1977 escrita por N_blackie


Capítulo 5
Capítulo 5




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O Segredo Mais Solene

Quando os cinco garotos chegaram à boca do túnel, Peter estava tão vermelho quanto o sangue que escorria da sacola, onde os dentes envenenados estavam. Harry, decidido a salvá – lo, chegou perto de Peter enquanto James, Sirius e Remus tentavam descobrir como sair dali.

- Quer ajuda, Peter? – perguntou, sorrindo amigavelmente. O outro ofegou.

- Ah, obrigado. – e deu a outra ponta para Harry – Os garotos estão meio... Ocupados.

- Vingardium Leviosa! – gritou Remus, apontando a varinha para Sirius. O garoto saiu do chão, flutuou alguns minutos e depois caiu. James, vindo de um cano próximo, ironizou:

- Segundo meus cálculos, estamos no encanamento. Podemos tentar sair pela pia, pelo ralo ou pela privada. Escolham.

- ESTAMOS PRESOS! – Sirius gritou, e sua voz ecoou pelas paredes de pedra.

- Oi? – veio uma voz fina de cima do cano. Harry sorriu.

- Murta! Consegue descer aqui?

Feliz, a garota fantasma apareceu para eles, e olhando o estado deplorável em que os cinco se encontravam, soltou um gemido:

- Oh, tadinhos! Querem ajuda?

- Por favor. – falou Sirius, mal humorado novamente.

Nesse momento, Murta fixou seu olhar nele, e sua expressão feliz foi ficando irritada.

- Você é Sirius Black. Você é o menino que maltrata as meninas da escola!

Sirius levantou.

- Eu não maltrato ninguém!

- MALTRATA SIM! – a fantasma gritou, e foi deslizando, furiosa, até o maroto. – ELAS VÊM CHORANDO POR SUA CULPA!

- Murta... – tentou chamar Harry, mas a fantasma ainda olhava para Sirius.

- VOCÊ É RIDÍCULO! UMA COISA HORRÍVEL É O QUE VOCÊ FAZ! Sim, querido que não maltrata meninas? – ela virou – se para Harry, o rosto subitamente calmo.

- Podia nos tirar daqui? Por favor. – Harry pediu esperançoso. – Melhor! Na sala do Professor Dumbledore, tem um pássaro. Preciso dele.

A menina, confusa, acenou com a cabeça e voltou para a superfície. Sirius olhou para cima, indignado.

- Acabei de levar uma bronca de um FANTASMA? Ela é louca, fala sério.

Harry controlou o impulso de rir. James olhou para ele e perguntou:

- Como um pássaro vai ajudar a gente, de novo? Quero dizer, a não ser que seja um super pássaro, tão forte que...

Mas ele não conseguiu terminar, pois nesse momento um canto melódico e limpo da fênix ecoou pela câmara, e Harry sorriu aliviado:

- Fawkes!

Ignorando a completa surpresa estampada no rosto dos amigos, Harry usou a varinha para levitar o saco de dentes até fora do cano, e depois segurou na cauda do pássaro, estendendo o braço para James:

- Se segurem, vamos sair daqui.

Com a ajuda de Fawkes, chegaram ao banheiro, onde a Murta – Que – Geme os esperava feliz (exceto por Sirius, para quem ela deu apenas um olhar de ódio e ignorou completamente depois). Quando estavam no corredor, andando com o saco em mãos (por sugestão de Harry, Sirius e James agora estavam carregando os dentes), o sol começou a surgir, e Remus disse preocupado:

- Como vamos fazer? Hoje tem aula!

Quando chegaram ao quadro da mulher gorda, James disse a senha e os cinco se jogaram nas poltronas fofas. Remus respirou fundo e disse:

- Não acredito que chegamos. Preciso dormir.

Harry fechou os olhos e disse sonolento:

- Não vou conseguir assistir aula assim.

- Podíamos matar a aula. – Sugeriu Sirius, mas Remus interrompeu.

