CAPÍTULO 15 – Explicações

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Sabe aquele momento que tudo a sua volta para, pausa e desenrola em câmera lenta? Bem, eu estava vivendo um momento destes. Contudo, posso afirmar que minha experiência neste quesito passava extremamente longe de algo bom ou promissor. Parecia um filme de terror, e a serial killer deste se vestia como uma colegial de sonhos eróticos ou de colégios internos da Inglaterra. Meiões 7/8 cinzas, sapatos oxford negros, saia plissada xadrez em azul marinho, cinza e vermelho, suéter de gola alta azul, blazer cinza e tiara vermelha. Caminhava irritada até onde me encontrava com seu irmão, pronta para tirar meu coração com suas próprias mãos e depois comê-lo lentamente saboreando o doce sabor da vingança por uma traição.

Naqueles últimos segundos que me restavam, vi toda a minha vida passando diante dos meus olhos como um filme. E mesmo pressentindo a minha iminente morte, agradeci por minha vida maravilhosa até aquele momento às entidades superiores; ao invés de pedir para viver e aproveitar dela mais um pouco.

Vai entender; cada um se comporta de maneira diferente em seu leito de morte. Este era o meu jeito.

Senti os braços fortes e rígidos de Edward me abraçando com força, me confortando. Bom, se eu iria morrer de qualquer forma, morrer nos braços de quem eu amo seria uma maneira maravilhosa e poética de deixar esse mundo. Um sorriso satisfeito tomou meu rosto enquanto fechava meus olhos esperando o golpe fatal.

Entretanto, para a minha imensa surpresa, ele nunca veio. O que ocorreu na verdade foi a risada histérica de Alice preenchendo meus ouvidos. Confusa e atordoada abri lentamente meus olhos para ver minha melhor amiga rindo e pulando a alguns passos de onde me encontrava abraçada intimamente com o seu irmão mais velho.

Para tudo.

O que está acontecendo aqui? Isso é algum momento do Punk’d? Ashton Kutcher vai aparecer de dentro do tímpano, ou seria uma daquelas pegadinhas de mau gosto do Jackass? Tudo bem que em 97 não existia nenhum dos dois, mas devido a minha sorte assustadoramente ridícula, quem não diz que armaram para que tudo parecesse igual ao meu senior year propositalmente?

Tudo pode acontecer.

Todavia, o grito estridente de Alice que ecoou pelos corredores do colégio fez com que todos ouvissem e corressem até a origem do som para ver o que acontecia, ou pelo menos era o que eu supunha, já que no segundo seguinte ouvia de forma extremamente clara a voz grossa, profunda e muito, mas muitíssimo furiosa do meu irmão.

- Que porra é essa? – exclamou selvagem. Se Alice não havia me matado antes, Emmett faria agora.

- Emmett! – escutei Rosalie gritando, contudo acredito que não adiantou em nada, pois senti os braços de Edward sendo retirados do abraço que me dava à força. Não contendo a curiosidade abri meus olhos para ver meu irmão dando um soco no ruivo, no meu namorado.

- Quem você pensa que a minha irmã é, Cullen? – Emmett gritava. – Ela não é uma das suas putas que você pode ir levando pra cama facilmente. Esqueceu que eu te conheço muito bem e sei que você é só a porra de um adolescente que quer enfiar seu pau em qualquer coisa que usa uma saia? – demandava irritado Emmett, que segurava Edward pela gola de seu casaco cinza e o balançava violentamente se preparando para desferir outro golpe no ruivo.

- Emmett Swan, para! – gritou Rosalie se aproximando do meu irmão e tentando fazer com que seu namorado soltasse o meu.

- Mas Rose, ele tava com a porra da língua dele na boca da minha irmã! – replicou Emmett alterado, segurando Edward com só uma de suas mãos fortes.

- Eu sei Emm, mas bater em Edward não vai adiantar em nada. – expôs, conciliadora, a loira.

