Everybody Loves The Marauders II escrita por N_blackie


Capítulo 3
Capítulo 3




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Episode II

"Bom – dia, Phil Fantasias."

Narrado por: Peter Pettigrew

Primeira Impressão: Comprar roupas de viagem é um saco

Ouvindo: Música ambiente

- Experimenta esse aqui, ursinho! – minha mãe gritou, jogando mais dois suéteres para dentro do provador onde eu estava. Já não bastasse a vergonha extrema de ter que ficar esperando sentado e sem camisa num provador da loja, ainda tenho que responder aos chamados da minha mãe, que são coisas tipo "meu neném está no box 5" e "ursinho, prova e sai pra mamãe ver". Aiai.

Peguei os dois casacos e coloquei um por um, dando uma olhada no espelho. É, nada mal. Dei um sorriso charmoso (ou pelo menos tentei...) para o espelho e fiz biquinho.

- E aí, Zoe?

- FICOU BOM, NENÉM?

Meu bico murchou e tirei o casaco, jogando por cima.

- Aham.

Minha mãe tem vários passatempos estranhos, coisas que para pessoas normais são inúteis ou mesmo chatas, mas quando feitas pela minha mãe se tornam acontecimentos super empolgantes (Pelo menos pra ela). São eles: comprar roupas para mim, assistir Ellen DeGeneres na Warner americana e tagarelar por horas no telefone sobre doenças de fungos com a Judith, mãe do Remus. Precisa ver o que as duas não fazem com um pé com frieira, é fantástico. Não.

- Agora as calças e conjuntinhos! – ela pediu para a vendedora, que deve ter dado um sorriso super amarelo. Não existe essa história de "conjuntinho" quando você passa dos, hum, dois anos. É como se eu usasse aqueles macacões azuis com um capuz de veludo ainda.

Uma avalanche de calças jeans, de brim e outros quinhentos tecidos (sério, só faltava de seda) caíram na minha cabeça, e quase joguei tudo pro outro lado. Quero dizer, quando eu disse: "Mãe, bem que eu podia comprar umas roupas mais legais para ir visitar a Zoe, né?" eu quis dizer um, dois casacos legais, tipo os que o Roger deu pro Regulus de aniversário e não "Mãe, bem que a gente podia tirar um dia todo para bater perna no shopping para você me humilhar na frente de todas as vendedoras e estourarmos o cartão do papai..."

- Como ficou, anjinho?

Revirei os olhos, e comecei a provar as roupas. Uma delas com certeza não vai caber nunca nas minhas pernas. É como se a Beyoncé tentasse vestir as calças da Gisele Bündchen. Claro, eu sou a Beyoncé, nesse caso. Uma pessoa linda, com atributos inegáveis nas coxas. Pode rir, que coisa idiota de se pensar. Estou pior que o Remus.

Comecei a trocar de calça quando meu telefone tocou, a música tema de Beetlegeuse.

- Fala, Sirius. – atendi monótono.

- Hey, Pete, onde está?

- Seminu num provador de roupas, dentro da Henry & Harry, dentro do shopping.

Silêncio. Acho que não devia ter mencionado que estava seminu.

- Sirius?

- Eca, cara. Estou tentando me livrar da visão. Erm... Bom. Então, como eu ia dizendo. Vai ficar aí o dia todo?

- Acho que sim. Eu vim com a minha mãe.

- Nossa. Deve ser sério. A sua mãe te arrastou de novo? Ela adora comprar suas roupas...

Eu disse, não disse?

- Não, eu dei a sugestão para comprar uns casacos legais para a Irlanda, mas ela exagerou um pouquinho.

- Ish, filho. Porque não chamou meu pai? Ele detesta comprar roupas para quem quer que seja, então vai o mais rápido possível.

- Sou burro. Mereço ter as vísceras devoradas por uma quimera.

- Realmente. Tem tempo pra mandar uma mensagem de apoio para Remus?

- Acho que sim, por quê?

- Hoje é o primeiro dia de trabalho dele, cara. Eu e Jim já mandamos, e as meninas fizeram um cartaz gigantesco, embora eu ache que ele prefere as mensagens. Acredita que ele foi forçado a assistir uns filmes melequentos ontem com elas?

- Uau.

- É. Emmeline ficou tão emocionada que deu um cachecol super chique pra ele. Remus nem usa cachecol.