- E sermos pegos pela Minerva? Não, obrigado. Precisamos de uma desculpa plausível para faltar.

- Bom, onde vocês querem passar a aula? Na Ala Hospitalar ou aqui? - James perguntou maliciosamente. Remus deu de ombros.

- Se ao menos estivéssemos machucados o suficiente para... Ai!

Antes que Remus completasse a frase. James havia puxado a varinha e lançado o amigo longe, surpreendendo a todos. Bravo, Remus levantou:

- O que diabos está fazendo?

- Duelando com você, Moony. – e lançou outro feitiço. Harry começou a rir, mas um feitiço o atingiu, e seu braço começou a sangrar. Com dor, Harry puxou a varinha e lançou um Sectusiempra em Sirius, que estava com a varinha apontada para ele.

Eles passaram um bom tempo lançando feitiços e azarações uns nos outros, até que Peter desmaiou.

- Acho que já está bom... – disse James, que tinha a camisa dilacerada, um hematoma feio no braço e um pouco de sangue escorrendo do nariz.

Sirius, com a boca cortada e manco, ajudou James a carregar Peter, enquanto Harry e Remus, igualmente machucados, acompanhavam o cortejo até a Ala Hospitalar.

- O que aconteceu com vocês? – exclamou Madame Pomfrey, quando os garotos entraram no quarto, completamente quebrados. Às pressas, ela colocou Peter numa cama, e ajudou os outros, sempre perguntando o que tinha acontecido. Quando já estavam todos dispostos nas camas, James disse:

- Nós brigamos e acabamos duelando, Madame Pomfrey. Agora já está tudo bem, mas nos machucamos um pouco.

A enfermeira, irritada, começou a passar a poção neles, murmurando algo como "jovem". Quando acabou, ela entrou para sua sala, e Sirius sorriu.

- Perfeito. Novato, onde aprendeu a duelar?

- Por aí. – Harry respondeu. James assou o nariz para sair o sangue e disse, igualmente sorrindo.

- Bem – vindo ao grupo, Novato. Se você já duelou com a gente, já quase morreu com a gente e já foi para a Ala Hospitalar com a gente, pode fazer parte do grupo. Não é, garotos?

- É. Mas não ouse jogar mais trovões em mim. – Sirius disse, dando um meio – sorriso. Remus acenou vagamente com a cabeça.

- Vem – Vindo, Novato. Peter também concorda. Temos que arranjar um apelido para ele.

- Me poupa, Moony. – Sirius reclamou. – Já chamamos ele de Novato. Não force a nossa criatividade agora.

Harry sentiu o coração bater forte. Ele, agora, era um Maroto. Ainda sorrindo, caiu no sono.

- Meu Merlin! Eles são loucos.

- Harry! Olha só pra ele!

- Ótimo, pelo menos os dentes estão lá...

As vozes chegaram aos ouvidos de Harry muito baixas e vagas, e ele abriu lentamente os olhos. Quando conseguiu ver o que estava acontecendo, viu Ginny e Hermione sentadas num canto, enquanto Ron, Neville e Luna conversavam em outro.

- Harry, você acordou! – Ginny exclamou correndo em direção a Harry. – Você matou o basilisco!

- Não fui só eu. Eles ajudaram. – o garoto respondeu cansado e apontando para os ainda inconscientes marotos. Hermione se escandalizou, mas Harry explicou o que acontecera, e ela se acalmou. Luna andou vagamente até os marotos, e depois disse:

- Devemos chamar as meninas?

- Chamem. – Harry sorriu. – James vai gostar de acordar com Lily, mesmo que ela grite com ele.

Eles chamaram, e as suspeitas de Harry se confirmaram.

- O QUE ELES FIZERAM DESSA VEZ? – Lily gritou, irritada quando viu o estado em que eles estavam. Assustados, os quatro garotos sentaram – se.