- Você sabe? – surpreendeu-se Emmett soltando Edward num átimo, que caiu no chão, não se aguentando em seus próprios pés.

Por um momento eu não sabia se iria acudir o ruivo ou se temia por minha vida. Rosalie tinha que abrir a sua boca enorme e dizer que sabia sobre Edward e eu? Maldição! Cadê o código da amizade aqui? Cadê a ideia de amigas acima de namorados?

- Você sabia Rose? – questionou Alice, que havia parado de rir histericamente e enfrentava a sua amiga, chefe das lideres de torcida com um olhar ultrajado.

Ótimo! Agora todo mundo vai brigar por algo que é minha culpa. Típico.

“Faça alguma coisa então garota!” – exclamou irritada a Prazeres na minha cabeça. – “Tente reverter a situação para o seu próprio bem.” – exigiu. Ela tinha razão. Querendo ou não, eu era uma mulher de 30 anos no corpo de uma adolescente de 17. Tomei uma respiração profunda, me levantando do banco em que estava sentada.

- É minha culpa. – disse alto o suficiente para que meu irmão, sua namorada, Alice e Edward ouvissem minhas palavras, assim como todos os curiosos que se acumulavam no corredor próximo a sala de música. – Eu pedi para Rose guardar segredo até que eu contasse a verdade para vocês. – Emmett fechou seus olhos em fendas, estudando com demasiada curiosidade a cena diante de si. Alice abriu sua boca surpresa, enquanto Rosalie sorria aliviada e satisfeita por eu estar sendo corajosa e defendê-la. Pelo menos gosto de pensar dessa forma.

- Você concordou com isso? – questionou incrédulo Emmett. – O que ele fez com você Bella? Ele se aproveitou de você? Fez algo que você não queria? – insistiu meu irmão nervoso. Definitivamente Emmett passava muito tempo assistindo Law & Order.

- Não! – praticamente berrei para clarificar meu ponto. – Deus, não Emmett, quem você pensa que eu sou? – questionei ofendida, porque querendo ou não meu irmão havia acabado de me chamar de puta.

- Aí que está Bella. Eu não te reconheço! Desde quando você mata aula para ficar se agarrando com alguém como o Cullen? – argumentou irritado. Emmett bancando o irmão mais velho era enervante.

- Eu respeito a sua irmã Emmett! Eu sou namorado dela, quero ter algo sério com ela. – advertiu Edward que se levantava do chão onde Emmett o havia deixado.

- A conversa não chegou em você ainda Cullen. – proferiu meu irmão acidamente. – Então Bella, você vai me dar uma resposta ou terei que chamar o papai? – ameaçou. Trinquei meus dentes e apertei minhas mãos, sentindo minhas unhas curtas se fincando em minha palma.

- Você é um hipócrita Emmett! – gritei indignada. – Você pode ficar se agarrando com Rosalie em todos os lugares e eu não posso sequer ficar com Edward um minuto sozinha? – explicitei irritada, porque meu irmão estava agindo como um completo idiota hipócrita. Porque todos sabiam muitíssimo bem que ele e Rose já tinham passado há tempos da segunda base no relacionamento deles.

- É diferente. – devolveu meu irmão com os olhos arregalados. Fechei os meus em fenda desafiando.

- Emmett, onde seu namoro com a minha prima não muda do que você acabou de acusar o Edward de fazer com sua irmã? – interveio pacificamente Jasper, se aproximando de Alice, ficando ente a baixinha e Rosalie.

- É diferente. – tornou a repetir Emmett.

- Não, não é. É a mesma coisa. – contrapôs Jasper. – E pelo que eu ouvi e entendi, Edward quer assumir o namoro com Bella. Ele não quer se aproveitar dela, certo Edward? – questionou o loiro encarando o amigo que finalmente havia se levantado do chão e limpava o sangue que saia do seu supercílio direito devido ao soco de Emmett.

