- É sério que vocês não vão me contar? – Taylor estava em minha casa, depois do grande surto de ontem ele não e deixava ficar sozinha, estava ficando ridículo. Estávamos descendo as escadas para ajudar minha mãe no lanche de fim de tarde, Demi e Taylor S. sabiam do plano e eu não.

- Se a gente te contar, você não deixa ser realizado. – Taylor S. disse logo atrás. Minha última tentativa, fracassada.

Descemos as escadas e mamãe estava batendo alguma coisa. Oba, pensei, bolo de sorvete, de uma maneira que só ela sabia fazer.

- Bolo de sorvete? – perguntamos os quatro, parecendo um coro de igreja, mas um coro que quase engolia a batedeira com os olhos. Minha mãe riu, e se virou para nós, com aparências de quem veio da seca dos três oitos (N/A: A seca de 1888 foi uma das mais horríveis.)

- Sim crianças – disse ela alegremente.

- Mas... - tinha que ter um. - quem beliscar não come.

Nós protestamos, bolo que se preze tem que ser beliscado. Mas ela era mãe, tinha chantagear. Sentamos nos bancos em volta o balcão da cozinha tentando ajudar, mas se segurando. Eu tinha certeza que todos queriam beliscar sem ela perceber. Mas é claro que não conseguimos.

Mamãe fez chocolate quente e ganhou a guerra. Não podia negar que ainda estava com raiva por ninguém me contar o que estava acontecendo, qual era o “grande” plano. Demi pegou o celular e um minuto depois o meu vibrou.

Desculpe-me, vai ser melhor se não saber.

Ótimo! Mais lamentações. Se era pra eu não saber seria melhor que nem soubesse que tinha um plano. Bufei botando o celular de volta no balcão com toda a intenção de mostrar que eu não estava feliz.

- Problemas? – uma voz veio atrás de mim.

- Humm, o que?

- Problemas? – minha mãe insistiu, apontando cautelosamente com os olhos para o celular.

- Nada, coisa inútil. – Não era uma mentira.

- Certeza?

- Sim, mãe. Por que tanta curiosidade?

Mamãe sorriu de um jeito de quem estava arrependida de alguma coisa e queria mudar, ela tocou em meu cabelo, o alisando. Logo me assustei.

- Tá tudo bem? – indaguei um pouco preocupada, ela apenas fungou baixo.

- Mãe, ta tudo bem? – Perguntei com mais desespero.

- Sim, se acalme queria. Só estou impressionada com o tanto que você cresceu. Ontem à noite eu estava vendo algumas fotos de você bebê e queria ser mais atualizada da sua vida tão badalada. – Ela enfatizou o “tão”, sorrindo.

- Mãe, ta me fazendo sentir velha. – Minha voz saiu fraca, nos olhamos e rimos.

- Olha, não se preocupe com isso, eu sempre conto e sempre vou contar o que e para se contar pra a mãe.

Eu ri da sua pequena empolgação ter muxado, logo depois ela sorriu agradecendo e me abraçou.

- Amigas? – ela ainda fungava baixo

- Amigas – sorri para ela e ela me devolveu o sorriso.

A campainha tocou, foi quando percebi que estávamos sozinhas na cozinha.

A movimentação na porta era grande. Muitos... flashes? Saltei do banco e corri para porta. Taylor e as meninas também. Todos estavam assustados, a campainha tocou de novo.

- Vamos, eu sei que tem alguém em casa. – Disse uma voz ansiosa, uma voz que eu conhecia. Minha mãe olhou confusa, mas olhei para ela acertando diretamente nos olhos, um “conto tudo depois” saiu de meus lábios e ela ainda leu minha mente subindo para o segundo andar.

- Prometo – sussurrei. Ela assentiu tentando subir as escadas para fugir dos flashes.

- Certo, hora do plano – Taylor disse e as meninas assentiram.

- O quê? Vocês nem sabe se é ele!

Taylor mandou eu olhar no olho mágico, hesitei, não queria saber o que tinha, mas olhei. Sim, era ele, meu coração acelerou e meu corpo gelou.

- O que vão fazer? – Perguntei ainda meio em transe.