Everybody Loves The Marauders II escrita por N_blackie


Capítulo 11
Capítulo 11




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Episode X

"Detetives"

Narrado por: Remus Lupin

Camiseta do Dia: ERROR 404 NOT FOUND (Erro 404 não Encontrado)

Ouvindo: Silêncio, o mais absoluto silêncio.

Recebi uma folga depois de pegar o turno noturno, mas se pensam que pude aproveitar, estão errados. Acordei com um barulho ao mesmo tempo irritante e bom: a voz de Emmeline.

- O quarto dele é lá em cima, querida. – ouvi minha mãe dizer, ainda de olhos fechados. Tentei ignorar e abracei meu boneco do Mestre Yoda com mais firmeza enquanto virava para o outro lado.

- Remie? – ouvi a porta abrir, e gelei quando um grito ecoou no meu quarto. – REMIE, COISA LINDA!

Suspirei e me virei na direção dela. Emmeline usava uma calça jeans clara, blusa rosa de renda e um casaquinho cinza. Olhei para as sapatilhas e para os óculos de sol que ela tinha prendido no cabelo.

- Aonde você vai? – perguntei super sonolento, sentando na cama. Ela olhou um pouco assustada para o Mestre Yoda e riu da minha calça de alienígena.

- No shopping!

- E o que eu tenho a ver com isso? – resmunguei, me preparando para dormir. Emmeline sentou na minha cama.

- Você e Sirius também vão!

- Quê?

- É. Preciso de vocês.

- Hilary e Fergie morreram, por acaso?

- Não, bobinho! Vocês vão porque preciso de companhia de meninos. – ela piscou. – As minhas amigas não são tão compreensivas quanto você e Sirius!

Eu devo estar ficando surdo. As únicas situações em que as palavras "Sirius" e "compreensivo" entram numa frase única é em "Sirius não sabe o que significa a palavra compreensivo" ou "Sirius não é compreensivo". Franzi a testa.

- Emmeline. – suspirei e levantei. – Você me paga.

Abri meu guarda roupa e tirei uma roupa mais ou menos aceitável e a encarei.

- Hem...

- Pode tirar a camisa, bebê. Não ligo não. – ela tirou o celular e começou a teclar sem parar. Meio nervoso, tirei a camisa e coloquei a outra. Sem conseguir esconder o quão tensa essa situação é, troquei de calça enquanto ela mexia dentro da bolsa.

- Pronto...

- Ah, você está lindo! Como tenho inveja da Dorcas. – ela sorriu simpática e me deu um beijo na bochecha. Disfarcei e começamos a descer. Meu pai estava testando as piadas com a minha mãe.

- Já vão sair? – ele perguntou, baixando os cartões com falas. Emmeline sorriu radiante.

- Vamos, não é ótimo?

Minha mãe riu da minha cara.

- Bom passeio. Quer o carro?

- Não, obrigado. Sirius vai usar o do Roger.

- Tomara que ele consiga estacionar aquele SUV louco. – meu pai riu.

- É. – abri a porta e Emmeline enganchou o braço no meu.

- Viu? Salvei você de um dia tedioso e chato.

Nem parei para pensar qual era a definição de "tedioso e chato" que Emmeline tinha em mente, e ela só parou de tagarelar quando o ônibus parou no quarteirão do prédio de Sirius. Ele estava esperando na frente, e me surpreendi quando vi Domenico, um dos sobrinhos da Giulia, ao lado dele.

- Hey. – ele sorriu. – Este é Domenico. Ele tem dezenove e vai sair com a gente, beleza?

Emmeline apertou meu braço com força. Qual é esse efeito que italianos têm nas mulheres?

- Emmeline Vance. – ela sorriu e estendeu a mão para Domenico. Ele sorriu.

- Ma que bella Ragazza. – e beijou as costas da mão dela.

- Vamos? – Sirius chamou, apontando para o carro do pai dele, estacionado na rua. Emburrado, sentei junto dele no banco da frente, enquanto escutava Domenico falar sobre o trabalho lá na cantina para Emme. Sirius deu a partida, e resmunguei:

- O que ele está fazendo aqui?

