Everybody Loves The Marauders escrita por N_blackie


Capítulo 4
Episode III




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Episode III

“Tardes Proveitosas”

Narrado por: Peter Pettigrew

Primeira Impressão: A Banda da Escola tem Chapéus Legais

Ouvindo: God Save the Queen!

"Vamos todo mundo junto, pessoal, isso aí! Um, dois, três..."

Começamos todos a andar ao mesmo tempo, e tentei não rir quando o garoto dos pratos espirrou no meio dos dois e grudou meleca por todo lado, me concentrando no trompete que deveria continuar assoprando. Não iria reclamar se me dessem uma pausa, claro, daqui a pouco sinto que nunca mais conseguirei usar as bochechas de tanto soprar.

Os ensaios com a banda são legais (não posso falar isso perto dos garotos), mas estão me deixando cansado e com pouco tempo para me divertir, e isso é fato. Mas até aí, todos os clubes estão nos deixando exaustos, tivemos de cancelar tantas coisas por causa deles que estou ficando deprimido. Tá bom, nem tanto assim. Estou evoluindo bastante, e segundo o Professor Thompson, que rege a banda, posso tocar algo melhor que trompete (meu sistema respiratório inteiro agradeceria), só que ele não pode simplesmente me transferir de ala antes de completar um período de treino. Então aqui estou eu, tocando um dos nossos belíssimos hinos enquanto sinto meu chapéu Sgt. Peppers escorregar da minha cabeça desesperadamente.

"Direita, pessoal!"

Direita, pessoal, esquerda pessoal, segue pessoal, é só isso que esse assistente idiota consegue dizer. Não sei o nome dele (até porque se soubesse tinha arranjado um jeito de tapar a boca dele com uma língua bem inchada), mas a presença dele contribui bastante para piorar meu humor, além do fato de que eu provavelmente precisarei de reabilitação respiratória depois de hoje. Vou pedir ao Remus para fazer uma das camisetas dele para mim, com os dizeres: Sabemos Marchar!

De qualquer forma não posso reclamar muito, até porque estamos usando o campo, e isso significa que os jogadores não podem usar, o que, por sequencia, significa que tenho uma boa margem de tempo para espiar o treino físico das moças da dança sem correr o risco de perder alguma cartilagem importante do meu corpo. O retardado do assistente (lembrete: descobrir o nome dele e convencer Sirius a fazer aquela meleca incha-língua que ele sabe) gritou para virarmos de novo, e quando estava de frente para a arquibancada, quase soltei o trompete.

James! Meu amigo, James, que eu conheço há um milhão de anos, estava assistindo as moças correrem de um lado para o outro, segurando o DS no colo e mexendo distraidamente na tela enquanto sorria idiotamente para elas. Tudo bem, já faz três semanas que ele dá aulas de física para Lily, mas isso não é tempo suficiente para ficarem tão próximos. Além do mais, ele está colocando o esquadrão inteiro em perigo, se Nate descobrir!

Não que eu deseje que nós nunca tivéssemos conhecido Nate, sabe. Na verdade, é até engraçado (se você for fã de humor negro, claro) já que foi por causa dele que nós nos conhecemos. Quero dizer, estudamos nas mesmas turmas basicamente desde os primeiros anos de escola, mas se Nate não tivesse implicado conosco e nos trancado num armário talvez nunca tivéssemos conversado, James nunca teria conseguido fazer uma alavanca para arrancar o ferro do aparelho de Remus (ele usava um fixo na época, levou uma bronca da dentista porque apareceu sem o arame depois desse dia), Sirius nunca teria usado esse ferro para arrombar a fechadura, e eu nunca teria conseguido dividir meu chocolate nesse dia, selando nossa amizade.

Eram bons aqueles tempos. A mãe de Sirius ainda estava viva, os Potter ainda eram casados, e todos os nossos pais se davam bem. Na sexta série tudo desandou, a Sra. Black ficou bastante doente, o Sr. Potter saiu de casa, e nunca fomos os mesmos. Descobri que mergulhar nessas lembranças diminuiu a sensação desconfortável nos meus lábios, e nem acreditei quando aquele idiota mandou a gente parar e terminou o ensaio.

