1977 escrita por N_blackie


Capítulo 11
Capítulo 11




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/107367/chapter/11

Hallowen

As próximas semanas passaram, e Harry se sentiu mais confortável tendo a chave do cofre com Regulus. Decidiram que iriam até Gringotes nas férias para destruir a horcrux, então teriam até dezembro sem preocupações.

Na quinta feira antes da festa de Halloween, James marcara um treino de quadribol de emergência, após saber que sonserina havia derrotado a lufa – lufa, sendo o próximo adversário grifinório no jogo que aconteceria após as férias de natal.

Enquanto estavam se trocando no vestiário, Fabian começou:

- Potter, soube que está namorando Lily Evans.

- Como se não soubesse disso há quase um mês, Fabian. – resmungou James secamente. O ruivo sorriu irônico.

- Sua vida amorosa não me interessa, James. Só fiquei surpreso com a notícia. Lily disse por tantos anos que você não prestava... Adoraria saber seus ''métodos'' de conquista.

- Cale a boca.

- Mas é claro. – Fabian continuou – Lily deve estar sem ninguém há muito tempo...Quando eu fiquei com ela, foi difícil conquistar. Mas James Potter deve ter seus segredos, não?

James começou a andar para o campo, sendo seguido pelos outros jogadores. Marlene, irritada, disse:

- Lily não facilitou, Fabian. Pare de encher.

- Só acho que James fez alguma coisa! – exclamou Fabian, com uma falsa surpresa – Vamos lá, Potter, o que foi? Poção, feitiço? OU será que teve algum ''presente"?

Harry e Sirius correram para segurar James pelos braços, quando o maroto largou a vassoura no chão e avançou para Fabian, que começou a rir.

- Hey! Porque tão agressivo?

- Ah, dane – se. – Harry ouviu Sirius resmungar, antes de sentir James puxando – o para frente, e caindo em cima de Fabian.

- Sirius! – Harry gritou, mas o garoto apenas deu de ombros.

- Se ele quer resolver assim...

Harry e Ginny se entreolharam, desesperados enquanto James dava socos fortes do nariz de Fabian, que começara a sangrar.

- Não... Me... Encha...Mais... O...Saco! – urrava ele, marcando cada palavra com um soco.

- James, o Fabian vai desmaiar! – alertou Ginny, e James saiu de cima do outro, bufando.

- É bom que a partir de agora você não mexa comigo, Prewett.

No chão, Fabian se contorcia de dor, o sangue escorrendo pelo nariz e boca. Assustado, ele levantou – se, ao passo que uma voz gritava do outro lado do campo.

- Potter! Prewett! O que está acontecendo aqui? – Madame Hooch correu até eles, os olhos de falcão arregalados.

- Prewett provocou James, Madame. – Sirius disse irritado – Ficou insinuando coisas...

A professora olhou para Sirius, depois para James, lívido de raiva e depois para Fabian. Sangrento e surpreso.

- Potter, detenção. Prewett, vá para a Ala Hospitalar.

- Mas Fabian provocou! – Ginny exclamou, indignada. A mulher deu de ombros, severa.

- Isso não justifica partir para a briga. E Potter tem sorte de eu não proibi – li de ir à festa. E nada de treino hoje, voltem para o castelo.

Enquanto Fabian seguia para a Ala Hospitalar, Harry e Sirius falavam:

- Ela não podia ter feito isso!

- Fabian devia ter ficado em detenção também!

Mas James não dizia nada, e tampouco respondeu prontamente quando, na saída do campo, Lily perguntou:

- O que houve? Vi Fabian saindo todo quebrado...

Começaram a seguir para a escola, e Ron perguntou:

- É verdade que você deu uma surra no Fabian, James?

- Ele pediu. – o garoto disse simplesmente. – Disse algumas coisas sobre Lily.

- Não preciso de defensor! – Lily exclamou quando se sentou na mesa do almoço.

- Ele não falou só de você, Lil. – Marlene explicou, em defesa de James. – Disse que vocês estavam juntos porque você estava sob efeito de alguma coisa. Até disse que você tinha facilitado!

Lily suspirou, irritada, e Hermione comentou:

- Ele só está com inveja. Não ligue. Você até teve sorte! Se fosse a Minerva quem tivesse pegado vocês, James não iria para a festa.

