantes do reality show falavam. Em um ímpeto de coragem, que nem eu mesma tinha conhecimento, me vi perguntando:

- Você... hum... er... ? – minha voz era quebrada e incerta, mas a curiosidade para saber se ele já havia se tornado íntimo de alguém me consumia.

- Já, o quê? – replicou voltando o seu olhar para o meu rosto, confuso com a minha pergunta.

- Já... – disse apontando para a televisão, no exato momento que mostrava a imagem distorcida de um casal em seu momento privado.

As sobrancelhas de Edward se arquearam tão profundamente que podia dizer que se encontraram com a raiz de seus cabelos bronzes, no mesmo instante que sua respiração saia arfante por seus lábios e suas bochechas ficavam rubras.

- Não. – ele sussurrou mexendo negativamente a sua cabeça para pontuar o seu ponto. Um sorriso de satisfação apareceu no canto dos meus lábios, mas tentei esconder a minha animação com a sua resposta. – E você? – pediu baixinho e com seus olhos fixos em um ponto em branco na parede oposta.

Várias respostas para a sua pergunta passaram por minha cabeça. Sim. Não. Talvez. Era um caleidoscópio de emoções que passava por minha mente. Para o meu eu de 17 anos eu era uma virgem inexperiente. Para o meu eu de 30 anos eu era uma solteirona com algumas experiências fracassadas.

Bom ele merecia a minha maior sinceridade, e como eu era uma garota de 17 anos com um namorado perfeito, eu tinha que ser sincera. Tomei uma respiração profunda.

- Não. – respondi sentindo as minhas bochechas ficando quentes. – Você... er... foi meu primeiro beijo. – completei com um fio de voz, escondendo o meu rosto com as minhas mãos, sentindo-me envergonhada por seus olhos verdes analisando clinicamente meu rosto.

- Sério? – questionou reflexivamente surpreso com a minha sentença. Somente confirmei com a cabeça. – Por que você nunca me disse nada? – perguntou com um sorriso na voz, suas mãos quentes e suaves tentando afastar as minhas do meu rosto. Tentei protestar contra ele, mas por ser mais forte do que eu, conseguiu retirar as minhas mãos do meu rosto com extrema facilidade.

Seus olhos verdes esmeraldinos brilhavam em felicidade e paixão. O seu sorriso enviesado marcava o seu rosto. Uma pequena covinha pelo seu sorriso aparecia em seu queixo. O seu maxilar firme estava relaxado e descontraído. Edward como sempre estava lindo. Os seus olhos fitavam os meus com intensidade, serenamente suas mãos deslizaram por meu rosto, colocando meus cabelos atrás de minha orelha. Seu nariz ligeiramente comprido e reto tocou o meu, em uma carícia suave, e de uma forma delicada e cuidadosa tocou meus lábios com os seus.

Os lábios dele eram gentis e amorosos contra os meus. Nossas línguas eram mantidas dentro do espaço de nossas bocas, deixando que somente os nossos lábios tocassem um ao outro, em uma carícia cheia de promessas, esperanças e juras de amor eterno. Suas mãos quentes e afáveis seguravam o meu rosto como se ele fosse de vidro, prestes a se quebrar a qualquer contato mais rígido, pequenos círculos eram desenhados por seus polegares em minhas bochechas. Um sorriso de felicidade brotou em meus lábios, que acabou se tornando um convite para que nossas línguas finalmente se enroscassem em uma dança lenta, apaixonada e feita somente para elas.

Apesar do início do nosso beijo ter dado por conta das nossas inexperiências sexuais, nada disso estava presente no carinho que nossas bocas partilhavam. Era inocente, natural, apaixonado, simples. Não existia qualquer tipo de complicação sentimental ou o que quer que fosse, era apenas nós dois ali. Não existia o popular e impressionante jogador de football Edward Cullen ou a boba, tola, insegura, nerd e impopular Isabella Swan; éramos somente Edward e Bella, um casal de adolescentes que viviam uma paixão saudável e sincera.

Não foi por causa da ausência de ar que separamos o nosso beijo, separamos para ficarmos embrulhados em nossos braços, curtindo a presença um do outro, o calor um do outro, o amor, a paixão, o carinho que partilhávamos um ao outro. Acredito que em algum ponto devemos ter adormecido, pois despertamos assustados com alguém esmurrando a porta do quarto.

Alice e Rosalie literalmente expulsaram Edward do nosso quarto, com a desculpa que iríamos usar ele para nos preparar para a festa de logo mais à noite. Era uma meia desculpa, porque sendo as duas, como eu bem conheço, vieram fofocar sobre os seus respectivos namorados e por mais que me sentisse incomodada em falar sobre o meu relacionamento com Edward, me vi contando sobre algumas coisas nossas, mas não entrando em muitos detalhes ou compartilhando os meus desejos de seduzir Edward para que nos tornássemos íntimos.

Riamos descontraídas, falávamos sobre coisas de meninas, cantávamos e dançávamos músicas diversas das Spice Girls e dos Backstreet Boys, enquanto saboreávamos lanches naturais e sucos que Rosalie havia pedido ao restaurante do hotel. Após cada uma tomar seu banho, Alice e Rosalie arrumaram seus respectivos cabelos e depois os meus. A pequena Cullen, que era expert em fazer maquiagem, ficou responsável por fazer a de nós três.

Quando finalmente estávamos com os cabelos arrumados e devidamente maquiadas, começamos a nos vestir para as festas que iríamos. Alice usava um vestido branco gelo tomara que caia que era justo em seu corpo, mas formava uma saia balonê na altura de seus quadris até o meio de suas coxas dando volume ao vestido. Apesar de não estar frio em San Diego, a pequena morena usava um casaqueto rosa pink com aplicações de perolas em sua gola, meias de seda com um brilho cor de rosa e sapatos do mesmíssimo tom do vestido compunham o look da minha melhor amiga, que como sempre estava parecendo uma fada recém saída de um conto de fadas.

Rosalie, entretanto, como sempre transmitia a sua aura sexy, poderosa e linda, vestindo qualquer roupa que desejasse, e nessa conta podemos colocar até mesmo um saco de estopa. Para a virada de ano e comemoração do aniversário de Emmett, seu namorado e futuro marido, Rose havia optado por usar uma saia de pregas vermelho vivo que ia até o meio de suas coxas, fazendo conjunto com uma colada blusa de mangas 3/4 negra, arrematando o conjunto com um cinto de laço em couro negro. Suas pernas estavam cobertas por meias de seda pretas de uma trama fina, em seus pés sapatos de salto enormes da cor dominante de sua roupa: preto. Seus acessórios eram de um dourado envelhecido e fosco, dando um ar requintado à roupa tão jovial.

A minha escolha de roupas havia agradado as minhas duas amigas que olhavam admiradas para o vestido de mangas que iam até meus cotovelos, corpo justo e saia evasê de um profundo branco neve de um tecido meio enrugado, meio que com padrões de rosas. Um casaco curto de mangas 3/4 em azul escuro, verde escuro, turquesa e verde água, com alguns pontos negros por cima do vestido de linho irregular branco que usava. Meias de sedas com um padrão similar a uma rede na cor negra desciam por minhas pernas pálidas, fazendo com que delimitasse com exatidão onde terminava o vestido e começava as minhas pernas. Em meus pés – para o desespero de Alice e Rosalie, mas para o meu perfeito conforto –, havia colocado os meus all stars de cano alto brancos com detalhes em preto, que normalmente usava quando colocava vestidos.

A delicada pulseira prata com os 3 pingentes que Edward havia me dado no Natal repousava em meu pulso esquerdo – lugar que eu pretendia nunca tirá-la –, um simples anel prateado no formato de um laço adornava o meu dedo médio da mão esquerda. Em meu pescoço dois colares simples, um que normalmente usava com um camafeu dourado e prateado que fora uma herança de minha avó, e o outro, um pouco mais longo com um pingente em forma de coração com as bordas prateadas e o centro um misto de verde e azul, muito similar ao do meu casaco que fora presente de Natal de Angela.

