POV Edward

Estavam todos reunidos na sala como eu pedi. Eu estava meio nervoso, mesmo que já tivesse feito isso, dessa vez era diferente.

–Vai indo Bella, esqueci uma coisa. – dei-lhe essa desculpa e sem esperar resposta voltei pro meu quarto me dirigindo ao closet onde o presente de Bella estava.

No dia que nossos pais saíram de casa pela última vez, minha mãe me deu esse colar e disse para dá-lo só a mulher que eu mais amava na vida e que eu sentisse que seria para sempre.

Eu era pequeno então não entendi muito bem, mas o guardei mesmo assim. Sinto que sempre o guardei para Bella mesmo sem perceber, e agora eu o daria a ela. Por direito ela tinha meu coração.

Peguei o colar e pus na caixa de veludo que havia comprado há um tempo junto com brincos de coração.

POV Bella

Edward estava nervoso, dava para perceber da maneira como andava e da maneira linda que mexia em seu cabelo, jogando um pouco para trás e para cima ao mesmo tempo. A sensualidade sem ele perceber estava muito presente no gesto, fazendo-me suspirar.

Não consegui responder a desculpa esfarrapada dele, somente desci as escadas e me juntei ao pessoal como ele pediu.

Reparei que Alice estava se contendo.

–O que foi Fadinha? – perguntei.

–Eu quero saber logo o que o Edward está aprontando. – ela fez biquinho.

–Eu também! – suspirei.

Edward desceu as escadas com as mãos para trás e com uma cara de criança travessa, é incrível como a idade não faz juízo ao Edward, cada dia parece mais novo.

Eu me levantei e dei-lhe um beijo na bochecha.

Nessa hora Samantha desceu as escadas e de má vontade sentou-se no sofá do lado da Iguana que também estava participando da reunião de Família.

Edward tirou uma das mãos de trás do corpo me puxando pela cintura.

–Como todos já devem ter percebido eu e Bella nos amamos.

–Percebemos antes de vocês. – Alice disse sorrindo.

Karine deu um tapinha nela para não nos interromper.

–Eu queria oficializar isso. – ele disse meio nervoso.

Eu não cabia em mim, tem coisa mais linda? Eu já estava emocionada, mas as lágrimas desceram assim que Edward se posicionou atrás de mim expondo uma caixa média de veludo. Ele calmamente a abriu do lado do meu rosto e lá estava um par de brincos de corações pratas e um cordão com um coração vermelho.

Edward tirou o colar dali e o botou em meu pescoço beijando minha nuca.

–Ah que lindo! – Não virei para saber que era Samantha, seu tom de ironia também era raivoso.

Todos a ignoraram e antes mesmo que Edward pudesse tirar os brincos, me virei e tomei seus lábios em um beijo de amor e pura alegria.

Alice gritou arrastando todos para a histeria também.

Edward e eu nos separamos calmamente sentindo a respiração um do outro. Sua mão em minha cintura me criava calor.

Alice praticamente pulou em cima de mim e me agarrou em um abraço forte.

–Ah que lindo! Minha irmã! – Depois dela todas as meninas – menos a peste da Samantha – vieram me abraçar e rir comigo.

Edward pôs a caixa em cima da mesa e veio se juntar a nós no sofá.

Escolhemos um filme de comédia romântica e ficamos lá no sofá, largados e rindo das bobeiras de "Esposa de Mentirinha".

No meio do filme eu comecei a ficar com fome e fomos eu e Karine para cozinha.

–Bella você não acha esquisito a Samantha não ter aprontado ainda?

Peguei o leite condessado no armário e me virei pra ela.

–Eu tenho medo quando você diz isso, sempre acontece algo depois. – estremeci.

–Não sei, parece que nasci para impedir essa garota de fazer algo ruim aos outros.

–Concordo você sempre nos defendeu dela, eu me lembro do tempo em que Samantha roubava seus doces e você não fazia nada, mas depois aprontava uma para ela.

–Hoje em dia é na lata, com essa ai não podemos dar bobeira.

–Passa os morangos?

