1977 escrita por N_blackie


Capítulo 35
Capítulo 35




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Epílogo I

De Volta à Godric's Hollow

Harry sentiu uma dor forte na cabeça, e sentiu como se estivesse sendo puxado para todas as direções enquanto viajava. Viu, diante de seus olhos, todo seu caminho desde a plataforma até a morte de Voldemort, e os sorrisos dos amigos na saída o fizeram sorrir também, uma sensação de sonolência tomando conta dele conforme se sentia cair em algum lugar.

Subitamente as sensações ruins passaram, e Harry se viu numa espécie de sonho, onde ele andava com Ginny pelos terrenos de Hogwarts, sorrindo despreocupados. Tocou a testa. Estava limpa, se cicatriz.

- Harry... – escutou uma voz distante chamar. Harry se revirou, e percebeu que estava deitado numa cama muito macia. Por um segundo sua mente pensou na Ala Hospitalar de Hogwarts, e o menino divagou um pouco, pensando que tudo podia ter sido apenas um sonho. Um sonho bom, pensou ele com um sorriso.

- Harry... – a voz chamou novamente. Sem abrir os olhos, Harry resmungou:

- Calma, estou dormindo.

- Harry, acorda logo!

Um pouco atordoado, Harry abriu os olhos, e a primeira coisa que viu foi um par de olhos amendoados castanho – esverdeados que o encaravam. Assustado, ele sentou – se na cama rapidamente, e viu que uma garota de quinze anos extremamente parecida com Lily o encarava, preocupada.

- O que você bebeu na Rosmerta, Harry?

- Q – quem é você? – gaguejou o garoto, confuso. As sobrancelhas acaju da menina se ergueram num gesto de incredulidade.

- Sou Violet, Harry. Sério, o que você bebeu?

- Não bebi nada! Violet?

A garota arregalou os olhos, assustada.

- É, Violet. Sua irmã, que tal?

Harry encarou a garota, que agora abria as janelas do lugar onde estavam. Quando a luz entrou no lugar, Harry percebeu que estava num quarto lotado de flâmulas grifinórias, retratos que se moviam e roupas espalhadas por todo o lado.

- Mamãe vai matar você se vir essa bagunça. – comentou a garota, abrindo um guarda roupa marrom escuro num canto e jogando uma calça jeans e uma camisa para ele. – Se vista logo, só estamos indo hoje porque você disse que o pessoal vai também.

Quando acabou de falar, a menina saiu, deixando Harry completamente aturdido. Tateou pelo criado mudo à procura dos óculos antes de perceber que já os tinha no rosto. Se esticou na cama para ver os retratos, e levou um susto.

No primeiro, uma cena familiar. Ele, Ron e Hermione em Hogsmeade, acompanhados de duas pessoas que ele não conhecia. Um garoto de cabelos e olhos castanhos claros, que acenava perto de uma garota de cabelos curtos e pretos, os olhos cinzas piscando para ele.

No outro, ele e Ginny, vestidos com o uniforme de quadribol, se abraçando. Harry sorriu aliviado. Depois, como uma ideia súbita, lembrou – se de se vestir, o que fez quase correndo, antes de se olhar no espelho que havia na porta do guarda roupa.

Ele mesmo estava diferente. Se lembrava vagamente de ser magricela, mas o corpo que via não era esse. Músculos acentuados pelos seus braços e peito fizeram o garoto arregalar os olhos antes de por a camisa, e foi com alegria que ele ergueu a franja e viu que não havia cicatriz nenhuma lá.

Estava quase saindo do quarto quando uma voz divertida, subindo as escadas, o chamou:

- Prongs! Vamos logo, seu imbecil!

Harry sorriu. Sirius, pensou. Mas quando se virou para falar com o padrinho, viu que era uma garota que falava com o mesmo tom de voz debochado e canino. A menina da foto.

- Oi? – Harry deixou o sorriso murchar, e a garota riu para ele.