Ao mesmo tempo em que estava vestida de uma forma inconfundivelmente minha, alguns detalhes acentuavam a minha sensualidade que ansiava em ser descoberta e explorada por um tão igualmente inexperiente garoto de 18 anos de cabelos de uma cor exótica de bronze e intensos e brilhantes olhos verdes. Oh sim, eu adorava o resultado do conjunto que via diante do espelho, e pelo sorriso de aprovação das minhas duas melhores amigas no mundo inteiro, elas também aprovavam a minha escolha de roupas.

Demos nossos últimos toques em nossas produções para as comemorações que nos aguardavam e deixamos o quarto azul para encontrar com nossos namorados que nos esperavam impacientes na recepção do hotel.

Fora a primeira vez em toda a minha adolescência que me recordava de ver o meu irmão não usando uma daquelas largas camisetas de times de football ou basketball. O Emmett adolescente simplesmente não sabia o que era usar uma camiseta de malha ou então uma camisa de botões, sempre escolhendo as cores espalhafatosas, com dizeres imensos e números tão imensamente grandes; todavia, para esta noite em especial, Emmett havia escolhido uma camiseta cinza de decote em ‘V’ de mangas longas que estavam arregaçadas até seus cotovelos. Uma calça jeans acinzentada e botas negras, acompanhados por uma boina cinza sobre a sua cabeça que o deixavam ao mesmo tempo elegante, jovial e sexy.

Escutei Rosalie arfar ao meu lado diante da visão inebriante e sedutora do meu irmão. Um sorriso genuíno brotou em meus lábios.

Jasper como sempre estava elegante, nunca mascarando a sua origem texana no seu jeito de se vestir e se portar. Camisa branca com os punhos dobrados, um colete perfeitamente abotoado preto com pequenas e discretas riscas esbranquiçadas num padrão conhecido pela indústria da moda como risca de giz; uma calça negra justa em suas coxas, mostrando como estas eram torneadas, e botas estilo cowboy marrons completavam a sua escolha para roupas.

Evidentemente Jasper não era o meu tipo de garoto, mas eu não podia negar o quanto ele era bonito e excepcionalmente sexy. Seus cabelos loiros, ligeiramente compridos, que muitos poderiam dizer que era uma imitação de Kurt Cobain, tirava um pouco a seriedade de suas roupas. Alice, assim como Rosalie, suspirou ao meu lado e sorriu maravilhada com o seu namorado. Era como se Jasper tivesse sido materializado de seus sonhos e tomado forma no mundo em que vivíamos, permitindo que ela se apaixonasse por ele.

Ampliei o sorriso genuíno pela felicidade das pessoas mais importantes da minha vida.

Sabendo que faltava uma pessoa para os meus olhos admirarem, eles, perspicazmente, encontraram aquele que fazia meu coração palpitar em uma freqüência acelerada e insana, que fazia o ar sumir dos meus pulmões, que roubava todos os meus pensamentos – sejam eles conscientes ou não. Edward era lindo em qualquer situação, vestindo qualquer roupa. Deus... ele era lindo até vestindo todo o uniforme de football com todas aquelas proteções em seus ombros e coxas; entretanto, a visão que tinha dele neste momento – que provavelmente havia sido aumentada pela minha libido descontrolada nos últimos dias – me tirava todo o ar e qualquer pensamento racional de minha mente. Ele estava perfeitamente como o príncipe encantado dos meus sonhos.

Seus cabelos acobreados constantemente e naturalmente bagunçados apontavam para todas as direções, como se ele tivesse tentado domesticá-los mais cedo, mas perdendo a batalha somente passou seus dedos longos por eles os deixando naquela normal desordem. Seus olhos verdes contrastavam com seus cabelos e sua pele branca, que reluzia nas luzes amareladas da recepção do hotel. As bolsas comuns sob seus olhos – que muitos poderiam imaginar que eram de cansaço – estavam ali presentes, repuxadas em seu rosto por seus olhos estarem semicerrados por causa do largo sorriso que estava em seus lábios. Retribuí o seu sorriso sem esforço, sabendo que era para mim, mas mesmo assim sentindo as minhas bochechas ficando quentes e rubras. Instintivamente desviei meus olhos de seu rosto, aproveitando para ver que roupa ele havia escolhido para se vestir.

Seus pés estavam cobertos com seus inseparáveis Adidas Hemp, tão sujos e tão surrados, mas tão ele que me fez sorrir ao imaginá-lo não os usando. Uma calça jeans de um azul meio acinzentado e feito necessariamente para parecerem surrados cobria as suas pernas; uma camiseta básica preta de decote redondo, sob uma camisa de xadrez bege, cinza e verde de mangas longas, mas com os punhos dobrados desleixadamente. Edward, apesar da escolha casual de roupas, estava perfeito diante meus olhos, não se importando se a sua irmã iria ou não gostar da forma com que se vestia, mas a única aprovação que ele queria era a minha, e o meu sorriso, que era uma réplica do dele, indicava que eu aprovava a sua forma de se vestir.

Eu devo ter suspirado e arfado em contentamento, porque ouvi os risinhos de Alice e Rosalie ao meu lado. Não importa, eu estava apaixonada por ele e não tinha medo de dizer ou demonstrar.

- Edward, não tinha uma roupa melhorzinha para você vestir? – censurou Alice encarando os olhos do irmão – idênticos aos dela – com intensidade.

- Algum problema com a minha roupa, Bella? – me perguntou sedutoramente, segurando a minha cintura com seus braços fortes, enterrando o seu rosto na curva do meu pescoço e dando um sereno beijo na pele sensível que estava exposta.

- Não. Para mim você está perfeito. – murmurei envergonhada porque sentia quatro pares de olhos sobre mim e meu namorado, na nossa interação romântica.

Alice bufou irritada, murmurando algo como ‘inacreditável’ sobre seus lábios tingidos de rosa, fazendo com que todos rissem descontraídos pelo comportamento petulante dela e do irmão. Escutei a risada musical de Edward em meu ouvido, fazendo com que todo o meu corpo arrepiasse e entrasse em uma leve combustão.

Malditos hormônios.

Eu o desejava mais do que o próprio ar que eu respiro, queria poder sentir a sua pele, tocá-la sem o empecilho de roupas e esperar que ele faça o mesmo com a minha, adorando o meu corpo como ele já me adorava normalmente.

- Assim como você. – o ouvi suspirar em meu ouvido, dando um beijo sereno abaixo da minha orelha, mordiscando o lóbulo em seguida. – Você está linda. – elogiou galanteador como só ele podia fazer. Me encolhi levantando um de meus ombros e afagando-o com minha bochecha, Edward sorriu despretensioso me abraçando enquanto dizia algo aos outros.

Uma limusine branca fora o nosso meio de transporte aquela noite, que primeiramente nos levou em um restaurante elegante, onde um jantar que me lembrava os que Esme fazia foi servido, depois seguimos para uma festa na praia, onde atoches de fogo ladeavam os caminhos, junto com arranjos de flores brancas com suas folhas verdes. Uma música contagiante tocava ao longe, sendo mascarada pelos barulhos de risadas e conversas aleatórias. Logo, nós – na posse de falsas identidades sobre as nossas idades – consumíamos bebidas alcoólicas, rindo em conversas aleatórias, sentindo o aroma da areia e da água do mar entorpecer meus sentidos, junto com a bebida que era completamente ilegal para alguém da minha idade tomar.

A contagem para o próximo ano iniciou alta. Edward mantinha os seus braços protetoramente em torno de mim, não me afastando dele nem por um milésimo de segundo sequer. Quando a contagem determinava que faltavam 5 segundos para 1998, Edward lentamente me virou para que nossos rostos ficassem próximos, e com a explosão de gritos, felicitações ao ano novo e fogos de artifício explodiam por toda a nossa volta, ele me puxou para um beijo apaixonado.