Guardei meu trompete na caixa e larguei perto dos outros instrumentos (minha vingança é ver esse assistente imbecil carregar toda essa tralha de volta para a sala de música, muahuahua), lançando um último olhar a James antes de seguir para os vestiários. Geralmente eu curto a experiência de trocar de roupa ali, já que essa é a única chance que tenho de estar num lugar frequentado pelos jogadores sem estar com a cabeça meio enfiada na privada ou no lixo, mas hoje estou distraído. Nunca quis falar tanto com James, especialmente considerando que o assunto é uma garota, porque não faço ideia do que está acontecendo naquela sala de estudos, e isso me preocupa sinceramente. Fiquei ensaiando mentalmente como faria para explicar a minha situação para ele, mas o destino se encarregou de me ajudar, e assim que pus os pés para fora do vestiário, bati de frente com James, o próprio, que estava correndo para dentro.

"Jim, o que está fazendo aqui?" gaguejei, e ele continuou o caminho para dentro, se escondendo perto das pias enquanto tirava o DS de dentro do bolso da blusa.

Nate e os caras chegaram, tive que fugir.

Tentei não suspirar de pena desse pobre rapaz, e senti com infelicidade que estava completamente certo. Não é a ordem natural das coisas James estar ali, desfrutando da companhia de garotas bonitas e consideravelmente mais populares que nós quatro juntos e multiplicados. Mas não vou jogar isso na cara dele, pelo menos não agora. Em vez disso tentei parecer que nem tinha reparado que ele estava por ali, e perguntei:

"Porque estava vendo o ensaio?"

"L-Lily, ela me chamou." ele gaguejou, sem tirar os olhos do que quer que esteja fazendo naquele DS. "Estão bem preparadas para a competição, não?" – olhei para fora, e vi Nate sorrir galanteador enquanto pegava Lily no colo. "Isso não vai acabar bem..."

"Eu sei." Me sobressaltei quando vi que ele estava atrás de mim, encarando a mesma cena. "Não tenho muita esperança, sabe."

Senti um desconforto irritante no estômago, e percebi que era a falta de chocolates para dar a James, que parecia bem deprimido. Limpei a garganta, esfregando as costas dele amigavelmente, enquanto pensava em algo descontraído para dizer.

Remus conheceu uma garota no clube de história. – a novidade saiu da minha boca acidentalmente, e me senti a pior pessoa do mundo por todo o tempo em que James pareceu se chatear com o que eu tinha dito. Já estava pronto para falar qualquer coisa quando ele sorriu fracamente, rindo.

"Tem garotas no clube de história?" James ergueu uma sobrancelha, e sorri amarelo.

Pelo visto sim. Só espero que ela não tenha nenhum namorado psicótico que nos odeia. – olhei para fora, e percebi que Lily olhava confusa para as arquibancadas, como se procurasse por James. "Acho melhor você ir, cara."

Jim me olhou com uma expressão de fim-do-mundo, e andamos lentamente até Lily, sempre espreitando para o olhar irritado de Nate. Assim que o viu, ela abriu um sorriso enorme, e correu para encontrar conosco.

"Você veio, James! Tinha me dito que não ia poder por causa da nova temporada daquele seriado, Doctor Who?"

"É, a temporada começa hoje mesmo... Mas, hum, você me chamou então pensei, né, porque não vir assistir uma vez. Estão... Muito boas. Os movimentos, digo, vocês dançam bem."

Alguém limpou a garganta, e percebi que os caras do futebol nos encaravam como o Bowser olharia o Mario, e decidi cutucar James nas costas, apressando ele para irmos embora. James olhou para a mesma direção que eu, e assim que percebeu que iria apanhar forte se não saísse correndo, encurtou a conversa:

"De qualquer forma, muito obrigado pelo convite! Temos que ir agora, tchau!"

Lily ainda sorriu mais uma vez para ele (sério, como alguém se acostuma com essa garota sorridente?), e nós corremos para o auditório o mais rápido possível.

