1977 escrita por N_blackie
Feliz Natal Não demorou muito, o restante dos convidados começou a chegar. O Sr. e a Sra. Potter não conseguiam sair de perto dos Evans, que sufocavam o casal de perguntas sobre o mundo bruxo, e Harry notou que os grupos se separavam facilmente pela casa, conversando e rindo muito alto. Andou por entre várias pessoas até achar os amigos, que se reuniram na sala para escutar música e conversar, e viu que Ron segurava a mão de Hermione firmemente, com um grande sorriso no rosto. - Dou um prêmio para quem conseguir falar com todo mundo dessa festa. – anunciou assim que chegou, arrancando risos de todos. - Eu dou um prêmio para quem conseguir fazer o Olho – Tonto Moody soltar uma gargalhada. – James completou, imitando o olhar paranóico característico. Harry sentiu uma pontada de dor no peito com a menção de Olho – Tonto, mas disfarçou com um sorriso enquanto sentava – se no sofá. - Os pais da Lily estão enchendo a Sra. Potter de perguntas que está até engraçado. – riu Peter, trazendo um canapé de alface nas mãos. Harry notou que suas calças estavam folgadas, como se ele tivesse parado de comer tanto nos últimos dias, e se perguntou se era tudo por causa de Emmeline. - Oh, céus! – exclamou Lily, levantando – se e puxando James consigo. – Vamos salvar seus pais dos meus, Jim, por favor. Enquanto os dois deixavam a sala, o restante do grupo caiu na gargalhada. Surpreendentemente animado, Remus puxou Dorcas para dançar, fazendo Harry perguntar a Sirius: - O que vocês colocaram na "água" dele? - Whisky de fogo. – riu Sirius. – Mas não comente nada. Remus é fraco pra beber. Vai ser hilário quando ele começar a beijar a Dorcas, espere só. Harry riu e acompanhou enquanto todos se levantavam para dançar, sentindo um pouco de ciúme quando Regulus chamou Ginny para a pista. Estava quase convidando a menina para trocar de par quando a porta da frente da mansão de abriu, revelando os Mckinnon. O Sr. Mckinnon usava uma longa casaca, e ostentava uma Sra. Mckinnon muito bonita, com um vestido azul noite de festa. Acompanhando o casal estava o irmão de Marlene, de terno, e outra garota que Harry não conhecia. Marlene, que estava dançando com Emmeline no meio dos amigos parou imediatamente para receber os pais, e voltou para a sala carregando a menina a tiracolo. - Gente! – chamou ela, sorridente. A garota, que se parecia muito com Marlene exceto pela pele bronzeada e os cabelos muito cacheados, corou timidamente quando os olhos do grupo se voltaram atentamente para ela. Curioso, Remus riu e perguntou: - Quem é? - Essa é minha prima Amelie, que veio da França passar uns dias conosco. Mas relaxem que ela fala inglês quase perfeitamente. Todos deram alô para a nova companheira, mas Harry reparou que Regulus manteve os olhos fixos na nova menina, e não se surpreendeu quando ele foi até ela sedutoramente, beijando as costas da mão dela. - Bonsoir, madame. Amelie sorriu, e com um leve sotaque francês respondeu: - Seu francês é muito bom... - Regulus. Regulus Black. Gostaria? – Regulus apontou para a pista de dança, que agora era embalada por uma música forte de violoncelos. A garota sorriu e aceitou o convite. Sirius ergueu a sobrancelha quando viu o irmão pondo a mão em torno da cintura fina da prima de Marlene, e comentou com a namorada: - Você fez de propósito? - Mais ou menos. – disse ela astutamente – Eu estava com saudades de Amelie de qualquer modo, mas convidei – a porque me senti mal por ter deixado Regulus sozinho. Achei que fossem se dar bem, e não errei. Está frio nessa época do ano... - Quer um whisky? – Sirius perguntou rapidamente, revirando os olhos. – Vou buscar. Harry, vem comigo? Harry acenou com a cabeça e acompanhou o maroto para fora do lugar, indo em direção à cozinha. Quando passaram pelo grupo formado pelos Evans e pelos Mckinnon, o Sr. Mckinnon lançou um olhar furioso a Sirius, como se o maroto fosse o pior inimigo que ele já teve na vida. Sirius e Harry se entreolharam confusos, e quando chegaram à cozinha, Sirius desabafou: - Vou falar com o Senhor Mckinnon. - Por quê? Sabe que ele te detesta. - Por isso! Eu não fiz nada pra ele, além de namorar a Lene, claro. Mas não é razão para ele me