- Claro. – concordou rapidamente Edward com um sorriso torto. – Eu realmente gosto da sua irmã Emmett. Eu nunca tiraria proveito dela ou faria algo desrespeitador. – afirmou com convicção.

Emmett suspirou pesadamente.

- Tudo bem Cullen, você quer namorar a minha irmã, ótimo. Mas você irá fazer isso corretamente. – disse em tom de aviso. – Você terá que pedir permissão ao nosso pai. – exigiu. – E caso ele conceda, não quero ver você enfiando a língua dentro da boca da minha irmã, ou sendo abusado com ela, ok? Se eu ver você passando dos limites não hesitarei em desfigurar esse seu rosto. Estamos entendidos? – advertiu protetoramente.

- Claro Emmett, eu não irei passar dos limites com Bella. – prometeu Edward. Emmett deu um ligeiro aceno de cabeça, se preparando para sair da sala. Contudo, a voz estridente de Alice mais uma vez ecoou pela sala.

- Será que vocês podem me dizer desde quando acontece isso? E por que os dois pombinhos estavam agindo às escondidas? Por que vocês não me contaram? Caramba! Achava que era a melhor amiga dos dois, que compartilhássemos segredos. Eu poderia ter os ajudado. – falou rapidamente com os olhos marejados e formando um ligeiro biquinho.

Certo. Alice estava agindo como a amiga incompreendida e Emmett como o irmão casca grossa? Quando foi que os dois mudaram de personalidade? De corpo? Isso não estava correto, de forma alguma.

- Desde o Baile de Homecoming, e eles não assumiram porque estavam com medo da reação de vocês. – respondeu Rosalie, vendo que ninguém ia dizer nada a Alice. – Vejo que eles tinham razão em esconder. – completou com a voz baixa, segurando a mão de Emmett e saindo da sala em que estávamos.

- Bom, o show já acabou, acho que todo mundo tem aula, então... vão. – pediu Jasper para a multidão que estava na porta dupla da sala observando toda a cena. – Isso já vai ser embaraçoso sem a presença de um monte de xeretas. – afirmou, fechando com força a porta da sala, impossibilitando que qualquer som produzido ali alcançasse o corredor.

- Alice. – comecei incerta. Eu precisava dizer algo a minha melhor amiga, mas o que? Como se desculpa de algo dessa maneira? Bem, eu tinha que tentar mesmo sabendo das conseqüências. – Alie, eu sei que você deve estar me achando a maior traíra do universo, que o mínimo que eu poderia ter feito, por conta da nossa amizade era ter te contado, mas...

- Eu pedi para que ela esperasse uns dias. – interveio Edward me cortando no meio de minha frase. – Eu sei que prometemos não esconder nada um do outro Alie, mas... me desculpe. – pediu o ruivo para a sua irmã.

- Isso é sério, né? – perguntou mordendo seu lábio inferior. – Digo, Edward você não vai fazer a Bella sofrer, vai? – pediu incerta.

Hã?! O que eu perdi?! Alice está pedindo para o seu irmão não me machucar? Não deveria ser ao contrário? Sem contar que ela deveria estar... hum... me xingando, dizendo que nossa amizade acabou?

- Não Alice, eu prometo para você. – afirmou o ruivo que estava ao meu lado e pousou suavemente uma de suas mãos em meu ombro, me confortando. Alice, que estava diante de nós, sorriu amplamente e deu um pulinho, antes de correr para onde nós dois estávamos e nos abraçar com força.

- Eu estou tão feliz por vocês! Dá para imaginar?! Meu irmão e minha melhor amiga juntos! Isso é um sonho, não poderia pedir algo melhor do que isso! – falou rapidamente apertando com força eu e Edward em seus finos e pequeninos braços. Queria saber de onde vem essa força dela.