Nossos lábios eram calmos e gentis, nossas línguas estavam obedientemente dentro de nossas bocas e somente o contato de nossas bocas em um inocente beijo bastava naquele momento. Abri meus olhos lentamente, não me surpreendendo nem por um minuto sequer em ver que os dele também estavam abertos, brilhando apaixonadamente para mim. Sorri contra os seus lábios, o que foi imitado por ele.

- Feliz ano novo. – felicitou contra os meus lábios, dando diversos beijos estalados contra os meus lábios.

- Feliz ano novo. – repliquei sorrindo largamente e divertida com o seu ataque aos meus lábios. Dando o seu sorriso torto para mim, Edward me agarrou em um abraço apertado e caloroso. Sem hesitar imitei o seu gesto o abraçando tão forte quanto.

Ao longe escutei as vozes de Alice e Rosalie, e mesmo relutando contra os meus instintos que me instruíam para continuar abraçada a Edward, me soltei de seu afago e virei em direção ao meu irmão, correndo até ele para abraçá-lo em comemoração ao novo ano e ao seu décimo nono aniversário. Emmett surpreendeu-se pela minha aproximação desajeitada, mas quando pulei para os seus braços me pegou com agilidade em seu comumente abraço de urso.

- Feliz aniversário! – exclamei agudamente, agarrando em seu pescoço e o abraçando com força, enquanto meus lábios atacavam suas bochechas dando beijos estalados e murmurando tudo o que eu poderia desejar para ele. Felicidades, paz, saúde, amor, sucesso. Emmett, ria divertido e falando obrigados e desejando o mesmo para mim em razão do ano novo.

- Qual é Bells?! – exclamou rindo apertando os seus braços em torno de mim e nos girando na areia da praia em que estávamos, me fazendo gargalhar, assim como ele e todos os nossos amigos. – Eu posso acreditar que você gosta de mim de verdade. – divertiu-se finalmente separando o nosso abraço e me colocando sobre os meus pés.

Dei um tapa em seu antebraço, sentindo ardendo mais a minha mão do que o braço musculoso dele.

- Eu te amo! – exclamei fazendo um biquinho. – Você é meu irmãozão, poxa. – protestei, fazendo-o rir, mas me pegando em um novo abraço de urso.

- Eu sei, e eu também te amo Bells. – falou, desta vez dando um beijo estalado em minha bochecha. Nossos amigos riam da nossa interação, e piadas sobre o comportamento infantil e amigável nosso virou assunto depois que todos nós finalmente nos abraçamos dando as felicitações pelo ano novo. Ficamos pouco mais de meia hora na praia depois da virada do ano, já que Alice e Rosalie afirmavam que tínhamos outro lugar para ir.

Foram 5 festas diferentes que passamos por aquela noite, e depois, um imenso bolo de chocolate, morangos e chantilly quando chegamos ao hotel as 10 da manhã nos esperava, onde cantamos parabéns a você a Emmett, ficando no salão onde o hotel nos colocou rindo e saboreando o bolo com imensos copos de refrigerante.

Entrei no quarto que partilhava com Edward depois da uma da tarde, me sentindo exausta, contudo imensamente feliz com a madrugada que tive com as minhas pessoas preferidas no mundo inteiro e depois a comemoração de aniversário do meu irmão, que foi a mais distorcida que já estive em toda a minha vida.

Meu pai sempre dizia que o fato do aniversário de Emmett ser no primeiro dia de janeiro, onde todos estavam farreando em comemoração ao ano que acabava de nascer, era prova mais que suficiente de que nunca teríamos um aniversário normal dele, e que conforme os anos fossem passando ficaria pior. Charlie como sempre tinha razão. Eu não me recordava de uma virada de ano em meus 30 anos que fosse normal.

Tomei um banho meio sonolenta depois que entrei no quarto, indo diretamente ao banheiro. Edward ria tolamente deitando-se cansado sobre a cama que dividíamos exigindo que eu andasse logo no banho. Definitivamente chocolate e açúcar demais não faziam nada bem a ele. Logo depois que eu terminei o meu banho, ele entrou, contudo não vi a hora que ele saiu, pois já me encontrava profundamente adormecida quando ele deixou o banho e juntou-se a mim na imensa cama que dividíamos.

.

Acordei faminta, mas realmente descansada depois que o sol se pôs no horizonte. Edward pelo que parecia estava acordado fazia um bom tempo, e mantinha um sorriso fácil em seu rosto me observando. Ficamos alguns minutos ali na nossa bolha fitando os nossos olhos e compartilhando sorrisos e risos íntimos e secretos. Quando o meu estômago protestou alto, seguido pelo dele, assumimos que precisávamos comer. Como não estávamos muito dispostos a andar pelas ruas de San Diego atrás de algum lugar para comer, descemos ao restaurante do hotel onde nos fartávamos do jantar de ano novo que o mesmo havia preparado.

Retornamos ao nosso quarto, satisfeitos com o alimento que havíamos ingerido e mais acordados do que nunca por ter passado a tarde toda dormindo. Edward que não havia tomado um banho antes de descermos para o jantar seguiu para o banheiro, enquanto eu, dominada pelo calor anormal que fazia na Califórnia em pleno janeiro e a minha intenção de seduzir Edward, coloquei uma camisola de verão de mangas curtas e que desciam até o meio de minhas coxas.

Propositalmente deixei os meus cabelos soltos – eu sabia o quanto ele adorava vê-los dessa forma, o mogno dos meus fios contra os lençóis brancos. Eu sentia minhas bochechas rubras, mas sabia que se vacilasse neste momento talvez nunca mais teria a oportunidade. Liguei a televisão em um sitcom qualquer, mas não via realmente o que os atores diziam, prestando atenção somente no som do chuveiro e da voz de Edward que cantarolava no banheiro do quarto.

Eu comecei arfar no momento que ouvi o chuveiro ser desligado e a sua voz se tornou mais clara sem o som abafado da água caindo contra os azulejos. Meu coração batia ruidosamente contra o meu peito. Fechei meus olhos tentando controlar minha respiração e meu estado de espírito, mas parecia impossível. O meu corpo se arrepiava somente com as imagens do que eu e Edward poderíamos fazer, da intimidade que iríamos partilhar em alguns segundos.

Os segundos pareciam se arrastar lentamente. Quando ele virava a chave do banheiro para abrir a porta do mesmo, um gesto que não devia demorar mais do que dois a três segundos, parecia ter durado horas, dias, semanas, meses, anos. O sangue que era bombeado em meu coração era ouvido ruidosamente em meus ouvidos. Mais uma vez senti a minha pele se arrepiando.

Recolhi meu lábio inferior em minha boca e comecei a mastigá-lo, tentando me focar no programa que passava na televisão, tentar me comportar sem me importar com o meu namorado perfeito, sem camisa, cheirando a sabonete, xampu cítrico e a sua colônia masculina. Eu via a imagem da televisão sem realmente ver, eu tentava ouvir os diálogos, mas os meus ouvidos só conseguiam capturar os sons da respiração ruidosa dele.

Eu sentia seus olhos queimando sobre a minha pele de marfim. Ele parecia estudar cada linha das minhas pernas, e dos meus braços; vendo através do tecido fino do meu vestido. Eu me sentia exposta, como nunca me senti antes, e esse sentimento não me incomodava. Eu me sentia desejada e adorava essa sensação.

Pela minha visão periférica o vi deslizando para o seu lado da cama que partilhávamos, deitando-se do meu lado. Quando estava confortavelmente acomodado puxou o meu corpo para perto de si, correndo o seu nariz por meu pescoço, aspirando ao meu perfume. Senti a minha pele ficar toda arrepiada com o contato íntimo. Edward normalmente era carinhoso e cuidadoso, mas o seu toque naquele momento era as duas coisas ao extremo. Eu sabia que ele havia compreendido o motivo pela a minha troca de roupa, mas sendo um cavaleiro que era não diria nada.