odiar! Vou pegar um whisky extra e levar pro cara, vamos ver o que ele fala. Harry achou a ideia pouco válida, mas não disse nada quando saíram da cozinha, e tampouco falou qualquer outra coisa quando os dois se separaram e Sirius seguiu na direção do pai de Marlene, que por um milagre se encontrava sozinho num canto. - O que você quer, Black? – perguntou ele secamente. Sirius notou que ele já carregava um copo de whisky na mão, e lhe estendeu o outro que segurava. - Gostaria de falar com o senhor. Meio a contragosto, o homem o seguiu para fora da casa, e os dois se sentaram nas cadeiras que a Sra. Potter havia colocado no jardim. Vendo que já tinha um segundo copo de whisky na mão, o Sr. Mckinnon virou o restante do whisky antigo na boca, e colocou o copo no chão, pronto para beber o próximo. - O que você quer afinal, garoto? - O que o senhor tem contra mim, Senhor Mckinnon? Surpreso, ele fez um gesto displicente com a mão. - Pode me chamar de Mark, garoto. Eu não tenho nada contra você. É só que você me lembra alguém que eu gostaria de apagar da minha mente. - Quem? - Oreon Black. Sirius arregalou os olhos. - Meu pai? Você conheceu meu pai? Os olhos de Mark Mckinnon se estreitaram, e sua voz saiu carregada de amargura quando disse: - Ah, conheci... Estudávamos juntos. Ele na sonserina e eu na corvinal, sabe. Todo mundo tentou me avisar que ele era galanteador... Mas eu não ligava...Nos conhecemos no quarto ano. - Mas meu pai ficou noivo da minha mãe no sexto ano. - Ele detestava a sua mãe. Era a garota mais irritante da sonserina, a Walburga. Eu gostava de Lorraine ainda, e o baile dos formandos estava chegando. Seu pai ia com a sua mãe, mas eu mal sabia que ele estava com uma garota. Sirius viu o home cuspir no chão, e a Sra. Mckinnon arregalar os olhos pela janela da casa, e correr para fora. - Mark, o que está fazendo? – gritou ela, pálida. O homem olhou para ela e soltou um riso sarcástico. - Contando para o menino Black do seu pequeno "affair" com o pai dele, Lorraine. Ou melhor, como ele chamava você? Lola? A mulher ficou ainda mais branca, e Sirius por um instante pensou que fosse desmaiar. - Eu... Ele gostava de mim, Mark. Você não sabe o que aconteceu. - Não sei... Tudo o que eu sei é que Walburga me chamou furiosa para ver você e ele se beijando no corredor, Lorraine. - Oreon me amava, Mark. Era meu amigo, e sempre se sentiu culpado pelo que houve. Mas você é teimoso, e não quis ouvir a explicação. Sirius paralisou, em choque. Olhou para a Sra. Mckinnon, que olhava do marido para Sirius em choque. - Olha, Sra. Mckinnon... Eu não tenho nada a ver com... - Sabe, Sirius? – comentou ela, furiosa – Eu não me importo de você ficar com a minha filha. Confiei em seu pai, e ele não me desapontou. E confio em você, porque minha filha o ama. - Ele é igualzinho ao pai. – rosnou Mark – Eu já ouvi das suas histórias, moleque. As meninas o adoram, não é? - As meninas também adoravam Oreon, Mark, e ele gostava de uma única pessoa. – Lorraine retrucou friamente. - VOCÊ! – Mark gritou, em desespero. – ELE AMAVA VOCÊ. Eu... - É. – a mulher gritou de volta, os olhos enchendo de lágrimas. Estava prestes a chorar de verdade quando Regulus chegou correndo. - Sirius! Você não sabe quem está aqui! - Quem? - Papai e Mamãe. - QUEM? – Sirius repetiu, incrédulo. – Eles vieram nos buscar ou coisa assim? - Não sei. Só sei que estão ali na frente, conversando com uns funcionários do ministério. Sirius olhou preocupado para os Mckinnon, mas Lorraine já estava recomposta, e Mark parecia estar sonolento pela bebida, porque parara de gritar e se escorou na cadeira. - Vão ficar bem? Lorraine olhou para Mark, que começou a roncar, e depois sorriu para ele. - Vou. Mark dormiu, não acorda até amanhã. Vamos? Os três entraram, e Sirius teve seu braço segurado pela mãe de Marlene, que o encarava séria. - Marlene não sabe disso. Por favor... - Fique tranquila, senhora Mckinnon. Ela não vai saber nunca. A mulher sorriu e depois beijou a bochecha dele. - Obrigada. Sirius foi até a entrada, e viu seus amigos encararem Regulus e ele assustados quando os Black se dirigiram aos dois. - Boa noite. - Olá, mamãe, papai. – os dois falaram em conjunto. - Viemos buscar