- É verdade. Vou mandar uma mensagem legal. Assim que colocar as calças. Porque colocam tanto ar condicionado nessas lojas?

- Cara, por favor, para de falar que tá sem as calças. Meu pai tá quase batendo o carro de rir.

- Valeu. Pergunta onde ele conseguiu aqueles casacos legais.

- Tá.

O telefone deu umas mexidas, e deu tempo de colocar as calças.

- Levi's. Disse pra procurar uma moça ruiva gatinha, não ria, foi ele quem chamou, então. Procura uma ruiva e diga que quer saber onde Roger Black comprou as camisas.

- Tá. Qual o nome dela?

- Hum... Pai, qual o nome dela? Não sei, cara. Meu pai disse que chama de foguete.

Entre risadas, desliguei o telefone. Típico do Roger. Conferindo para ver se todas as peças de roupas estavam nos lugares certos, abri a porta e sorri.

- Pronto.

Minha mãe começou a ler as roupas para o caixa, e decidi mandar a mensagem naquele momento, senão não ia ter jeito.

Rem,

Soube do filme ontem. Pêsames. Bom trabalho (coisa de dona de casa). Cuidado com os gremlins. Abraço, Pete.

Quando minha mãe jogou em mim as outras três sacolas que a moça tinha entregado eu suspirei resignado, sabendo bem o que me esperava: roupas, calças, meias, sapatos, casacos. Provar, provar, provar. Ô, dia sem graça.

Narrado por: Sirius Black

Filme do Momento: O Exterminador do Futuro

Ouvindo: Good Girls Gone Bad – Cobra Starship.

Meu pai parou quando a luz vermelha do farol acendeu. Ele trocou de carro anteontem e está se sentindo todo poderoso com o 4x4.

Eu tinha combinado com Marlene de irmos à piscina hoje, sabe, dar uma refrescada antes do dia de matar zumbis. Mas, para variar, ela estava na casa de alguém, dessa vez, a Emmeline. Simplesmente não acredito como as garotas precisam passar a noite na casa de alguém diferente.

- Pai, não entendo mulheres. – admiti com um suspiro, e meu pai riu.

- Que bom que tem a humildade de admitir. Mas, se te consola, nenhum homem consegue entender uma garota.

- Você consegue. Qual o segredo?

Meu pai desatou a rir, e fiquei com medo de ter dito algo muito estúpido.

- Quem disse que entendo? Sirius, filho, o segredo não é entender mulheres. É fingir que entendeu. Use a técnica do balanço.

- BALANÇO? Como assim?

Ainda segurando o volante, meu pai balançou a cabeça afirmativamente.

- Não é uma sigla, Sirius. Balance a cabeça afirmativamente. Sempre que ela disser algo que você não entende, balance a cabeça para cima e para baixo, e ela vai achar que você compreende o que ela sente. Você sai bem, e se livra de um discurso de horas falando de como você não entende seus sentimentos, que ter coração é coisa de menina... Blá blá blá.

Caímos na risada, e meu pai virou a última esquina antes da casa de Emme.

Quando estacionamos em frente aos Vance, achei que tivesse errado o endereço. Aquilo não era uma casa, era a versão em tamanho real da casa da Barbie! Na frente, um conversível vermelho que parecia ter saído de um dos filmes de boneca estava estacionado. Eu e meu pai nos entreolhamos, e me perguntei o que Emmeline estava fazendo numa escola pública.

Mami, atende! – Escutei a voz de Emme gritar do segundo andar quando clicamos na campainha (em forma de flor) que tinha do lado da porta de madeira branca da casa.

A porta foi abrindo, e senti meu pai quase cair na tentação de dar em cima da mulher que atendeu a porta. Ela era alta, esguia, e tinha os cabelos bem louros amarrados num coque em cima da cabeça. Os seus olhos eram azuis – esverdeados e usava uma blusa branca com laço rosa, calça jeans clara e uma sapatilha branca. Cara, era linda mesmo.

- Você deve ser Sirius, certo? Entrem, os dois.

Meu pai foi arrastando os pés para dentro da casa, e nos sentamos num sofá de couro bege que tinha na sala. Quando a Sra. Vance saiu para buscar um chá, estalei os dedos na frente do meu pai.

- Hey, você tem namorada.

