Teenage Dream escrita por Sophie Queen


Capítulo 2
FHS Outra Vez


Notas iniciais do capítulo

Disclaimer: TWILIGHT não me pertence, nem a música TEENAGE DREAM, porém a Bella surtada voltando ao passado sim. Então, por favor, respeitem.

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N/A: Oie amores!

Tudo bom com vocês? Espero que sim, porque DEUS... eu estou tão orgulhosa de todos que não tenho palavras, essa fic em menos de dois dias já tem tantas reviews, tantas pessoas acompanhando que olha... não sei explicar a surrealidade disto aqui.

De início fiquei meio chateada, afinal a história mal estreiou e têm muitas reviews, coisa que é dificílimo de acontecer na minha outra fic, JUST JUSTICE, então uma review e minhas amigas do fandom me disseram: "ler coisas lights é mais divertido do que coisas densas. De dramático já basta a vida.", então acredito que esse seja o motivo da chuva de reviews! *KKKKKKKKKKKK*

Desta maneira só me resta agradecer imensamente a todos que leram, comentaram, adicionaram como favorita ou alerta, recomendaram, expressaram no Twitter que gostou, isso aqui é realmente para vocês, sempre para vocês!

Vou ficando por aqui, mais adiante nos falamos. E não esqueçam:

MUITO OBRIGADO E EU AMO CADA UM DE VOCÊS.

Aproveitem a leitura. ;D



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CAPÍTULO 02 – Forks High School Outra Vez

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Isso com toda certeza era um sonho ridículo, que a minha mente perturbada e alcoolizada estava criando. Porque era completamente impossível que eu tivesse com dezessete anos, mas com a cabeça de trinta. Isso é coisa de filmes. Certo?

Mas... mas então porque eu continuava a me fitar no espelho e teimava a ver a garota de dezessete anos?

- Bella! – gritou Emmett, mais uma vez, batendo na porta do meu quarto, assustando-me. – Eu estou indo para a escola. Depois você pega carona com o papai. –explicou.

- O-ok. – respondi com a voz tremida, mas alto o suficiente para Emmett ouvir.

- Tenta não chegar atrasada, ok? – suplicou. – Eu sei que as primeiras semanas não foram das melhores para você, mas Bells... – suspirou profunda e tragicamente. -, por favor, não fique chateada com o que aconteceu, ok? – pediu Emmett extremamente compreensível.

- Ok Emm. – respondi. – Não vou deixar aquilo tudo me afetar.

- Te vejo na escola então! – exclamou animado, sorri com a felicidade do meu irmão, que sempre conseguia me animar, por maior que fosse a minha crise.

Apesar de ele ser um ano mais velho que eu, Emmett também estava no Senior Year, uma vez que foi injustamente – como ele afirmava – reprovado em algumas matérias o que resultou que adiasse sua ida a universidade. Porém, por sorte, continuava como fullback do time da escola, os espartanos, o que para ele era algo maior que eu e nossos pais pudéssemos entender.

Será que ele já estava saindo com Rosalie? Eu não sabia dizer, quer dizer, o que eu conseguia afirmar disso tudo? Eu mal sabia o que estava acontecendo comigo, como vou saber o que estava acontecendo a minha volta?

Respirei profundamente, fechando meus olhos tentando avaliar a situação; se é que tinha algo a se avaliar.

Se fosse um sonho ou não, eu estava com dezessete anos outra vez. O que significa que estava mais uma vez no High School, mais especificamente em meu Senior Year, ou seja, em mil novecentos e noventa e sete.

Que dia será que era? Emmett pediu para eu não ficar chateada com o que aconteceu nas primeiras semanas de aula, mas o que tinha mesmo acontecido?

Optei por correr até minha velha mochila Jansport laranja que estava sobre a poltrona do meu quarto, atrás da minha agenda, para verificar que data era. Não me surpreendi nenhum pouco em ver que era dia catorze de setembro, um dia depois do meu aniversário.

Suspirei pesadamente.

Lembrei-me quase que imediatamente do que havia acontecido no meu aniversário de dezessete anos. Minha mãe, Renée, e Alice preparam uma festa surpresa para mim no ringue de patinação; um dos lugares mais badalados de Forks, mas óbvio que em uma cidade com seus cinco mil habitantes e sem muitas opções de divertimento, o maldito lugar estava abarrotado de pessoas da minha escola, inclusive as "plastics girls".