Narrado por: James Potter

Meta Atual: Baixar o episódio perdido de Doctor Who

Ouvindo: Sirius tocar piano

Quando Peter e eu chegamos ao auditório, Remus já estava bastante entretido zerando Mario pela enésima vez, só no PSP. Andamos silenciosamente até ele, sentando um de cada lado e cutucando seus braços para ele largar aquilo e conversar com a gente. A visão de Nate com Lily me encheu de tristeza, não vou mentir, mas eu me conformei a algum tempo de que ela nunca iria querer algo com um cara como eu, e já decidi que isso não vai me fazer desejar o mesmo para Remus. Pete sorriu para mim, e dei risada bem baixa para não incomodar o ensaio:

"Pete me contou das maravilhas do clube de história..."

"Esse fofoqueiro. Sabia que Dorcas também já assistiu todas as temporadas de The Tudors?"

"Você já mencionou isso, Rem. " Pete sussurrou, entusiasmado.

Remus revirou os olhos, ficando com o rosto vermelho. Provavelmente ele estava para dar um tapa na nuca de Peter, mas como Sirius começou a tocar decidimos evitar essa catástrofe naquele momento. Sempre vale a pena ouvir Sirius tocar, e como ele sabe desde os seis anos consegue fazer música melhor do que qualquer um de nós mesmo segurando um lencinho numa das mãos. Logo ele foi acompanhado pelos cantores principais, e tive de engolir o orgulho para pensar que o teatro não é de todo ruim assim, eles cantam até que bem, pra falar a verdade. Eu até conheço a cantora principal, uma moça baixinha chamada Joan que fez aula de literatura comigo. Tem um agudo instigante.

"Quando isso vai acabar?" Pete sussurrou depois da terceira música. Entre cada um dos números todos paravam para avaliar o progresso, e no caso de Sirius, aproveitar para dar um jeito no nariz. No fim dos ensaios sobraram, além do grupo que estava praticando, só nos três, e quando Sirius desceu do palco, sorriu.

"Saíram mais cedo?" ele perguntou, assoando o nariz.

"Pode-se dizer que sim. Nate queria me assassinar por eu ter ido ver Lily dançar, e a banda estava ensaiando o Hino Nacional, acho que perderam a paciência bem rápido."

Sirius riu pelo nariz, tampando as narinas rapidamente para evitar uma gafe na forma de rinite voadora na gente. Pegamos as mochilas e começamos a sair, mas o Professor Davis parecia ter outros planos:

"Meninos! Sirius!" ele chamou enquanto saltitava escada acima, e Sirius perdeu o pouco da cor do rosto quando estavam frente a frente.

"Sirius, acha que consegue resolver esse seu problema no nariz? Digo, em menos de dois meses."

"Estou com um remédio novo, senhor." Sirius gaguejou, e pude ver que estava prendendo a respiração. "Meu pai disse que devo estar bem melhor em uma, duas semanas."

"Perfeito, garoto. Um dos nossos cantores decidiu tentar o clube de artes, então estamos desfalcados. Gostaria que você tentasse substitui-lo, vamos abrir testes."

"Eu não sei se é uma boa ideia... " os olhos de Sirius estavam arregalados, e eu mesmo não consegui manter uma expressão neutra. "Eu, hum, não sei cantar."

"Isso eu é que vou dizer. Você tem presença, Sirius, é isso que importa por enquanto."

"Senhor Davis..."

"Edgar, garoto, pode ser Edgar." ele sorriu amigavelmente e deu um tapinha nas costas inseguras de Sirius, que ficou parecendo uma beterraba. Eu sabia desde aí que ele iria aceitar, Sirius nunca foi muito bom em dizer não a adultos prestativos.

"Tudo bem, eu tento."

O Professor Davis sorriu, voltando para o palco, e assim que chegamos ao corredor, Remus parou e olhou chocado para Sirius:

"Você está louco? Sirius, você não pode cantar!"

"Não custa nada uma tentativa... Quero dizer, vocês se lembram daquela vez que eu tentei a bateria no Rock Band, porque Pete estava com o dedo quebrado? Eu nunca tinha saído da guitarra, e consegui um score absurdo na bateria. Poderia ter me ferrado e falhado a música, mas tentei e consegui. E se eu cantar bem?"

Por todos os deuses do Olimpo, ele não disse isso.

Segurei nos ombros dele com firmeza."Você tem fobia de multidões. Como vai subir naquele palco e cantar para tanta gente?"