- Obrigada Alie. – murmurei, sentindo a mão de Edward fazer um carinho sereno em minha nuca. Sorri diante do conforto íntimo e reconfortante que ele me proporcionava.

- Você irá jantar em casa amanhã, ok? Papai e mamãe vão querer saber dessa boa notícia, e conhecendo os dois como conheço tenho certeza que eles vão adorar saber que vocês estão juntos! – disse animada depois de nos soltar dando pulinhos. – Mamãe vai ficar louca para cozinhar o que você mais gosta Bella, ela te adora! – gritou mais uma vez animada.

Merda! Eu esqueci que teria que enfrentar os Cullen. Dr. Carlisle Cullen até que poderá ser compreensível, agora Esme Cullen com toda a certeza não será. Afinal Edward era o seu bebê e eu estava tomando ele dela. Maldição, ela iria me torturar, me fritar em óleo quente e depois dar para os peixes do rio que passa ao fundo da casa deles me comer.

Eu estava completamente fodida.

Porra, eu precisava parar de jurar imediatamente isso já estava virando um mau hábito, pelo menos internamente.

- Alice – intercedeu novamente Edward. -, antes de combinarmos esse jantar eu devo pedir permissão ao Chefe Swan. – lembrou meu namorado. Droga, eu tinha me esquecido da conversa que Emmett exigiu que Edward tivesse com o meu pai. E conhecendo-o como conheço, tenho certeza que será no melhor estilo interrogatório a la FBI.

- Vai dar tudo certo. – disse Alice despreocupadamente. – Charlie vai adorar saber que vocês estão juntos, vai até pedir para você usar o sobrenome dele no jogo de quarta. – sorriu. – Mas de qualquer maneira, leve um engradado de cerveja para ele. – orientou, dando uma piscadela para o irmão e para mim, antes de se virar para sair da sala. – Vamos Jazz, deixe os dois conversarem um pouco sozinhos e namorarem. – provocou pegando na mão do loiro e o guiando pelos corredores da escola.

- Quem é aquela pessoa e o ela que fez com a Alice que eu conheço? – perguntei retoricamente ainda encarando o lugar em que ela havia saído. Edward riu divertido em minha orelha, depositando um beijo estalado em minha bochecha.

- Bem, poderia ter sido pior. – disse tranqüilo me virando para encarar o meu rosto. Contudo, quando o fez o enorme hematoma em seu olho e o seu supercílio aberto derramando sangue me indicava que se aquilo fosse pior, Emmett teria matado ele.

- Acho melhor você ir à enfermaria. – falei tocando suavemente com a ponta dos meus dedos seu olho que estava inchando. Edward se contorceu minimamente de dor.

- Não é nada. – teimou, me abraçando. – Pelo menos agora eu posso te beijar sem ficar pensando o que seu irmão ou a minha irmã faria ou diria se nos pegasse. – pontuou, sorrindo torto e tocando seus lábios suavemente nos meus.

Se realmente existia a possibilidade de se apaixonar várias vezes por uma mesma pessoa, eu estava mais uma vez caindo de amores por Edward Cullen. E tal fato não me preocupava nem um pouco.

Finalmente Edward concordou em ir à enfermaria para ver seus machucados. Felizmente o corte em seu supercílio era superficial e não precisaria suturar, somente mantê-lo limpo e com o curativo para evitar que alguma bactéria entrasse no local. Sobre o hematoma no olho, a senhorita Jones disse que não poderia fazer muito, apenas instruiu que Edward ficasse com o gelo no local até o intervalo, que seria em 30 minutos. Como seria impossível entrar no meio da minha aula, fiquei ao lado do meu namorado, revezando com ele a segurar a bolsa de gelo, e vez ou outra dando ligeiros beijos em seus lábios.

Apesar dos apesares, era o paraíso.