Ficamos por longos minutos ali abraçados, em conchinha. Eu sentia a sua respiração na minha nuca, entre os meus cabelos. Suas mãos seguravam firmemente as minhas em meu estômago, onde nossos dedos estavam enlaçados. Apesar da serenidade, da paz silenciosa que nos banhava, eu sabia que ele estava tão acordado quanto eu. Eu estava tentando me tranqüilizar para enfim colocar o meu plano em prática.

Eu contei até cem cerca de cinqüenta vezes, até que finalmente tive coragem para virar lentamente o meu corpo para ficar frente a frente com Edward. Seus olhos verdes brilhavam para mim, e um sorriso enviesado estava estampando em seu rosto. Encarei os seus olhos, sorrindo para ele, deslizando a minha mão suavemente por seu rosto angelical. Uma pequena penugem de uma barba por fazer apontava em seu rosto, e sorri com aquilo, que era algo que o Edward de 31 anos, o astro da NFL, mantinha constantemente o deixando mais sexy do que já era.

- O que foi? – ele perguntou acima de um sussurro apreciando o meu contato em seu rosto, enquanto sentia os pequenos pêlos pinicando os meus dedos.

- Nada. – repliquei no mesmo tom. – É só que você deixando a barba crescer não parece você. Você parece mais velho, algo que não combina com você por agora. – disse sem fazer muito sentindo.

- Eu estava com preguiça de retirar, mas se te incomoda eu posso fazer isso agora. – disse começando a se afastar lentamente de mim. Aproximei nossos corpos segurando com força o seu rosto com as minhas mãos.

- Não. Não me incomoda. – sorri com sinceridade. – Só faz com que você se pareça mais velho. – tornei a repetir, dando de ombros. Ele sorriu torto, e completamente contagiada repeti o seu gesto.

Não estava mais suportando só encará-lo e por isso, com uma lentidão cronometrada, conectei nossos lábios em um beijo delicado, todavia profundo. Eu suguei o seu lábio inferior, ele depois fez o mesmo com o meu. Tracei com a minha língua o seu lábio superior, e como em uma brincadeira de o ‘mestre mandou’, Edward fez o mesmo. Eu sorri contra os seus lábios, o que foi repetido por ele, um breve segundo antes de aprofundar o beijo que partilhávamos. Sua língua acariciava a minha. Enrolando-se, escovando-a, sugando-a, abraçando-a. Era profundo, intenso, sôfrego, urgente, ardente.

Minhas mãos por vontade própria se enlaçavam entre seus cabelos acobreados, os puxando, trazendo-o mais próximo de mim, sentindo o seu corpo tocando todo o meu. A pele nua de seu peitoral mandava calor e faíscas pelos lugares que tocava no tecido fino da camisola que eu usava. Suas mãos trançavam-se uma em meus cabelos, e a outra desenhava círculos preguiçosos em minha cintura, mandando aquela corrente elétrica enervante para todo o meu corpo, fazendo com que instintivamente eu me aproximasse mais dele a ponto de fundir as nossas peles.

Ele nos rolou sobre a cama, fazendo com que as minhas costas ficassem toda em contato com o colchão e seu corpo quente e masculino pairando sobre mim. Sempre sem quebrar o beijo intenso, frenético, urgente e apaixonado que partilhávamos. Eu trazia o seu corpo mais próximo ao meu, e se caso ele considerasse resistir, não demonstrava, pois sentia o seu peso sobre o meu tronco e aquilo não me incomodava nem um pouco.

Uma de minhas pernas estava entre as dele. A posição íntima, quase de dois amantes se entregando ao prazer, fazia com que sentisse todo o seu corpo sobre o meu. Os meus seios moldavam-se ao seu peitoral, a curva das minhas costelas onde iniciava o meu estômago encaixava-se com exatidão no mesmo espaço de seu corpo. Sua pélvis era a única parte do seu corpo que não estava em contato com o meu, fazendo-o ficar em um ângulo estranho para evitar o contato, como se temesse o contato.

Nossos beijos eram intensos, eróticos, voluptuosos, luxuriosos. Naquele momento não éramos dois adolescentes envolvidos com seus hormônios descobrindo o sexo oposto, éramos um homem e uma mulher que estavam dispostos a conhecer um mundo novo, juntos; e tal mundo os entusiasmava e assombrava em maneiras similares.

Ondulei o meu corpo sob o dele para que não só ele se acomodasse melhor, como eu também. Nossos lábios se movimentavam ferozmente um contra o outro, nossas línguas dançavam, brigavam por dominância, guerreavam e ficavam em paz, repetindo todo o processo em um círculo vicioso ininterrupto. Apesar de todo o seu corpo estar cedendo ao envolvimento do amasso que partilhávamos, percebia que Edward mantinha ainda controle de si mesmo, mantendo a sua pélvis onde provavelmente o seu membro agora estava endurecido longe de mim ou da minha intimidade. Mas eu ansiava por sentir ela me incomodando mais uma vez, me cutucando incomodamente como fizera há alguns meses quando estávamos em um quarto de hotel em Seattle.  

Movimentei a perna que estava entre as deles, podendo sentir em um contato breve o desejo que ele estava sentindo por mim. Sorri internamente satisfeita por estar conseguindo essa reação. Era isso que eu queria. Não, não era isso que eu queria, eu queria mais. E assim, em um ímpeto de coragem completamente estrangeiro, dobrei a minha outra perna, pressionando ao lado de seu quadril, mas como ele não interrompeu o beijo que partilhávamos, ou correu as mãos por minhas pernas, ou ainda abaixou o seu corpo sobre o meu, o abracei com essa perna, impulsionando o seu corpo para baixo, para tocar inteiramente o meu corpo.

Eu senti a rigidez masculina, a ereção de Edward pulsando sobre o meu centro também pulsante. Como um reflexo de um espelho, nós dois resfolegamos ao mesmo tempo com o contato privado. Eu gemi extasiada, ansiando por mais. Edward urrou extasiado, mas tentando afastar o contato de nossas intimidades. O apertei mais contra mim – os treinos diários das líderes de torcida e as horas na academia estavam deixando as minhas pernas mais tonificadas e fortes, o que agradeci internamente.

Vendo que não teria sucesso em nos afastar como se o contato fosse algo involuntário, Edward começou a afastar nossos lábios, mas eu estava desperta, cheia de expectativa e ansiedades sobre a nossa intimidade; desta maneira enlacei meus dedos em seus cabelos, forçando-o a não afastar a sua boca da minha. Seus olhos esmeraldinos estavam quase completamente escondidos por suas dilatadas pupilas negras, mas mesmo assim, nas bordas eu podia ver o brilho esverdeado que me fizera apaixonar perdidamente por ele .

- O que você está fazendo? – ele sussurrou atordoado contra os meus lábios que ainda estavam grudados aos dele, mas não se moviam.

Encarei os ônix que eram agora as esmeraldas de seus olhos. Meu coração batia ruidosamente em meu peito, em uma sintonia perfeita com o de Edward que palpitava tão violentamente quanto. Nossas respirações estavam falhas e arfantes, e mesmo sem afastar nossos lábios o ar ainda era inspirado e expirado por nossos narizes audivelmente. O seu rosto estava vermelho, e eu podia apostar que o meu também. Nossos corpos estavam colados, todas as partes dele estavam em contato com as minhas, deixando que os finos tecidos de nossas roupas formassem a barreira que impedia o contato esperado por nossas peles.

Nossos olhos eclipsados com o negro da luxúria, do desejo, do prazer e da paixão, se encararam por longos segundos. A tensão sexual que nos rondava dava para ser cortada com uma faca, picotada com uma tesoura, triturada por um triturador, de tão palpável, tão óbvia que era. Eu pisquei meus olhos algumas vezes para ele, sabendo que Edward ainda aguardava uma resposta minha.