- Tenho? Cara, você viu aquela... Aparição? Meu Deus, quem é essa mulher, não pode ser mãe da Emme. – e ficou virando o pescoço para traz, na tentativa de espiar a Sra. Vance. – Ela tem quanto, uns vinte anos?

- Você tem namorada. – repeti, rindo. Poucos segundos depois, Emme desceu a escada saltitando, e parou na nossa frente.

- Oi! A Leninha já tá descendo, só falta uns toques finais. Sirius, enquanto ela não desce, posso perguntar uma coisinha assim pra você?

- Ahn... Aham?

- Senhor Black... – ela começou com educação, e meu pai limpou a garganta, falando numa voz alta:

- Imagina, Emme! Hahaha, não existe essa de "senhor", não tenho quarenta anos, filha.

As bochechas de Emmeline ficaram cor de rosa (quero dizer, mais que o normal, já que ela usa blush o tempo todo) e ela sorriu gentilmente.

- Ok, então... Roger. Pode ficar com a minha mãe na cozinha?

- Claro! – e ele saiu, achando que tinha ganhado na loteria. Obrigado, pai, pela curiosidade pela minha vida. Se a Emmeline fosse me oferecer um baseado ele não iria perceber. Valeu.

- Que foi? – perguntei, antes que ela pudesse me oferecer algo ilícito (brincadeira, não acho que ela seja dessas coisas...)

Emmeline olhou para os lados e depois se sentou num pufe cor – de – rosa na minha frente. Muito séria, ela me encarou.

- Sirius, você gosta da Leninha?

Congelei no lugar, o coração começando a acelerar como um transportador jedi numa perseguição pelas ruas de Naboo. Será que Marlene disse alguma coisa? Do tipo, "eu gosto do Sirius", ou "se ele fizesse algo, eu voltaria para ele"?

- Ela disse alguma coisa?

- Não, querido. Quero saber de você. Você gosta dela?

Minha empolgação murchou. Claro que ela não disse nada, porque diria. Suspirei e passei a mão pelos cabelos.

- Claro que gosto, Emme. Não adianta dar uma de cupido, ela não quer nada comigo, e não vou dispensar a amizade dela.

- Ai, menino, como você é bobo! – ela riu divertida, e revirei os olhos. – Não vou me meter, só queria conferir. Porque Remmie me disse que Pete disse pra ele que James contou que você podia estar a fim dela. Eu queria confirmar.

Isso é o que? Uma amizade ou uma rede de espionagem sentimental? Vou ter uma conversa com James a respeito do que contar a quem...

- Ela não vai descer?

- Calma, bebê. – Emme apertou uma das minhas bochechas, e eu arregalei os olhos. – Own, que gracinha! Você, o ex – nerd atual popular gatão da escola, in Love com a MINHA amiga! Isso é tããão Meg Cabot!

Quem é Meg Cabot? Decidido a experimentar a técnica do meu pai, balancei a cabeça, e pelo jeito deu certo. Emmeline soltou um gritinho e me abraçou:

- NÉ! Eu sabia que ia entender.

Cara, isso dá mesmo certo. Sorri amarelo e fui me levantando.

- Bom, acho que já vou indo...

Sai da sala de estar meio confuso, e dei de cara com Marlene, que estava mais roxa que eu. Ela segurava uma sacola de piscina, e estava com uma canga azul clara por cima de um biquíni tomara-que-caia de listras azuis – marinhos e brancos, tipo um marinheiro (só que nesse caso, seria uma marinheira, muito bonita). Estava com os cabelos soltos, e os olhos muito azuis me encaravam com vergonha.

- H-Hey... – sorri mais envergonhado que ela. – Está pronta?

- Uhum... Desculpe o atraso, Emme me emprestou o biquíni.

- Ficou... Bem. Em você. – tentei soar displicente, mas algo em mim me dizia para dizer algo mais... Legal. Não sei o que deu em mim, mas senti uma mistura tóxica de vários sentimentos. Meu coração estava acelerado porque ela estava ali, me esperando, meu estômago estava revirando porque não sabia o que dizer, e alguma coisa mais embaixo estava queimando, porque eu podia ver a barriga dela através da canga quase transparente...

- Obrigada. Vamos?

Ainda meio trêmulo e me sentindo esquisito, fui até a cozinha. Meu pai estava tomando chá e jogando o maior charme para cima da Senhora Vance, que pelo jeito estava caindo.