As "plastics girls", como todos no colégio chamavam, eram aquelas meninas que além de serem maldosas com todos em sua volta, os ridicularizava e principalmente maltratava aqueles que não eram populares ou ricos. Evidentemente eu não tinha nenhuma destas duas qualidades, por mais que meu irmão fosse jogador do time da escola, e minha melhor amiga – Alice Cullen – fosse rica e líder de torcida, eu não ficava livre das piadinhas delas e suas tentativas de humilhar aqueles a sua volta, sendo claramente um de seus alvos preferidos, junto com os outros que não eram populares, ou como elas carinhosamente apelidaram: losers.

Jessica Stanley, Lauren Mallory, Victoria Brown eram as súditas, por assim dizer, de Tanya Denali, uma garota alta, com cabelos lisos e de corte reto de um tom loiro morango, seus olhos eram de um tom estranhamente âmbar, quase como ouro derretido, sua forma física era invejada por quase todas as meninas da escola; e como quase todas as meninas populares da escola Tanya também era uma líder de torcida e almejava com tanto fervor o lugar de Rose, que era insuportável. Não conseguia entender como Rosalie aguentava tanta inveja que tinham dela, aquela mulher desde adolescente sabia ser superior.

Tanya queria mais do que tudo – talvez pela insistência de seus pais que gostariam que sua filha se desse bem na vida, casando-se com um ricaço – namorar Edward Cullen, filho do diretor do hospital de Forks, Carlisle Cullen. Porém, graças aos conselhos de Alice, seu irmão sempre antes de sair com uma garota buscava saber todo o seu histórico, e ela, como conseguia persuadir até mesmo o mais cético dos homens, facilmente convencia seu irmão de que aquela garota não era ideal para ele, era mais fácil do que se podia crer ou imaginar. Não sei como aquela 'Mestre dos Magos' conseguia ser tão... persuasiva.

- Bella? – a voz calma, sincera e amável da minha mãe chamou próxima a porta do meu quarto. – Você está bem querida? Eu sei que você não gosta de ser apressada, mas se você não andar rápido chegará atrasada a escola. – ponderou.

- O-ok mãe, estou terminando de me arrumar. – disse analisando mais uma vez minha imagem que era refletida no espelho do outro lado do quarto.

A imagem do caos.

Eu realmente havia esquecido algumas características minhas de quando era adolescente. Primeiro, meus cabelos. Eles pareciam um ninho de tão embolados e estranhos que eram seus fios. Realmente não entendia como eu tinha a coragem de ir sem pentear o cabelo para a escola. Meu rosto, bem... ele até que era bonitinho, não tinha nenhuma crise de acne que o deixava deformado, mas as que tinha espalhados por ele eram pequenas e vermelhas, principalmente em minha testa, queixo e bochechas. Como havia acabado de acordar meus olhos ainda mantinham os efeitos do meu sono, ou seja, inchados e cheios de remela.

Gemi internamente.

Eu passei a noite chorando depois da humilhação no ringue de patinação, e acabei adormecendo. Tudo por casa daquelas idiotas. Aquelas malditas "plastics" que conseguiram acabar com o pouco de divertimento que estava tendo em meu aniversário.

- Vou preparar seu café, tudo bem meu amor? – perguntou temerosa. Estava tão submersa em meus pensamentos que tinha esquecido que ela ainda estava do lado de fora, provavelmente extremamente preocupada comigo, por conta dos eventos da noite passada.

Sorri com suas palavras gentis e cuidadosas. Minha mãe me conhecia bem demais e sabia como o meu dia anterior poderia afetar o meu humor, por isso estava medindo suas palavras, e fazendo o mais que o possível para me agradar. Ela provavelmente achava que era a responsável por tudo o que aconteceu.

- Ok. – limitei-me a responder, já que as lágrimas começavam a inundar meus olhos.

"Respira Bella, você não pode deixar suas emoções te tomarem justo hoje. Hoje você precisa ser a mulher decidida que você se tornou, apesar de estar presa nesse corpo de dezessete anos, você tem a mentalidade e o espírito de trinta anos. Hoje você necessita ser mais do que nunca tudo aquilo que você não foi no High School." – minha mente comandou.