Lentamente desenlacei meus dedos de seus cabelos revoltos e de coloração singular e os coloquei sobre os seus, que repousavam tranquilamente em minha cintura. Trocando mais um olhar intenso com ele, deslizei nossas mãos sobre o tecido fino e leve de minha camisola, encontrando o fim do tecido e o começo da minha pele. Engoli em seco, o que foi repetido por Edward, e ainda abraçando aquela coragem estrangeira que me dominava, arrastei mais uma vez a sua mão pelo meu corpo, porém desta vez não por cima do tecido, mas por baixo deste, fazendo com que suas mãos tocassem a minha pele sem nenhum empecilho.

Seus olhos se arregalaram mais ainda em surpresa, o negro de antes havia dado lugar novamente ao verde precioso e límpido comum de seus olhos. Ele arfou audivelmente, tentando afastar a sua mão de minha pele e seu corpo sobre o meu; todavia, apertei mais minha perna em torno de sua cintura e pressionei sua mão contra a minha pele, debaixo do meu vestido.

- Eu preciso de você. – murmurei contra os seus lábios. Não era um apelo sexy ou desesperador. Era genuíno, real, simples. Senti meus olhos serem tomados por lágrimas intrusas naquele momento mágico, mas eu simplesmente não conseguia as afastar. Ele estudou o meu rosto por alguns segundos, admirando as emoções e sentimentos todos ali estampados. Por fim, ele suspirou derrotado, fechando os seus olhos.

- Por que você está fazendo isso comigo, Bella? – perguntou acima de um sussurro contra a pele do meu pescoço. A corrente elétrica que fluía entre nossos corpos era a mesma que se deve correr nos fios de uma rede elétrica de alta voltagem. A sua palma que estava repousando sobre o cós da minha calcinha queimava a minha pele, mas mesmo que eu tivesse adquirindo queimaduras para o resto da minha vida, eu não podia tirá-la dali.

Encarei as profundezas jade de seus olhos.

- Porque somos adolescentes. – me ouvi respondendo a sua pergunta de minutos atrás. Era uma resposta tola, claro que era, mas era tão sincera, tão verdadeira que mesmo se tivesse elaborado uma resposta digna de Freud não iria ser apropriada para aquele momento como a que havia declarado.

Seus olhos esquadrinharam o meu rosto por mais alguns minutos.

- Merda, eu prometi ao seu pai. – o ouvi resmungar sobre a sua respiração, antes de avançar seus lábios para os meus e deixar que suas mãos corressem livremente por minha pele, debaixo da minha camisola, enquanto a sua ereção cutucava, agora sem hesitação, o ponto pulsante entre as minhas pernas.

A pele áspera e calejada de suas mãos e dedos acariciavam com certa ansiedade a minha pele, apertando minha cintura, meu quadril, deslizando por toda a minha pele e parando alguns centímetros dos meus seios, onde ele hesitava por um segundo, e tornava a deslizar sua mão pela pele da minha cintura e quadris. Era uma tortura, que mesmo com a minha anuência e a sua própria vontade Edward ainda se controlava. Eu queria mais. Eu precisava de mais.

Não sei da onde exatamente surgiu aquele meu momento de força, mas consegui fazer com que Edward, que antes pairava sobre mim, agora estivesse contra o colchão comigo pairando sobre ele. Um sorriso torto sedutor brotou em seus lábios enquanto ele corria a sua mão por minha coxa e quadril. Repliquei o seu sorriso, mas correndo as minhas mãos de seus ombros – onde elas estavam apoiadas – passando por seu peitoral definido lentamente, parando sobre as minhas coxas. Encarei intensamente seus olhos verdes, e com mais certeza de qualquer coisa em minha vida, enrolei meus dedos em torno do tecido fino e suave da camisola e puxei lentamente sobre a minha cabeça, revelando os meus seios que estavam sem sutiã a Edward.

Quando finalizei o ato, joguei o amontoado de tecidos ao lado da cama em que estávamos, e em um gesto de puro nervosismo comecei a mastigar meu lábio inferior. Os olhos verdes que me conheciam tão bem estudavam calmamente a pele marfim, com os pontos cor de rosas elevados. Um temor de que a visão dos meus seios – pequenos e um pouco infantis – não agradassem Edward me tomou. Eu me sentia em pânico.

Metade da minha mente só capturou o momento em que a sua língua vermelha circundou seus lábios em um gesto mundialmente conhecido como cobiça, desejo, vontade. Entretanto ele ainda não fez nada, voando o seu olhar ao meu rosto.

- Eu posso? – perguntou silenciosamente levantando as suas mãos e parando a alguns centímetros de meus seios. O encarei por longos minutos, antes de enfim concordar com um aceno de cabeça.

Foi lento. Foi gentil. Foi amável. Foi como se todo o meu corpo estivesse entrando em combustão. Foi uma torrente de emoções indecifráveis e todas verdadeiras que me dominou quando as mãos quentes, masculinas e grandes de Edward se colocaram ao redor de meus seios. Seus olhos pareciam hipnotizados ao comprovar que meus pequenos seios cabiam perfeitamente em suas mãos, seguido de um leve apertão que me fez gemer por entre os dentes. Fechei meus olhos, para deliciar-me do primeiro contato íntimo que um garoto estava tendo com o meu corpo, para mim aos 17 anos.

Suavemente, a ponta de seus dedos começou a brincar com os bicos intumescidos de meus mamilos, fazendo com que eu sentisse a minha pele se enrugando e ficando sensível sob o seu contato. Fechei meus olhos, jogando minha cabeça para trás enquanto aproveitava o contato. Pequenos gemidos saiam por meus lábios, eu ronronava a cada toque. Inesperadamente Edward interrompeu seus movimentos; ofegante e ansiando novamente o roçar de seus dedos sobre a minha pele, entretanto o contato não veio.

Lentamente abri meus olhos, e encontrei os olhos de Edward indo dos meus seios ao meu rosto, como se estivesse em um embate em sua própria cabeça sobre o que fazer. Eu não disse nada, apenas esperei. Trinta segundos. Foram exatos trinta segundos, até que Edward mexesse sobre a cama sentando-se em frente a mim, com seus olhos indecisos se ficavam em meus seios e mamilos intumescidos ou em meu rosto. Seu olhar era indecifrável, mas a luxúria, eu podia ver com clareza brilhando em suas íris. Segurei uma respiração, no mesmo instante em que ele corria sua língua por seus lábios.

- Será que eu posso... hum... er... beijá-los? – questionou com um fio de voz, tirando os seus olhos dos meus seios apenas por dois segundos para fitar os meus olhos. Um sorriso lento, mas cheio de significados, cheio de ‘sims’, arrastou por meu rosto, prendendo mais uma vez meu lábio inferior em meus dentes, dando um aceno lento de confirmação para ele.

Um sorriso torto arrastou por seus lábios. Suas mãos gentis seguraram o meu rosto, onde com uma cautela impressionante beijou meus lábios com os seus, contudo sem aprofundar o beijo, para em seguida descer beijos lentos, abertos e molhados por meu maxilar, pescoço, ombros, indo lentamente em meus seios. Primeiro deu um beijo suave em cada uma das minhas mamas na sua parte superior. Um gemido de satisfação lento e baixo assobiou por meus lábios. Edward olhou para o meu rosto sob os seus cílios, sem afastar seus lábios da pele quente e sensível de meus seios. Eu sabia naquele momento que ele estava verificando se eu estava hesitando, com medo do que viria a seguir ou se eu estava concordando, dizendo que ele podia seguir em frente.

Deliberadamente fechei meus olhos, jogando minha cabeça para trás, deixando que todas as sensações possíveis corressem livres pelo meu corpo. Creio que ele compreendeu o meu sinal de aceitação, pois no segundo seguinte eu senti seus lábios muito mais urgentes adorando os meus seios. Eu não sabia exatamente como ele conseguia, mas parecia que ele não tinha apenas uma boca, mas sim duas, quatro, ou qualquer par passível de multiplicação, já que nenhum dos meus seios ficavam livres de seus ataques.