você, Regulus. – anunciou Walburga com altivez. - Desculpe, mamãe, mas eu não vou. Lorraine e os Potter começaram a se aproximar da confusão, e Oreon falou, com a voz fria e séria: - Eu te disse que não adiantaria. Vamos embora, Walburga. Sirius, que achava que o pai arrastaria os dois para casa, se surpreendeu ao vê – lo revirar os olhos e se virar para deixar a casa, mas Walburga o deteve. - Ele é o único menino que nos resta, Oreon! Vai deixar o nosso Regulus seguir os passos do irmão dele? - O seu Regulus, quer dizer. – retrucou o homem no mesmo tom baixo e letal. – Se o garoto quiser ficar, que fique. Vamos embora. A mulher fitou o marido furiosa e depois olhou em volta, notando os Potter e a Sra. Mckinnon os encarando. Quando viu Lorraine, seus olhos se arregalaram e ela falou num tom sarcástico. - Olha quem está aqui, Oreon! Sua namoradinha de colégio! Oreon ergueu a cabeça e olhou para Lorraine. Sirius encarou o pai, e viu que um leve sorriso se formou em seu rosto. - Cale a boca, Walburga. Se quer arrumar um escândalo, vá gritar com Kretcher. Sirius virou – se para a mãe, que ficou muito vermelha e foi até o marido, dando lhe um tapa no rosto. - Fique então, se quiser. – Walburga disse num tom letal para Oreon, e aparatou. O homem revirou os olhos novamente e tocou o rosto onde levara o tapa. Sirius e Regulus se entreolharam, temerosos, mas o temor se transformou em choque quando o pai fez algo que nunca acharam que faria. Contou uma piada. - Bom, parece que alguém aqui vai ter de dormir com os elfos hoje. – ironizou ele, rindo levemente. - Pai... – Regulus começou, mas foi interrompido. - Fique tranquilo. Não queria voltar mesmo. Sinceramente, moleque, você escolheu uma péssima hora para fugir de casa. Sua mãe é um inferno sem ter mais ninguém para amolar. - Quer dormir no apartamento do tio Alphard? Tenho as chaves... - Pode ficar aqui também. – ofereceu a mãe de James. Oreon sorriu simpaticamente para ela, surpreendendo todos novamente. - Não, obrigado. Mas agradeço as chaves, Sirius. Sirius sorriu um pouco sem jeito para o pai, e puxou as chaves do bolso. - Tome aqui. Vai ficar só por hoje. Oreon encarou o filho, pensativo, e depois suspirou. - Gostaria de ficar mais... Regulus sorriu animadamente, e começou a puxar o pai para a sala. Subitamente, todo o grupo que estava espiando voltou correndo para o sofá enquanto os dois Black entravam no lugar, acompanhados de um Sirius extremamente confuso. - Porque não larga a mamãe? – perguntou Regulus. – Ela te chutou para fora de casa, não foi? Fique com a gente! Sirius e eu vamos adorar, não é, Sirius? Sirius pode sentir todos os olhares se voltarem para ele, e pensou em como seria viver com seu pai. Nunca conversava com ele! Diante do olhar suplicante de Regulus, não teve outra escolha se não aceitar, e os gritos do irmão menos ecoaram em sua mente por quase cinco minutos. Quando Regulus saiu correndo para contar a Sra. Potter que seu pai iria morar com eles, Lorraine entrou. - Incomodo algum momento? – perguntou, tímida. Oreon virou – se rapidamente para a mulher, seu semblante se tornando gradualmente menos frio. - De jeito nenhum. Onde está Mark e a varinha dele? Não consigo ter uma conversa de dois minutos com você há quase vinte anos sem que ele me ameace! - Está dormindo. Bebeu demais. - Sempre foi fraco. Lembro quando ele encheu a cara no quinto ano e começou a rir na cara do professor Binns... Lorraine começou a rir. - Não é! Acho que ele até acelerou a morte do coitado! Sirius e Regulus se sentaram junto dos outros, e Marlene rapidamente perguntou: - É verdade o que a sua mãe disse, Sirius? Sirius olhou para seu pai e Lorraine conversando, e não teve outra resposta. - Aham. Os dois se dão bem. Atrás deles, Oreon sorriu para Lorraine. - Vou deixar Walburga... - Oreon, não posso. Aliás, não podemos. Seu filho namora Marlene. O homem olhou para Sirius. - Tem razão. É hora de deixar os dois, certo? Só me deixe fazer uma última coisa? – Oreon baixou a voz, se aproximando dela lentamente. - O que? E com um último suspiro, ele tomou os lábios de Lorraine nos seus, sentindo – se com dezessete anos outra vez.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!