"Eu consigo superar, meu pai fazia isso, porque eu não posso? Vou fazer uns cálculos e aumentar minha dose do remédio, assim meu nariz fica melhor mais rápido."

"Ótima solução, suicídio!" Pete falou de um jeito dramático, mas tive de concordar. Tudo bem que Sirius provavelmente tem um Q.I várias vezes maior do que o médio dele, mas é idiotice aumentar a dose do remédio sozinho.

"Não vou me suicidar! Eu sei o que estou fazendo, ok? " ele estufou o peito. "Eu sou perito em química, esqueceram?"

Quando chegamos à calçada Roger já nos esperava dentro do carro preto que ele tem, sorrindo e erguendo o polegar para os quatro daquele jeito Tony Stark dele.

"Sirius está querendo cometer suicídio." dedurei assim que ele deu a partida. Roger olhou para Sirius, que estava sentado no banco ao lado.

"Mas já? Nem entrou na faculdade ainda, cara." ele riu ironicamente, e Sirius olhou feito para mim.

"É brincadeira do James, pai. Só vou aumentar um pouco a dose do remédio para poder participar da seleção do teatro, é isso."

"Acho melhor deixarmos o médico decidir isso, não?" Roger manobrou para fora do estacionamento, nos olhando pelo espelho retrovisor do teto com um ar despreocupado. "Vamos lá, garotão, cinco minutos e ele resolve esse problema."

"Preciso disso em menos de uma semana, pai!"

"E quem disse que vai demorar mais que isso? Vamos, eu levo você.

"Tanto faz, só quero largar essa bosta de spray."

Roger sorriu de lado para Sirius, e fiquei com um pouco de culpa por ter dedurado meu melhor amigo. Mas ainda assim, a seleção do teatro não é desculpa para morrer, de jeito nenhum. Paramos em frente à minha casa pouco depois, e me surpreendi quando vi minha mãe arrumada para sair, esperando por nós.

"Meredith vai entrar, Sirius, vai pra trás" Roger mandou, e trocamos olhares confusos quando tivemos de nos espremer para mamãe poder sentar no banco da frente. Geralmente ela prefere jantar em casa, ouvindo meu dia nos mínimos detalhes...

"Mãe, como-" comecei a perguntar, mas ela simplesmente olhou para trás e sorriu carinhosa.

"Vamos jantar fora, amor. John está viajando, Jude não pode vir e os Pettigrew estão num jantar de negócios, então somos só nós dois e vocês." ela sorriu agradecida para Roger, que fez um sinal militar.

"Onde vamos comer?" Pete me empurrou, fazendo a pergunta preferida dele. Roger abriu os dentes maliciosamente, aumentando o som do carro num rock pesado enquanto ria:

Pizza Hut.

Narrado por: Remus Lupin

Camiseta do dia: You Looked Better On Myspace (Você era mais bonito no Myspace)

Ouvindo: Steppenwolf – Born to be wild

Chegamos ao Pizza Hut quase surdos por conta dos gritos nos alto-falantes, e Roger estava com os cabelos completamente despenteados por ficar balançando a cabeça ferozmente a cada toque da guitarra. Dona Meredith pareceu não ligar muito para esse espírito rock’n roll do pai do Sirius, e abriu a porta para que saíssemos. Assim que olhei pelas janelas da pizzaria, amaldiçoei o nosso azar. É de conhecimento universal que qualquer coisa errada que tiver de acontecer, acontecerá comigo e meus amigos, e isso é um fato. Mas existe um limite para acontecer certos encontros, e nós o atingimos ali.

Sentamos na mesa ao lado de Nate e seu pessoal, acompanhado das moças da dança, Lily entre elas, todos rindo e fazendo piadinhas internas sem graça e sem nenhum conteúdo enquanto pediam as pizzas.

Sirius cutucou, e James praticamente morreu quando reparou no que eu já tinha visto uma porrada de tempo antes.

"Mamãe, nos podíamos terminar de comer em casa, não?" ele sugeriu com um sorriso amarelo. Dona Meredith pareceu confusa, e riu amavelmente para a gente.

"Que besteira, Jimmy. Você sempre disse que podíamos comer fora mais vezes! Além do mais, estou amando essas férias temporárias do fogão, fazem bem para as minhas mãos."