XXX

Na noite de sábado, Dorcas esperou Gideon perto da saída da escola, e viu todas as suas amigas irem para Hogsmeade usando as carruagens do colégio.

- Desculpe o atraso. – Gideon disse , ajeitando a fantasia de leprechaunt que usava. – Linda borboleta.

A garota sorriu, e começou a andar em direção às carruagens, sendo impedida por Gideon.

- Calma! Tenho outro caminho. Vem comigo.

Curiosa, Dorcas seguiu o ruivo pelo castelo, e os dois acabaram na entrada no jardim.

- O que estamos fazendo aqui?

- Fabian esteve na Ala Hospitalar por dois dias, para se recuperar da pancadaria. – começou Gideon – E viu Lupin sair de lá toda noite. Sabia que ele estava doente?

- Sabia. Ele disse.

- E sabia que estamos na lua cheia?

- Sabia. Gideon, não sei aonde quer chegar.

Gideon começou a responder, mas um barulho de passos assustou – os.

- Já começou, Prongs! – Sirius disse, correndo para acompanhar James, que se fantasiara de Rei Arthur para a festa. A capa de vampiro de Sirius farfalhava ao luar, e Dorcas arregalou os olhos.

Atrás deles, Peter vigiava os corredores, chamando um pouco a atenção, pois vestia o uniforme de quadribol de James, numa tentativa de se fantasiar do maroto. Ao seu lado, Dorcas escutou Gideon sussurrar:

- Eu sabia.

- Prongs, Padfoot! – chamou uma quarta voz, e um garoto – lobisomem apareceu.

Dorcas estremeceu, mas quando a luz do luar banhou o vulto, percebeu que era apenas Harry fantasiado.

- Pode vir, Novato, só cale a boca! – advertiu Sirius.

Em silêncio, o grupo avançou pela noite, e foi parar perto do salgueiro lutador, que imediatamente começou a se mover. Dorcas quis alertá – los para que tomassem cuidado, mas subitamente o único garoto que restava era Harry, andando na direção da árvore.

- Mas o que... – Gideon começou, andando na direção do salgueiro. Dorcas o seguiu pelo gramado até verem a base da árvore se abrir, e Harry entrar por ela.

- Harry!

- Shh, Dorcas.

- Vamos embora, Gideon!

- Espera, vai saber o que vai acontec... AH!

A passagem sob o salgueiro se abriu novamente, e vários animas saíram de dentro. Um gigantesco cachorro e um cervo guiavam o grupo, seguidos de um rato, iam adentrando o jardim, e assustaram Gideon.

- Pronto, já viu? Vamos embora...

Mas antes que a garota pudesse acabar a frase, um vulto peludo saiu da passagem. Era o lobisomem. A criatura cheirou o ar, e com o luar nos olhos, soltou um uivo para a noite.

- Lupin é um lobisomem! – Gideon gritou, e o lobisomem virou a cabeça para ele.

Dorcas não podia acreditar que Remus fosse aquele animal feroz, e ficou completamente parada enquanto ele andava em sua direção.

- Saia de perto dela, aberração! – gritou Gideon novamente, sacando a varinha e lançando um feitiço no peito do bicho.

Tentando impedir a aproximação do lobisomem, o cervo e o cão se puseram entre eles. Gideon lançou outro feitiço, que se desviou do alvo e atingiu o focinho do cão, fazendo – o ganir e sair de perto, sangrando.

Furioso, o cervo lançou Gideon longe com os galhos, e Dorcas viu o ruivo levantar e tentar puxar seu braço.

- Vamos!

Mas Dorcas não se mexia. O lobisomem chegou perto dela, e por um segundo a garota pode olhar a lua refletida nos olhos castanhos dele, enquanto a pata se erguia. Ela fechou os olhos, esperando o golpe que não veio. Sentiu apenas os pelos da pata roçarem em seu rosto, e quando abriu os olhos, viu que o lobisomem deixara os braços penderem ao lado do corpo, e ia embora.

Os animais haviam subido, bem como o lobisomem. Tentando se acalmar, Dorcas foi apenas puxada por Gideon em direção às carruagens, e só se deu conta de que haviam chegado a Hogsmeade quando o barulho ensurdecedor de música e conversa que saia do Três Vassouras encheu seus ouvidos.

Gideon a chamou, mas ela não o seguiu. Em vez disso, foi até onde suas amigas estavam.

- Lily, onde estão os meninos? – perguntou ao notar que a amiga estava sozinha.

