1977 escrita por N_blackie


Capítulo 19
Capítulo 19




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/107367/chapter/19

Feliz Natal

Não demorou muito, o restante dos convidados começou a chegar. O Sr. e a Sra. Potter não conseguiam sair de perto dos Evans, que sufocavam o casal de perguntas sobre o mundo bruxo, e Harry notou que os grupos se separavam facilmente pela casa, conversando e rindo muito alto.

Andou por entre várias pessoas até achar os amigos, que se reuniram na sala para escutar música e conversar, e viu que Ron segurava a mão de Hermione firmemente, com um grande sorriso no rosto.

- Dou um prêmio para quem conseguir falar com todo mundo dessa festa. – anunciou assim que chegou, arrancando risos de todos.

- Eu dou um prêmio para quem conseguir fazer o Olho – Tonto Moody soltar uma gargalhada. – James completou, imitando o olhar paranóico característico. Harry sentiu uma pontada de dor no peito com a menção de Olho – Tonto, mas disfarçou com um sorriso enquanto sentava – se no sofá.

- Os pais da Lily estão enchendo a Sra. Potter de perguntas que está até engraçado. – riu Peter, trazendo um canapé de alface nas mãos. Harry notou que suas calças estavam folgadas, como se ele tivesse parado de comer tanto nos últimos dias, e se perguntou se era tudo por causa de Emmeline.

- Oh, céus! – exclamou Lily, levantando – se e puxando James consigo. – Vamos salvar seus pais dos meus, Jim, por favor.

Enquanto os dois deixavam a sala, o restante do grupo caiu na gargalhada. Surpreendentemente animado, Remus puxou Dorcas para dançar, fazendo Harry perguntar a Sirius:

- O que vocês colocaram na "água" dele?

- Whisky de fogo. – riu Sirius. – Mas não comente nada. Remus é fraco pra beber. Vai ser hilário quando ele começar a beijar a Dorcas, espere só.

Harry riu e acompanhou enquanto todos se levantavam para dançar, sentindo um pouco de ciúme quando Regulus chamou Ginny para a pista. Estava quase convidando a menina para trocar de par quando a porta da frente da mansão de abriu, revelando os Mckinnon.

O Sr. Mckinnon usava uma longa casaca, e ostentava uma Sra. Mckinnon muito bonita, com um vestido azul noite de festa. Acompanhando o casal estava o irmão de Marlene, de terno, e outra garota que Harry não conhecia.

Marlene, que estava dançando com Emmeline no meio dos amigos parou imediatamente para receber os pais, e voltou para a sala carregando a menina a tiracolo.

- Gente! – chamou ela, sorridente. A garota, que se parecia muito com Marlene exceto pela pele bronzeada e os cabelos muito cacheados, corou timidamente quando os olhos do grupo se voltaram atentamente para ela.

Curioso, Remus riu e perguntou:

- Quem é?

- Essa é minha prima Amelie, que veio da França passar uns dias conosco. Mas relaxem que ela fala inglês quase perfeitamente.

Todos deram alô para a nova companheira, mas Harry reparou que Regulus manteve os olhos fixos na nova menina, e não se surpreendeu quando ele foi até ela sedutoramente, beijando as costas da mão dela.

- Bonsoir, madame.

Amelie sorriu, e com um leve sotaque francês respondeu:

- Seu francês é muito bom...

- Regulus. Regulus Black. Gostaria? – Regulus apontou para a pista de dança, que agora era embalada por uma música forte de violoncelos. A garota sorriu e aceitou o convite.

Sirius ergueu a sobrancelha quando viu o irmão pondo a mão em torno da cintura fina da prima de Marlene, e comentou com a namorada:

- Você fez de propósito?

- Mais ou menos. – disse ela astutamente – Eu estava com saudades de Amelie de qualquer modo, mas convidei – a porque me senti mal por ter deixado Regulus sozinho. Achei que fossem se dar bem, e não errei. Está frio nessa época do ano...

- Quer um whisky? – Sirius perguntou rapidamente, revirando os olhos. – Vou buscar. Harry, vem comigo?

Harry acenou com a cabeça e acompanhou o maroto para fora do lugar, indo em direção à cozinha. Quando passaram pelo grupo formado pelos Evans e pelos Mckinnon, o Sr. Mckinnon lançou um olhar furioso a Sirius, como se o maroto fosse o pior inimigo que ele já teve na vida.

Sirius e Harry se entreolharam confusos, e quando chegaram à cozinha, Sirius desabafou:

- Vou falar com o Senhor Mckinnon.

- Por quê? Sabe que ele te detesta.

- Por isso! Eu não fiz nada pra ele, além de namorar a Lene, claro. Mas não é razão para ele me odiar! Vou pegar um whisky extra e levar pro cara, vamos ver o que ele fala.