- Mas o que... – James começou, mas emudeceu sob o olhar da ruiva.

A gritaria da garota durou mais quase vinte minutos, e só parou quando Madame Pomfrey ameaçou expulsá – los de lá. Quando o silêncio finalmente veio, Harry tentou fazer sua voz soar o mais inocente possível.

- Desculpa, Lily. A ideia foi minha.

Todos, inclusive os marotos, viraram para Harry, chocados. Lily sorriu gentilmente.

- Não precisa se culpar por algo que não fez, Harry.

- Mas fui eu mesmo. Provoquei Sirius e James para duelarem comigo, Lily. Remus e Peter tentaram separar, mas eu estava mau humorado.

A menina ficou olhando para eles e depois sorriu.

- Tudo bem então. Passou a raiva?

A boca de James se abriu, indignada, mas não emitiu som algum, porque Lily sentou – se na cama de Harry, que assentiu com a cabeça.

- Passou. Machuquei James! – completou, às pressas.

Lily olhou de relance para James, que fez sua melhor cara de doente.

- Ah, mas ele já está melhor. – ela tranquilizou o garoto, feliz.

Harry engoliu em seco.

- Bom, nós saímos a noite daqui.

Lily levantou – se e pegou sua mochila.

- Pode deixar que pego a matéria para você. Harry, tenho que ir. Melhore logo, e tente não provocar esses dois. – ela disse enquanto beijava – o na bochecha, que sentiu o rosto esquentar e depois foi embora junto dos outros.

Lentamente o barulho da conversa foi cessando, e Harry olhou para James, apreensivo. Esperava que o amigo ficasse bravo, mas o que viu foi bem pior.

- Olha só, parece que ela gosta de você. – ele suspirou, desanimado.

- James, eu não queria...

- Eu sei que não. Ela só olhou pra você e... Aconteceu. Tudo bem, Novato. Eu tive a minha chance. Sua vez.

Um oco de tristeza invadiu Harry, deixando – o completamente culpado, e aproveitando – se do silêncio repentino, Remus comentou:

- O Novato não contou como sabia da Câmara Secreta.

- É mesmo... Ele deve ter esquecido. – enfatizou Sirius.

Harry, respirando fundo, levantou. Sabia que não o deixariam em paz enquanto não contasse, então reuniu os garotos em torno da cama de James (que pelo jeito não estava muito animado com a conversa) e disse:

- Já estudei em Hogwarts.

A sobrancelha de Sirius levantou, e Remus franziu a testa.

- Como assim? Se estivesse aqui antes, nós conheceríamos você.

- Mas não estudei aqui antes. Entrei em Hogwarts no ano de 1991;

Os quatro silenciaram subitamente, e depois explodiram em risadas.

Harry olhou os amigos rirem, incrédulo.

- Gente, eu não estou brincando.

Sirius, ainda rindo, disse:

- Ok então, você veio do futuro. O que acontece com a gente?

- Não posso contar, isso deixaria vocês confusos.

Mais risadas. James, subitamente sério, perguntou:

- Se você é do futuro, não pode ficar com Lily.

- É, não posso. – Harry sorriu. Remus disse, cético:

- Isso é impossível. Vamos embora, Madame Pomfrey está fazendo sinal. Acabaram de se vestir e saíram da Ala Hospitalar. Perto do Salão Principal, o cheiro do jantar podia ser sentido, mas antes que pudesse seguir os marotos para dentro, um braço o puxou. Era Ginny.

- Pegamos um dente. Os outros estão na Sala Precisa, destruindo a horcrux. O que está acontecendo entre você e Lily?

- Nada! – ele disse, indignado. Depois, mais baixo, acrescentou – Ginny, ela é minha mãe!

- Eu sei, mas parece que ela está se apaixonando por você! Tão nobre, bonito e gentil, foi o que ela disse.

- Harry revirou os olhos.

- Vou resolver isso. Há quanto tempo eles subiram.