Tomei uma respiração profunda, tomando como mantra as palavras que minha mente havia comandado.

- Decidida. – murmurei. – Seja decidida e tudo mais que você não foi da outra vez.

Bem, se eu ia enfrentar mais uma vez o colegial desta vez faria tudo diferente, a começar pela minha aparência, que pelo meu olhar no espelho era medonha.

Caminhei decidida até meu guarda-roupa gemendo internamente quando o abri vendo as roupas ridículas que usava em mil novecentos e noventa e sete. Relembrei quase que imediatamente como me vestia nesta época: calças largas, camisetas gigantes que normalmente cabiam duas de mim e moletons seguindo o mesmo padrão. Não que eu não tivesse roupas estilo 'menininha de ser', mas a minha timidez e o fato de ser introspectiva faziam me esconder dentro de minhas roupas, para o desespero de minha mãe e Alice que insistiam que eu tinha que mudar. Como se fosse fácil naquela época.

Fechei com força a porta do guarda roupa, fechando meus olhos em uma prece silenciosa pedindo para que uma força cósmica me guiasse. Praticamente no mesmo instante minha mente instruiu:

"Calma Bella, respira. O que estava na moda em noventa e sete?" – questionou minha mente.

- Spice Girls. – respondi minha pergunta com um sorriso vitorioso no rosto. Óbvio que não iria colocar aquelas plataformas ridículas, ou aqueles vestidos mínimos, mas pelo menos era uma visão do que talvez pudesse ser; fugindo principalmente do habitual que era meu figurino diário no High School.

Visualizei uma revista em que elas eram capa sob a minha cômoda e caminhei decidida até ela. Analisei as roupa das cinco. Todas eram ridículas, mas era moda nessa época eu precisava editar isso tudo.

Ri de mim mesma.

Quando nos meus mais loucos sonhos de adolescência ou vida adulta iria imaginar a frase "editar roupa" na minha cabeça?

"Por favor, Bella, você não tem tempo para ficar ponderando o que iria ou não acontecer." – minha mente ralhou comigo mesma, que ainda estava em êxtase.

Abri novamente meu guarda-roupa e olhei tudo o que tinha ali. Talvez eu pudesse dar uma de moderninha e me vestir como se vestia nos anos dois mil, quem sabe assim eu não me tornava popular?

Ideia tentadora.

Procurei uma calça jeans, porque eu lembro que usava calça jeans para ir à escola algumas vezes. Cacei uma camiseta, e tive que rir com a que encontrei: a da boca do início do filme Rocky Horror Picture Show, que Emmett havia me dado de presente, porque ele achou que eu iria gostar. Peguei também uma jaqueta jeans, não que estivesse frio, mas em Forks nunca era demais levar uma blusa, e para concluir todo meu look um tênis All Star preto com branco.

Corri até o banheiro, que ficava ao lado do meu quarto, tomei um banho rápido, fazendo minha higiene matinal o mais breve possível, uma vez que segundo Emmett e minha mãe eu já estava provavelmente muito atrasada. Voltando ao meu quarto vesti a roupa que tinha escolhido com rapidez, ficando mais feliz do que poderia imaginar. Nesta realidade eu usava calça jeans dois números menores do que as que eu usava aos trinta anos.

"Não fique se gabando disso tudo Bella, isso não passa de um sonho." – minha mente ralhou outra vez comigo. Rolei os olhos, porque parecia que minha mente queria me tirar do sério.

Observei como estava no espelho. Estava mesmo com cara de adolescente. Calça jeans justa – para os padrões dessa época -, camiseta, apesar de grande amarrada em um pequeno nó, deixando a mostra uma parte de minha barriga, jaqueta jeans sobre a camiseta preta e tênis nos meus pés.

Estava até que aceitável, porém ainda parecia à mesma Bella sem nenhum atrativo. Isso precisava mudar. E fazendo algo que nunca imaginei quando freqüentava a Forks High School, penteei com vigor meus cabelos, retirando todos os nós que se acumulavam nele, fazendo com que caíssem brilhosos e sedosos em minhas costas. Para parecer ligeiramente diferente, amarrei meus cabelos castanhos como mogno em um rabo de cavalo alto, deixando que suas pontas levemente onduladas, que surgiram depois da escovação, caíssem nas minhas costas, fazendo com que eles se balançassem enquanto eu andava, da mesma maneira que as lideres de torcida usavam.