- Ainda tá atordoado? Cara, ontem você tava tãão mais pra lá do que pra cá, colega.

- Com licença... – começou ele, medindo as palavras. – Você é...

- Ish, perdeu a memória, foi? MOONY, O PRONGS NÃO SABE QUEM EU SOU! – gritou ela para baixo, e alguém soltou uma gargalhada. Logo o outro garoto da foto apareceu, um livro embaixo do braço.

- Não sabia que encher a cara de firewhisky deixava as pessoas sem memória.

- É a Pads, não lembra?

Harry olhou para os dois, e decidiu fingir que se lembrava para conseguir alguma informação extra.

- Ah, claro, cara. – Harry tentou sorrir, mas o olhar curioso não saia de seu rosto.

- Ufa, achei que tivesse ficado mesmo maluco. – suspirou a garota aliviada. – Agora vamos, cara, que o pessoal já tá ficando louco de esperar.

- Aonde vamos mesmo?

- Beco Diagonal. – disse o garoto de cabelos castanhos. – Você mesmo insistiu, lembra?

- Ah, mais ou menos. Violet me acordou no meio de um sonho bom...

A garota soltou uma gargalhada canina.

- Sua irmã é louca de pedra, cara. Bom, tá com o cara certo, porque meu irmão mais novo também não é a pessoa mais normal do mundo também.

- Adhara! – gritou uma voz masculina vinda do primeiro andar, e a garota começou a se apoiar no corrimão.

- A chefia tá chamando. Vamos descer de corrimão, mais rápido.

Harry sorriu, divertido, se agarrando no corrimão e acompanhando os dois corrimão abaixo. Quando caíram no primeiro andar Harry arregalou os olhos novamente. No hall de entrada estava Violet novamente, de mãos dadas com um garoto que lembrava perturbadoramente o Sr. Mckinnon, e junto deles estava uma menina de cabelos castanho – escuro e longo, usando óculos de armação redonda, assim como ele. Harry encarou a todos, sem ter ideia de quem eram, quando um garoto idêntico a Sirius entrou, ajeitando os cabelos com uma jogada de cabeça.

- Ae, vamos logo, pessoal.

- Vai se ferrar, Jack. – a garota ao lado dele resmungou, e depois gritou:

- Estamos prontos, papai!

Da porta da cozinha saiu Sirius, mais velho. Muito embora ele estivesse mais velho devido ao tempo que passara, Harry não se lembrava de tê – lo visto tão jovem antes. Usava uma longa capa preta e trazia, no braço, uma mulher muito bonita, que Harry reconheceu como Marlene.

- Lene! Sirius! – exclamou ele, feliz por finalmente ver alguém conhecido. Num impulso, correu para abraçar os dois.

- Oi, garotão. – Sirius disse entre os braços dele. – Que surto é esse?

- Awn, deixe o menino, Sirius. – Marlene afastou – se de Harry e lhe afagou os cabelos com carinho. Harry sorriu para os dois, e depois teve mais um motivo para sorrir.

Saindo da cozinha, também te mãos dadas, estavam James e Lily. Harry correu e tomou a mãe nos braços, girando – a no ar.

- Harry! – a mulher exclamou, e James caiu na gargalhada.

- Ei, garotão, que é isso?

Harry colocou Lily no chão e abraçou James.

- Eu amo vocês dois!

Os dois se entreolharam, e Lily deu um sorriso amarelo.

- Ah, querido, também amamos você! Mas... Qual a razão disso?

- Estou com vontade de abraçar vocês, posso? – Harry sorriu, e James revirou os olhos, divertido.

- Vamos logo, criançada e o ursinho carinhoso aqui.

Todos começaram a rir e Harry os acompanhou até a lareira, que ficava numa sala ampla e bem mobilhada, com vários retratos de Harry bebê, Violet e a outra garota que ele não sabia o nome abraçadas, bem como algumas lembranças de Hogwarts.