Ela pegou uma tigela pequena de dentro da geladeira e me passou.

Eu resolvi mudar de assunto, nesse momento eu queria esquecer que Samantha estava aqui, por enquanto ela não havia aprontada nada de mais, mais sei que aprontará, não é de hoje que conheço minha “priminha”.

–Vou fazendo a pipoca – falou.

–Tudo bem.

Comecei a mergulhar os morangos no leite condensado.

–Quando as aulas começam? – Karine perguntou.

–Acho que daqui a um mês mais ou menos. Na verdade, eu não sei. O diretor da faculdade, avisou que estavam fazendo obras... Então pode atrasar.

–Samantha vai estar aqui não é?

–Eu acho que sim. – disse lamentando.

–Eu estarei aqui também, claro se vocês não se importarem...

–Será demais Karine! – disse animada.

Ela riu e continuamos aos nossos afazeres.

A iguana que até então estava passando despercebida, veio rastejando até mim.

–Que, que foi ô coisa? – perguntei me afastando da iguana.

–O Emmett é doido! – Karine disse negando com a cabeça.

–Hoje ele vai ficar mais ainda... – eu disse sorrindo, lembrando da minha vingança que estava planejada para hoje ainda.

–Como?

–Nada não. – sorri.

Quando os morangos ficaram prontos, os arrumei em uma tigela e lambi os dedos, sujos de leite condensado.

Andei um pouco pra trás. E aí que aconteceu, pisei na pata daquele bicho que insistia em ficar atrás de mim. Pus a tigela na pia e olhei para iguana, a bichinha estava me olhando esquisito.

–Desculpe. – eu disse em um sorriso amarelo.

Rapidamente ela mudou de posição esticando o rabo todo e claro, veio correndo atrás de mim. Não pensei duas vezes, sai correndo pela casa e a maldita atrás de mim.

–AAAAAAAAAAAAHH BICHO POSSUÍDO!

–Bella? Bella! O que foi? –alguém perguntou debilmente.

Aquele bicho era dez vezes pior do que eu imaginava, ela era rápida. Subi as escadas aos tropeços e a coisa atrás de mim só que agora um pouco mais lenta.

–Kebi! Volta aqui! – O animal do Emmett gritou.

Aproveitei a dificuldade do bicho para subir e corri para o quarto de Alice que era o mais perto da escada.

POV Edward

Eu sabia que aquela história de iguana não daria certo, Emmett realmente tem parafusos a menos.

–Vai pegar aquela coisa Emmett! – Rose disse para ele.

Ele se levantou do sofá e pegou Kebi no meio da escada.

–O que deu em você, heim Kebi?

A iguana se remexia nos braços de Emmett

–Acho melhor você comprar uma coleira pra essa coisa. – eu disse indo atrás de Bella, enquanto Emmett tentava acalmar o bicho.

Subi as escadas e bati na porta de Bella.

–Bella? Emmett já deu um jeito naquele bicho.

Ela abriu a porta e eu entrei.

–Aquilo é doido demais, eu não fiz nada! Só pisei na pata dela sem querer, mas...

Eu ri.

–Agora entendi porque ela te perseguiu daquele jeito.

Ela deu uma tremidinha e veio me abraçar.

–E a vingança do Emmett? Está de pé? – perguntei entre seus cabelos.

–Claro! Temos que preparar as coisas, que horas é o Barney mesmo?

–Onze e meia, termina meia-noite.

–Perfeito! Vem.

Bella pov.

Puxei Edward para cama para combinarmos tudo que seria preciso para nossa vingança.

Eu estava planejando apenas dar um susto em Emmett para que ele ficasse esperto.

Esperaríamos estar no meio do Barney para colocarmos tudo em prática.

Estava quase na hora então descemos só para dar uma olhada quem permanecia na sala. Rose estava jogada no sofá com a cabeça em cima do colo de Alice, claro as duas estavam no decimo sétimo sono.

Cheguei perto delas e cutuquei Rose.

–Rose, está tarde vá dormir. – falei baixinho.

–Hum... Que? Que horas são? – ela perguntou ainda de olhos fechados.