Recordei-me que Alice havia me dado um kit de maquiagem, eu não faria nada escandaloso, mas o suficiente para que ficasse diferente. Um lápis de olho preto, fazendo com que meus olhos castanhos ficassem mais vivos, um blush róseo para que minhas bochechas tivessem um ar saudável e um batom cor de boca nos lábios eu estava pronta para ir à escola, e quem sabe alguém notasse a pequena diferença.

Agarrei minha mochila que estava sobre a poltrona de couro claro do meu quarto, e sai deste com um sorriso animado no rosto, o que era estranho, porque voltar ao colegial era como ter um pesadelo sensorial.

A casa de meus pais mantinha a mesma decoração e os mesmos móveis que me recordava quando era adolescente, para o pesadelo de minha mãe que sempre quis mudá-la e realmente fez, dois anos depois que Emmett e eu fomos para a faculdade, ela juntou suas economias com as do meu pai e começou a reformar a casa, que ficou pronta quase nove anos depois. Ainda lembro-me do sorriso satisfeito dela ao ver sua casa totalmente renovada, como a do meu pai, que agora possuía uma sala de televisão equipada com produtos de última geração, dados por Emmett. Sorri animada com a lembrança futura, nem Charlie, nem Renée poderiam imaginar como a vida deles melhoraria no futuro.

Desci a escada velha e barulhenta da modesta casa dos Swan em Forks, sendo surpreendida por meu pai, que estava próximo à porta – onde ele deixava suas coisas do trabalho. Charlie Swan era o xerife de Forks, e sua autoridade o fazia ser temido por muitos garotos do Forks High Schoo,l para o deleite de Emmett que vire e mexe conseguia dobrar nosso pai e fazer alguma festa regada a bebida nos arredores da cidade.

Com seus quarenta anos, Charlie tinha cabelos castanhos do mesmo tom mogno que de seus filhos, seus olhos também mantinham a mesma cor dos seus herdeiros, possuindo o mesmíssimo brilho intenso que tantas vezes minha mãe se gabava, por seus filhos terem puxado os olhos do pai. Os olhos que ela havia se apaixonado, como dizia. Apesar de sua pele clara, meu pai era mais moreno que eu e Emmett, não sei se por casa de sua ascendência espanhola ou por causa dos sábados que ele passava em La Push pescando.

Mas a marca registrada do meu pai – desde quando me conheço por gente -, era seu grosso bigode escuro, que por nada nesse mundo ele tirava – não me pergunte por que, porém nem nesse sonho, muito menos no futuro ele tirava aquele tufo de pêlos que era estrategicamente localizado entre seus lábios e nariz.

Seus olhos castanhos intensos e perspicazes por conta de sua profissão me analisaram clinicamente, como se tivesse avaliando a forma que eu estava vestida parando em meu rosto, onde papai entortou seu rosto enquanto sua boca abria. Ele estava impressionado comigo.

- Uau Bells! – exclamou me analisando mais uma vez de cima em baixo. – Tudo isso para a escola? – perguntou divertido.

- Bom dia papai. – disse dando um beijo estalado em sua bochecha, algo que raramente eu fazia nos meus dezessete anos. – Somente acordei com vontade de mudar hoje. – expliquei dando de ombros.

- Algum motivo especial? – inquiriu temeroso, como se medisse as palavras.

- Não pai, os eventos de ontem à noite fazem parte do passado. – sorri divertida.

- Ok, Bells, você que manda. – deu de ombros. – Deixe sua mãe vê-la assim. – falou com um sorriso nos olhos.

- Ver o quê querido? – questionou minha mãe que entrava na sala de estar naquele momento.

Renée era professora de primeira a quarta série do ensino fundamental na escola elementar da cidade. Seus cabelos loiros escuros eram na altura dos ombros, seus olhos azuis como o céu brilhava de uma maneira quase que proibida, e sua pele tão alva quanto a minha exalava uma aura radiante, mesmo com a escassez de maquiagem.