Harry achou a ideia pouco válida, mas não disse nada quando saíram da cozinha, e tampouco falou qualquer outra coisa quando os dois se separaram e Sirius seguiu na direção do pai de Marlene, que por um milagre se encontrava sozinho num canto.

- O que você quer, Black? – perguntou ele secamente. Sirius notou que ele já carregava um copo de whisky na mão, e lhe estendeu o outro que segurava.

- Gostaria de falar com o senhor.

Meio a contragosto, o homem o seguiu para fora da casa, e os dois se sentaram nas cadeiras que a Sra. Potter havia colocado no jardim. Vendo que já tinha um segundo copo de whisky na mão, o Sr. Mckinnon virou o restante do whisky antigo na boca, e colocou o copo no chão, pronto para beber o próximo.

- O que você quer afinal, garoto?

- O que o senhor tem contra mim, Senhor Mckinnon?

Surpreso, ele fez um gesto displicente com a mão.

- Pode me chamar de Mark, garoto. Eu não tenho nada contra você. É só que você me lembra alguém que eu gostaria de apagar da minha mente.

- Quem?

- Oreon Black.

Sirius arregalou os olhos.

- Meu pai? Você conheceu meu pai?

Os olhos de Mark Mckinnon se estreitaram, e sua voz saiu carregada de amargura quando disse:

- Ah, conheci... Estudávamos juntos. Ele na sonserina e eu na corvinal, sabe. Todo mundo tentou me avisar que ele era galanteador... Mas eu não ligava...Nos conhecemos no quarto ano.

- Mas meu pai ficou noivo da minha mãe no sexto ano.

- Ele detestava a sua mãe. Era a garota mais irritante da sonserina, a Walburga. Eu gostava de Lorraine ainda, e o baile dos formandos estava chegando. Seu pai ia com a sua mãe, mas eu mal sabia que ele estava com uma garota.

Sirius viu o home cuspir no chão, e a Sra. Mckinnon arregalar os olhos pela janela da casa, e correr para fora.

- Mark, o que está fazendo? – gritou ela, pálida. O homem olhou para ela e soltou um riso sarcástico.

- Contando para o menino Black do seu pequeno "affair" com o pai dele, Lorraine. Ou melhor, como ele chamava você? Lola?

A mulher ficou ainda mais branca, e Sirius por um instante pensou que fosse desmaiar.

- Eu... Ele gostava de mim, Mark. Você não sabe o que aconteceu.

- Não sei... Tudo o que eu sei é que Walburga me chamou furiosa para ver você e ele se beijando no corredor, Lorraine.

- Oreon me amava, Mark. Era meu amigo, e sempre se sentiu culpado pelo que houve. Mas você é teimoso, e não quis ouvir a explicação.

Sirius paralisou, em choque. Olhou para a Sra. Mckinnon, que olhava do marido para Sirius em choque.

- Olha, Sra. Mckinnon... Eu não tenho nada a ver com...

- Sabe, Sirius? – comentou ela, furiosa – Eu não me importo de você ficar com a minha filha. Confiei em seu pai, e ele não me desapontou. E confio em você, porque minha filha o ama.

- Ele é igualzinho ao pai. – rosnou Mark – Eu já ouvi das suas histórias, moleque. As meninas o adoram, não é?

- As meninas também adoravam Oreon, Mark, e ele gostava de uma única pessoa. – Lorraine retrucou friamente.

- VOCÊ! – Mark gritou, em desespero. – ELE AMAVA VOCÊ. Eu...

- É. – a mulher gritou de volta, os olhos enchendo de lágrimas. Estava prestes a chorar de verdade quando Regulus chegou correndo.

- Sirius! Você não sabe quem está aqui!

- Quem?

- Papai e Mamãe.

- QUEM? – Sirius repetiu, incrédulo. – Eles vieram nos buscar ou coisa assim?

- Não sei. Só sei que estão ali na frente, conversando com uns funcionários do ministério.

Sirius olhou preocupado para os Mckinnon, mas Lorraine já estava recomposta, e Mark parecia estar sonolento pela bebida, porque parara de gritar e se escorou na cadeira.

- Vão ficar bem?

Lorraine olhou para Mark, que começou a roncar, e depois sorriu para ele.

- Vou. Mark dormiu, não acorda até amanhã. Vamos?

Os três entraram, e Sirius teve seu braço segurado pela mãe de Marlene, que o encarava séria.

- Marlene não sabe disso. Por favor...

- Fique tranquila, senhora Mckinnon. Ela não vai saber nunca.

A mulher sorriu e depois beijou a bochecha dele.

- Obrigada.

Sirius foi até a entrada, e viu seus amigos encararem Regulus e ele assustados quando os Black se dirigiram aos dois.

- Boa noite.

- Olá, mamãe, papai. – os dois falaram em conjunto.

