1977 escrita por N_blackie


Capítulo 14
Capítulo 14




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Bifurcações de Natal

Regulus demorou uma semana para sair da enfermaria, e foi recebido com festa quando voltou.

- Está melhor? – Emmeline perguntou quando o garoto sentou – se na mesa grifinória.

- Uhum. Onde estão Sirius e Marlene?

- O que aconteceu entre vocês três? – James perguntou, aproveitando o começo do assunto. Regulus sorriu.

- Sirius e Marlene estão juntos?

Lily acenou com a cabeça.

- Estão. Aliás, nunca vi uma comoção tão grande! Helen faltou a semana toda quando Sirius terminou com ela!

- Os dois não paravam de brigar, não faço ideia do que houve. – Remus disse confuso, mas não disse mais nada quando viu os dois vindo na direção da mesa.

Quando Sirius e Marlene sentaram-se à mesa, Peter limpou a garganta e começou a perguntar:

- Uma semana para o feriado, hein?

- É... – Sirius sorriu. Harry reparou que o padrinho sorria muito mais perto de Marlene, e se perguntou se ele teria a amado até sua morte.

- Antes do Natal vou buscar todos vocês junto com Harry, beleza? – perguntou James. Quando todos sorriram de volta, ele olhou para Lily.

- Avisou seus pais?

- Avisei. Estão ansiosos para saber quem é meu namorado bruxo. Eles são um pouco empolgados com essa história de magia, então ignore.

- Vou adorar conhece – los. Além do mais, Harry aqui vai junto, e sabe dos costumes trouxas, não é, Novato?

Harry acenou positivamente com a cabeça, e Regulus levantou – se.

- Bom, nos vemos mais tarde. Lá vai todo mundo para Transfiguração.

- Acha que vai arranjar muitos problemas na sonserina depois do que aconteceu? – Marlene perguntou preocupada. Regulus deu de ombros, olhando para a massa verde esmeralda que andava na direção das salas de aula.

- Soube que eles não estão tão felizes assim comigo. Acham que se eu não tivesse sido lançado para fora da vassoura, eles podiam ganhar. Mas não é verdade, porque antes de eu cair Harry já tinha o pomo na mão...

- Se encherem o saco, é só chamar. – Sirius disse, abraçando o irmão. James e Harry se entreolharam, felizes.

Depois do namoro de James e Lily, Sirius se declarar para Marlene se tornou em pouco tempo o maior motivo de conversas e choros em Hogwarts. Marlene passou quase um mês fugindo de várias garotas, enquanto Sirius tinha de olhar tudo que bebia, depois que Remus havia escutado várias garotas dizendo que haviam preparado poções do amor para ele.

Na altura do último dia de aula ambos já andavam olhando para trás, e James não cansava de rir disso.

- Cara, vocês vão acabar enlouquecendo! Isso sim é engraçado.

- Sem dúvida, são todas malucas. – Regulus concordou, virando os ombros do irmão para frente. – Calma, Sirius, não colocaram arqueiros te seguindo ainda.

- Deus! – Marlene parou ao lado do grupo, ofegante. Lily, que vinha atrás dela, também ofegava cansada.

- As garotas da Lufa – Lufa correram atrás da gente desde a Torre até o primeiro andar! Estão loucas!

Sirius e Marlene se olharam, e todos ficaram em silêncio. Subitamente, uma explosão de risos amenizou o ambiente, e Sirius beijou Marlene.

- Pelo menos amanhã vai estar tudo bem.

XXX

Harry acordou na manhã seguinte com o coração palpitante, e foi sorrindo que acompanhou seus amigos até o expresso de Hogwarts. Custou um pouco, mas todos se acomodaram em uma única cabine.

- Daqui a uns dois dias eu chego ao apartamento... – Regulus comentou, olhando pela janela pensativo. A paisagem foi mudando, e Sirius acenou com a cabeça.