Senti que ele iria provavelmente derreter de nervosismo, e lancei um olhar para a mesa quando percebi que outra garota apareceu, abraçando Lily e se sentando ao lado dela. O bom detetive que sou, já sabia quem ela era. Marlene é irmã de Mintch, um ano mais nova que ele, mas que estuda no mesmo ano porque esse idiota conseguiu reprovar o ano passado. Até onde eu sei está mudando para Stovington no ano que vem, e a julgar pelos status no Facebook a razão é provavelmente para ficar perto de Lily.

"O que a irmã do Mckinnon está fazendo aqui?" James engasgou, mas Sirius deu um peteleco nele, os olhos brilhando. Troquei um olhar com Peter, que balançava a cabeça enquanto olhava para a faca que usava com esperança suicida.

"Puxa, ela é mais bonita ao vivo." Sirius comentou, sem conseguir desgrudar os olhos dela. "Com certeza não é photoshop."

"Quer tentar, campeão?" Roger sorriu esperançoso para Sirius, lançando um dos famosos sorrisos sedutores dele. Todos responderam o sorriso com expressões de puro choque, e Sirius soltou uma gargalhada sarcástica para o pai.

"Mas é claro que não, pai! O irmão dela me quebraria em pedaços tão pequenos que no meu enterro precisariam de um microscópio para ver o meu corpo!"

Isso, devo ressaltar, infelizmente é verdade.

"Nós definitivamente não precisamos que isso aconteça, já estamos enrolados com Nate e o pessoal dele até o pescoço." James completou, e Sirius apontou para ele para ressaltar o quanto concordava com isso.

"O que você quer dizer com isso, James?" Meredith ficou subitamente vermelha, olhando de um jeito muito assustador e ameaçador para a mesa do lado. "Anda acontecendo alguma coisa que eu não sei?"

"Não!" James usou sua clássica saída para interromper o acesso de revolta da mãe, e ficou muito vermelho enquanto gaguejava uma explicação. "Estou dando aulas de física pra moça ruiva, ela namora Nate, só isso, ciúmes, é isso mesmo."

"A dos olhos verdes?" Roger espiou discretamente de lado, erguendo as duas sobrancelhas. "Bonita, James, bom gosto!"

Ah, se ele soubesse.

"James!" alguém gritou, e percebi tarde demais que Lily estava acenando e virando-se para visitar a nossa mesa. Ela parou diante de nós, e percebi que ela olhou surpresa para Roger, que se reclinara na cadeira e lançava olhares furtivos para Sirius, estimulando-o a empurrar James para cima dela. Me preparei para parar essa tentativa horrível, mas percebi que Sirius sequer prestava atenção, olhando para a saída da pizzaria com nervosismo, como se programasse uma rota de fuga.

"Não querem se juntar à gente?" Lily sugeriu, inclinando a cabeça de lado enquanto sorria. James congelou no lugar, olhando em pânico para ela enquanto torcia os dedos. Decidi intervir, sabendo que se não o fizesse acabaríamos sofrendo mais tarde.

"Não." falei com um pouco mais de veemência do que pretendia, e ela me olhou assustada. "Quero dizer, estamos de saída. Desculpa!"

Narrado por: Sirius Black

Filmes do Momento: Jogos Mortais, pelo menos é que me vem à cabeça se nós continuarmos com essa brincadeira de falar com a Lily.

Ouvindo: Bruce Springsteen – Born to Run

"Pai, desliga isso, por favor. " implorei quando paramos em frente aos Potter, deixando Dona Meredith e James saírem antes de eu pular de volta para o banco do acompanhante.

A mãe de James deu a volta no carro e sorriu, abraçando James.

"Obrigada, foi um jantar maravilhoso, mesmo tendo terminado no Mcdonalds, não é querido?"

James sorriu amarelo. "Obrigado, Roger."

Suspirei e assoei o nariz enquanto terminavam de conversar. Se a gente continuasse não podendo ir aos lugares em que Nate estava, precisaríamos nos mudar para a Islândia, onde os invernos seriam tenebrosos e escuros embaixo de uma cabana, onde ficaríamos espreitando Nate dia e noite.