- Meu ex – marido era um chato, sabe. – ela sorriu enquanto tomava um gole, olhando por cima da xícara de porcelana rosa e branca para o meu pai, que sorria. – Hoje em dia está na Alemanha, morando com a mãe. Era correspondente da BBC. Ou é, sei lá.

- E você, o que faz?

- Eu mexo com dinheiro, sabe. Sou contadora num escritório por aqui. – ela sorriu charmosamente. – Mas cá entre nós, só consigo controlar o dinheiro dos outros. Aqui em casa é a minha Emme quem controla os gastos.

- Então gosta de números? – meu pai ergueu as sobrancelhas, encarando a Sra. Vance com um ar malicioso. Eca, preciso interferir, mas não sei como...

Adoro. - ela sorriu do mesmo jeito, piscando. – Claro, tem números insignificantes, e pra esses eu não ligo muito. Mas sempre tem aqueles números que interessam...

- 25. – meu pai sorriu mais sedutoramente ainda, e arregalei os olhos.

- PAI? PAAAI? – Comecei a gritar do lado de fora da porta da cozinha, como se não soubesse que ele estava ali. Meu pai piscou para a Sra. Vance.

- Acho que está na hora de ir. A gente se vê, Evy.

- Claro! – o rosto da mãe da Emme estava afogueado e vermelho, como se ela tivesse corrido muito. – Se algum dia ficar livre, Rogie, pode me ligar.

- Com certeza.

Começamos a sair, e Marlene ergueu a sobrancelha desconfiada quando entramos no carro.

- A Dona Evelin pareceu bem entusiasmada com o senhor, não, Roger?

Meu pai fingiu ajeitar os espelhos enquanto disfarçava o rubor.

- Ela é uma moça bem educada. Sabia que engravidou com dezoito anos?

- A mamãe também. – argumentei, e meu pai revirou os olhos.

- Eu sei... Mas no caso da sua mãe, foi uma... Er... Irresponsabilidade minha. Na época em que você nasceu estávamos tão duros que tive de vender uns jornais pra comprar suas fraldas, moleque. Evy tinha dinheiro a beça quando engravidou, herdou uma fortuna da avó.

- E por causa disso, ela gostou de você? – Marlene continuou cutucando, e meu pai limpou a garganta muito alto.

- Claro que não! Sabe, as velhotas vão invadir a piscina hoje.

Acho que ela desistiu de tocar no assunto, porque o carro ficou silencioso enquanto íamos para o prédio. Assim que chegamos, meu pai saiu correndo do carro, dizendo que tinha deixado um bolo no forno e esquecido (ele nem sabe fazer bolo).

Eu e Marlene nos entreolhamos, e rindo loucamente, seguimos para a piscina. Meu pai tinha razão: várias bundas gordas estavam estiradas em esteiras e cadeiras na beira da piscina, tentando pegar um bronzeado. Claro que isso é biologicamente impossível, já que seria a mesma coisa de tentar fritar uma batata que alguém encheu de banha e depois empacotou em plástico flácido.

- Alguém devia proibir isso. – suspirei enquanto estirava nossas toalhas em cadeiras o mais longe possível delas. Tirei a camisa, e senti aquele sentimento estranho de novo, quando percebi que Marlene olhou interessada para o meu peitoral enquanto tirava a canga.

- ÁGUA! - gritamos juntos, nos jogando na piscina. As velhas que estavam tomando sol se viraram para ver quem tinha dado um banho nelas (ainda bem, porque ver a bunda delas não é nada agradável). Marlene afundou a minha cabeça para a água.

- Fica quietinho aí.

Por debaixo da água, eu pude ver o umbigo dela, que parecia a divisão simétrica de seu tronco, que ia descendo e... CARA! O que deu em mim?

Narrado por: James Potter

Meta Atual: Explicar para Lily que é para bater no boneco, não em mim.

Ouvindo: Sons do Nintendo Wii

- Lily, é no BONECO! – gritei enquanto me abaixava do soco que Lily tentava dar em mim. Aproveitando que ninguém ia ficar comigo, decidi chamar Lily para jogar Wii, mas me arrependi.

- Mas o boneco tá dentro da televisão, seu idiota, quer que eu quebre a sua TV?

- Ele vai imitar você! – desviei de um chute, e arregalei os olhos.

Lily revirou os olhos, e eu pausei o jogo.