- Espero você lá, então. Vou arranjar mais uma cama, mas até lá vai ter que dormir no sofá...

- Sua mãe vai ficar louca. – disse Remus, e Regulus deu de ombros.

- Eu ficaria louco se não fosse embora. Só sinto por Kretcher. Gosto dele.

Sirius bufou.

- Esqueça aquele elfo.

- Ele não é só um elfo, Sirius. É meu amigo.

- Alguém quer jogar xadrez? – interrompeu Dorcas, e os irmãos Black pararam de discutir. Remus e Peter se aglomeraram em torno do tabuleiro, enquanto Dorcas e Emmeline jogavam.

Quase na metade da viagem, a mulher gordinha apareceu, vendendo doces, e James e Harry compraram vários doces, distribuindo entre todos. Enquanto Peter devorava um sapo de chocolate atrás do outro, Emmeline começou:

- Se você emagrecesse, Pettigrew, eu ficaria com você.

A cabine inteira se virou para a garota, que encarava Peter, entretida em seus pensamentos. O garoto largou o sapo de chocolate, perdido.

- S – Se eu emagrecesse?

- Uhum. Eu adoraria transformar você... O que você acha?

Harry cutucou Hermione, que estava conversando com Ron ao seu lado.

- O que deu nela?

- Nós que sugerimos.

- Você não é feio, Peter... – concordou Luna, aérea. O garoto olhou para James e Sirius, em busca de socorro.

- Podemos ajudar. – James sorriu.

- Pode acabar de comer, Wormtail. – Remus riu, devolvendo o sapo. Peter relutou um pouco, mas pegou o doce e engoliu.

O restante da viagem foi agitado, porque logo todo o grupo estava num campeonato de xadrez organizado por Dorcas. Ron estava surpreendendo a todos, ganhando partida atrás de partida, enquanto Harry e James se saíam miseravelmente mal, coisa que se tornou motivo de piada para Sirius e Regulus.

- Quer ajuda, James? – o irmão mais novo dizia, enquanto a rainha do maroto era destruída pela torre de Emmeline. – Se quiser eu enfeitiço as peças para jogarem sozinhas...

- Cale a boca, Reg.

- Não é má ideia, Prongs. – riu Sirius, com uma careta.

James pulou do lugar e avançou para cima do outro, gargalhando. A porta da cabine se abriu, e os irmãos Prewett entraram em foco.

- Ron, Hermione, Ginny... Estamos chegando. Vamos?

Os três se levantaram, pegando suas coisas. Antes de sair, os dois olharam para o grupo, e Gideon disse:

- Nos desculpem por tudo... Boas férias.

James sorriu.

- Tudo bem, Prewett. Mantenha Fabian em forma para as semifinais.

Rindo, o grupo fechou a porta da cabine, e a cabine ficou mais vazia, dando espaço para o todos poderem se trocar (depois da saída de Ron, todos desistiram do xadrez). Pouco tempo depois, o trem freou, e todos desceram.

- Tchau, me desejem sorte. – sussurrou Regulus, saindo de perto deles.

Harry e os outros se amontoaram ao lado de Sirius para ver os pais dele. Harry se lembrava da Sra. Black muito bem, mas vê – la pessoalmente foi chocante.

Era alta, e usava um grande vestido preto de gola alta. Era branca como a neve, e lembrou muito uma das bruxas que matavam princesas trouxas, que Harry ouvia nos contos de fadas.

Oreon Black não era menos branco, embora parecesse muito com Sirius. Tinha uma expressão arrogante e superior, como sua mulher, e seus olhos cinza não carregavam sentimento algum quando notou Sirius observando – os.

- Oi. – Sirius disse, e o homem começou a andar na direção do garoto. Harry sentiu o padrinho congelar no local, e assumir uma postura diferente, formal e respeitosa.

- Sirius. – ele disse, com a voz fria. Sirius inclinou o corpo levemente.

- Papai.

- Sua mãe está perguntando se desistiu de ficar fora de casa.

