POV Percy.

Eu não estava acreditando. Eu estava vendo o filho da Clarisse e do Chris. Ele era tão parecido com os pais. Em todos os aspectos. Tinha o rosto forte, a personalidade forte, como a mãe. Era autentico, como o pai. Era impressionante ver como ele tinha crescido.

Mas não era só ele na sala. Tinha a outra garota, a tal da Samantha. Annabeth que não ouça isso, mas ela era bonitinha. Ela tinha um belo corpo, e um rosto harmonioso, mas ela não me atraia. Eu amava a Annabeth.

- Sim, são eles. Você os conhece? – perguntou Christopher.

- Se eu os conheço? Eu fui colega de acampamento deles. – eu respondi sorridente.

- Oh, sério? Nossa, eu não poderia nunca imaginar isso. – ele parou, me olhou e deu um sorriso amarelo. – Você quer o telefone deles?

- Claro. – respondi.

Depois de pegar o telefone deles, Christopher disse que tinha que ir embora. Eu não tinha reparado de primeira, mas eu podia ver que alguma coisa brilhava dentro dos olhos dele quando ele lançou um olhar para a Ágata.

Eu deveria estar imaginando coisas; eu definitivamente deveria. Ágata me disse que eles não tinham nada, que ele apenas a ajudou. Mas eu não conseguia acreditar naquilo, simplesmente. Tinha alguma acontecendo, por mais pequena que fosse.

- Então, qual é o seu nome? – uma voz feminina me perguntou.

Virei-me para encarar Samantha parada na porta de um jeito sensual. Espera, sensual? NÃO! Ela estava certamente tentando me agradar.

Ágata ao meu lado soltou um grunhido e me olhou. Seus olhos tinham uma raiva e um certo tipo de tristeza.

- Percy. – eu respondi e recebi um beliscão da Ágata. Christopher tentava puxar a tal Samantha, mas ela insistia em me olhar.

- Percy? Uau, que nome sexy. – ela sussurrou.

Espera, ela estava flertando comigo? Eu não tive tempo de responder. Annabeth, que por acaso deveria estar esperando no carro, apareceu e me olhou sugestivamente. Ágata prendeu o ar ao meu lado, enquanto olhava pra sua mãe atravessando a sala.

- Ann...Annabeth, o que você está fazendo aqui? – eu perguntei. Deuses, aquela mulher vai me matar.

- Ora, eu vim ver por que você estava demorando tanto. – ela disse e olhou para Samantha, que a olhava com ódio. – Pelo visto, você não estava se divertindo.

E então, ela passou o braço pelo meu pescoço e eu me inclinei. Ela colou a sua boca na minha, enquanto Ágata soltava a minha cintura. Eu retribui na mesma intensidade o beijo. O tempo parecia estar parado quando ela me deixou respirar.

Samantha ainda me olhava, mas logo saiu do transe quando Christopher pegou a sua mão e a arrastou para longe. De canto do olho, eu pude ver que Ágata corou e abaixou a sua cabeça. Ela suspirou e andou para fora da sala, me deixando com Annabeth.

Sim, definitivamente tinha alguma coisa ali.

___

POV Ágata.

Eu queria sumir.

Não apenas pelo fato da minha mãe ter feito um show a parte com o meu pai, mas por que eu não consegui conversar com o Christopher.

O show foi ridículo e desnecessário. Minha mãe exagerou. Meu pai também, ela já estava caindo na da Samantha.

Eu queria tanto matar a Samantha. Ela sempre atrapalha. Eu precisava falar com o Christopher. Mas o problema era, o que eu ia falar com ele. Eu não podia simplesmente chegar e dizer “olha, Christopher, eu sei que nós não temos nada, mas a Samantha me irrita”.

Ele tinha a vida dele, e eu tinha a minha. Pensar nele só trazia más lembranças. Pensar no posto dele de capitão do time, me trazia más lembranças. Tudo nele trazia más lembranças.

Na volta pra casa, meu pai me olhava como se quisesse me dizer alguma coisa. Eu tentava interpretar como eu olhar de desculpas, mas não era aquilo.