Por cima de seu avental branco e rosa, cheio de babados, mas eu podia ver – ou imaginar – claramente o uniforme dos funcionários da escola: calça caqui, camisa azul marinho e um terninho do mesmo tom da calça com o emblema da mesma bordado ao lado esquerdo, sobre o coração. Completando o uniforme, um sapato preto de salto baixo nos pés. Apesar da roupa não valorizar a juventude da minha mãe, ela estava, como sempre, linda.

- Veja com seus próprios olhos querida. – explanou meu pai apontando sem nenhum tipo de discrição para mim.

- Oh. Meu. Deus. – gritou minha mãe, com lágrimas nos olhos.

- Mãe. – protestei entre os dentes, enquanto rolava meus olhos e meu pai ria silenciosamente.

- Você está linda meu amor! – exclamou, estendendo seus braços para que eu lhe desse um abraço. Sorri com seu gesto, descendo o resto do lance de escadas e me jogando nos braços de minha mãe, que estava emocionada.

- Obrigada mamãe. – murmurei com a minha voz meio embargada.

- Por que toda essa mudança querida? – questionou me afastando de seu abraço e olhando displicentemente para o meu rosto, analisando-o milimetricamente. – Não é por causa do que aquelas meninas, hum... er... malvadas falaram é? – Renée estava estranhamente preocupada.

Sorri apologética.

- Não mãe, nada haver com o que elas disseram ontem – tranqüilizei-a. -, só acho que está mais do que na hora de mudar, deixar de ser aquela Bella desleixada e tímida. Tenho dezessete anos e daqui um ano vou para a faculdade, preciso mudar antes que seja tarde demais, porque o mundo real é muito cruel. – explanei, quase dando uma palestra contra bullying, termo não muito usado nessa época, mas extremamente bem tratado na minha realidade, nos tempos atuais.

- Uau Bells! – exclamou meu pai, ao lado de onde eu e minha mãe estávamos. – Pensando seguir carreira jurídica? – perguntou, contendo o orgulho.

Sorri com sua falsa sutileza.

Não era segredo nem para mim, nem para Emmett que nosso pai queria mais do que tudo que seus filhos fossem advogados ou médicos, se possível cada um dessas duas profissões. Quando Emmett optou por administração e eu jornalismo foi um choque para ele, mas conforme o nosso sucesso profissional foi aumentando, Charlie não conteve seu orgulho, afirmando que havíamos conseguido um sucesso maior do que ele imaginava, mesmo não sendo advogados ou médicos.

- Não pai – sorri para ele. -, não pretendo fazer escola de Direito, quero ser Jornalista e trabalhar em um grande jornal, tipo o New York Times. – respondi orgulhosa, lembrando da minha vida aos trinta anos como jornalista de um dos maiores jornais do país.

- Jornalismo não sustenta ninguém, Bells! – protestou.

- Charlie – mamãe interferiu. -, não importa do que Bella escolher para sua carreira o importante é que ela seja feliz. – disse afagando meu rosto.

- Como seja. – murmurou meu pai. Sorri com sua teimosia, éramos tão parecidos. – Vamos Bells? Emmett disse que você não vai querer perder a apresentação do time de football deste ano. – explanou.

- Mas ela nem comeu ainda Charlie. – protestou minha mãe.

- Vamos sim pai, e mãe, só uma maçã eu já fico bem. – comentei com um sorriso para os dois. Os olhos de minha mãe brilharam, enquanto ela corria até a cozinha para pegar a fruta para mim.

- Aqui, minha querida. – disse me entregando a maçã. – Tem certeza que não quer comer uma panqueca? – perguntou, mesmo sobre os protestos de meu pai.

- Não mãe. Hoje eu vou passar sua panqueca, senão chegarei extremamente atrasada à aula. – expliquei com um sorriso nos lábios.

- Ok. – falou, me abraçando mais uma vez e beijando meu rosto. – Tenha uma boa aula querida, não deixe aquelas meninas te maltratarem, certo? – pediu amavelmente. Somente sorri em concordância, uma vez que podia sentir minha garganta se fechar pelo choro que estava quase me tomando.

- Ah Renée! – exclamou meu pai em protesto. – Bella está indo para a escola e não mudando de país. – disse rolando seus olhos, fazendo com que eu e minha mãe ríssemos nervosas.

- Nos vemos mais tarde princesa. – despediu-se minha mãe me dando um beijo na testa, e depois dando um ligeiro beijo nos lábios do meu pai.