–Quase na hora do Barney do Emmett.

–Eu vou dormir mesmo. – Rose levantou acordando Alice, as duas cambalearam até as escadas parecendo duas bêbadas.

Emmett estava sentado na frente da televisão, obviamente se preparando para ver Barney. A Iguana repousava em seu lado encostando-se a seu pé, aquela coisa me dá arrepios.

Jasper estava deitado também dormindo.

Edward foi até ele, acordá-lo.

Ele se levantou deu um “boa noite” baixinho e subiu para seu quarto.

–Vocês vão ver Barney comigo? – Emmett perguntou com os olhinhos brilhando.

Ele sempre tentava fazer com que alguém ficasse com ele, cantando e interagindo com o roxo dinossauro gigante.

–Não, vamos dormir. – eu disse.

–Juntos? – Emmett perguntou com sorrisinho malicioso.

–É Emmett, mas pare de pensar perversidade.

–Como você quiser. – deu de ombros.

Edward riu baixinho e veio até mim pondo a mão em minha cintura, subimos as escadas sem olhar pra trás.

–Boa noite Emmett e cuidado: o cara que fez o Barney já morreu. Tá tarde! – eu disse.

–Essa é boa Bella, como se eu fosse acreditar nisso.

–Boa noite maninho, boa noite... – Edward riu.

Edward e eu fomos para o meu quarto peguei minha “roupa especial” e Edward pegou a dele que era do mesmo estilo da minha.

Quando estávamos trocados, começamos a pegar tudo que precisaríamos, fui à mini geladeira e peguei o ketchup. Depois no closet pegar o resto das coisas que estavam separadas: lanternas, um megafone e claro um Barney de pelúcia com a cabeça cortada até o meio.

Com certeza Emmett não perdia por esperar.

O plano era simples, eu ficaria na parte de dentro da casa e Edward lá fora perto da janela enorme de vidro. Nós iríamos assustar o Emmett com esse vício de Barney.

Obviamente teríamos que ter um cuidado enorme para Emmett não nos ver e nem desconfiar de nada.

Como ele estava na sala de cinema, Edward podia sair tranquilamente pela porta da frente.

Ele me deu um selinho e rimos um pro outro.

Ele saiu da casa e eu fui me escorando pela parede, para minha sorte Emmett havia desligado a luz, então dava para seguir o planejado.

Peguei os DVDs do Barney que Emmett havia deixado na prateleira de costas para onde ele estava.

Tudo estava indo perfeitamente.

O Barney estava no começo então agora era só esperar um pouco, quanto mais perto da meia noite melhor...

Quando finalmente chegou a hora eu fui até a porta e a abri fazendo-a ranger propositalmente. E a soltei fazendo um “Bac!” bem alto. Ouvi Emmett dar um gritinho.

Corri até a janela da entrada e de cima da árvore Edward soltou um fecho de luz com a lanterna, entendendo o sinal.

Fiquei escondida nas sombras até chegar à sala de cinema novamente. Foi ai que Edward começou a parte dele.

Para não correr riscos de ser pega me enfiei em um mini quartinho dentro da sala de cinema que servia como depósito de filmes e fitas antigas que papai guardava além de nossos vídeos caseiros.

Edward marcando onze e trinta e cinco da noite começou com os ruídos, primeiro foram apenas folhas e ganhos encostando-se à janela, ouvi Emmett arfar, isso ia ser melhor do que esperava.

Eu segurei os três DVDs do Barney mais firme e botei ketchup em um, espalhando como se estivesse escorrido.

Edward começou com os grunhidos e cada vez mais alto.

–Quem está ai? – perguntou Emmett com a voz tremendo.

POV Terceira Pessoa

Emmett já tinha percebido que havia algo errado, ele estava sendo observado só não sabia pelo o que. A pequena história que Bella citara antes de ir dormir girou na mente dele, será que o ator de Barney estava assombrando a casa?

Um grunhido alto e bem humano soou do lado de fora, Emmett pulou e o Barney já não o distraia mais.

Bella riu baixinho em seu esconderijo e Edward lá fora começou a parte do plano mais importante.