Enquanto todos pegavam a rede flu para ir ao Beco Diagonal, Harry foi olhando as fotografias até chegas numa última menor, de toda a turma de 1977/78. Olhou, na primeira fileira, os marotos com suas namoradas, e quando seu olhar vagou até as últimas fileiras, ele pode ver a si mesmo, junto dos amigos, acenando discretamente. Um grande sorriso apareceu em seu rosto, e ele sentiu Lily cutucar suas costas.

- Querido, vamos?

Harry sorriu para a mãe, e percebeu que embora a sensação de ter mudado tudo era boa, o efeito da viagem por lareiras continuava o mesmo.

Quando finalmente pode abrir os olhos, o caldeirão furado entrou em foco.

- James Potter! – exclamou Tom, o barman. – Seja bem – vindo!

James deu um sorriso amarelo, e Harry sentiu a menina de cabelos castanhos falar para ele:

- Vai começar a rodada de comemorações de novo. Francamente, papai matou Voldemort há quase vinte anos!

Harry sorriu, e viu James e Sirius guiarem o grupo pelo bar. Num canto, Harry viu Quirrel tomando cerveja amanteigada, e com um cutucão em Violet, perguntou:

- Aquele é o Prof. Quirrel?

A garota se esticou para visualizar melhor, e acenou.

- Aham.

- É o professor de Defesa Contra as Artes das Trevas?

- Você ficou louco? – o garoto parecido com o Sr. Mckinnon riu. – Se ele ensinasse DCAT eu me mataria! É professor de Estudo dos Trouxas, Harry. De onde tirou a ideia?

Harry olhou para o garoto, intrigado.

- Quem é você?

- Você tá brincando, né?

- Hum... Claro.

- Leonard, Harry, meu namorado, irmão da Adie... Não lembra? – Violet se espantou, e depois sorriu para a garota de cabelos castanhos. – Sam! Gilderoy Lockhart está autografando outro livro!

A menina ajeitou os óculos e chamou Lily.

- Mãe! Gilderoy Lockhart!

Lily, interessada, deu um beijo na bochecha de James e puxou Marlene e as garotas consigo.

- Vamos ver onde ele está, querido. Adhara, não quer vir?

Harry viu, aliviado, que Adhara parecia extremamente relutante em ir, e simplesmente negou com a cabeça.

- Não, tia Lily, obrigada. – e quando o grupo foi na direção da Floreios e Borrões ela suspirou. – Deus me livre.

- Se metade do que aquele cara diz que fez for verdade, eu mato o Jack. – Sirius revirou os olhos, e o sósia dele de quinze anos sorriu.

- Ainda bem que é tudo mentira, não?

- Posso matá – lo mesmo assim? – perguntou Adhara, e Sirius a puxou para si.

- Não, princesa. Preciso que me substitua no comando de Azkaban, e não que acabe numa cela lá dentro.

A menina riu e abraçou o pai. Harry correu um pouco para acompanhar James e viu que um número incrível de pessoas o cumprimentava na rua, ainda agradecendo pela morte de Voldemort.

- Deve ser horrível, não é, Papai? – perguntou Harry enquanto atravessavam o Beco Diagonal.

- Defina 'horrível'.

- Sei lá, todo mundo em cima de você.

- James adora isso. – Sirius disse sarcasticamente – Especialmente os concursos de "figura histórica mais bonita" do Semanário das Bruxas.

Harry caiu na gargalhada. O garoto de cabelos castanhos que Harry ainda não sabia o nome disse, entre risos:

- Realmente, não sei porque as garotas vão falar com Lockhart tendo você, tio Prongs.

- Obrigado pelo apoio, Romulus. – James revirou os olhos. Harry olhou para o garoto.

- Você é filho do Remus?

Mas antes que o garoto respondesse, um grito chamou a atenção de todos na rua.

- Harry! – Hermione exclamava, emocionada. Atrás dela, Ron, Ginny, Neville e Luna acenavam animados.


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