Charlie e Renée formavam um casal tão lindo que me sentia orgulhosa de ser filha dos dois. Apesar de casarem novos – papai com vinte e dois anos e mamãe com vinte e um -, o amor deles continuava imutável mesmo com o passar dos anos, inclusive na minha época, em dois mil e dez.

O caminho até a escola na viatura do meu pai foi feito em silêncio, tanto Charlie quanto eu não éramos bons faladores, como mamãe e Emmett, preferindo ficar às vezes em silêncio apreciando tudo a sua volta.

No exato momento em que meu pai parava o carro em frente escola o sinal tocava. Sorri nervosa, dando um rápido beijo no rosto do meu pai me despedindo. Sai do carro para enfrentar a Forks High School mais uma vez.

Apesar de o caminho ser curto entre a rua até os portões da escola, caminhei lentamente, com medo de que tudo aquilo fosse um pesadelo que até o momento tinha sido totalmente doce e incrível, mas que estava esperando que eu chegasse ao colégio para tomar suas verdadeiras facetas.

Por mais que Forks fosse uma cidade minúscula, e a escola proporcional a esta, era anormalmente intrigante de onde saia tantos adolescentes para estudar, já que seus corredores estavam sempre abarrotados de gente como no momento. Ainda que estivesse de cabeça baixa, observando o chão por onde eu pisava, notei que ninguém me notara, a não ser uma ou duas pessoas que comentaram com seus colegas se era uma aluna nova. Sorri.

Era uma nova velha aluna, por mais que isso não fizesse sentido.

Parei em frente ao meu armário, rapidamente colocando o código do cadeado e o abrindo para ver qual era a minha primeira aula e pegar o material. Estava tão nostálgica observando meu armário que me assustei quando alguém bateu com força na porta do mesmo, o fechando com rispidez, quase me machucando.

- Esse armário já tem dona. E que eu saiba não é você! – a voz fina e doce de Alice demandou fria ao meu lado. Sorri para o jeito de como ela me defendia, sempre com unhas e dentes apesar de seu tamanho.

Lentamente virei para encarar seu rosto, sorrindo.

- Eu sou a dona deste armário Alice. – expliquei. A baixinha arregalou seus olhos me olhando de cima a baixo seguidas vezes, como se tivesse vendo uma miragem.

- Bella? – sussurrou. Confirmei com um aceno de cabeça. – Bella! – gritou estridentemente, fazendo com que sua voz ecoasse pelo corredor e todos que estavam ali olhassem para onde estávamos.

Pude sentir centenas de olhares me analisando clinicamente, imediatamente senti minhas bochechas se enrubescerem de vergonha.

- Alice – murmurei entre os dentes. -, por que você não pode ser menos escandalosa? – perguntei em vão, já que ela nunca mudaria esse seu jeito.

- Bella, o que significa tudo isso? – perguntou bobamente. – Essa mudança? Roupas mais modernas, cabelo penteado, maquiagem. Você está usando maquiagem! – exclamou assombrada. – Porque tudo isso? É por causa de ontem à noite? – questionou preocupada.

- Não Alie. Não é por causa do que aconteceu ontem, somente tive uma epifania e decidi que era hora de mudar. – dei de ombros.

- Quem é você e o que você fez com a minha melhor amiga? – perguntou uma Alice de olhos arregalados, somente rolei os meus, no mesmo instante que Emmett e alguns garotos do time de football vinham em nossa direção.

Sorri ao ver meu irmão. O Emmett mais velho mantinha muito o jeitão do Emmett de dezoito anos. Seus cabelos castanhos curtos, seus olhos castanhos brilhantes, sua pele branca queimada mais nos braços e nas bochechas – por conta do sol que tomava durante os treinos do time -, seu corpo era uma massa de músculos, definidos e bem tonificados coisa rara de se ver em garotos do High School. Lembro-me quando acharam que ele estava tomando anabolizante para ficar forte, e se surpreenderam ao fazer seus exames e não encontraram nada.

Ele sorriu para onde eu e Alice estávamos, apesar de não parecer que sorria para nós, e não me surpreendi nenhum pouco em ver que ele observava Rosalie, a linda chefe líder de torcida de cabelos loiros dourados, com cachos em suas pontas e seus olhos azuis lápis-lazúli, e de corpo escultural para uma garota de dezessete anos.

