1977 escrita por N_blackie


Capítulo 12
Capítulo 12




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O Balaço

Conforme o segundo jogo da grifinória se aproximava, os treinos se tornavam insuportáveis para Harry, e o garoto achava que não podia ficar pior. James e Fabian não se falavam, apenas trocavam olhares hostis, enquanto o clima entre Sirius e Marlene ficava pior a cada dia, porque um não parava de criticar os namorados do outro. A confiança do time estava enfraquecendo, e quanto Webber, o goleiro, quebrou a perna, James teve de correr para chamar Ron, a contragosto.

A manhã do jogo chegou, e Harry acordou muito cedo, e notou que James já estava sentado com sua cama, completamente vestido.

- Dia, Prongs. Não dormiu bem?

O garoto a princípio não notou o outro, e apenas respondeu em voz alta quando Harry repetiu a pergunta.

- Não dormi, na verdade. Vamos perder. – suspirou ele, segurando a cabeça nas mãos – Estou acabado.

- Somos ótimos! – consolou Harry, mas James não se convenceu, e respondeu irritado:

- Claro que somos ótimos! Fabian não obedece aos esquemas e nem olha na minha cara, e Sirius e Marlene estão à beira de uma luta física! Além do mais, Ron só treinou uma vez conosco, nem sei como ele se sairia num jogo pra valer.

Notando que nada que dissesse iria acalmar James, Harry limitou – se a sorrir encorajadoramente para ele e seguir para o banho. Quando saiu, já com o uniforme do jogo, viu que os outros garotos haviam acordado, e se vestiam em um silêncio tenso e incômodo, até mesmo aqueles que não faziam parte do time.

Quando chegaram ao salão principal, o teto estava completamente branco, e Harry viu que começara a nevar. As portas do salão estavam abertas, e os alunos tremiam com o frio que entrava em golfadas para dentro do lugar.

Pelo fato de pertencer ao time da sonserina, Regulus se mantivera afastado de Marlene naquela manhã, coisa que Sirius não demorou a notar:

- Bom – dia, pessoal! – Cumprimentou ele, assim que chegaram à mesa. – Olá, Marlene, Reg... Opa! Tem alguém faltando, não é?

- Cale a boca, Sirius. – Marlene bufou.

- Por quê? Só porque o Reg não está aqui...

- CALEM A BOCA!

O grupo se calou subitamente, todos se virando para a origem do grito. Vermelho e irritado ao lado de Lily, James olhava severamente para Sirius e Marlene.

- Sirius, sei que não gosta do Regulus, mas pare de irritar Marlene. Por favor. – ele suspirou, parecendo exausto. Sirius ficou em silêncio imediatamente, e não disse mais nada até que um grupo de aparência especialmente desagradável apareceu, liderado por um garoto moreno, de olhar maldoso.

- Nervoso, eh, Potter? – falou o garoto, sorrindo debochadamente. Atrás dele, Harry viu Snape sorrir vitorioso, enquanto Sirius e Marlene levantavam bruscamente, puxando as varinhas.

- Caia fora, Avery. – Marlene rosnou, enquanto Sirius empurrava Avery.

- Vamos ver quem vai sorrir quando eu arrebentar a sua cara, idiota.

- Gente... – Ginny começou receosa, mas os dois se limitaram a ameaçar o grupo, andando para o vestiário logo em seguida.

Quando chegaram ao vestiário, em silêncio, Harry notou que James tinha um estranho brilho obsessivo nos olhos, como o garoto já vira em Oliver tantas vezes. Todos se sentaram no banco em frente à lousa de esquemas, e James ajeitou o distintivo de capitão antes de começar:

- Hoje. – ele bateu o punho na mão aberta – É o dia para nós esquecermos tudo. Fabian, sei que me odeia, e também não sou seu fã número um, mas é um dos melhores batedores que já arranjei para esse time, e sei que Avery já tentou beijar Lisa Roxon à força quando você estava namorando ela. Sirius, por mais que deteste Regulus e o namoro dele com Marlene, por favor, se concentre em jogar balaços nos companheiros dele. Lene, tenho certeza que odeia todos eles tanto quanto eu, então é só se concentrar. Somos os melhores, só basta o incentivo. Ron, confio em você para nos defender.

Ao seu lado, Harry viu Ron sorrir, seu rosto colorido de um estranho tom de azul. Quando pegaram as vassouras e seguiram para o campo, James parou em frente a Harry, e colocou as mãos em seus ombros.

- Sei que não preciso falar, mas pegue o pomo. Sei que consegue, porque de algum jeito, Novato, você tem a minha confiança.

Renovados, os grifinórios chegaram ao campo, sendo saudados com vários vivas e exclamações, ecoando em uma balbúrdia ensurdecedora. Harry sentiu um calor inesperado no peito quando a música que a torcida grifinória cantava chegou com clareza para o time:

EI, EI, EI, Weasley é nosso rei!

Protege nossos aros, não deixa a bola entrar

EI, EI, EI, Weasley é nosso rei!

- Como eles conhecem a música? – tremeu Ron, e Sirius olhou para ele, confuso.

- Que música é essa?

- Hermione ensinou ao pessoal, Ron – Ginny sorriu – É a música de Ron. Viu como ele é bom, James?

- Boa música. – sorriu James, encorajador.

- Apertem as mãos! – Madame Hooch disse, e James apertou a mão de Avery, ambos com os olhos estreitos de aversão.

Harry ouviu o apito, e deu um impulso no chão, entrando na névoa branca que era o céu. Ao longe, pode ouvir Mary Mcdonald, irradiando o jogo:

- Grifinória e Sonserina! Um clássico, pela segunda rodada do campeonato, e o vencedor irá para as semifinais! Que música é essa?