- Viemos buscar você, Regulus. – anunciou Walburga com altivez.

- Desculpe, mamãe, mas eu não vou.

Lorraine e os Potter começaram a se aproximar da confusão, e Oreon falou, com a voz fria e séria:

- Eu te disse que não adiantaria. Vamos embora, Walburga.

Sirius, que achava que o pai arrastaria os dois para casa, se surpreendeu ao vê – lo revirar os olhos e se virar para deixar a casa, mas Walburga o deteve.

- Ele é o único menino que nos resta, Oreon! Vai deixar o nosso Regulus seguir os passos do irmão dele?

- O seu Regulus, quer dizer. – retrucou o homem no mesmo tom baixo e letal. – Se o garoto quiser ficar, que fique. Vamos embora.

A mulher fitou o marido furiosa e depois olhou em volta, notando os Potter e a Sra. Mckinnon os encarando. Quando viu Lorraine, seus olhos se arregalaram e ela falou num tom sarcástico.

- Olha quem está aqui, Oreon! Sua namoradinha de colégio!

Oreon ergueu a cabeça e olhou para Lorraine. Sirius encarou o pai, e viu que um leve sorriso se formou em seu rosto.

- Cale a boca, Walburga. Se quer arrumar um escândalo, vá gritar com Kretcher.

Sirius virou – se para a mãe, que ficou muito vermelha e foi até o marido, dando lhe um tapa no rosto.

- Fique então, se quiser. – Walburga disse num tom letal para Oreon, e aparatou. O homem revirou os olhos novamente e tocou o rosto onde levara o tapa. Sirius e Regulus se entreolharam, temerosos, mas o temor se transformou em choque quando o pai fez algo que nunca acharam que faria. Contou uma piada.

- Bom, parece que alguém aqui vai ter de dormir com os elfos hoje. – ironizou ele, rindo levemente.

- Pai... – Regulus começou, mas foi interrompido.

- Fique tranquilo. Não queria voltar mesmo. Sinceramente, moleque, você escolheu uma péssima hora para fugir de casa. Sua mãe é um inferno sem ter mais ninguém para amolar.

- Quer dormir no apartamento do tio Alphard? Tenho as chaves...

- Pode ficar aqui também. – ofereceu a mãe de James.

Oreon sorriu simpaticamente para ela, surpreendendo todos novamente.

- Não, obrigado. Mas agradeço as chaves, Sirius.

Sirius sorriu um pouco sem jeito para o pai, e puxou as chaves do bolso.

- Tome aqui. Vai ficar só por hoje.

Oreon encarou o filho, pensativo, e depois suspirou.

- Gostaria de ficar mais...

Regulus sorriu animadamente, e começou a puxar o pai para a sala. Subitamente, todo o grupo que estava espiando voltou correndo para o sofá enquanto os dois Black entravam no lugar, acompanhados de um Sirius extremamente confuso.

- Porque não larga a mamãe? – perguntou Regulus. – Ela te chutou para fora de casa, não foi? Fique com a gente! Sirius e eu vamos adorar, não é, Sirius?

Sirius pode sentir todos os olhares se voltarem para ele, e pensou em como seria viver com seu pai. Nunca conversava com ele! Diante do olhar suplicante de Regulus, não teve outra escolha se não aceitar, e os gritos do irmão menos ecoaram em sua mente por quase cinco minutos. Quando Regulus saiu correndo para contar a Sra. Potter que seu pai iria morar com eles, Lorraine entrou.

- Incomodo algum momento? – perguntou, tímida. Oreon virou – se rapidamente para a mulher, seu semblante se tornando gradualmente menos frio.

- De jeito nenhum. Onde está Mark e a varinha dele? Não consigo ter uma conversa de dois minutos com você há quase vinte anos sem que ele me ameace!

- Está dormindo. Bebeu demais.

- Sempre foi fraco. Lembro quando ele encheu a cara no quinto ano e começou a rir na cara do professor Binns...

Lorraine começou a rir.

- Não é! Acho que ele até acelerou a morte do coitado!

Sirius e Regulus se sentaram junto dos outros, e Marlene rapidamente perguntou:

- É verdade o que a sua mãe disse, Sirius?

Sirius olhou para seu pai e Lorraine conversando, e não teve outra resposta.

- Aham. Os dois se dão bem.

Atrás deles, Oreon sorriu para Lorraine.

- Vou deixar Walburga...

- Oreon, não posso. Aliás, não podemos. Seu filho namora Marlene.

O homem olhou para Sirius.

- Tem razão. É hora de deixar os dois, certo? Só me deixe fazer uma última coisa? – Oreon baixou a voz, se aproximando dela lentamente.

- O que?

E com um último suspiro, ele tomou os lábios de Lorraine nos seus, sentindo – se com dezessete anos outra vez.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "1977" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.