Evidentemente que na hora do intervalo todos os alunos da Forks High School sabiam que Edward Cullen e Bella Swan eram namorados. E quando entramos juntos, de mãos dadas no refeitório, vários pares de olhos nos encaravam, uns com surpresa, outros com ódio, e outros ainda com indiferença. Tanya que estava com suas súditas em uma mesa no meio do pátio nos encarava indignada. A sua raiva e seu ciúme era palpável, mesmo da distância em que estávamos. O mesmo pode-se dizer de Jacob, que estava em uma mesa próxima das plastics com alguns garotos da reserva Quileute.

Bom... poderia ser pior.

Por estar chovendo, os meninos não tiveram treino no campo, mas sim dividiram a quadra com as cheerios enquanto treinavam corrida e defesa. Diversas vezes me distrai durante as coreografias olhando para Edward, causando a raiva de Rosalie, assim como ele também deixou a defesa que estavam praticando falhar, causando a ira do treinador.

Como o treino ao lado das lideres de torcida não estava funcionando do jeito que o treinador gostaria, ele dispensou os meninos, informando porém que poderia estar nevando, caindo canivete do céu, não importava, gostaria de vê-los todos na manhã seguinte para um treino excepcional, em um sábado. Pelos protestos dos garotos eles não gostaram de ter que ir a escola em um sábado de manhã, mas sabendo que poderiam ser cortados do jogo se não fossem, eles acabaram cedendo às ordens do técnico.

Rose pediu para repetirmos mais uma vez a coreografia que iríamos apresentar no jogo de quarta-feira, mas quando a atenção das meninas voltou-se para os garotos do time que ocupavam as arquibancadas, a loira se deu por vencida e encerrou o treino. Corri para o vestiário para tomar uma ducha rápida e vestir minhas roupas normais. Edward havia me dito antes de nossos treinos que depois da escola me levaria para casa e ficaria esperando para falar com meu pai, pedindo a sua permissão.

Emmett, que não gostou nada da história, disse que Edward poderia ficar esperando do lado de fora, afirmando que enquanto meu pai não chegasse em casa não deixaria o quaterback entrar. Tive que intervir, esse ciúme obsessivo do meu irmão estava me deixando louca. Desta maneira, trinta minutos depois que saímos da escola, Emmett estava sentado entre Edward e eu no sofá de três lugares da sala de estar da minha casa.

Minha mãe fora a primeira chegar em casa, uma hora depois de nós, e Renée Swan como uma boa curiosa perguntou o que fazíamos ali. Contudo, antes que eu pudesse dizer qualquer palavra Emmett interveio dizendo que só falaríamos o que estava acontecendo na presença do nosso pai.

Emmett estava saindo o pior tipo de irmão mais velho que uma garota pode ter. De onde havia saído tudo aquilo? Ele nunca havia agido daquela forma. Não suportando mais aquele clima pesado na sala me dirigi à cozinha para ajudar minha mãe a preparar o jantar. Surpreendentemente ou não minha mãe não questionou o que estava acontecendo na sala, proporcionando a nós duas trabalhar em silêncio.

Finalmente às sete e meia da noite, vi pela janela da cozinha as luzes brilhantes da viatura de Charlie. Um suspiro de alívio e de ansiedade tomou o meu corpo, eu só esperava que meu pai fosse mais flexível que meu irmão. Lavando as minhas mãos que até segundos atrás usava para ralar uma cenoura para a salada, fui até a porta da cozinha que dava para a sala e a entrada de casa. Assim como eu, Emmett e Edward perceberam que meu pai havia chegado, e suas posturas indicavam como esperariam que aquele embate se passasse. Emmett tranqüilo, Edward em pânico.

- É o carro do menino Edward que vejo parado em frente de casa? – essa foi a primeira pergunta do meu pai quando ele abria a porta de casa, colocando o coldre com sua arma e o casaco que havia usado no dia gélido comum de Forks no armário próximo a porta de entrada.

Emmett levantou-se do sofá com um enorme sorriso de “agora você verá o que acontece com quem se mete com a filha do xerife da cidade, Cullen.”.