Eram beijos, eram chupadas, sugadas, mordidas. Edward era magnífico no que fazia, se ele não tivesse me dito com os olhos sinceros e inocentes que ele nunca esteve intimamente com outra garota, eu nunca teria acreditado. Esse adolescente que agora adorava os meus seios, como se eles fossem a coisa mais preciosa do universo, era um perito nesta arte. Um expert.

Gemia a cada escovada de seus lábios na pele enrugada de meus mamilos. Meu corpo inteiro lamuriava quando ele abocanhava todo o meu seio colocando dentro de sua boca. Eu tremia, gritava de prazer a cada vez que seus dentes prendiam o bico de meus seios e os puxavam levemente.

Eu estava quente. Meus cabelos – que ainda estavam soltos, deslizando por minhas costas – grudavam em minha pele úmida de suor. Eu sentia pequenas gotas deslizando da raiz dos meus cabelos por minha testa, rosto, pescoço, nuca. O calor, não só do momento como também da anormal temperatura que fazia na Califórnia nos inundava, deixando todo o meu corpo mais sensível do que já estava. Quem espera que Edward diminuísse o ataque em minhas mamas, se engana redondamente, pois ele continuava na mesma intensidade, na mesma sofreguidão, na mesma urgência, como se sua vida dependesse daquele momento: de reverenciar os meus seios com toda a paixão, toda a luxúria, volúpia e amor que ele podia.

Eu gemia alto. Não, eu gritava consumida em prazer. Eu queria mais, eu precisava de mais, e sentir a vibração dos gemidos de Edward contra a minha pele só fazia com que eu desejasse tudo com mais intensidade do que já estava.

Naquele momento em que estávamos ali, eu já não me reconhecia mais. Eu não era mais a garota de 17 anos inexperiente, nerd, isolada, sem graça ou insegura. Eu também não era a mulher de 30 anos com uma vida profissional perfeita, centrada em meu trabalho, a procura de um amor perfeito. Eu não era nenhuma dessas duas pessoas que viviam em conflito dentro de mim. Eu era apenas Bella Swan. Uma menina-mulher que estava sendo arrastada ao paraíso do prazer, da luxúria e do amor, pela pessoa mais perfeita e especial deste mundo. Do meu mundo.

Envolvida no momento e totalmente alheia as minhas ações ou comandos do meu cérebro, coloquei as minhas mãos no peitoral de Edward, sentindo a sua pele quente queimar – sem ferir – as minhas palmas. A corrente elétrica que há muito já era uma conhecida minha quando estava com Edward – abraçando, beijando –, estava ali mais uma vez, porém em uma intensidade descontrolada e inexplicável. Era como se nossos corpos juntos fossem uma usina de armazenamento de energia elétrica, onde avisos de alta voltagem eram espalhados, e a corrente elétrica que fluía por nossos corpos era de uma voltagem considerada altamente perigosa.

Com vida própria, com desejos próprios, minhas mãos deslizaram lentamente pelo peitoral de Edward, tocando gentilmente o seu abdômen, e sem qualquer hesitação da minha parte, ou de minhas mãos, elas escorregaram mais por seu corpo, tocando sem pudores ou medos a sua intimidade rígida, dura e ereta sobre a bermuda que ele usava. Minhas mãos femininas e pequenas sentiram a circunferência, o diâmetro e o tamanho com o singelo toque. Mas antes que eu pudesse avançar, senti os dedos de Edward em torno do meu pulso, afastando minhas mãos dali, no mesmo instante que ele afastava os seus lábios dos meus seios e seus grandes olhos verdes encaravam os meus com um desespero palpável.

Senti o gosto amargo, venenoso da rejeição em minha boca, correndo por minhas veias e me arrastando para um limbo, onde todas as verdades da realidade que eu conhecia por completo caíam sobre mim como tijolos de concreto. Lágrimas estúpidas e sinceras inundaram meus olhos, deixando tudo turvo a minha volta. Eu não suportava olhar Edward nos olhos, por isso abaixei a minha cabeça evitando o seu olhar. Atitude que não passou despercebida por ele.

- Não! – exclamou com a voz grave. Soltando os meus pulsos que ainda eram presos por suas mãos e as colocando em meu rosto, levantando o mesmo para que eu encarasse seus grandes olhos esmeraldinos. – Não, Bella, não é isso. – disse incerto secando com a ponta de seus polegares as pequenas lágrimas que estavam começando a escorrer sem autorização por meu rosto. – Eu já te disse o quanto eu te quero. Quero mesmo, mais do que eu posso expressar em palavras ou articular com os meus gestos, mas... – ele engoliu em seco. – mas... eu... er... eu não quero te pressionar. – titubeou com a voz falha, desviando seus olhos dos meus e encarando algo que parecia hipnotizá-lo em seu braço.

- Você quer? – perguntei reflexivamente com um fio de voz, sentindo meus olhos dançando pelo rosto dele a procura de algum sinal de hesitação ou mentira.

- Muito. – confessou com sinceridade, voltando encarar meus olhos novamente. – Mas eu não quero que as coisas corram rápido, ou porque você se sente impelida a fazer alguma coisa, eu quero que tudo seja especial. – ele deu de ombros. – Pode parecer idiota, ou até mesmo que eu estou pulando fora, agindo completamente contrário a minha natureza adolescente, e tenho certeza que você deve estar achando isso. Mas sei lá Bella, eu sou romântico, acho. Eu quero que tudo seja perfeito, que seja romântico, seja no momento que nós dois estamos preparados, que não existam dúvidas sobre o que sentimos. – ele balançou a sua cabeça em negação, como se tivesse clareando seus pensamentos. – Não é que eu tenho dúvida do que sentimos ou do nosso relacionamento, eu só acho que aqui, agora não é o momento para esse passo... importante. – seu rosto era sincero, e eu não conseguia ver nenhum sinal de hesitação nele.

- Tudo bem, mas... – engoli em seco. – Não precisamos fazer tudo hoje. – titubeei levantando um de meus ombros em um sinal de descaso e timidez, formando um pequeno bico em meus lábios.

- Como assim? – questionou Edward desconfiado. Sorri amplo, não sentindo mais vestígio de lágrimas em meus olhos, mas de uma felicidade genuína dominando o meu corpo.

Esses hormônios adolescentes ainda me levariam a loucura.

- Você sabe. – dei de ombros. – Baseball. Primeira base. – coloquei um beijo lento e suave em seus lábios. – Segunda base. – disse lentamente arrastando minhas mãos por seu peitoral, deslizando por seu abdômen, parando quando elas encontraram a rigidez de seu membro.

- Bella. – ele disse entre os dentes, fechando os seus olhos e respirando ruidosamente. – Eu prometi ao seu pai. – argumentou tolamente.

- Você está vendo o meu pai por aqui? – perguntei sedutoramente, distribuindo pequenos beijos por seu rosto e pescoço, enquanto minhas mãos faziam uma pequena pressão sobre o seu membro.

- Bella. – sibilou outra vez pelos seus dentes. Sorri internamente, avançando os meus lábios para os seus, que sem hesitação os aceitou, iniciando um beijo sôfrego e urgente entre nós.

De repente o gosto amargo e venenoso da rejeição que eu senti brevemente em meus lábios, deu lugar ao sabor doce, acalentador e viciante da vitória.

Nossos lábios se acariciavam juntos, encaixando-se com a exatidão tão conhecida de mim. Nossas línguas se embalavam em uma dança só delas em que cada movimento era perfeitamente executado e mandava faíscas de desejo e satisfação por todo o meu corpo. Minhas mãos pressionavam sobre o seu membro, sentindo ficar mais rígido, mais ereto do que ele já estava. Suas mãos que havia deixado meu rosto voltaram a massagear sedutoramente meus seios, os apertando, acariciando.

Lentamente ele me deitou novamente sobre o colchão, o tecido suave dos lençóis acariciava minha pele, da mesma maneira que as mãos grandes e masculinas de Edward acariciavam ao deslizar por minha pele. Seus lábios haviam deixado os meus, mas não se afastaram de minha pele, já que ele distribuía beijos languidos e apaixonados por meu maxilar e pescoço, indo lentamente para os meus seios que já sentiam falta de seus lábios os explorando.

