O Ministério

- Vamos até lá! – exclamou James no dia seguinte, assim que Harry acabou de contar seu sonho.

- Mas Ele já enganou Harry em seus sonhos antes... – Hermione, disse, preocupada – Tem certeza de que era verdade, Harry?

- Tenho! – Harry assegurou a garota, ansioso. Hermione olhou – o cética.

- Harry, e se for mentira...

- Não vou perder os pais do James e da Lene!

- Da última vez você perdeu Sirius, Harry! – Ginny argumentou, e Sirius arregalou os olhos.

- Foi assim que eu morri?

- Não interessa agora. – James retrucou, levantando – se da mesa de almoço e saindo – Verdade ou não, não vou arriscar a vida dos meus pais nisso. Quem vai comigo para Londres?

- Alguém precisa ficar para chamar a Ordem. – Dorcas disse.

- Chame os Prewett e Bones, Dorcas. – Remus deu um selinho na namorada. – Vocês quatro e Emme ficam para chamar Dumbledore e os outros, enquanto nós vamos.

- Regulus não sabe. – Frank disse, puxando Alice com ele. – Vou chamá – lo.

- Não temos tempo! – gritou James, e algumas pessoas que passavam olharam curiosas.

- Ok, então ficamos para trás. – Frank revirou os olhos.

Ele e Alice entraram no castelo, enquanto James e os outros corriam pelos jardins. Quando chegaram à orla da Floresta Proibida, Remus olhou para o céu, que escurecia rapidamente.

- Como nós vamos para Londres? Por Hogsmeade de novo?

- Não, não podemos. – Harry olhou para Luna. – Você consegue encontrar os testrálios?

- Claro! – Luna sorriu simpaticamente. – Me esperem.

- Testrálios? – Lily gaguejou temerosa. – Mas eles...

- São apenas feios, não perigosos. – Hermione disse rapidamente, e Lily ergueu uma sobrancelha.

- Bom, não digo que eles são perigosos, mas eu tenho medo de cair de um bicho invisível.

Luna chegou, arrastando correias que pareciam vazias.

- Vamos?

Harry subiu em um animal, com Ginny logo atrás. Ron e Hermione ficaram em outro, sendo imitados por James e Lily, Sirius e Marlene e Luna e Neville. Antes de sentar na garupa de Remus, Peter ergueu os braços.

- Olha, eu não fazia questão de ir atrás do Remus, sinceramente.

- Peter, deixa de frescura! – reclamou James, e Harry puxou a correia, fazendo o testrálio alçar vôo.

- Isso não é uma vassoura! – gritou James em desespero enquanto sobrevoavam os campos. Harry sem querer riu quando Lily, que tinha medo de alturas, sorriu.

- Parece um cavalo! Isso sim é legal!

- Você é louca? – gritou James de volta, se agarrando ao pescoço invisível do animal como se sua vida dependesse disso. – Confio mais em uma vassoura quebrada do que nisso!

Harry sorriu, e começou a ver a cidade ao longe, as luzes quase totalmente acesas. Atrás dele, Ginny comentou:

- Está anoitecendo...

E realmente estava. Quando eles chegaram à entrada dos visitantes, a noite já havia chegado, e a única fonte de luz na rua provinha de alguns postes elétricos.

Como estavam em muitos, Harry e Ginny foram primeiro, se espremendo na cabine junto de James, Lily, Sirius e Marlene. Trêmulo, James digitou os números.

- Bem – Vindos ao ministério da magia. – falou a voz sem corpo da recepcionista do ministério – Por favor, digam seus nomes e suas ocupações.

- Harry Potter, Ginny Weasley, James Potter, Sirius Black, Lily Evans e Marlene Mckinnon. – balbuciou Sirius para o ar, e o telefone regurgitou vários crachás.

Quando chegaram ao saguão, Harry viu que estava certo. Atrás dele vieram os outros, e as palavras de Ron resumiam tudo o que eles estavam sentindo.

- Estamos ferrados.

No meio do saguão estavam os pais de James e de Marlene, amarrados uns aos outros por cordas. Montando guarda, vários comensais puxavam as varinhas, prontos para atacar.

- Bem – Vindos, garotos. – anunciou a voz fria de Voldemort, e ao fundo Harry ouviu o sibilar de Nagini, que começou a se enroscar nos tornozelos de Mark.

- Solte eles, seu... – começou James, mas Voldemort fez uma aceno com a mão e o garoto voou longe. Lily correu atrás dele, e Voldemort soltou uma gargalhada.

- Ah, amor adolescente. Patético, deixa as pessoas tão... Suscetíveis.

Harry puxou a varinha, seu ódio pelo bruxo palpitando nas veias.

- Eu odeio você.

Mas Voldemort não ficou tempo suficiente para ouvir qualquer outra coisa. Com um estalo, sumiu, e os comensais começaram a andar na direção deles.

- Vamos lutar! – gritou James, levantando e correndo para perto de Harry. Do chão, Martha gritou:

- Jimmy, vá embora!