- Seguinte, "eu" estou ali. – apontei para a TV. – Você vai bater em "mim". Não em MIM!

Ela bufou.

- Tá, acabou minha desculpa. Era tão legal bater em você.

Obrigado, Lily, pela namorada romântica e dedicada que você é.

- Valeu.

Ela sorriu e deixou os controles de lado.

- Desculpa. Podemos parar um pouco de jogar?

Coloquei os meus controles na mesinha de centro e sentei ao lado dela, no sofá. Pode parecer idiota, mas faz quase um mês que namoramos, e ainda não me sinto cem por cento confortável perto dela. Lily se aproximou de mim, e fez um carinho na minha bochecha.

- Faz um tempo que não ficamos sozinhos, né. Sempre tem o Sirius, ou o Rem... Ou o Pete.

- Hem... Desculpe.

Lily riu de leve, e enlacei sua cintura com meus braços. Sorrindo, ela juntou seus lábios nos meus, e bagunçou meus cabelos enquanto nos beijávamos. O perfume dela é algo estranho, uma mistura de vários cheiros bons numa coisa boa só. Respirei fundo perto dos cabelos dela quando paramos, e ela me deu um selinho.

- Prometa que vai me escrever quando estiver em New York...

- E trazer autógrafos de quem eu conseguir. – completei a frase dela, que já tinha sido repetida pelo menos umas trinta vezes desde que confirmei que iria aos Estados Unidos.

- Exatamente.

- Como será que é a noiva do meu pai? – perguntei um pouco resignado, deitando minha cabeça no colo dela. Enquanto sentia seus dedos passarem pelos meus cabelos (ah, céus, como amo quando ela faz isso), ela foi dizendo:

- Pode ser alguém legal. Só porque seu pai ficou um pouco esquisito com você, não significa que tenha se tornado alguém insuportável. E nem significa que a futura esposa dele seja assim.

- Eu queria que Roger pedisse minha mãe em casamento. – sorri para lugar nenhum, imaginando que bizarro seria se os dois se casassem. Será que ficaria James Potter Black, James Black, ou Sirius Black Robinson (é o nome de solteiro da minha mãe...). Imagina: Sirius Potter! (A gente releva, ele pode ficar com o nome do meu pai, quem sabe...)

- Seria ótimo, mas acho melhor dar tempo ao tempo, Jim.

- Essa é uma questão metafísica, sabe. Porque, dar tempo ao tempo seria algo abstrato e...

- É um ditado. – ela retrucou aborrecida. – Vamos jogar tênis, que tal?

Nos levantamos e peguei o controle, me preparando para a partida do século. Lily pode parecer, mas no quesito "tênis em Nintendo Wii" ela não é ignorante. Muito pelo contrário. Começamos a jogar, e nos três primeiros minutos levei uma surra dela.

- HÁ! – ela gritou enquanto mexia os quadris de um lado para o outro. – Vou ganhar, esmagar você!

Enxuguei o suor da testa.

- Realmente. Vai ganhar.

Ela sorriu e largou o controle de novo. Surpreso, larguei o meu também e olhei para ela. Lily vinha na minha direção lentamente, os olhos verdes brilhando na minha direção. Às vezes eu esqueço como ela é bonita, e como eu tenho sorte de namorar uma fada.

Narrado por: Remus Lupin

Camiseta do dia: /war (tag de programação: sem guerra)

Ouvindo: Alfie – Lily Allen

- Olá, sou Remus, da Phil fantasias. Falei para o espelho, confiante. Ajeitei o crachá no peito, e sorri. Viva dinheiro!

Respirei fundo e olhei para a parede do meu quarto, tomada pelo cartaz enorme que Emme e as meninas me mandaram; Era amarelo berrante e estava escrito em caneta marca texto cor de rosa: REMUS, NOSSO EMPREGADO DO MÊS!

Fiquei relativamente feliz com esse incentivo, mas gostaria de estar menos ansioso. Comecei a descer as escadas, e meu pai ergueu uma rosquinha para mim.

- Já comeu? Tem mais donuts aqui do que numa viatura americana! Vamos, pegue o carro.

Ele jogou a chave do nosso carro para mim, e eu peguei sem acreditar. Dei a partida e comecei o caminho até o shopping.

Vai ser uma boa coisa esse emprego, porque vai ajudar a cobrir as despesas que a viagem para a comic – com vai ocasionar. Tem também o fato de eu me tornar um pouco mais independente, sei lá. Posso dizer, quando for conhecer os pais da Dorcas: "hey, sou um cara com um emprego."

