Confissões escrita por Hana chan


Capítulo 2
Viva - Shader


Notas iniciais do capítulo

Yooh, pessoas! Como eu disse outra vez (eu não, nem lembro mais), essa será uma fic que eu vou escrever de vez em quando, sem prazo nem pressão, apenas quando der vontade. E deu. Relendo meus mangás de Chrno Crusade, eu senti uma falta absurda de escrever algo sobre eles, especialmente sobre a cientista-gata mais genial da história. Amo a Shader do mangá, e o final dela foi tão...sei lá, bom mas incerto. Então explorei um pouco do que acho que se passou na cabeça dela, OK?
Boa leitura!
Ps: ocorre logo após o final do mangá, então obviamente contém spoilers. Não tem relação com o anime.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/108473/chapter/2

Shader observava o ambiente ao seu redor., sentindo a brisa afagando o seu corpo e a moto estremecendo abaixo de si. A perna apoiada no chão sustentando tanto o peso de seu corpo quanto o da máquina começava a reclamar, porém ela não se importava. Esperava pacientemente o retorno de sua colega de viagem; daria a ela todo o tempo de que necessitava.

-Está pronta pra voltar...Florette?

Fiore assentiu, as duas mãos apertando o peito, antes de virar as costas para o cemitério - e para a sua irmã, Satella. Subiu na moto atrás da demônia e se agarrou firme, tentando conter as lágrimas que se formam teimosamente.

-Arrependida? - A voz coberta pelo vento chegou aos ouvidos da francesa.

-Um pouco. - Abafou um soluço. - Mas ela merece viver a própria vida, longe da sombra de sua irmã mais velha. Eu seria apenas um atraso... - As lágrimas venceram a batalha e começaram a escorrer.

-Você é quem sabe... - Shader deu de ombros e continuou a dirigir.

Enquanto via a estrada mudar a cada quilômetro percorrido, a ex-cientista do grupo de Aion mergulhou mais uma vez em seus pensamentos profundos. Por mais que já houvessem se passado mais de cinco décadas – excluindo-se as últimas semanas que compartilhara com Florette - , o tempo em que trabalhara para o príncipe demônio a atormentava constantemente, enraizado em sua alma. A esperança, a adrenalina, o desespero, o desejo de vitória e de uma vida melhor a impulsionavam, dia após dia, a continuar caminhando ao seu lado. Criando mais e mais aparelhos e equipamentos, dentre eles o próprio relógio que represava a vida de Rosette e a mantinha ligada a Chrno.

Apenas no fim, ela vira o quão tola havia sido durante todo aquele tempo. Como pudera pensar por um único segundo sequer que aquele plano utópico daria certo?

Essa era a grande vantagem e o por pesadelo em se ter uma vida imortal: você tem todo o tempo disponível para mastigar os seus erros e fracassos. E os de Shader amargavam sua garganta há tempo demais.

A moto diminuiu a velocidade aos poucos,parando bem em frente a uma casa de interior.Pequena e rústica, mas devia ser suficiente para ela, a felina pensou. Ofereceu sua companhia, mas Florette negou. Nenhuma das duas o desejava de verdade, então ficaram aliviadas com a negativa.

A moto rugiu novamente, aumentando a distância entre as duas. Quem sabe,para sempre.

Shader suspirou e fechou seus olhos, usando apenas seus instintos sobrenaturais para permanecer equilibrada e usando a sua parte consciente para divagar;o que ela faria a partir de agora?

"Alma imortal, vida eterna, respostas...pelo visto, não somos assim tão diferentes dos humanos que você desprezava, Aion. Não acredita? Então, porque eles continuaram seu legado enquanto a maioria de nós está morto?"

A cientista sentiu a trilha úmida percorrendo seu rosto, mas não a deteve. Nos últimos anos se habituara e até aceitara aquele hábito humano estúpido chamado "sentir". Ela sentia.

Parou a moto repentinamente no meio da estrada, permitindo que os fios de seu cabelo curto, assim como suas orelhas felinas, se libertassem do gorro que escondia sua verdadeira natureza e se salgassem em suas lágrimas. Caiu de joelhos e chorou como uma criança.

Nunca se sentira tão só.

-Aion...Liesel, Crhno, Magdalene...porque...porque só eu fiquei? Porque eu fiquei só?

Eles estavam mortos, todos eles. Demônios, humanos, apóstolos. Mas ela ficara.

E ela jamais entenderia o porquê.

Limpou o rosto com as mãos, se consolando. Era esse o preço. Seu castigo, caminhar só pelos mortais indefinidamente, até um dia poder encontrar um novo sentido em sua vida. Ela ia caminhar, ia prosseguir. Mas ia se permitir sentir, chorar, gritar ou, quem sabe um dia, sorrir.

Ficar ao lado dos humanos finalmente a estava modificando. OU será que ela sempre fora assim?

Recolocou seu gorro e subiu novamente na moto. Fechou os olhos, deu a partida e acelerou. Não importava onde fosse parar, OU o que iria fazer. Ela só continuaria.

"Por vocês, meus companheiros, e por você Aion, eu vou continuar arrumando o tabuleiro de xadrez."


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então, ficou legal? Eu achei meio confuso, se tiverem achado isso também basta dizer. Ah, se tiverem sentido pontadas de Shaion aí, foi sem querer viu? Eu shippo ele com a Liesel =3
Ideias, opiniões, alguém que vocês queriam que tivesse a poha do destaque ao menos uma vez? Podem mandar, amo desafios! =D

Kissus, ja ne!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Confissões" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.