Minhas mãos apertavam, acariciavam sobre o tecido de sua bermuda, sentindo toda a sua virilidade reagindo sobre o meu toque. Gemidos e lamúrias saíam por meus lábios, eu me movimentava consumida pelo prazer sob o seu corpo, sentindo a sua língua e lábios fervorosos arrastando-se sobre a minha pele me consumindo em desejo.

Não sei dizer de que maneira ou forma, mas minhas mãos não mais acariciavam o membro de Edward sobre a sua bermuda, eu sentia a pele quente e a sua rigidez em contato com a minha mão. Minhas costas já não estavam mais apoiadas no colchão, eu agora estava sobre Edward, que ainda beijava, sugava, mordiscava, lambia meus seios e meus mamilos, e seus dedos longos brincavam com o cós da calcinha que eu usava.

Minhas mãos agarraram a sua rigidez, sentindo não só a sua dureza, mas também percebendo que era grosso e comprido. Edward urrou contra a minha pele, quando sentiu minha mão o tocando intimamente, e tal urro, mandou tremores a todo o meu corpo. Meu lábio inferior estava preso entre meus dentes, e mesmo assim eu ainda conseguia gemer e lamuriar com seus lábios atacando meus seios.

Como se tivessem vida própria, minhas mãos começaram a deslizar sobre o comprimento de Edward, sentindo a pele sensível dali se mover junto com elas. Era um toque lento, mas ele parecia apreciar porque o seu ataque aos meus seios haviam se intensificado e suas mãos apertavam meu bumbum, ou então deslizavam sobre o tecido da minha calcinha sobre a minha intimidade, que pulsava e se contraia em um carrossel de sensações que o meu corpo juvenil nunca antes havia sentido.

Poderiam ter sido horas, mas eu aposto que foram minutos, em que ficamos ali envolvidos, minhas mãos tremulas, mas seguras deslizando sobre o comprimento de Edward, seus lábios atacando os meus seios com uma fome inexplicável, enquanto suas mãos tocavam de maneira incerta minha intimidade sobre a roupa íntima que eu usava.

Metade da minha mente soube reconhecer o aperto que dava em meu estômago, as contrações estranhas da minha intimidade, e o estranho pulsar entre as minhas pernas – como se tivesse um pequeno coração ali -, mas a metade dominante, a dos meus 17 anos, ficou assustada, mas impossibilitada de afastar o corpo quente de Edward do meu, pois algo me dizia que era o seu toque que estava fazendo aquilo comigo.

Minhas mãos continuavam a deslizar sobre o eixo dele, que acredito sem consciência movimentava seus quadris para aumentar a fricção. Meu coração batia em uma velocidade que eu não conseguia quantificar ou exemplificar em números ou palavras, minha pulsação estava frenética também, minha respiração estava errática, entrecortada e rápida, tudo a minha volta estava desaparecendo, deixando que somente eu e Edward, ali, naquele momento íntimo e fogoso dominasse a minha mente. O meu suor escorria por minha nuca, exalava pelo meu corpo, misturando-se com o dele, que também emanava de sua pele, e de todas as mesmas reações que partilhávamos.

De repente eu senti como se todas as paredes que existiam em torno de mim estivessem ruindo em câmera lenta. Cada pedra que deslizava, para amontoar-se no chão ao redor de onde antes estava construídas paredes de pedra, e ver aquele entulho, em momento algum me incomodava, me deixava feliz, plena. Gemidos, lamúrias, urros, gritos, era uma sinfonia produzida por mim e por Edward que explodiu em meus ouvidos segundos depois, meu corpo inteiro se contraiu e depois relaxou como uma onda do mar ao chegar a sua orla, avançando e recuando preguiçosamente.

O corpo do meu namorado também havia tornado-se rígido, e conforme ele relaxava, eu sentia um líquido quente e viscoso escorrer por minhas mãos. Eu poderia até mesmo sentir nojo – e talvez eu estivesse sentindo -, mas eu sabia o que significava aquilo. Era o resultado do seu prazer. Prazer que eu havia lhe dado. Sorri satisfeita e deliciada com esse poder.

Continuei com a minha mão ao redor de seu membro, mesmo depois que já não expelia mais nada e tornava-se relativamente mole outra vez. Edward já não beijava mais meus seios ou explorava com suas mãos minha intimidade sobre o tecido de minha calcinha. Sua cabeça repousava entre os meus seios, o ar de sua respiração ao ser inspirada e expirada arrepiava a minha pele, mas não era incomodo, era confortável.

Os minutos se arrastaram, enquanto ficamos ali embolados naqueles ângulos esquisitos esperando nossas respirações normalizarem. Lentamente Edward afastou o seu corpo do meu, ficando em pé, e com um sorriso em seu rosto, me puxou para os seus braços nos levando ao banheiro da suíte em que estávamos. Suavemente ele me colocou sentada sobre o vaso sanitário, que estava com a tampa abaixada enquanto ele ligava o chuveiro esperando a água esquentar.

A neblina formada pelo vapor começou a circular todo o ambiente, no mesmo instante que Edward estendeu a sua mão para mim, me ajudando a entrar no Box debaixo do chuveiro, do qual ele me seguiu. Nenhum de nós se incomodou que eu ainda estivesse vestindo a minha calcinha, nosso banho não tinha conotação sexual, era mais sobre confiança, respeito, amor. A água quente cai sobre nós lavando todos os vestígios de suor ou prazer que estavam grudados em nossas peles. Nossos rostos estão fixos um no outro. Nossos olhos admiravam cada mísero detalhe de nossos rostos. Não havia a necessidade de toques.

Ficamos debaixo do chuveiro, encarando os olhos um do outro até a água quente dar lugar a uma gélida, ocasionando que não mais conseguíssemos suportar o frio. Edward desligou o fluxo de água, em seguida puxou a tolha que eu estava fazendo uso e me entregou, e depois a dele. Enxugamos nossos corpos sem desvincular os olhos do outro. Pequenos sorrisos brotavam em nossos lábios, mas palavras ainda não eram ditas. Lentamente deixamos o Box, e consequentemente o banheiro – não sem que antes eu deslizasse a calcinha molhada que usava e a pendurava em algum lugar no banheiro para secar. Edward seguiu para a sua mala, atrás de uma cueca e seu pijama, eu fui até a minha atrás de uma calcinha e o meu pijama.

Ainda estava quente. O calor da Califórnia estava dando as suas caras em pleno mês de janeiro, do inverno intenso no hemisfério norte. Eu olhava a minha mala, que em sua maioria tinha roupas de frio. Não queria vestir a camisola semitransparente que estava antes e também não queria vestir a de inverno que usei nas outras noites. Levei meu lábio inferior entre meus dentes, mordiscando, refletindo o que eu faria.

Inesperadamente o braço de Edward, com uma camiseta branca de listras azuis e verdes aparece diante de mim. Levantei o meu rosto para procurar o de Edward, que sorria torto, vestindo só a bermuda azul com detalhes em verdes do pijama que me estendia. Sorri agradecida para ele, pegando o tecido leve da camiseta e a vestindo.

Havíamos chegado a um nível de intimidade tão grande que o fato de ficarmos seminus, ou eu vestir alguma roupa dele não era um apelo sexual, era só natural. Uma conseqüência do nosso relacionamento.

Edward, enquanto eu estava no meu dilema do que vestir, deve ter retirado as peças de roupa que estavam sobre a cama, e os lençóis que agora tinham vestígios do que acontecera conosco, porque a cama estava somente com os travesseiros e o lençol branco de baixo, e uma coberta que eu sabia que era da casa dele dobrada nos pés da cama. O encarei com um sorriso no rosto, o inquirindo. Ele somente deu de ombros e sorriu torto.

- Segundas bases. – murmurou com o seu sorriso sedutor e seus olhos brilhando em seu rosto. Senti as minhas bochechas ficando quentes e vermelhas, mas não desviei o meu olhar do seu rosto, ou esmaeci o sorriso que estampava o meu.