- James e os garotos foram buscar alguma coisa no castelo, mas ainda não voltaram... – a ruiva respondeu confusa. Dorcas suspirou e sentou – se numa mesa próxima, sem conseguir tirar o lobisomem da cabeça. Um tumulto próximo se fez ouvir, e ela viu James e os outros abrirem caminho até as garotas.

- Hey, minha fada! – James sorriu para Lily e a abraçou. Lily sorriu de volta, mas logo em seguida soltou uma exclamação:

- Sirius! O que aconteceu com você?

Atrás deles, Dorcas viu Sirius, com um corte profundo próximo do nariz, onde a garota se lembrava de Gideon ter cortado o cachorro.

Marlene, que conversava com Emmeline, se sobressaltou e foi até Sirius preocupada, mas antes que pudesse dizer algo, uma outra garota pulou na frente de Sirius.

- Siiiirius! O que houve? Oh, tadinho, dói?

Marlene bufou e revirou os olhos enquanto se afastava deles. Rapidamente, James disse algo para Lily e depois foi até a mesa, sentando – se na frente de Dorcas.

- O que você e Prewett estavam fazendo no salgueiro?

- O que vocês faziam lá? – rebateu ela, na defensiva.

- Estávamos...

- Com Remus? James, me diga que aquele lobisomem não é ele. – pediu Dorcas, mas James abaixou a cabeça, não restando nenhuma dúvida.

- Porque ele nunca me contou? Achei que fôssemos amigos!

- Porque tinha certeza de que teria medo dele. Gideon mostrou isso hoje. Chamou Remus de "aberração", não foi?

- Gideon tem medo, eu não!

- Então vem com a gente. – James disse, levantando – se.

- Calma aí! Você ouviu Gideon xingar o lobisomem? Quando?

- Antes de aquele imbecil atacar Sirius.

- Mas eu não... Sirius é o cão! Você era o cervo?

- Cale a boca! Ninguém sabe.

Ela revirou os olhos, e começou a seguir James e Peter (Sirius estava enroscado com a garota) até o local onde as carruagens estavam, e de lá eles correram para o castelo.

XXX

- Awn, que coisinha mais bonitinha! – exclamou a garota, passando os dedos pelos cabelos de Sirius.

- Quem é ela? – Marlene perguntou à Emmeline irritada. A outra olhou para o casal.

- Não sei nada dela, só que se chama Helen Bishop, da Lufa – Lufa. A Mary deve saber. Neville, quer ajuda?

Ao lado delas, uma múmia acenou com a cabeça, toda enrolada em um pano branco.

- E – estou. Vocês viram Frank?

- Ele está com a Alice na pista, tentando parecer um típico casal zumbi.

- Obrigado. – agradeceu ele, e começou a pular em direção ao casal, pois seus pés estavam atados pela fita.

- Lene, porque está tão preocupada com quem Sirius está saindo?- Ginny chegou, sua fantasia de Lily. Marlene bufou.

- Eu já vi essa garota com James, Edgar Bones, Fabian Prewett, Billy Williams e Duncan Jefferies. No mesmo dia.

- Como se isso mudasse o padrão de escolha dele. – Hermione disse, sua fantasia de Amelia Earhart chamando a atenção de vários colegas.

- Sirius não tem um padrão de escolha. – falou uma voz atrás do grupo. As garotas se viraram, e viram que um garoto muito bonito as encarava, vestido de aristocrata. Sorria charmosamente.

- Com licença? – Marlene perguntou e o garoto arregalou os olhos, indignado.

- Estou tão irreconhecível assim?

- Regulus? – Emmeline balbuciou e ele sorriu – O que você fez?

- As meninas da sonserina disseram que eu parecia um velho cansado, então fizeram isso. Bela fantasia, Marlene. Quem é?

- Morgana.

O moreno sorriu, e Marlene sentiu – se corar.

- Sirius é um imbecil. – ela comentou com um sorriso. Regulus olhou para a pista de dança, onde vários casais estavam, e depois para Marlene.

- Ignore meu irmão, ele não merece sua preocupação. Quer dançar?

- Claro! – Marlene respondeu prontamente, olhando de relance para Sirius e Helen. Regulus tomou sua mão e levou – a até o aglomerado de pessoas, e ela sentiu suas mãos envolverem sua cintura, iniciando a dança.