–Emmett... – Edward grunhiu com o megafone, foi incrível como ele conseguia fazer voz de assombração. Ele costumava fazer isso com Rose quando eram pequenos.

Emmett soltou um gritinho, ele tinha certeza que estava sendo assombrado.

–Tem alguém ai? – perguntou inocentemente.

Bella estava quase se matando rindo em silêncio, aquela sim era a vingança perfeita, pensava ela.

– Emmett, eu morri! – Edward grunhiu de novo.

–Saaai daqui assombração! – Emmett disse alto se levantando e mudando do Barney.

Essa era a hora de Bella, pegou o DVD com ketchup e o pôs no chão cuidadosamente para que Emmett não a pegasse e voltou para o pequeno quarto.

Emmett estava descalço e completamente apavorado, ele cambaleou para trás olhando ao redor, tudo escuro, mas mesmo assim não acendeu a luz.

Como Bella queria, Emmett pisou no DVD, quebrando-o e deixando seu pé gosmento.

– Sangueeee. – Edward dizia no megafone como assombração.

Emmett finalmente gritou e pulou para longe do DVD.

– AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHH Barney do mal! – ele gritou correndo para porta da frente.

Bella caiu no chão de rir no pequeno quarto e quando se recompôs, preparou-se para próxima parte: fingir-se de sonolenta.

Edward bateu de leve no vidro para Bella abrir.

Bella abriu a janela e Edward pulou pra dentro, eles sorriram um pro outro e se esconderam nas sombras até conseguir chegar à segurança do quarto.

POV Bella

Emmett fora para fora de casa e ainda gritava, Edward e eu nos trocamos de novo e descemos as escadas com a melhor cara de sono que conseguimos fazer.

Edward segurava minha mão e desarrumava o cabelo um pouco mais com a outra.

Saímos da casa e não resistimos de rir quando vimos à cena. Emmett havia achado o Barney de pelúcia com o pescoço decapitado pela metade que Edward havia deixado do lado de fora.

Ele olhava horrorizado para aquilo.

–Emmett que cara é essa? – perguntei fingida.

–Bella... Ainda bem, Bella! Essa casa é assombrada! – Emmett dizia sem tirar os olhos do Barney.

–Mano calma, está tarde, você deve estar com sono. – Edward disse passando a mão pelos cabelos e suspirando. Costumava fazer isso quando estava com sono, ele é um bom ator.

–Vamos Emmett, vamos dormir. – o chamei.

–Deixe o Barney aí. Afinal porque você cortou a cabeça dele? – Edward perguntou com a voz rouca.

–Não fui eu. – ele disse e pareceu despertar.

Emmett correu para meu lado e entramos em casa.

–Vamos dormir Emmett está tarde.

–Foi ele, foi o ator do Barney.

–Eu avisei. – eu disse.

–Dormir galera, dormir. – Edward disse apontando par as escadas.

–Não quero dormir. – Emmett disse tremendo.

–Calma, a lenda diz que é só botar um animal de estimação para dormir com você. – Eu disse querendo rir.

–Kebi! – Ele disse correndo para pegar a Iguana que estava no sofá.

Eu segurei o riso e comecei a subir as escadas com Edward, ele passou as mãos pela minha cintura e fomos para o quarto dele.

Deu para ver Emmett botar cuidadosamente a Iguana no chão e trancar a porta do seu quarto.

Eu tranquei a porta e corri para abraçar Edward, pulamos que nem doidos e rimos até cairmos na cama.

–Vingança!

–A doce vingança!

Eu apesar da alegria estava cansada, soltei um bocejo.

–Vamos dormir, hoje o dia foi longo. – falou.

–Foi sim, e muito bom. – eu disse pondo as mãos em seu rosto.

Rolei um pouco na cama até achar seus braços, que se envolveram em mim, inclinei-me para beijá-lo, mas ele parou a centímetros.

–Eu te amo. – ele sussurrou. Eu não pude evitar sorrir.

–Também te amo.

Ele me beijou e essa foi a última coisa que me lembro antes de cair na inconsciência.