- Pelo menos um de nós é precavido. – balbuciei, caminhando para a cama e me acomodando sobre ela.

- Da próxima vez que você for me seduzir, espero estar mais precavido. – replicou deitando-se ao meu lado na cama, e me puxando para que nossos corpos ficassem próximos um do outro em um abraço apaixonado.

O tecido fino da camiseta que ele havia me emprestado foi amparada pelo calor de seu peitoral. As minhas pernas meio gélidas enroscaram-se entre as quentes dele, enquanto estendia o cobertor sobre nós dois. Suas mãos estavam uma sobre nossas cabeças, e a outra segurando protetoramente minha cintura, onde os meus dedos enlaçavam-se com os dele.

- Isso significa que terá mais sedução? – perguntei, virando o meu rosto para o dele, sem desfazer o nosso abraço.

- Sim. – respondeu com um bocejo, esticando-se para apagar a luz do quarto. – Eu pretendo cobrir todas as bases e fazer todas as jogadas possíveis. – logrou, correndo o seu nariz por meu rosto. – Apesar de que eu não sou tão bom em baseball, então falando em uma linguagem que eu conheço, pretendo fazer muitos touchdowns, avançar por muitas endzones e atacar muito você. – disse com humor, dando um beijo demorado em meus lábios.

- Olha que eu vou cobrar, hein? – repliquei me acomodando mais em seus braços, sentindo o sono me consumir lentamente. Ele murmurou uma concordância meio sonolenta; e segundos depois eu ouvia a sua respiração tranqüila e relaxada em meu ouvido, indicando que ele já estava embalado pelo sono.

Sorri com suas palavras anteriores.

Em breve estaríamos cobrindo a primeira, a segunda, a terceira base, fazendo alguns ‘home runs’ e ‘grand slams’, ou usando as palavras de Edward endzones, ataques e touchdowns; e eu não podia esperar por quando isso aconteceria.

Baseball e football nunca soaram tão interessantes em meus ouvidos.

.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

N/A: Taê cambada de perva! Vocês queriam alguma ação entre os meus inocentes, fofos e adolescentes Edward e Bella, e aí está! Como a própria Bella e o próprio Edward, disseram foram só segundas bases, mas lentamente a coisa vai evoluindo. O momento da consumação em si vai rolar em breve, capítulo 30, lembram?! Então segura o tchan, e relaxa aproveitando a história de forma agridoce.
.
Antes que alguém me diga que o que aconteceu com eles já foi íntimo demais e que isso é coisa para depois que perderem a virgindade, eu só tenho duas perguntas e uma observação: vocês ainda são virgens?! Vocês nunca foram antes impelidas por desejo por algo a mais, mas segurou para não dar nada a perder?! Se vocês nunca fizeram isso, desculpa, vocês não tiveram adolescência, eu nos meus 16, 17, 18 anos fiz muito isso (confesso que fui ler meus diários para tirar ideias para esse capítulo), e não me arrependo nem um pouco. Quem aí tem namorado e as coisas já são mais avançadas entre vocês, tentem recuar um pouco, agir inocentemente aposto que ele vai gostar. ;D
.
Wow. Esta foi eu, Ana Carolina Venancio dando conselhos sexuais. Fujam para as colinas! *KKKKKKKKKKKKKKKKK*
.
Próximo capítulo eles voltam para Forks, e o terreno para o desfecho da fic falta só 9 capítulos para ela voltar para os 30 anos vai começar a ser limpo e mostrado. Sinto que vocês vão me odiar, mas é a ordem dos fatos, nada é feito só de flores, amores, beijos, abraços e segundas bases, um pouco de drama não faz mal a ninguém. LOL
.
Obrigada as reviews. Vocês são incríveis, eu não sei como começar a articular meus agradecimentos por todos os comentários. E, por favor, não esqueçam de me deixarem reviews!
.
Obrigada a tudo mesmo gente. Reviews, comentários, indicações, favoritações, discussões, perguntas, cobranças, tudo; eu faço esta história para vocês. Ela pode não vir da maneira que se espera, demorando em acontecer tudo e quando acontece não é de forma completa, mas sempre foi a minha intenção ao escrever isto aqui, e fico imensamente feliz que mesmo assim vocês continuam aqui comigo. Obrigada mesmo, e também agradeço imensamente por vocês entenderem que a minha vida particular tá sofrendo alguns problemas e que isso atrapalha a minha escrita, infelizmente. Obrigada a Patti por betar essa coisa enorme, sinto pena dela por isso, mas não conseguia conter meus dedos enquanto escrevia.
.
Até o próximo capítulo. ;D
.
Amo vocês, muito, muito, muito.
.
Beijos,
.
Carol.
.
..................................
.
N/B: OH MY FUCKING GOD!
.
É isso aí, só um palavrão bem ão reflete o que estou sentindo após ler, reler, e ler mais uma vez esse momento tão sexy e ao mesmo tempo doce, romântico, sublime que foi o primeiro contato íntimo do nosso casal preferido. Foi tão Edward e Bella de TEENAGE DREAM! Eu aqui toda trabalhada na torcida, agitando os pompons e dando força a Bella para criar coragem, ir em frente e não desistir e seduzir o namorado que desejava ser seduzido HAUSUAHSUHAUHSUHAS
.
Queria comentar que achei bacana o fato da Bella ter tomado a iniciativa. A sociedade sempre colocou o homem como o que deve dar o primeiro passo, como se para nós mulheres o fato de demonstrarmos que queremos ter intimidade, que também temos apetite sexual, fosse uma atitude errada, proibida. Se querem minha opinião, nós, as garotas, não devemos ter vergonha disso, que é um comportamento tão natural, principalmente nesta fase de adolescência, e nos deixar ser desencorajadas por conceitos arcaicos. Não estou querendo incitar um boom de garotas perdendo sua virgindade, pelo amor de Deus, porque isso vai além de vontade e de corpo saudável, mas tem a ver com o psicológico. Por mais que vivemos numa era tão erotizada, onde as pessoas acham que depois de certa idade é imprescindível que se tenha uma vida sexual ativa, principalmente os homens, ser virgem NÃO significa estar fora de moda, gente! É preciso de maturidade para dar um passo tão importante, como disse o Edward a Bella, e maturidade independe de idade.
.
Não pude evitar lembrar como as coisas aconteceram comigo enquanto lia. Eu tinha o que, perto dos dezesseis anos, e concordo em gênero e número com o que a Carol falou logo acima. Essa coisa de ir devagar, de se segurar e não dar nada a perder. Não há nada melhor que avançar o relacionamento aos poucos. É como marinheiros que se aventuram em mar desconhecido, que para avançar precisam ir com calma. Sei, por experiência própria, que há vezes em que o desejo quer falar mais alto, mas devemos saber em que momento parar. Dar o último passo envolve respeito, afeto, amadurecimento e acima de tudo confiança, para que não haja arrependimentos. E eu mal posso esperar para ver o Edward e a Bella ultrapassando a última base, mas claro, não vou reclamar nem um pouquinho com os repetecos das primeiras e principalmente das segundas bases kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk.
.
Só um último P.S: Achei SUPER fofo o Edward falando que era romântico e que aquele não era o momento certo para o passo tão importante. Sério, gente, onde encontro um desses?! Está em falta no mercado. Sei que vou MORRER de fofurice lendo a primeira vez. Awnnnnnnn!!!
.
Obrigada pelo capítulo tão lindo Carol. Você, como sempre, sabendo transmitir todas as emoções. Foi tudo na medida certa.
.
Um ótimo domingo e nos vemos no próximo capítulo.
.
Patti xx
.
.......................................
.
Quer fazer uma pobre autora feliz? oO
Deixa uma review ou um comentário para mim, dizendo se você gostou, ou se odiou, se você tem alguma sugestão! Pois sugestões e palpites aqui são fundamentais! *.*
Ficarei encantada em ler!