- Vai manter o visual? – Marlene riu, vendo que tudo em Regulus havia mudado, inclusive o cabelo. Ele sorriu.

- Gostou?

- Bastante. – Marlene foi girada, e olhou nos olhos de Regulus. Podia estar no sexto ano, mas era muito bonito.

- Então vou mantê – lo.

Marlene girou novamente, e seu olhar encontrou o de Sirius, que encarava os dois chocado. Sorriu vitoriosa por dentro, e enlaçou o pescoço de Regulus.

- Está bem melhor agora.

- Eu parecia um velho cansado de fato?

- Aham. Vai jogar contra a grifinória?

- Vou, do contrário a sonserina não tem apanhador. Mas não acho que ganharemos, o time de vocês é forte. Além do mais, não conseguirei me concentrar no pomo. – completou ele, lançando um olhar significativo para Marlene.

- Sério? – a garota sorriu, retribuindo o olhar.

- Sim. – Regulus parou de girá – la – Você voa graciosamente bem, Marlene. Parece uma fada.

- Sempre achei que fosse agressiva demais no campo.

- A agressividade humana é bela. – explicou Regulus, um brilho intenso nos olhos quando encarou a morena – Traz o mais mortal de nós.

A música acabou, mas os dois não saíram do lugar. Marlene encarou os orbes prateados de Regulus, e sorriu.

- Você usa muito bem as palavras. Nunca vi Sirius formar frases complexas.

- Ele consegue, só não se importa com isso. Eu, por outro lado, prefiro ceder aos sentimentos o suficiente para colocá – los em palavras.

- Tem razão. Quero dizer, olhe aquela garota que está com ele!

- Não pense nela agora.

Marlene fechou os olhos, e sentiu a respiração de Regulus se aproximar, como uma brisa fria, e subitamente os lábios gelados dele tomaram os seus.

XXX

A enfermaria de Hogwarts não estava como Dorcas se lembrava. A luz prateada que deveria entrar pelas janelas estava entrecortada pelas nuvens que cobriam a lua, fazendo o lugar parecer sombrio e triste.

- A lua cheia ainda não acabou. – a garota disse, olhando assustada para James. O garoto olhou pela janela.

- A noite vai ser nublada hoje. Ele estará meio arisco, mas transformado em humano. Remus? – perguntou para a escuridão. Dentre várias camas vazias, uma chamava a atenção, por estar coberta por uma cortina. Os três foram até lá.

- Remus? – Peter chamou, entrando na cortina. Poucos segundos depois, um vulto apareceu.

Dorcas encarou o vulto, e corou ao notar que ele usava apenas uma calça. Quando Remus a viu, tentou escapar e se esconder na cortina, mas foi impedido.

- Remus? – Dorcas chamou novamente, e um suspiro saiu do garoto.

- Ok, você venceu. Eu sou o lobisomem. Pode correr agora. – Remus sentou – se na cama descoberta ao lado, e a garota pode notar, mesmo à fraca luz, que ele tinha várias marcas pelo peito. Aproximou-se lentamente, com medo de que ele se esquivasse.

- Não tenho medo de você.

Remus encarou – a.

- Não quero que tenha medo de mim. Não faria nada com você.

A garota sentou – se ao lado dele, e sentiu Remus estremecer.

- Desculpe pelo Gideon. Ele foi um idiota com você.

- Não tem problema. Sou uma aberração mesmo. Não vou implicar com seu namorado.

- Depois do que aconteceu, ele não é mais meu namorado. Foi ele quem fez? – perguntou ela, apontando para um hematoma recente no peito dele. Remus sorriu tristemente.

- Não sei. São tantas marcas que já esqueci quais são feitas por quem.

- Sinto muito. – Dorcas abraçou – o, e sentiu Remus abraça – la de volta. – Você não me machucou quando podia.

- Não machucaria você. Você é muito... – Remus começou, mas parou no meio da frase. Dorcas sorriu, percebendo a conexão de tudo.

- Você tem algo pra me dizer?

Remus olhou para baixo e suspirou.

- Eu te amo. Não queria que tivesse acontecido isso. É melhor se afastar de mim.

- Me afastar de você? – ela exclamou surpresa. Depois, rindo, se aproximou dele e disse – Ora, não seja idiota. – e pegou sua mão.

- Não tem medo?

- Porque teria medo do meu namorado?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "1977" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.