1977 escrita por N_blackie


Capítulo 13
Capítulo 13




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Capítulo Bônus II

A Enfermaria

Sirius e Marlene andaram em silêncio pelo colégio, até chegarem à porta da Ala Hospitalar. O lugar estava silencioso, e os dois se aproximaram com cautela da cama de Regulus.

O garoto ainda estava desacordado, mas agora eles podiam ver o que tinha causado o desmaio. Uma grande faixa enrolava o peito dele, com uma mancha vermelha se destacando à pálida luz da noite.

- O balaço acertou o peito dele em cheio. – sussurrou Marlene – Deve ter dado falta de ar, tadinho.

Sem perceber o que estava fazendo, Sirius ergueu a mão e afastou a franja do irmão mais novo da testa. Notando o gesto carinhoso dele, Marlene sorriu na escuridão.

- No fundo você gosta dele, não?

- O quê? Ah... Sei lá. Não gostava dele, mas ele mudou bastante... – Sirius disse, se sentando na cadeira ao lado da cama.

- Regulus fala muito bem de você. Nunca tinha notado o quanto você podia ser... Melhor.

- Agora não adianta muito, não é? Está com Regulus. – resmungou Sirius, e a sobrancelha de Marlene se ergueu.

- Olha quem fala! Mal consigo falar com você sem a Helen tampar a sua boca com a dela!

Sirius olhou para a morena, completamente indignada, e sorriu.

- Se você não estivesse com Regulus, eu beijaria você.

Marlene deu um passo à frente, inclinando a cabeça até o ouvido dele.

- Se você não estivesse com a Helen, eu acharia que tinha ficado louco.

Num impulso, Sirius sentiu suas mãos envolverem a cintura dela, enquanto levantava. Sentiu a respiração dela acelerar em seus braços, e os olhos se fecharem.

- Tão indefesa... – sussurrou em seu ouvido, e Marlene suspirou. Ao lado deles, Regulus se moveu levemente, mas nenhum dos dois notou. Sirius ergueu uma das mãos, e segurou o rosto de Marlene, que abriu os olhos.

- Quem é você? – ela perguntou quando encarou os olhos cinzentos. O conhecido brilho sarcástico tinha sumido, restando apenas outro brilho, que ela nunca havia visto. O maroto sorriu, mostrando os dentes muito brancos.

- Sirius. Só Sirius.

Marlene enlaçou o pescoço dele com os braços, e sentiu seu coração acelerar dentro do peito. Seu hálito não era gélido como o de Regulus, e sim caloroso, aconchegante.

- Eu te amo. – ele sussurrou em seu ouvido, e Marlene sentiu como se várias borboletas surgissem em seu estômago. Regulus se mexeu novamente. Sirius encarou Marlene, e sentiu as mãos dela descerem de seu pescoço até espalmarem seu peito.

- Você não devia...

- Nem você. – retrucou Sirius, trazendo – a mais para perto pelo pescoço. – Mas quem liga.

Marlene sentiu Sirius envolver seus lábios com os dele, ao mesmo tempo em que a enlaçava nos braços. Sentiu cada músculo dele retesar de encontro ao seu corpo, e aprofundou o beijo.

Regulus abriu os olhos. Por um segundo, sentiu – se confuso. Lembrou – se do acidente, e do jogo. Quando olhou para o teto da Ala Hospitalar, viu que duas sombras se uniam do lado de fora do cortinado que cobria sua cama.

Curioso, ergueu o corpo levemente, gemendo de dor. Ergueu a mão para afastar a cortina, e arregalou os olhos.

Ali, ao seu lado, estavam Sirius e Marlene, aos beijos. Seu coração parou de bater, e as lágrimas vieram aos seus olhos. Viu Sirius enroscar os dedos nos cabelos muito pretos de Marlene, e a garota envolver o rosto de seu irmão com as mãos. Deixou a mão pender, e a cortina se fechou novamente.

Sentiu – se traído, machucado, e ao mesmo tempo uma luz de esclarecimento lhe veio à mente. Sirius amava Marlene. Amava como nunca amou ninguém. Sentiu o coração se dividir entre a raiva e a tristeza, e a visão dos dois aos beijos lhe vieram á cabeça, compreendendo como o irmão se sentia quando o via junto de Marlene.

Fechou os olhos, querendo dormir novamente, morrer, fazer qualquer coisa que tirasse aquilo de sua mente. Mas subitamente, o barulho cessou. As sombras se separaram, e ele pode escutar a voz de Marlene sussurrar.

- Não devíamos ter feito isso, Sirius. Eu... Devo a Regulus uma explicação.

- Tem razão.

- Vou falar com ele, Lene. Acho melhor você ir.

- Mas, Sirius...

- Relaxa. Vá.

A sombra feminina começou a sumir, e Regulus sentiu a cortina de sua cama se abrir. Manteve os olhos fechados, até que escutou o baque surdo de um soco atingir a sua cabeceira.

- Sirius? – abriu os olhos, e viu o irmão encarar o vazio, a expressão de pedra no rosto.

- Está bem? – ele pareceu se assustar ao notar que Regulus havia acordado, e o garoto viu que tremia.

- Estou. Eu vi você e Marlene.

Sirius ergueu o rosto, e arregalou os olhos. Regulus encarou o irmão.

- Reg, eu...

- Sei que a ama.

- Eu não devia...

- Fique com ela.

O espanto se estampou no rosto de Sirius.

- Mas ela...

- Você gosta dela muito mais do que eu, consigo ver isso.

- Me desculpe, irmãozinho.

Regulus sorriu. Não era chamado de irmãozinho desde que eram crianças, ele e Sirius.

- Não tem problema, Sirius.

E pela primeira vez, os dois se abraçaram.


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