- Magno dispensou Dom do turno do almoço. Ele é gente boa, então chamei para vir junto. Emme te acordou?

- Acordou. – revirei os olhos. – Ela disse que você é compreensivo.

Sirius soltou uma risada nasal.

- Ela me ama porque eu disse que entendia porque ela não queria ficar com Hilary e Fergie. – ele parou no sinal vermelho, olhando pelo espelho para ver se Emme estava prestando atenção. – Acho que não reparou que eu estava sendo sarcástico.

Caímos na risada, e os dois atrás pararam de conversar.

- Que foi?

- Nada. – ofeguei enquanto acabava de rir. Sirius entrou no estacionamento, e quando paramos o carro, vimos um grupo muito esquisito passar pela gente.

- Hey, aqueles lá não são os loucos do clube de teatro? – Sirius apontou para eles. Na frente, segurando um livro de capa preta, estava Edgar Bones, seguido de perto pelos dois irmãos Prewett que conheci semestre passado. Joan, cantora principal do glee, também estava ali. Notei que os Prewett pareciam gêmeos de Edgar, todos usando as mesmas calças antigas marrons junto de casacos de gola rulê pretos.

- Gente, eu acho esses meninos um charme. – Emme esticou o pescoço para conferir. – eles são um amor, tão cheios de mistério.

- Pazzo. – Domenico analisou, e Sirius riu. Franzi a testa, e Domenico chegou perto de mim.

- Louco.

- Ah...

Esperamos que eles saíssem da porta de entrada. Me senti meio irritado por ter de voltar ali fora do horário de trabalho, mas algo mais me chamou a atenção. Edgar carregava o caderno tradicional dele, de capa preta, onde todas as poesias que ele escrevia ficavam. Será que ele é o admirador secreto de Emme? Mas isso não faz sentido.

- Remmie... – ela chamou, sentando numa mesa no meio da praça de alimentação. Não sei se foi de propósito, mas conseguíamos ver perfeitamente o que Edgar e o pessoal do teatro estavam fazendo dali.

- Hum...

- Acho que sei quem está me mandando os poemas! – ela piscou com um ar de surpresa. Sirius e eu nos entreolhamos. – Edgar Bones!

O silêncio que seguiu foi tão profundo e estático, que eu mesmo senti como se nunca tivesse imaginado isso antes. Tentando não parecer muito sarcástico, pigarreei e perguntei:

- Em... O que te faz pensar nisso?

- Ora, é óbvio! Ele é rei do clube de teatro, eu sou rainha das líderes de torcida. Se juntar a popularidade dele com o pessoal esquisito e a minha popularidade com o pessoal... Bom, com o resto da escola, seríamos o casal mais glamouroso. Faz sentido, não é?

Sirius engasgou, e Domenico olhou para o outro lado, fingindo que não tinha prestado atenção. Como eu tinha perguntado, infelizmente não tive outra opção senão responder.

- Olha, não temos como saber se é ele...

- Ora, os poemas não foram escritos a mano? – Domenico revirou os olhos, sem conseguir se abstrair da nossa confabulação. Acenei com a cabeça, e ele bateu com a mão na mesa com força, fazendo Sirius assustar.

- Mas ora, então é muito facile! Rouba esse caderno dele.

- Falando parece fácil. – Sirius resmungou. – Edgar protege seus poemas com a vida. É mais fácil sequestrá – lo do que pegar o caderno.

- Não tem ninguém em quem ele confie?

- Bom, eles gostam de mim... – comentei meio distraído. – Mas isso não faria Edgar me emprestar o caderno! Ah, não! – tentei consertar, mas não deu muito certo. Dom já fazia aquela cara de maníaco dele.

- Você é mais stupido do que eu pensava, Remus. – ele levantou. – Sou eu ou você que trabalha numa loja de costumi?

- Loja de que? – Emme piscou delicadamente, e Domenico riu.

- Fantasia, querita.

Antes que eu ou Sirius tropeçasse na baba que Emmeline soltou quando Dom a chamou de "querida", sai na direção da Loja do Phil, definitivamente odiando meu dia de folga.