- Já devem estar voltando... Luna!

Chorando e vindo na direção deles, Luna segurava um pedaço de metal retorcido. Logo atrás dela, Neville, Ron e Hermione vinham, quietos em respeito.

- Uma a menos. – Neville disse. – Luna ficou muito triste por destruirmos o diadema, mas disse que irá consertá – lo.

Em silêncio, o grupo foi ao jantar, e se separou na entrada do Salão. Quanto estava sentado junto dos marotos, Harry sentiu alguém sentar ao seu lado. Virou – se e viu Lily.

- Está melhor? – a garota perguntou, preocupada.

Harry olhou para James, que lançou – lhe um sorrisinho conformado.

- Estou melhor.

- Que bom! Potter, você já decidiu quando será a seleção para o time?

Por um momento, Harry quase respondeu ao chamado, mas James o interrompeu:

- Esse sábado.

- Ok. Ela respondeu, e depois voltou a olhar para Harry.

- Você vai fazer o teste?

Relutante, o garoto fez que sim com a cabeça. Lily sorriu.

- Você joga quadribol? Deve ser bom. Qual posição?

- A – Apanhador.

- Ah, você tem que pegar o pomo de outro, não?

- É basicamente isso, sim.

- Impressionante. Vou assistir. Posso?

- Pode...

Lily levantou da mesa e o beijou novamente na bochecha, acenando animadamente.

Naquela noite, no dormitório, após James afixar no quadro de avisos o lembrete da seleção para o quadribol, os cinco garotos se reuniram. Peter, muito sério, mandou Harry sentar – se na cama, enquanto Sirius e James buscavam algo no malão de James. Remus, num tom cerimonial, explicou:

- É a sua iniciação nos segredos.

Harry percebeu que segredos eles queriam dizer quando viu que Remus ficou pálido, e um velho pedaço de pergaminho foi retirado do malão. James estendeu o objeto na cama, e os quatro se acomodaram em torno de Harry. Quem começou a falar foi Sirius:

- Bom, primeiro queremos que tudo que vai ser dito aqui fique em total segredo, para que ninguém saia prejudicado.

Harry fez que sim com a cabeça, e James disse, alisando o pergaminho com orgulho.

- Lembra quando dissemos que conhecemos o castelo muito bem?

- Sim.

- Aqui está a prova. – ele disse solene – Eu juro solenemente não fazer nada de bom.

- O pergaminho, como Harry esperava, começou a se tingir com a tinta, e os corredores de Hogwarts foram desenhados um por um. Harry notou os quatro muito apreensivos, como se só o fato de revelarem o Mapa tivesse gerado muita discussão.

Quando a abertura do Mapa apareceu, Remus explicou:

- Ele mostra cada corredor da escola, cada sala, todo dia, toda hora, cada minuto, cada segundo, em tempo real. Criamos porque...

Foi quando Remus se calou. James, mais sério do que Harry jamais o vira, perguntou:

- Harry, você tem algo contra raças não – bruxas?

- Claro que não! Porque teria algo contra raças não bru...

- Sou um lobisomem. – Remus interrompeu rapidamente.

Harry lembrou – se da ceticidade deles quando revelou seu segredo, e viu nessa situação a oportunidade que precisava para provar sua história.

- Eu já sabia.

- O que? – Remus perguntou confuso, percebendo a falta de surpresa de Harry.

- Eu já sabia que era um lobisomem, e também seu que Peter se transforma em rato, Sirius em cachorro e James em cervo.

Os quatro ficaram em completo silêncio, e Harry foi até o próprio malão.

- Duvidaram de mim, eh? – ele zombou, tirando o pergaminho velho do meio das roupas. Chegando à cama, estendeu – o na frente do Mapa do Maroto já aberto e disse:

- Eu juro solenemente que não vou fazer nada de bom.

E na frente de Sirius, James, Remus e Peter, a Hogwarts de 1997 se formou.


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