Rose por incrível que pareça não estava vestindo o tradicional uniforme verde, branco e dourado das lideres de torcida, mas sim uma saia jeans razoavelmente curta, camiseta rosa com um suéter branco amarrado em torto de seu pescoço, meias três quartos branca com detalhes em rosa e um tênis plataforma branco, no melhor estilo Spice Girls.

Segurei minha vontade de rir. Rose já admitiu diversas vezes em suas bebedeiras não se orgulhar nenhum pouco de como se vestia no colegial às vezes. Como ela mesma dizia era ridículo como cinco inglesas estranhas nos influenciaram. Alice olhou para onde meu irmão também olhava e sorriu, sussurrando em meus ouvidos:

- Acho que o Teddy Bear gosta da Rosalie. – sorri com sua sentença. Mal sabia ela, naquele momento, que o sentimento era recíproco.

- É... – respondi vagamente, no mesmo instante que Emmett parava na minha frente.

- Algum problema meninas? Juro que ouvi Alice gritar... – a voz de Emmett parou assim que ele me viu. – Bella? – sussurrou baixinho.

- Hey Emm. – cumprimentei dando um ligeiro abraço nele.

- O-o q-quê aconteceu com você? – questionou perplexo.

- Essa é a pergunta que mais ouvi em apenas meia hora. – murmurei, rolando meus olhos.

- Não é pelo que aconteceu ontem não, é? – perguntou temeroso, ignorando meu tédio.

- Não... – comecei, mas fui interrompida por uma maravilhosa voz de anjo.

- Mas o que está acontecendo aqui? – inquiriu abrindo espaço por entre as pessoas.

Engoli em seco, no mesmo instante que Edward Cullen, irmão de Alice aparecia no meu campo de visão.

Minhas memórias não faziam jus ao Edward adolescente. Não que ele não tivesse se tornado um homem adulto lindo, mas quando ele era mais novo era... espetacular. Uma mistura de Leonardo DiCaprio com o galãzinho dos filmes de vampiro que são sucesso em dois mil e dez, que não me recordo o nome. Ele era fantasticamente lindo.

Seus cabelos meticulosamente bagunçados, de uma cor tão singular e única de bronze. Olhos de um verde intenso e profundo, como esmeraldas. Sua pele alva brilhava contra as luzes florescentes da escola. Seu nariz não muito grande, mas também não muito pequeno, era levemente arrebitado em sua ponta. Seu queixo era anguloso e marcava seu maxilar, algo que ficara mais evidente com a vida adulta. Seus lábios possuíam um belo tom de carne, como se pedisse um beijo avassalador, enquanto ele dava seu sorriso único e incomparável. Seu sorriso torto.

Ele tinha um pomo de adão em seu pescoço, mas não era daqueles gigantes e horríveis, somente uma leve ondulação, o deixando charmoso por aquela ondulação subir e descer conforme ele andava. Suas roupas eram bastante similares com o dos outros garotos do time de football: calça jeans e camiseta branca com o elmo dourado e penacho verde em cima – símbolo da escola e do time, onde seus nomes eram escritos com letras garrafais em verde com as bordas douradas na parte de trás. Em seus pés os incomparáveis Adidas verde com bege.

Sorri com aquela nostalgia.

Quantas e quantas vezes eu sonhei com aquele par de tênis durante a minha adolescência?

Inúmeras.

Até me lembro de insistir para que minha mãe me desse um destes, mas ela se recusou terminantemente acreditando nas fofocas de marketing que apareciam na televisão, afirmando que eram feitos com a fibra da folha da maconha.

Suspirei pesadamente, atraindo o olhar de Alice que segurou para não rir.

- Hey Emm – cumprimentou meu irmão. – O que está acontecendo aqui? – perguntou olhando para Alice e rapidamente para mim.

- Hum... er... hum... – começou meu irmão, mas que foi imediatamente interrompido por Alice que sorria brilhantemente para seu irmão.

- Nada Ed, somente que Emmett ficou meio sem palavras ao ver sua irmã. – explicou a baixinha, olhando para mim.

Edward imediatamente tirou os olhos da irmã e me analisou clinicamente, assim como fizera toda a escola, observando cada mínimo detalhe do meu corpo. Tive que engolir em seco de temor, nunca que no colegial esperava receber um olhar desse de Edward, por mais que tivesse recebido na noite anterior, em meu aniversário de trinta anos.