- Não enquanto a lei lá de casa for a de Voldemort.

- Você devia nos agradecer por não deixar você se misturar com gentalha, garoto.

- Por isso vocês vão cair, Papai. Se não nos misturarmos com os trouxas, nossa raça vai acabar! – Sirius disse, e Harry notou como ele parecia desesperado.

- Claro que não! Sabe muito bem que suas tias já têm várias noivas para você, na França e Itália.

- Não quero noiva nenhuma, Pai, só quero que você perceba no que se meteu!

- Não fale assim comigo, garoto, não sou seu amigo.

- Desculpe. – Sirius abaixou a cabeça.

- Tem namorada?

Sirius acenou positivamente com a cabeça, e Harry temeu que o Sr. Black fosse bater nele ali na plataforma, quando o homem limitou – se a levantar a cabeça do filho com a mão e sorrir sarcástico.

- Quem?

- Marlene Mckinnon.

Os olhos do homem se arregalaram, e Harry viu o olhar de cobiça dele percorrer o grupo, parando em Marlene, que se encolhera, intimidada.

- Uma Mckinnon... Sua mãe vai ficar orgulhosa. Adeus. – E virou as costas, andando na direção da Sra. Black, que segurava Regulus pelos ombros.

Quando os três aparataram, Sirius relaxou, e Harry notou que ele olhava com tristeza para o lugar onde os pais estavam.

- Vamos? – James perguntou, e Sirius se moveu.

- Tomara que Reg consiga escapar. Meus pais ficariam furiosos.

- Eu vi isso.

- Desculpe, Lene. Meu pai é um pouco... Louco por genealogia.

- Marlene! – chamou uma voz, e Harry viu uma mulher muito bonita, de cabelos negros e encaracolados, acenar para o grupo.

- Mãe, vem aqui!

A mulher se aproximou deles, e após abraçar e beijar Marlene, fez o mesmo a James, sorrindo.

- Martha me contou, querido. Parabéns, a você e Lily, não é, querida?

Lily corou levemente, e abraçou a mulher. Marlene sussurrou algo para a mãe, e logo em seguida ela ergueu a cabeça para Sirius.

- Olha só, se não é o famoso Sirius.

Sirius encarou a mulher, assustado.

- Olá, Sra. Mckinnon.

- Pode me chamar de Lorraine. É um Black, não é? Já vi esse rosto antes.

- Sou.

- É, imaginei. É igual ao seu pai, Sirius. Mark vai ficar irritado.

- Quem é... – Harry começou, e James o interrompeu.

- Pai da Lene. Ele detesta famílias conservadoras. Vai conhecer.

Enquanto a mãe de Marlene interrogava Sirius sobre sua família, o grupo foi se dissipando aos poucos. Quando as duas Mckinnon finalmente foram embora, Sirius suspirou e olhou os dois.

- Estou ferrado. Bom, vou indo. Dê um beijo na sua mãe por mim, Prongs. – ele se despediu, e aparatou.

- Sirius já...

- Passou no teste nas férias. – James suspirou. – Vamos ter que esperar.

Os dois se sentaram perto da plataforma, e puderam ver vários alunos saindo dela com seus pais. Harry não sabia quanto tempo haviam esperado, até que James levantou – se, sorrindo.

- Mãe! Pai!

Vindo na direção deles, vinha a mulher que Harry havia visto no primeiro dia dele em 1977, acompanhada de um homem de cabelos grisalhos e óculos redondos. Usava shorts, e Harry pode ver que seus joelhos eram ossudos como os seus. Parecia abatido, e Harry lembrou – se de que ele estava doente. Mesmo assim, deu um abraço enérgico em James.

- Meu garoto! Onde está a primeira dama?

- Já foi, papai. No Natal vai conhecer. Esse aqui é Harry. Harry, essa é minha mãe, Martha, e meu pai, Allan.

Harry abraçou os avós e começou a arrastar o malão para fora da estação.


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