Narrado por: Sirius Black

Filme do Momento: Nesse momento eu filmaria um. Remus travestido.

Ouvindo: Xingamentos

- Sua tia me passou a perna, aquela maluca. – Remus resmungou de novo tentando ajeitar o boné de criminoso que Giulia arranjou. Simplesmente aparecemos na loja e pedimos disfarces, e saímos todos disfarçados. Emmeline não conseguia fazer as pazes com os óculos grossos que compunham a fantasia de nerd dela, e Domenico ria demais atrás do gorro de mendigo. Eu fiquei até satisfeito com a minha fantasia de gótico, embora usar tanto lápis no olho provavelmente vai me deixar cego algum dia. Mas não éramos nós que iríamos agir, era Remus.

- Consegue mesmo pilotar o skate? – perguntei um pouco preocupado, mas Remus abanou a mão.

- Mais ou menos. O suficiente!

Emmeline e eu nos olhamos, e ela ajeitou de novo os óculos no rosto. Comecei a rir e tirei os óculos dela, enfiando na bolsa cheia de bottons. Remus olhou para trás e bufou:

- Dá pra parar de andar assim, Emme? Você é nerd, lembra?

- Eu estou super parecida com uma nerd, ok? – ela ficou indignada, e Domenico riu baixinho ao meu lado. – Até estou com esse broche o Inoyasha!

- Inuyasha. – sussurrei pelo canto da boca, e ela deu de ombros.

- Que seja. Eu nem ligo pra esse desenho mesmo. Não vejo nada demais num gato que usa relógios ultra tecnológicos e pega poke mons com ele... Entendeu? Poke – Mons! – ela riu e ficou me cutucando.

Não que eu seja muito viciado em animes, mas fiquei tentado a mandar Emmeline para casa depois desse absurdo. Remus, então, fez uma cara de serial killer, mas não teve tempo de matar Emmeline porque já tínhamos chegado perto o bastante deles, e tivemos de nos separar. Me encostei numa parede, tentando parecer entediado com a existência. James estaria chorando de rir com isso... Melhor não pensar nele agora. Domenico deitou no lado de fora de uma das portas, e Emme fingiu que lia um mangá de frente para trás (oh, Deus. Ela é a pior nerd que existe) enquanto Remus jogava o skate na frente e pulava em cima dele. Fingindo que não via nada, ele escorregou na direção do clube de teatro, só parando quando colidiu com tudo em Edgar.

- AI! – Ele gritou do seu jeito dramático e exagerado quando alguns papéis avulsos de dentro do seu caderno voaram. Eu corri para perto da confusão, e peguei uma das folhas do chão. Domenico se jogou em cima de alguns deles, e conseguiu distraí – los tempo suficiente para que eu enfiasse o papel no bolso e saísse à francesa.

- Você conseguiu! – Emme pulou da cadeira e sorriu, mas ficou meio desapontada quando desviei dela e sentei em outra mesa (viva discrição).

- Acho melhor correr, eles estão começando a contar. – Remus apareceu correndo perto da gente, e Domenico segurou a porta do elevador. Quando me vi dentro do carro, olhando ofegante para Remus, Domenico e Emmeline, sorrimos e começamos a gargalhar. Depois do convento, essa foi a situação mais estranha em que já estive. Entusiasmada, ela tirou o celular da bolsa e começou a vasculhar as fotos.

- Aqui, confere as letras!

Remus catou o papel da minha mão e o celular, colocou lado a lado e leu. Ficamos na expectativa durante quase dois minutos, enquanto ele comparava vogais, trejeitos, curvaturas. Alguns lugares ele sorria, mas logo em seguida ficava sério. Comecei a sentir um desconforto no estômago, e quase arranquei o celular da mão dele.

- Gente. – ele entregou o celular para Emme.

- Eu sabia que era ele! – Emme começou a saltitar no banco de trás, e tive se segurar o ombro dela para parar. Remus sorriu de leve.

- Sinto muito, Emme. Não é Edgar.


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