Estacionei numa vaga para funcionários, perto da entrada dos fundos. A loja do Phil ficava num canto mais ou menos movimentado, entre a praça de alimentação e as lojas de grife. Entrei na loja, e vi que ele estava me esperando entusiasmado.

- E aí, Lupin? Pronto para a batalha?

- Sim, capitão.

- Ótimo. Fique aqui. – ele me indicou um banquinho perto do telefone. – Você atende as chamadas.

Fiquei encarando o telefone ansiosamente. A qualquer momento, agora...

Trim.

- Boa – Tarde, fantasias do Phil, Remus falando. – atendi prontamente, e Phil ergueu o polegar.

- Alô, eu gostaria de encomendar uma fantasia.

- Tem cadastro? – entrei rapidamente no sistema de clientes da loja.

- Err... Tenho. Philip Forbs.

- Claro, Sr. Forbs. Qual a fantasia do catálogo?

- Smurf.

Revirei os olhos. Que idiota, a fantasia do Smurf é um saco de vestir, e você morre de calor no verão.

- Ok, senhor. Motivo da locação?

- Festa à fantasia...

Vi que Phil tinha saído para comer um lanche, e aproveitei para ajudar uma pessoa.

- Posso perguntar onde? Porque a fantasia de Smurf é horrível no verão, sabe.

- Sério?

- Aham.

- É em uma casa...

- Se posso te dar um conselho, use uma fantasia mais fresca. Fred Flintstone sempre faz um sucesso tremendo com as garotas. Qual a sua constituição física?

- Jogo basquete.

- Hum... Talvez uma de Final Fantasy. Conhece?

- Claro!

- Ótimo. Vou mandar uma deles, sem as armas para evitar embaraços.

- Obrigado, cara! É novo aí?

- Sou. Remus Lupin.

- Vou lembrar! Tchau!

Desliguei o telefone. Sorrindo, passei para a próxima chamada.

- Boa – Tarde, Fantasias do Phil, Remus Lupin falando.

- Oi, Rem!

Ah.

- Oi, Dorcas. Qual a fantasia?

- Não quero fantasia, não, seu bobo. Quero saber como está indo.

- Ah... Bem.

- Quantas fantasias já alugou?

- Uma.

- Qual?

- Final Fantasy. O cara queria uma de smurf, acredita?

- Que burro. Ele não sabe que dá calor no verão?

- Não, mas eu avisei.

- Que bom!

- Er... Dorcas?

- Quê?

- Posso ligar depois? Eu devia estar trabalhando, sabe.

- Ah. Tá bom.

- Beijo, tchau!

- Tchau!

Passei para a próxima, e uma voz de criança gritou:

- ALÔ?

- Boa – tarde, Fantasias do Phil, Remus Lupin falando.

- É DA PIZZARIA?

- Não. – falei confusamente. Escutei umas risadas no fundo, e temi estar caindo num golpe.

- ENTÃO PORQUE QUEM ATENDEU É UM CARA DE QUEIJO?

- EU NÃO TENHO CARA DE QUEIJO! – gritei mais alto. Uma das costureiras do Phil me olhou zangada, e apontei para o fone.

- TEM SIM, SEU CARA DE QUEIJO!

Bufei, e ia xingar o menino quando a porta abriu e Phil entrou.

- Então um bom – dia. – disfarcei feito um robô, desligando o telefone.

- E aí, dia difícil?

- Não sabia que a linha era tão congestionada. – sorri amarelo.

- Pois é, a maioria das vendas é por telefone. Boa sorte aí, e cuidado com os trotes.

Continuei sorrindo feito um lunático enquanto ele ia para os fundos da loja. O telefone tocou de novo, e atendi novamente.

- Boa – Tarde, Fantasias do Phil, Remus Lupin falando. – falei como de costume, entediado.

Oi, gatinho... – uma voz sussurrou do outro lado. Arregalei os olhos.

- O – oi... O que a senhora deseja?

Tem fantasia de tigre?

- D-do ursinho Pooh?

Não, bobinho. De tigresa, miau.

Fiquei assustado e desliguei na cara dela.

- PHIL, POR FAVOR, ME DIGA QUE NÃO TEMOS FANTASIA DE TIGRE!



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