- Sim pai. Edward está aqui para te perguntar uma coisinha. – explicou maliciosamente meu irmão.

Quem é esse Emmett? Eu achava que meu irmão ficaria feliz em me ver com o seu melhor amigo e não o contrário.

- Então vamos ouvir essa pergunta! – exclamou meu pai divertido, dando um suave beijo nos lábios da minha mãe e sentando-se na sua poltrona preferida.

Engoli em seco. Era agora ou nunca.

Edward se sentou mais ereto no sofá e contemplou meu pai por alguns segundos. Eu podia ver sua tensão de onde estava. Que Deus o proteja.

- Chefe Swan – começou Edward com sua voz grave e contida. -, eu gostaria de pedir a permissão do senhor para – engoliu em seco. – namorar a Bella. – disse confiante.

- O quê? – exclamou meu pai, pego completamente de surpresa.

- Na verdade pai eles já estão namorando – interferiu Emmett, corrigindo com um tom vitorioso. -, peguei o Cullen aqui – ele espalmou sua mão nas costas de Edward com força. – enfiando a língua dele dentro da boca da Bella na escola hoje. – dedurou meu irmão com um sorriso convencido no rosto.

Desde quando Emmett havia se tornado esse fofoqueiro?

- Como é que é? – exclamou outra vez meu pai.

- Pelo amor de Deus, Charlie. – interviu a minha mãe. – Bella e Edward são um casal agora, e o rapaz está pedindo permissão a você para namorá-la. – explicou estupefata, finalmente compreendendo toda a tensão que pairava sobre nossas cabeças quando ela chegou do trabalho.

- Isso é verdade Isabella? – questionou meu pai, fazendo uso do meu nome completo. Isso não seria boa coisa.

Sim, ele seria tão inflexível quanto Emmett. Acho que deve ser algo normal para os homens protegerem a sua prole, no caso do meu pai pelo menos.

- Sim. – respondi com um sorriso hesitante, me aproximando de Edward que estava sentado ainda no sofá.

Meu pai estreitou os olhos e encarou a mim e a Edward com intensidade, analisando cada mínimo detalhe. Como um gesto de ansiedade, prendi meu lábio inferior com meus dentes, enquanto o ruivo torcia e estalava seus dedos em nervosismo. Dois minutos depois do qual mais parecia uma eternidade, meu pai brandiu:

- Vá para o seu quarto Bella. – ordenou.

- O quê? – questionei atordoada. Pela minha visão periférica vi Emmett sorrir vitorioso, praticamente pulando sobre seus pés, enquanto a minha mãe levava suas mãos a sua boca num misto de surpresa, constrangimento e sofrimento.

- Suba para o seu quarto imediatamente Bella. – repetiu meu pai, ainda fitando Edward com intensidade. – Eu e Edward Cullen temos umas coisinhas para conversar. – disse sem olhar para mim.

- Mas pai... – comecei, porém ele me cortou no átimo com um olhar ferino.

- Para o seu quarto agora Isabella! Se não quiser ficar de castigo. – exclamou impetuosamente.

Tive que morder a minha língua para não replicar meu pai dizendo algo mal criado. Bufando e batendo meus pés no assoalho de madeira de casa subi para o meu quarto fazendo o maior ruído que eu poderia ao subir as escadas.

- E fique com a porta fechada. Se eu souber que a senhorita está ouvindo ficará de castigo. – gritou meu pai do andar de baixo. Tive que me controlar para não gritar irritada, mas cumprindo a ordem do meu pai, entrei no meu quarto, fechei a porta e me joguei na minha cama.

Ótimo, quando consigo algo com Edward Cullen, o garoto que fui apaixonada durante toda a minha adolescência e parte da minha vida adulta, meu pai e meu irmão agem como dois empata-foda.

Definitivamente eu não merecia isso. Merecia?

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