- Encantado... – disse pegando minha mão e me perfurando com seus incríveis olhos verdes, senti minhas pernas fraquejarem com a intensidade de seus olhos.

- Isabella – respondi nervosamente. -, mas pode me chamar de Bella. – disse rapidamente.

Sua mão apertou a minha com um pouco de força, fazendo com que ela formigasse onde estava tocando. Porém, quando seus lábios suaves e macios a tocaram, senti algo totalmente diferente, como se fosse uma imensa descarga de energia, um arrepio quase que inexplicável tomando todo meu corpo, no mesmo instante que labaredas gigantes de fogo me consumia.

- Muito prazer Bella. Eu sou o Edward.


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Notas finais do capítulo

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N/A: Hey meus amores!

Sim eu sou uma bruxa em terminar o capítulo assim, mas vocês sabem como eu sou de outros carnavais... esse suspensezinho que mais deixa a vontade de continuar lendo! *HIHIHIHIHI*

Eu simplesmente ADOOORO escrever essas Bellas complexadas com o passado ou atormentadas, elas são tão ricas em características. Afinal melhor ser atormentada e complexada do que fútil, não é mesmo? *KKKKKKKKK*

Gente eu tive uma epifania descrevendo o Edward... ri muito! O porquê... ah... em 97/98 não me recordo eu era apaixonadinha por um garoto mais velho, muito a la Leo DiCaprio feelings, que por sinal usava os malditos Adidas verde que rezava a lenda serem feitos da fibra da folha da maconha, então imaginem a similaridade dos fatos? *KKKKKKKKKKK*

Muitas pessoas afirmaram nas reviews que era mais "17 outra vez" do Zac Efron do que "De Repente 30", vamos dizer que é uma mistura de filmes adolescentes, vocês podem notar uma clara referência a "Meninas Malvadas" neste capítulo.

Fico imensamente feliz que todos estejam gostando. O número de reviews e pessoas acompanhando como disse anteriormente me deixou assombrada. Então OBRIGADA por confiarem e me apoiarem neste projeto, são vocês que me estimulam!

Nos vemos no próximo capítulo, não sei quando vou escrevê-lo, já que tenho que escrever todo aquele drama que cerca JUST JUSTICE, e para quem não sabe ou imagina aquilo me desgasta mais do que gostaria de admitir, por mais que eu AME aquele enredo.

Obrigada mais uma vez e nos vemos no próximo.

Beijos,

Carol.

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N/B: Hello leitores!

Ao ler esse capítulo, um surto de nostalgia me invadiu profundamente. Não sei fico feliz ou triste com isso. A verdade é que ele me fez refletir o quanto estou ficando velha huashuashuashuashuas. Spice Girls, Edward todo trabalhado a La Leo DiCaprio... genteeee minha época. Melhor fase da minha vida. Eu era feliz e não sabia. Talvez por isso me identifique tanto com a Bella. Estou quase lá nos 30 (quase,ok?), e penso em muita coisa que poderia ter feito com 17, 18 anos... Bella está tendo uma oportunidade única. Quem não gostaria de voltar ao passado e acertar alguns ponteiros enferrujados que atire a primeira pedra. HOHOHOHOHO. E o melhor: tendo a cabeça madura! Em apenas um dia na escola, nossa complexada preferida já causou todo esse estardalhaço, e já conseguiu chamar a atenção do nosso sempre cobiçado Edward Cullen, que já mordeu a isca mesmo sem intenção nenhuma da Bellita. Agora é com ela, e só nos resta torcer pelo fim dos dias de impopularidade e introversão. Se bem que acredito que eles já estão em contagem regressiva HAHAHAHAHA

E agora é com vocês. Vamos deixar reviews, palpites, sugestões... que muito fortalecem o trabalho da nossa querida autora e a incentiva a continuar com tanta dedicação!

Beijos da Patti ;)

.

Quer fazer uma pobre autora feliz? oO

Deixa uma review ou um comentário para mim, dizendo se você gostou, ou se odiou, se você tem alguma sugestão! Pois sugestões e palpites aqui são fundamentais! *.*

Ficarei encantada em ler!