- Não, mãe. – James disse, estreitando os olhos para os comensais que circulavam ele e os amigos. – Dessa vez eu vou fazer as coisas por mim mesmo.

Dois comensais avançaram na direção deles, mas Sirius e James se juntaram para duelar contra os dois. Lily e Ginny explodiram as vidraças quando outro comensal atacou as duas, e Harry sentiu uma mão em seu braço, e demorou em perceber que era Ron pedindo sua ajuda para duelar com Bellatrix.

- Vocês não têm chance, não vêem? – Bellatrix gargalhou, lançando um jato verde na direção dos dois. Ron bloqueou o ataque, e Harry retrucou:

- Quem não têm chance são vocês, Bella. Espere até a Ordem chegar.

- A Ordem? – cuspiu ela. – Que Ordem?

- A Ordem da Fênix. – Ron disse, sorrindo vitorioso.

- Avada Kedavra! – gritou um comensal, sendo desarmado em seguida por Neville. Luna, que praticamente dançava enquanto duelava, se esquivou de outra maldição lançada por Rodolphus.

Remus e Peter, por outro lado, não puxaram as varinhas. Greyback andava na direção de Remus, seus olhos vermelhos esbugalhados.

- Olha só! Lupin! Seu pai me deve um favor, sabe, garoto.

Remus arreganhou os dentes, e Peter puxou a varinha pela primeira vez.

- Ouvi falar que elefantes têm medo de ratos. – Peter riu. – Será que lobos também têm? – E se transformou num ratinho. Greyback olhou para os pés, e Remus aproveitou para avançar para cima dele.

- Quer brigar sem mágica, Lupin? – grunhiu Greyback quando Remus deu um soco em seu rosto. – Ótimo, vamos brigar então.

James e Sirius estuporaram os comensais com quem duelavam e apontaram as varinhas para Remus, falando feitiços que Harry reconheceu do capítulo sobre transformações humanas de Transfiguração Avançada. As unhas de Remus começaram a crescer, e Harry notou que os marotos tentaram fazer a transformação do lobisomem sem a lua.

Como Remus não era um humano comum, a transformação saiu pela metade, e o garoto se transformou em algo parecido com um menino lobo. Suas garras e dentes afiados estavam agora atacando Greyback rapidamente, juntamente com os músculos adquiridos na transformação.

- Vai, Moony! – torceu Ron, antes de desviar de outra maldição. Sirius correu para Bellatrix, e Harry temeu pelo pior.

- Noite, Bella. – disse ele sarcasticamente para a prima. – Imagino como os Lestrange devem ter reagido quando você os traiu.

- Regulus era um de nós! – gritou ela, irada. – E se você quisesse também poderia ter sido, Sirius. AVADA KEDAVRA.

Harry fechou os olhos, tentando não visualizar o padrinho caído no chão, mas um barulho alto de vidro se espatifando no chão o fez lentamente levantar as pálpebras.

Bellatrix fora lançada para longe por James antes que sua maldição atingisse Sirius, e agora os dois marotos lançavam feitiços nela, ainda caída.

De repente, um canto alto foi ouvido, e Fawkes entrou no saguão, carregando nas patas a espada de Gryffindor.

- Quem conquistou a espada? – Ginny se surpreendeu, e Harry sorriu orgulhoso quando a espada caiu aos pés de James.

- Ele entrou na frente da maldição para salvar um amigo. – disse Hermione, feliz.

James parou de neutralizar Bellatrix e pegou a espada, lendo o nome de Godric Gryffindor no verso.

- O que raios é...

- ISSO FOI FEITO POR DUENDES! – gritou Ron, desesperado. James arregalou os olhos, percebendo o valor da espada.

Os comensais tentaram ir atrás de James, mas os outros fizeram uma barreira. No canto, Remus continuava a lutar com Greyback, como se não houvesse nada acontecendo em volta. Harry notou que o chão se enchia de manchas de sangue, e rezou para não ser o sangue de Remus.

James andou até os pais, e usando a espada, cortou as cordas que os prendiam. Quando Sra. Potter estava quase abraçando o filho, Nagini atacou, fincando os dentes venenosos no pescoço de James.

- JAMES! – gritaram Martha e Lily ao mesmo tempo, enquanto James caia de joelhos no chão, perdendo muito sangue. Sirius correu até o amigo e pegou a espada de sua mão.

- SOLTE ELE, SEU BICHO RETARDADO! – gritou ele, decepando a cabeça de Nagini com a lâmina afiada. A cobra soltou James, e Fawkes voou na direção do maroto, e Harry se tranquilizou ao ver as lágrimas peroladas do pássaro caírem em cima dele.

- Ele vai ficar bem, Padfoot! – gritou Ron, puxando o amigo pela mão. Sirius hesitou um pouco, mas voltou para o coração do duelo, sendo atacado por Bellatrix logo em seguida.

Subitamente, vários estalos encheram o lugar, e Regulus, Dorcas, Emmeline, Edgar, Fabian e Gideon chegaram, acompanhados de vários bruxos, entre eles, Oreon.

- Solte meu filho, Bellatrix. – ele disse, colérico.