Deixamos Pete e Remus em silêncio, e assim que me vi sozinho com meu pai, esperei a bronca. É difícil ser filho dele, e eu sei que todo mundo sabe que é. Quero dizer, olha só pra ele! É um cara alto, musculoso, bem penteado, jovem e charmoso, tudo que qualquer cara de dezesseis anos gostaria de ser, e justamente o oposto do que eu sou. Na escola era o máximo, conseguia ser o campeão do futebol e do xadrez e namorar todas as garotas que queria, sem nunca perder a pose. E aí, quando todas as esperanças caíram em mim, eu consegui atingir o patamar surpreendente de saco de pancadas e pianista do teatro. Grande bosta.

"Sirius." ele chamou, e desviei o olhar da janela para olhar para ele, que tinha começado a acelerar o carro. Grunhi qualquer coisa, e ele entendeu o sinal para começar.

"Sabe que eu amo você, não é?" ele disse, me deixando surpreso. "Se eu pudesse, arrebentava esse garoto que está incomodando vocês, eu juro."

Senti um arrombo de carinho por ele, e sorri por dentro com a imagem do meu pai aparecendo na escola e quebrando a cabeça de Nate. Já estava pronto para justificar porque ele deveria fazer isso de verdade quando ele respirou fundo, parando no sinal.

"Mas não posso, vocês precisam reagir e resolver esse problema por conta própria. Porque não se impõe com esses idiotas que querem pisar em vocês?"

"Pai, eu tenho a força física de uma criança de doze anos."

"Não estou dizendo para baterem nesse cara, Sirius. Vamos ao médico amanhã resolver seu problema no nariz, ok? E depois, se você e os garotos quiserem, posso começar a treinar vocês. Até o ano que vem coloco os quatro numa posição decente de autoestima, é só ser mais... Ativo."

Fiquei em silêncio, esperando para ver se ele diria qualquer coisa a mais. Entramos no estacionamento do prédio, e quando ele conseguiu parar o carro, olhou sério para mim.

"Me deixa fazer o possível para ajudar vocês. Vocês podem ser os melhores sem precisar se comportar como gorilas tapados. Você é meu filho, caramba!"

"Eu sei, pai." murchei um pouco, e ele abriu a porta para eu sair. Enquanto esperávamos o elevador, meu pai me puxou e abraçou.

"Sou muito orgulhoso de você, Sirius. Só quero o melhor para você, e pros meninos também. Aceitaria minha ajuda?"

Entramos em silêncio no elevador, e meu pai abriu a porta em silêncio, porque Regulus dorme todo dia no mesmo horário, e a essa altura já devia estar tendo seu quinto sonho, considerando a escala usual de sono do inglês comum de treze anos. Papai jogou a jaqueta em cima do sofá, e nos encaramos por algum tempo antes de eu sorrir.

"Tudo bem, vou falar com os garotos. Mas sabe, existe uma teoria comportamental que diz..."

"Vou com vocês na próxima Comic-Com de cosplay se vocês conseguirem alguma melhora. " ele riu de lado, e arregalei os olhos.

"Acaba de conseguir um aluno, pai." sorri e corri para o meu quarto, derrapando enquanto ligava o monitor do computador.

Six Pistols acaba de entrar.

Pete – I’m a real nowhere man: ainda está acordado?

Six Pistols: Estou. Rem e Jim não estão? Preciso contar uma coisa a vocês.

Jimmy N. – Venha Godard! Acaba de entrar.

Jimmy N. – Venha Godard!: Hey, Pete me ligou, o que foi?

E.M – It’s the end of the world as we know it acaba de entrar.

E.M – It’s the end of the world as we know it: Que foi?

Six Pistols: Meu pai disse que se treinarmos com ele e conseguirmos nos impor com Nate ele vai pra Comic-Com com a gente no ano que vem.

Jimmy N. – Venha Godard!: Sério?

Six Pistols: Juro, e de cosplay ainda!

E.M – It’s the end of the world as we know it: Vai ser uma missão impossível, mas estou dentro.

Pete – I’m a real nowhere man: Se eu puder ficar com os meus chocolates, estou dentro.

Jimmy N. – Venha Godard!: Pela Comic-Com, estou dentro.

Six Pistols: Pelo meu pai de cosplay, estou dentro.


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