Harry se aproximou mais das arquibancadas, a fim de escutar os coros de 'Weasley é nosso rei', mas ao invés disso, outra letra era cantada, adaptada pelos alunos de 1977:

Grifinória é nosso time!

Grifinória é nossa casa!

Com todo esse time,

Grifinória só arrasa!

Harry sorriu. Queria chamar a atenção de James para a música, mas a neve tinha aumentado, e ele não conseguia distinguir ninguém além dos borrões vermelhos e verdes. Limitou – se a rondar o campo solitário, e se assustou quando Regulus surgiu ao seu lado.

- Tempo ruim, hein? – perguntou ele, sorrindo.

- Péssimo. Viu alguma coisa? – Harry respondeu, não acreditando que estava tendo essa conversa com o apanhador da sonserina. Um barulho ao longe indicou que algum dos times havia pontuado, mas ele não sabia quem. Quando forçou a vista para ver o placar, um brilho e lampejo dourado passaram na sua frente, sumindo em seguida.

Harry rapidamente acelerou em direção ao brilho, e sentiu Regulus começar a seguí – lo, quase emparelhando.

Aconteceu muito rápido. Num segundo, Harry fechava seus dedos na pequena bola dourada, e no outro ele via Regulus ser lançado para fora da vassoura, acertado com um balaço em seu peito.

Os gritos e vaias da torcida ensurdeceram o garoto, mas ele soltou o pomo e correu para tentar evitar que Regulus caísse no chão. Porém, quando chegou ao chão, viu que era tarde demais. Sirius descia o corpo inerte do irmão para fora da própria vassoura, extremamente pálido.

James desceu da vassoura ao lado de Harry, e o garoto sentiu o abraço do garoto, sorrindo.

- Ganhamos! Caramba, o que houve com Regulus?

Em minutos, toda a equipe da grifinória circulava Regulus, que estava sendo atendido por Madame Pomfrey.

- Não tem um sonserino aqui, ajudando o apanhador. – observou Dorcas, apontando para o time da sonserina. Os jogadores estavam em torno de Madame Hooch, mas em vez que querer saber se Regulus estava vivo, alegavam que o jogo deveria ser cancelado, pois Harry soltara o pomo na tentativa de salvar Regulus.

Revoltados, os grifinórios seguiram Madame Pomfrey até a enfermaria, onde Sirius e James colocaram Regulus, desacordado. O acortinado foi colocado em torno da cama do garoto, e o time limitou – se a esperar do lado de fora, enquanto Madame Pomfrey tentava ver o que havia acontecido.

- Gente mal agradecida... – começou Lily, nervosa. – É o apanhador deles, e os grifinórios que estão aqui. Quem mandou o balaço nele?

- Aposto que foi você, Prewett. Não foi? – rosnou Sirius, e todos viraram na direção dele. O maroto estava pálido e trêmulo, e não parava de lançar olhares tensos na direção do acortinado. O ruivo revirou os olhos.

- Achei que íamos esquecer as diferenças, Black. Não fui eu, até porque estava rondando James quando aconteceu. Amico não parava de lançar balaços na direção dele, e eu tive de rebater quase todos.

- Então só pode ter sido um dos Carrow. – concluiu Hermione, pensativa – Mas porque eles iam querer acertar o próprio apanhador?

- Não interessa agora. – Marlene levantou de onde estava, sentando – se ao lado de Sirius. – O importante é que Regulus saia dessa vivo. Foi pura sorte que Sirius tenha conseguido pegá – lo quando caiu. Não é, Sirius?

- Eles tentaram matar o meu irmão. – Sirius disse ansiosamente, apertando o pulso de Marlene de leve com a mão. – Os sonserinos tentaram matar o meu irmão.

Harry e Ginny se entreolharam, surpresos. Sirius geralmente não chamava Regulus de irmão. Alguns minutos depois, Madame Pomfrey mandou todos embora, alegando que Regulus estava apenas dormindo e precisava de descanso. Resmungando, eles voltaram à torre da grifinória, Marlene e Sirius muito juntos.

Mais tarde, quando todos descansavam perto da lareira, James perguntou:

- Onde vão passar o feriado de Natal?

- Estávamos pensando em passar aqui... – começou Ginny.

- Vamos para a minha casa. – James sugeriu, sorrindo – Meus pais me mandaram uma carta, dizendo que vão convidas uma galera para casa. Meu pai precisa de agitação...

- Os Prewett nos chamaram para a casa deles... – Ron comentou, e Sirius tossiu.

- O que? Desde quando são amigos dos Prewett?

- Ah, eles disseram que nosso sobrenome é o mesmo do cunhado deles, e nos chamaram para conhecê – los...

- Regulus e eu estaremos no apartamento. – Sirius resmungou, e Remus ergueu as sobrancelhas.

- Achei que não ia querer ele por perto...

- A situação mudou. – o outro respondeu simplesmente. James revirou os olhos.

- Ótimo. Harry vem comigo, e antes do Natal vamos buscar vocês. Remus, Peter, podem levar os seus pais... Sirius, você hum...

- O dia que eu levar os meus pais na tua casa, pode mandar me prender. – o garoto retrucou, sarcasticamente.

Rindo, James deitou a cabeça no colo de Lily, e fechou os olhos.

- Posso ver como as férias vão ser...

- E eu posso ver como meu irmão está. – Sirius levantou – se, e Harry notou o quão preocupado ele estava. Marlene levantou – se, e os dois saíram da sala comunal até a Ala Hospitalar. Harry notou as mãos deles se roçarem, e se perguntou como Regulus reagiria de soubesse que seu acidente aproximou a namorada e o irmão dele.


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