Eu ficava pensando em como eu fui burra de tentar ajudar o Christopher. Ele não precisava, nem merecia a minha ajuda. Eu que precisava de ajuda. Um sentimento ruim me atingiu quando eu cheguei em frente de casa. Ben já tinha saído do carro quando eu pude ouvi-lo rosnar.

Gregory estava encostado no seu carro quando me viu. No momento em que o vi, eu quis chorar. Com todas as minhas forças. Gregory tinha sido o meu primeiro e único namorado. E único amor, também. Mas ele acabou me traindo. Como? Como não foi o problema, e sim com quem.

Um belo dia, já com o nosso namoro firme, Gregory quis passar um tarde comigo. O que ele não contava era com um grande imprevisto. Na hora marcada, eu fui até a sua casa. Tudo estava fechado, eu cheguei a pensar que ele tinha esquecido por causa do treino de futebol. Mas não tinha sido por isso. Ele tinha se esquecido graças aos lábios de Samantha Madison.

Eu tinha chegado na porta, e toquei a campainha, mas ninguém atendia. A porta estava aberta, então eu entrei. Mas queria nunca ter feito aquilo. O meu coração morreu naquele dia. Ele se enroscava no sofá com ela, enquanto todas as roupas estavam espalhadas por toda a sala.

Eu queria chorar, mas não ali. Não na frente deles. Eu tinha que mostrar ser forte.

Depois disso, eu fiquei quase dois meses sem ir a escola. Eu tinha inventado uma doença. Eu não queria encará-lo novamente.

Quando eu voltei, Alex me disse que ele tinha pedido transferência para uma outra escola. Minha dor só aumentou. Se ele tinha mudado de escola, era por que não me queria mais.

É daí que vem o meu ódio pelos populares. É daí que vem o meu ódio pelos jogadores de futebol. É daí que vem o meu ódio pela Samantha.

Ben agarrou o meu braço e me parou. Ele me olhava com aqueles olhos frios que só ele e o tio Nico tinham. Ben era o único que sabia dessa história. Nem para o meu pai eu tinha contado.

- Ágata, nem se atreva à ir lá. – ele rosnou.

- Ágata! – Gregory gritou de longe.

Eu me virei e olhei para ele mais uma vez. Pela primeira fez em três anos. Ele não tinha mudado nada. Seu cabelo negro desarrumado estava o mesmo. Seus olhos azuis, e o corpo que um dia eu amei, estavam os mesmos.

- Ben... me ajude. Por favor. – eu sussurrei.

- Vá embora, Montgomery. – Ben disse. Gregory já estava perto agora.

- Não vim aqui pra falar com você, di Ângelo. – ele disse. Seu jeito arrogante tinha piorado. Ele me olhou e esperou uma resposta.

- Eu não quero falar com você. – eu respondi, baixinho.

- Ágata, é rápido. – ele tentou tocar o meu braço, mas eu me afastei.

- Não. – eu já estava chorando. Eu não consegui evitar.

- Olha, eu só quero dizer que eu voltei para a escola. Queria que você fosse a primeira a saber.

- Por quê? – eu sussurrei. Eu estava assustada. Meu coração batia contra as minhas costelas, emitindo um som nos meus ouvidos. Minha respiração estava descompassada.

Todos os sentimentos que eu tinha guardados á sete chaves, tinham voltado como uma onda.

- Olha, eu ainda penso em você. Ainda penso em nós dois. – ele deu um pequeno sorriso. O meu sorriso. Eu senti como se fosse desmaiar, mas não por que era bonito e eu ficava alegra. Mas sim por que me magoava.

Eu olhei para o Ben e pedi socorro com os olhos. Ele apenas balançou a cabeça e olhou para o Gregory.

- Montgomery, saia daqui. Ela não quer te ver. Ninguém quer te ver. Todos aqui, te odeiam. Você entende isso? Odeiam.

- Cala a boca, Benjamin. Você não é de nada. – ele respondeu com nojo.

Ben já tinha perdido a paciência. Ele levantou o seu pulso e o levou até o nariz do Gregory, que fez um barulho e dali mesmo começou a sair sangue.

- Chegue perto dela, e você irá conhecer o inferno. Estamos entendidos? – Ben perguntou e me arrastou para a casa.

Bom, então era isso. Gregory estava de volta, e minha vida mudara novamente.